Notícias de OUTUBRO 08 -Clique no título para ler e para fechar janela

Economia norte-americana encolhe pela primeira vez em 17 anos, a poucos dias das eleições 31.10.08

31.10.08

A menos de uma semana das eleições para a presidência da República, o governo anunciou ontem (30) que a economia norte-americana contraiu-se de julho a setembro passado, informa hoje (31) Peter S. Goodman no jornal The New York Times. Segundo ele, uma óbvia indicação da ampliação das preocupações nacionais, o consumo caiu pela primeira vez em 17 anos.
Segundo ele, os economistas dizem que a queda de 0.3%, em termos anuais, do PIB normalmente é um presságio de que coisas ainda piores estão por acontecer proximamente. O impacto da agora crise financeira global, prossegue comentando Peter, continua espremendo as companhias e impedindo investimentos, provocando demissões, e atitudes mais auteras dos tomadores de decisão.

Um panorama geral da situação econômica nos EUA:
Os gastos com consumo pessoal caíram 0,3% nos EUA em setembro na comparação com agosto, de acordo com o Departamento de Comércio americano. A renda pessoal, por sua vez, aumentou 0,2% em setembro ante agosto.

A renda pessoal disponível dos americanos - renda total menos impostos - cresceu 0,2% em setembro, depois da diminuição de 1% em agosto. A poupança pessoal como porcentagem da renda pessoal disponível foi de 1,3% em setembro, de 0,8% em agosto. Essa taxa vem crescendo durante os últimos anos, num sinal de que as pessoas estão gastando menos em meio à desacelaração econômica.

O gasto com bens duráveis nos EUA, os que são fabricados para durar pelo menos três anos, diminuiu 3,1% em setembro, depois de crescer 1,7% em agosto. O gasto com bens não duráveis diminuiu 0,6%, pelo segundo mês consecutivo. O gasto com serviços aumentou 0,3%, depois da alta de 0,1% em agosto.

Inflação: o índice de preços para gastos com consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) subiu 4,5% em setembro na comparação a setembro de 2007 e o núcleo do índice avançou 2,4%. O índice PCE é uma medida de inflação nos EUA.

A variação anual do núcleo do índice PCE, utilizado pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) para avaliar a pressão inflacionária na economia, permanece acima do nível considerado ideal pelo banco, de variação entre 1,5% a 2%.

Emprego: a economia norte-americana perdeu postos de trabalho por nove meses consecutivos e deve divulgar um novo declínio no relatório de payroll na próxima semana, sinalizando que os funcionários terão mais dificuldade para negociar aumentos salariais e mais benefícios.
Fontes: Peter S. Goodman, The New York Times, com o Observatório; informações da Dow Jones, com Marcílio Souza, Cynthia Decloedt e Gustavo Nicoletta, da Agência Estado
Para ler a íntegra (em inglês) do artigo de Peter S. Goodman, no The New York Times, clique
aqui.

CNA diz que menos de 20% da safra teve venda antecipada às traders 31.10.08

31.10.08

Segundo levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), menos de 20% da safra 2008/2009 foi vendida até o momento, ante 45% na média geral em igual período de anos anteriores.

Governo tenta compensar: veja também
Medida aprovada pelo Conselho Monetário injeta mais R$ 2,6 bilhões na agricultura

A saída das tradings do sistema de financiamento agrícola reduziu de forma significativa o volume da safra vendida antecipadamente. Segundo levantamento da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), menos de 20% da safra 2008/2009 foi vendida até o momento, ante 45% na média geral em igual período de anos anteriores.

No Rio Grande do Sul, o ritmo não é diferente. Os negócios futuros não chegam a 10%, segundo a corretora Brasoja. É o que vem acontecendo entre os produtores que cultivam 340 mil hectares em 35 municípios da região de abrangência da Cotrijuí, de Ijuí, onde o percentual vendido da nova safra não ultrapassa 5%, ante os 15% históricos no período.

– O agricultor vende antecipadamente para travar o custo de produção da lavoura, mas neste cenário de dificuldade de acesso ao crédito é temeroso fazer negócios a longo prazo, com preço fixo para daqui a seis, sete meses – explica Romeu Orsolin, diretor comercial da Cotrijuí.

Segundo Antônio Sartori, diretor da Brasoja, os negócios no Estado estão praticamente paralisados desde julho, quando o bushel (27,21 quilos) atingiu pico em Chicago, acima de US$ 16, bastante superior aos atuais US$ 9, praticados durante a semana para contratos com vencimento em maio de 2009.

Com a atual retração da oferta de crédito devido às fortes oscilações dos preços das commodities no mercado internacional, o presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, José Mário Schreiner, acredita que deve haver queda de 5% na produção nacional.

Para tentar evitar o recuo na produção de alimentos, o governo federal anunciou cerca de R$ 9 bilhões extras para financiamento que começam a chegar aos bancos em novembro. E antecipou R$ 5 bilhões que seriam aplicados pelo Banco do Brasil somente a partir de 2009.

Ex-Secretário de Políticas Agrícolas diz que governo adotou medida vazia

Na opinião do ex-secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Guilherme Leite Dias, é um esforço sem efeito. Professor da Universidade de São Paulo (USP), Dias é categórico ao afirmar que não adianta injetar mais recursos no financiamento rural

– Não adianta liberar recursos. Com o risco elevado, você acha que os bancos vão emprestar para os produtores rurais? – questiona Dias.

O economista lembra que as perspectivas mudaram muito desde o início da crise nos Estados Unidos e atualmente há “uma grande dúvida” sobre a rentabilidade da atividade agrícola no próximo ano, o que fez os bancos pisarem no freio do crédito rural.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, minimizou as críticas feitas pela CNA. Para Stephanes, há um jogo de pressão sobre o governo:

– Há, até certo ponto, uma pressão de empresas que detêm grandes estoques de fertilizantes que adquiriram a valores elevados.

Na opinião do ministro, os preços caíram no mercado internacional e as indústrias não desejam repassar para o mercado interno.
Fonte: Patricia Meira, Zero Hora, , com o Observatório

Medida aprovada pelo Conselho Monetário injeta mais R$ 2,6 bilhões na agricultura 31.10.08

31.10.08

O Conselho Monetário Nacional (CMN) confirmou ontem (30) a elevação da exigibilidade de aplicação de recursos da poupança rural de 65% para 70%, como havia sido antecipado há dez dias pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Segundo o gerente-executivo da área de Crédito Rural do Banco Central (BC), Deoclécio Pereira de Souza, a medida representa, em números atuais, mais R$ 2,6 bilhões para o financiamento da agricultura.

O objetivo da ação, segundo nota do Banco Central, é "minimizar os efeitos da retração de recursos para financiamento do setor rural". Como forma de compensação para os bancos, foi reduzido de 20% para 15% o valor dos depósitos de poupança rural que devem ficar retidos no Banco Central. As novas medidas passam a valer a partir do dia 1º de novembro até 30 de junho de 2009.

Outra mudança diz respeito aos percentuais destinados a cada operação. Pelo voto agrícola do CMN, no mínimo 60% dos recursos da exigibilidade devem ser usados "exclusivamente" em crédito rural.

O restante vai servir para ampliar os financiamentos de Cédulas do Produto Rural (CPR), incluindo aquelas em poder das tradings, que antes era limitado a 5% do total de recursos da exigibilidade.

Segundo Souza, dos R$ 2,6 bilhões em ativos novos destinados agricultura, cerca de R$ 1,04 bilhão (40%) poderão parar nas mãos das traders, por meio da aquisição das CPR por parte dos bancos.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e alguns estados têm dito ao governo que a melhor forma de injetar dinheiro no setor agropecuário é por meio das traders, que tiveram sua importância no financiamento das safras ampliado nos últimos anos.

As traders, grupos empresariais de importação e exportação, compram antecipadamente a produção, fornecendo ao agricultor, em alguns casos, insumos para o plantio.

O gerente-executivo do BC disse que a decisão de hoje vai viabilizar mais recursos para essas empresas. "Esse aporte de recursos, sem dúvida, vai ajudar a canalizar recursos para as tradings. Ou seja, se elas estavam com problemas de captação de recursos para, de certa forma, financiar a safra, elas terão, agora, uma oportunidade via recursos da poupança rural".
Fonte: Danilo Macedo, repórter da Agência Brasil, com o Observatório

Comentário do editor:
Riscos podem fazer crédito sobrar sem utilização

Como assinala o professor Guilherme Dias, da USP, na primeira matéria desta página, em declarações à repórter Patrícia Meira, do jornal Zero Hora, há uma grande aversão ao risco no setor financeiro, dada à crise disparada por falta de um mínimo de critério na concessão de empréstimos hipotecários no mercado imobiliário norte-americano. O grau de incertezas com relação ao comportamento da demanda internacional, até mesmo por alimentos, no futuro próximo, torna automaticamente ainda mais conservadora a análise de riscos na concessão de crédito agrícola, com os recursos ora liberados pelo governo não tendo como chegar a produtores que sequer renegociaram suas dívidas com o Tesouro Nacional, permanecendo inadimplentes.

Veja também Crise derruba venda antecipada da produção agrícola, diz CNA 27.10.08

CMN aumenta para 4 bilhões de reais a ajuda a empresas exportadoras 31.10.08

31.10.08

O Conselho Monetário Nacional (CMN), em reunião realizada ontem (30), aumentou de R$ 3 bilhões para R$ 4 bilhões os recursos disponíveis para o Programa Revitaliza, criado para ajudar empresas exportadoras. O órgão também derrubou o limite de tamanho das empresas que poderiam aderir ao programa, o que talvez seja a medida que mais interessava aos exportadores.

As taxas de juros, no entanto, foram reajustadas de 7% para 9% ao ano. O CMN também extinguiu o bônus de 20% nos juros a que as empresas que pagassem os financiamentos em dia teriam direito e limitou a concessão de linhas de crédito em R$ 100 milhões por grupo econômico.

Operado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Revitaliza foi lançado em junho de 2007, mas até agora não teve nenhum recurso liberado porque, segundo o Ministério da Fazenda, as mudanças promovidas, pelo Congresso Nacional, na lei necessitavam ser regulamentadas pelo CMN.

As modalidades de operação que serão cobertas pelo programa também mudaram. Inicialmente, os financiamentos abrangeriam as exportações e o aumento de capital de giro sem restrições. Agora, o Revitaliza beneficiará apenas investimentos das empresas e a expansão de capital de giro associados a investimentos. O CMN também estabeleceu prazo até 31 de dezembro de 2009 para que os empréstimos sejam concedidos.

O secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Diogo Oliveira, explicou que ainda falta uma carta-circular do BNDES para que as linhas de crédito comecem a ser concedidas. Segundo ele, a mudança na conjuntura econômica e a alta do dólar não afetaram a utilidade do Revitaliza, criado num momento em que a moeda norte-americana estava em queda.

“As empresas ainda não tiveram tempo de se beneficiar do câmbio porque perderam mercado nos últimos tempos e agora perderão demanda externa”, justificou Oliveira. Entre os setores contemplados pelo Revitaliza, estão as indústrias têxteis, moveleira, de calçados e empresas que desenvolvem programas de computador.
Fonte: Wellton Máximo, repórter da Agência Brasil, com o Observatório

Estudo do Mapa é otimista quanto ao agronegócio brasileiro nos próximos 11 anos 31.10.08

31.10.08

Para os próximos 11 anos, a pesquisa realizada pela Assessoria de Gestão Estratégica (AGE), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), aponta que o Brasil estará numa posição favorável no contexto mundial, devido à queda dos estoques, principalmente de milho, trigo e arroz; ao aumento acentuado do consumo e ao processo de urbanização crescente, na qual as áreas de produção agrícola são reduzidas.

Segundo o coordenador-geral da AGE, José Garcia Gasques, que apresentou o trabalho, as circunstâncias atuais do mundo estão aliadas às condições positivas do Brasil, como potencial de produção elevado e tecnologia de ponta para quase todos os produtos objetos do estudo. “Outro elemento importante, em termos de competitividade, é a disponibilidade de recursos naturais”, afirmou Gasques.

Principais projeções - A produção de grãos (milho, soja, trigo, arroz e feijão) e carnes (bovina, suína e de frango) deve crescer expressivamente, de acordo com o estudo. No primeiro caso, passará de 139,7 milhões de toneladas, em 2007/2008, para 180 milhões, em 2018/2019. As carnes, por sua vez, passarão de 24,6 milhões de toneladas, em 2008, para 37,2 milhões, em 2018. No período que abrange o estudo, 52% da produção de soja e milho será destinada ao consumo interno. Nas carnes, do aumento previsto na produção, 12,6 milhões de toneladas, 50% deverão ser absorvidos internamente.

As exportações de carne bovina representarão 60,6% do comércio mundial, as de carne suína, 21% e as de carne de frango, 89,7%, tendo como principais mercados a China, Hong Kong e Egito.

Para que esses números se concretizem, o ministro Stephanes acredita que é preciso que a pesquisa continue se desenvolvendo, o agronegócio siga evoluindo como agora, e que a produção seja conciliada com a proteção do meio ambiente. Reforçou ainda que as políticas de sustentação e ajuda à produção devem ser aperfeiçoadas.
Fonte: Assessoria de imprensa do Mapa

Governo pretende incrementar a comercialização de produtos agrícolas 31.10.08

31.10.08

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem (30), durante a reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que o governo estuda medidas que ajudarão o setor agrícola a comercializar a produção.

Mantega afirmou que a situação favorável das commodities permitiu que o setor agrícola se capitalizasse e que a situação ainda está favorável mesmo com a crise financeira internacional.

“Já foram tomadas garantias para a produção agrícola, como preços mínimos para o trigo e o feijão. Em breve, anunciaremos medidas que favorecerão a comercialização desses produtos”, garantiu.
Fonte: Pedro Peduzzi, repórter da Agência Brasil

Evo Morales critica modelo brasileiro de produção de biocombustíveis 31.10.08

31.10.08

San Salvador (El Salvador) - O presidente da Bolívia, Evo Morales, criticou ontem (30) o modelo de produção de biocombustíveis adotado pelo Brasil. Durante a primeira reunião da Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado, Morales afirmou que a destinação de terras cultiváveis para a produção de etanol colabora para o aumento da fome do mundo e, por isso, deveria ser evitada.

"É necessário deixar de pensar em ganho e começar a pensar em alimentos para o ser humano, pensar em produzir para a vida", disse ele, ressaltando também seu respeito à amizade com o Brasil.

Em discurso, Morales criticou abertamente o sistema capitalista e sugeriu a governantes membros da cúpula que não usem recursos de suas nações para salvá-lo. "Sinto que o capitalismo não é a solução. Não devemos tratar de salvá-lo.”
Fonte: Vinicius Konchinski, Enviado Especial da Agência Brasil

Conab compra farinha de agricultores familiares em Araripina/PE 31.10.08

31.10.08


Mais de R$ 2 milhões serão destinados pela Superintendência da Conab em Pernambuco para a compra de farinha de mandioca dos produtores cadastrados na modalidade Compra Direta do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). A ação, desenvolvida no pólo de Araripina, no sertão do estado, teve início esta semana e vai atender uma média de 600 agricultores familiares.

Segundo o gerente de Operações da estatal, Elizaldo Sá, este investimento poderá ser ampliado, de acordo com a demanda da região. “O limite para a venda de cada produtor não pode ultrapassar o valor de R$ 3.500 ao ano, o que equivale a 77 sacas de 50 quilos”, explica.

Além de Araripina, a regional da Conab pretende abrir mais dois pólos de compra de farinha de mandioca este ano: em Jupi, no Agreste do estado, e em Glória do Goitá, na Zona da Mata Norte. “Para o primeiro, estão cadastrados 25 agricultores e o depósito para a transação já foi disponibilizado. A previsão é de que a compra comece já na próxima semana”, adianta. Em Glória do Goitá, ainda está sendo viabilizada a Unidade Armazenadora, mas o novo pólo já conta com 47 produtores cadastrados. “Ambos estão com os alimentos em fase de análise”, completa.

PAA – Criado em 2003, o PAA tem como proposta garantir a renda de trabalhadores enquadrados no Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e a sua participação no mercado. Para isso, a Companhia abre pólos de compra próximos às localidades onde os produtos são cultivados. Os agricultores precisam estar inscritos no PAA e os produtos limpos e nos padrões de qualidade estabelecidos pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que são averiguados por técnicos da Companhia.
Fonte: Mônica Simões, com Pérola Tavares/estagiária-PE, Assessoria de imprensa da Conab

Mudanças climáticas tendem a alterar geografia do cultivo agrícola no Brasil 30.10.08

30.10.08

As mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global podem forçar a migração de culturas agrícolas típicas de determinadas regiões do Brasil. O alerta é do especialista em mudanças climáticas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Carlos Nobre, ao falar no Painel Intergovernamental da ONU para a Mudança Climática (IPCC).

"O Brasil é uma potência agrícola, que tem um potencial muito grande a ser explorado, talvez o maior do mundo. E as mudanças climáticas diretamente afetam a agricultura", disse Nobre a jornalistas após apresentação na sede do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em Brasília. Com a elevação de temperatura será possível produzir café até mesmo em estados dos Sul, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Além da agricultura, segundo o pesquisador, a saúde da população também deve ser impactada pelas mudanças no clima. "Os Estados mais frios, que não tem um problema muito grave ainda de doenças transmitidas por vetores --insetos como os de malária, dengue e outras--, vão ter um clima adequado [para esses vetores se multiplicarem] em 50 anos", comentou.

O desmatamento é o principal responsável pelas emissões brasileiras dos gases do efeito estufa e, nesta quarta-feira, dados do Inpe apontaram queda no desmatamento da Amazônia, para 587 quilômetros quadrados em setembro, contra os 756 quilômetros quadrados do mês anterior.

"Tenho dois recados sérios: precisamos reduzir muito as emissões e precisamos reduzir já", disse Martin Parry, um dos coordenadores do painel, para quem um atraso de 10 anos na tomada de providências contra as emissões resultará no aumento de 0,5 grau Celsius na temperatura média do planeta.
Fonte: Agência Brasil

JBS conclui compra da Smithfield Beef por US$565, pagos em dinheiro 30.10.08

30.10.08

O valor total da transação foi de US$ 565 milhões, pagos em dinheiro e sem a tomada de novos empréstimos.

A JBS informou na semana passada que completou a aquisição, nos Estados Unidos, da Smithfield Beef e das operações de confinamento conhecidas como Five Rivers.

O valor total da transação foi de US$ 565 milhões, pagos em dinheiro e sem a tomada de novos empréstimos.

Com a conclusão, a Smithfield passará agora a ser chamada de JBS Packerland. A Five Rivers foi rebatizada como JBS Five Rivers. A capacidade de abate da empresa nos EUA passará de 20,5 mil para 28,1 mil cabeças por dia.
Fonte: Valor Econômico

Veja o que o Observatório mostrou na semana passada:

Departamento de Justiça dos EUA contesta compra da National Beef pelo Friboi 21.10.08

Washington - O Departamento de Justiça dos Estados Unidos entrou com uma ação para bloquear a compra do frigorífico National Beef pelo Friboi, controlado pela JBS. "A proposta de aquisição feita pela JBS ao National, sua terceira grande aquisição desde 2007, completaria uma reestruturação fundamental na indústria de carne bovina dos Estados Unidos", diz o Departamento americano na ação movida contra a empresa brasileira.

"A transação proposta eliminaria a competição entre as companhias que estão planejando a fusão e, provavelmente, diminuiria o vigor com o qual a JBS e outros dois importantes frigoríficos vão competir para comprar gado e produzir e vender carne classificada e embalada sob as regras do USDA (sigla em inglês para o Departamento de Agricultura dos EUA)", disse o Departamento de Justiça americano.

A ação diz que a proposta de fusão, que daria à JBS o controle de aproximadamente um terço da capacidade de processamento e embalagem de carne da região de "High Plains" (região central dos EUA), o que violaria as leis antitruste. Ainda de acordo com o Departamento de Justiça americano, os efeitos anticompetitivos da transação não seriam mitigados por qualquer eficiência gerada pela fusão.
Fonte: informações da Dow Jones, com Ana Conceição, Agência Estado
Veja ainda: Pecuaristas americanos tentam barrar compras de frigoríficos pelo JBS nos EUA, 28.08.08

Stephanes cobra responsabilidade das traders na crédito no pré-financiamento 30.10.08

30.10.08

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, fez ontem (29) uma crítica às traders que tradicionalmente pré-financiam a produção agrícola, especialmente no Centro-Oeste, mas que este ano deixaram de oferecer recursos para o plantio da safra de grãos 2008/09. O ministro cobrou mais responsabilidade dessas empresas e disse que elas abandonaram a agricultura brasileira este ano. "Nesse momento de crise, as tradings se retiraram do financiamento e não mantiveram as posições que elas mantinham nos bons momentos da agricultura", afirmou o ministro ao participar da instalação da Câmara Setorial da Soja, em Brasília.

Stephanes ressaltou que a agricultura brasileira cresceu nos últimos anos e que novas projeções indicam que o mesmo ocorrerá nos próximos anos. Ele garantiu que o cenário é de otimismo para o agronegócio brasileiro, numa avaliação que considera os estoques mundiais de grãos e os níveis de produção e consumo. "O cenário não é tão pessimista como muitos imaginam".

O ministro disse ainda que o governo está atento à realidade dos agricultores. Afirmou que deve se reunir nos próximos dias com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tratar de medida de apoio ao setor. Stephanes salientou que as medidas anunciadas até agora resolvem o problema de liquidez do setor, mas admitiu que a maior dificuldade no momento está no Centro-Oeste. Segundo ele, há preocupações com o plantio das lavouras de algodão na Região Centro-Oeste e também com o cultivo de milho safrinha no Centro-Oeste e em outras regiões do País.

Fertilizantes

O ministro comentou sobre os custos de produção da atividade agrícola. Disse que até o fim do ano o governo apresentará um conjunto de metas e ações para garantir o abastecimento interno de fertilizantes. Stephanes reafirmou que é possível atingir a auto-suficiência em nitrogenados, fosfato e potássio. Aproveitou para criticar os governo anteriores. "Esse assunto deveria ter começado a ser avaliado há 15 anos. Por que não foi tratado antes?", questionou Stephanes.

Ele considerou que existe uma reserva estratégica no Amapá e que um decreto publicado há 30 anos classifica a área nessa condição. Segundo ele, ninguém sabe explicar no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) porque a área recebeu essa classificação e não está sendo explorada.

Zoneamento da Cana

Stephanes também foi questionado pelos representantes do setor agrícola sobre o zoneamento da cana-de-açúcar. Ele informou que o zoneamento está pronto e que ainda não foi anunciado porque depende de algumas decisões finais. O ministro acrescentou que, para evitar questionamento internacional, o governo vai limitar o plantio de cana-de-açúcar no bioma amazônico e só permitirá a presença de canaviais e usinas que já estão em funcionamento. "Não será permitida a produção em novas áreas ou instalação de novas usinas", sentenciou.

O ministro classificou a cana na Amazônia como questão "emblemática", e que se o governo autorizasse o plantio poderia haver restrição de mercado, como é o caso do mercado europeu. Ele concluiu que uma forma de compensação virá por meio de um programa de incentivo à produção de biodiesel, a partir do óleo de palma.
Fonte: Fabíola Salvador, Agência Estado

Indústria de base do setor sucroalcooleiro pede R$ 900 mi ao governo 30.10.08

30.10.08

Ribeirão Preto, SP - A indústria de base do setor sucroalcooleiro pediu ontem (29) ao governo federal a liberação de R$ 900 milhões de capital de giro para que as empresas finalizem entregas de máquinas e equipamentos às usinas e destilarias ainda este ano. O pedido foi feito por uma comitiva de empresários ligados ao Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroalcooleiro e Energético (Ceise BR), que se reuniu em Brasília com parlamentares, representantes dos ministérios do Desenvolvimento, da Fazenda e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O volume de recursos viria de liberações de financiamentos já contratados junto ao BNDES e da injeção de recursos obtidos por instituições financeiras privadas a partir da redução do depósito compulsório junto ao Banco Central. O valor é pouco mais da metade do da inadimplência do setor sucroalcooleiro com a indústria de base que chega a R$ 1,7 bilhão, de uma carteira de pedidos de R$ 4,8 bilhões pelos cálculo do Ceise BR.

Segundo o presidente da entidade, Mário Garrefa, um documento com as reivindicações seria entregue ainda hoje à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pelo senador Aloizio Mercadante (PT-SP). "Sem esses recursos e com a atual inadimplência do setor, não conseguiremos passar o ano", disse Garrefa, que segue na capital federal amanhã para encontros na Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).

O empresário disse estar otimista com as reuniões de hoje, principalmente com a posição do BNDES, que ratificou a informação de que age para agilizar a liberação dos recursos já contratados para o setor sucroalcooleiro. "Após essa medida emergencial, pretendemos fazer uma reunião, possivelmente em Sertãozinho (SP), com toda a cadeia sucroalcooleira e governo, para discutirmos outras soluções para o setor", disse. "Além dos dois anos de crise dos preços, tivemos o fim dos créditos com a crise".

A indústria de base do setor sucroalcooleiro tem 980 empresas brasileiras com pelo menos metade de suas produções ligada à indústria produtora de açúcar, álcool e bioenergia. Caso não haja a liberação dos recursos pedidos, os empresários calculam que ao menos 20% do quadro de funcionários pode ser cortado até o final do ano, justamente quando as contratações do setor se aqueceria. A época marca o início da entressafra da cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil, quando as usinas são desmontadas e reformadas.
Fonte: Gustavo Porto, Agência Estado

Queda acumulada no preço do leite chega a 18,5% 30.10.08

30.10.08

De acordo com levantamento da Scot Consultoria, o preço do leite pago ao produtor em outubro, referente à produção entregue em setembro, recuou 6,02%, em média.

Considerando a média ponderada nacional, o produtor recebeu R$0,604/litro. Nos últimos quatro meses a queda acumulada foi de 18,51%.

Além das vendas fracas e da boa oferta de leite no mercado, é preciso destacar que diversas empresas, que vinham pagando preços mais altos, acabaram derrubando as cotações em outubro para “acompanhar o restante do mercado”.

Para o pagamento que será realizado em meados de novembro, a expectativa é que, na média, os preços recuem mais uma vez. Mas vale destacar que 42% das empresas consultadas disseram que não irão alterar os valores.
Fonte: Scot Consultoria

Leilão de arroz comercializa 94% da oferta 30.10.08

30.10.08

A Conab comercializou, ontem (29), 47.079.995 dos 50.079.995 quilos ofertados no leilão de arroz. O resultado equivale a 94% do volume oferecido ao mercado. A média do preço de fechamento foi de R$ 0,6045 por quilo, o que representa R$ 30,22 a saca de 50 quilos, com resultado de venda de R$ 28.461.784,36.

Foram disponibilizados 152 lotes, armazenados em 18 municípios do Rio Grande do Sul e destinados exclusivamente a indústrias de beneficiamento. Esta foi a terceira oferta de estoques públicos realizada pela estatal em outubro. Nos dois primeiros leilões do mês, o governo vendeu todas as 100 mil toneladas ofertadas. Com as operações, o preço médio pago ao produtor gaúcho vinha mantendo-se estável, mas oscilando entre R$ 35,77 a saca no início do mês e R$ 36,03 na semana passada.

No leilão de ontem (29), a média ponderada caiu para R$ 30,22, com a média simples de cotação do produto chegando a R$ 28,00 a saca. Em 2008 já foram comercializadas 890,4 mil toneladas de arroz dos estoques governamentais. De acordo com o diretor de Gestão de Estoques da Conab, Rogério Colombini, os leilões têm como objetivo regular a oferta e manter a estabilidade de preço do cereal.
Fonte: Tânia Araújo/Conab

Syngenta cria nova tecnologia de plantio de cana no Brasil, que pretende faturar US$ 300 mi por ano 30.10.08

30.10.08

Zurique - A suíça Syngenta AG informou hoje que está desenvolvendo uma nova tecnologia para melhorar a relação entre custo e eficiência do plantio de cana-de-açúcar no Brasil. A inovação irá reduzir os custos do plantio por hectare em torno de 15% devido a uma nova abordagem para cultivar cana a partir de segmentos menores. A nova tecnologia deve ser lançada em 2010 sob o nome da marca Plene, e a empresa vê um potencial de mercado de US$ 300 milhões por ano, até 2015.

A prática atual de plantio de cana é intensiva tanto em termos de trabalho como de uso de equipamentos. Em vez de empregar o método atual de plantar talhos longos de 30 a 40 centímetros, a Syngenta está desenvolvendo um método para produzir talhos de menos de 4 centímetros de comprimento. Eles receberão aplicações de produtos que maximizam o desenvolvimento inicial do plantio.

O método permitirá que os produtores de cana replantem suas lavouras com mais freqüência, eliminando a típica degradação da produtividade, gerando um ganho de produtividade de até 15%. O método também permitirá que os produtores utilizem equipamentos mais leves e que precisam de menos combustível. As máquinas para o plantio estão sendo desenvolvidas em parceria com a empresa norte-americana John Deere.

"A Plene representará um avanço na relação entre custo e eficiência no plantio de cana-de-açúcar", afirmou John Atkin, diretor de operações da Syngenta Crop Protection. "A cana é uma matéria-prima importante para a produção de etanol, e a demanda deve ter um grande crescimento. A Plene ampliará nossa oferta significativamente e proporcionará aos nossos clientes benefícios em termos de produtividade e custos." A introdução da Plene depende de aprovações regulatórias no Brasil.
Fonte: informações da Dow Jones, com Deise Vieira, Agência Estado

"Girando e girando no círculo que se alarga ... as coisas se desfazem; o centro não consegue se sustentar" 29.10.08

29.10.08

por Paul Krugman, colunista do The New York Times

"Dados econômicos raramente inspiram pensamentos poéticos. Mas enquanto contemplava o números mais recentes, eu percebi que tinha William Butler Yeats passando pela minha cabeça: "Turning and turning in the widening gyre / The falcon cannot hear the falconer / Things fall apart; the center cannot hold". (Girando e girando no círculo que se alarga / O falcão não pode ouvir o falcoeiro / As coisas se desfazem; o centro não consegue se sustentar.)

O círculo que se alarga, neste caso, seria os loops de feedback (chega de poesia) fazendo a crise financeira sair cada vez mais de controle. O falcoeiro desafortunado, eu acho, seria Henry Paulson, o secretário do Tesouro.

E o círculo continua se alargando de novas formas assustadoras. Enquanto Paulson e seus pares em outros países buscavam resgatar os bancos, novos desastres se somavam em outras frentes.

Alguns desses desastres eram mais ou menos esperados. Os economistas se perguntavam há algum tempo por que os fundos hedge não estavam sofrendo em meio à carnificina financeira. Eles não precisam mais se perguntar: os investidores estão sacando seu dinheiro desses fundos, forçando seus administradores a levantar dinheiro em "fire sales" (queima) de ações e outros ativos.

Mas o que é realmente chocante é a forma como a crise está se espalhando para mercados emergentes - países como Rússia, Coréia do Sul e Brasil....
Sejam quais forem os motivos para a continuidade da fraqueza das políticas, a situação claramente não está ficando sob controle. As coisas continuam se despedaçando."

Tradução: George El Khouri Andolfato

Comentário do editor:
As percepções de Krugman, Priemio Nobel de economia neste ano, baseadas em conhecimento e informações, mostram como as ondas de choque saíram do epicentro e estão chegando à periferia. Ele cita o Brasil, mas ressalta que nossa posição é muito menos delicada que a da Rússia, onde o sistema financeiro está altamente endividado em moedas estrangeiras. O nosso, pelo contrário, informam os banqueiros, está montado em pilhas de títulos públicos, que rendem fábulas com os juros mais altos do mundo.
Vale a pena ler o artigo completo de Paul Krugman: a tradução para o português está no UOL Notícias (para assinantes): clique
aqui.
O original, em inglês, é de acesso livre no The New York Times: clique
aqui.

Policiais paraguaios irão proteger colheita em San Pedro 29.10.08

29.10.08

Assunção - O governo do Paraguai enviou 40 policiais ao departamento (unidade administrativa correspondente a Estado) de San Pedro para garantir que os colonos brasileiros realizem a última colheita de soja deste ano, e comecem a semear a próxima colheita, apesar da hostilidade dos camponeses sem-terra paraguaios. O ministro do Interior, Rafael Filizzola disse, em coletiva de imprensa, que os policiais reforçarão a segurança local em San Pedro. "Vamos respeitar a propriedade privada, tanto dos paraguaios quanto dos colonos brasileiros. Nós queremos garantir o trabalho no campo", afirmou.

A polícia paraguaia colaborou rapidamente na retirada, sob ordem judicial, de 70 trabalhadores sem-terra que ocuparam a fazenda de 1,1 mil hectares do paraguaio Francisco Gorostiaga, no povoado de General Resquín, em San Pedro, 340 quilômetros ao norte de Assunção. A fiscal Ninfa Aguilar disse que a retirada foi pacífica. "Detivemos 35 homens, que após a abertura do processo judicial, seguramente serão soltos em liberdade condicional.

Gorostiaga arrendou a terra a um colono brasileiro, que plantava soja e milho. Por sua vez, Alberto Alderete, diretor do Instituto de Desenvolvimento Rural e da Terra (Indert), confirmou que "o governo deu os primeiros passos para comprar uns 22 mil hectares de terras de colonos brasileiros, que serão depois distribuídos a camponeses pobres".

"Além disso, um equipe de agrimensores foi para diferentes localidades de San Pedro, para verificar a situação legal das terras em poder dos estrangeiros, cumprindo uma promessa que fizemos aos camponeses, de que buscaremos a recuperação das propriedades", afirmou. Alderete especificou que "se encontrarmos terra do governo em poder dos estrangeiros, ela será reintegrada por via administrativa, para depois ser redistribuída aos compatriotas".

Em San Pedro, segundo estimativas do governo paraguaio, cerca de 20 fazendas foram invadidas e outras quinze estão sob ameaça de invasão. O presidente Fernando Lugo prometeu, durante a campanha eleitoral, realizar uma reforma agrária que deverá atender 300 mil famílias camponesas pobres.
Fonte: Associated Press, com Agência Estado

Não há motivo para depressão em função da crise, acha diretor da OIA 29.10.08

29.10.08

São Paulo - O diretor executivo da Organização Internacional do Açúcar (OIA), Peter Baron, reforçou, durante apresentação ontem (28) na conferência internacional Datagro, que o setor sucroalcooleiro apresenta um cenário bastante construtivo para o médio e longo prazos. "Não há motivo para depressão em função da crise", disse, para uma platéia composta de usineiros, operadores de mercado, analistas de mercado e produtores do Brasil e de outros 32 países.

Segundo Baron, três fatores contribuem para fazer deste momento o mais construtivo para o setor desde a safra 2005/06: a expectativa de aumento de consumo per capita de açúcar, principalmente em países asiáticos e africanos; o mercado potencial de etanol em crescimento mesmo com a redução dos investimentos provocada pela crise; e a janela que se abre com a redução de produção da União Européia, que libera acesso de até 5 milhões de toneladas.

Para Baron, a maior ou menor participação do Brasil nos ganhos com este cenário construtivo dependerá basicamente de dois fatores: o câmbio e os efeitos da crise de crédito na expansão na produção. "Neste momento, o Brasil vai trocar a expansão pela consolidação", afirmou.

Segundo o executivo, ainda não está claro de que forma a crise irá afetar o consumo e se realmente irá afetá-lo. Ele ressalta, contudo, que o consumo per capita de açúcar da China, por exemplo, é de apenas 10 kg, o que cria um potencial de crescimento no longo prazo.

A OIA também aposta em uma diversificação maior do setor, ao produzir açúcar, etanol e também energia de biomassa. "Um grande avanço é o fato de que existem cada vez mais governos interessados em adotar programas de biocombustíveis", disse. Existem, hoje, no mundo, segundo ele, cerca de 30 programas de uso de etanol em várias fases de desenvolvimento. Dentre estes programas, sete já estão consolidados, entre os quais se destacam os programas do Brasil, Estados Unidos e União Européia.

Consumo de etanol - Para a OIA, o consumo de etanol no mundo deve praticamente dobrar entre 2008 e 2015, saindo de 65,7 bilhões de litros para 126,8 bilhões de litros. "Este crescimento vai alavancar a produção de etanol não apenas no Brasil como em vários países", estima.

No Brasil, o consumo deve sair de 19,5 bilhões de litros em 2008 para 30,1 bilhões de litros em 2015. Nos Estados Unidos, o consumo salta, no período, de 34 bilhões para 57 bilhões de litros. Na União Européia, o consumo deve se expandir de forma expressiva de 3,4 bilhões para 16 bilhões de litros. Na China, o mercado sairá de 1,9 bilhão para 7,6 bilhões de litros no mesmo período.
Fonte: Eduardo Magossi, Agência Estado

O que impulsiona tanto o agronegócio no Paraná? as Cooperativas 29.10.08

29.10.08

Segundo dados da Ocepar, elas representam 55% da economia agrícola do Paraná.

O impulso para o desenvolvimento do agronegócio no Estado vem diretamente das cooperativas. O setor, segundo dados da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), representa 55% da economia agrícola do Paraná. No ano passado, o faturamento chegou a R$ 16,5 bilhões e a expectativa é que 2008 feche com um volume de R$ 18 bilhões em negócios.

Segundo Flávio Turra, gerente técnico econômico da Ocepar, as cooperativas têm se fortalecido nos últimos anos e se profissionalizado. ‘‘Estão se aperfeiçoando na industrialização, apostando mais no varejo. Estão aptas a competir com outras empresas’’, frisa. Para isso, os investimentos têm sido bastante significativos: em 2007 chegou a R$ 1 bilhão e este ano deve alcançar R$ 1,2 bilhão. Para o produtor, estar associado a uma cooperativa é muito interessante por conta da assistência técnica oferecida e da transferência de tecnologia, afirma Turra.

Entre os produtos mais importantes das cooperativas está a soja. Cerca de 65% da produção do Estado passa por estas organizações. Na última safra, em que a produção da região foi de quase 12 milhões de toneladas, cerca de 7,8 milhões de toneladas do grão passaram pelas cooperativas. O volume de negócio somou R$ 5,8 bilhões.

O técnico da Ocepar lembra que cerca de 40 cooperativas no Estado trabalham com o grão, cinco delas industrializam o produto, transformando em farelo para ração ou óleo. Perto de 40% da produção de soja é industrializada. A exportação do grão também é significativa e representa 45% de tudo o que as cooperativas do setor agropecuário vendem para o exterior. Milho, carne de frango, cana-de-açúcar e leite também são produtos muito importantes no setor.

A diversificação de produtos tem sido a aposta também entre as cooperativas. Conforme Turra, um segmento em que o setor tem entrado com bastante força é na industrialização de sucos de frutas. Ele lembra que a Cocamar foi a primeira no Estado a começar na atividade, em seguida a Corol e agora a Integrada está prestes a inaugurar sua fábrica de citrus.

De acordo com Turra, as cooperativas começaram suas atividades basicamente com a armazenagem e comercialização de grãos. ‘‘Era uma forma do produtor se fortalecer. Mas com o tempo os associados perceberam que era preciso agregar valor aos produtos e deram início à industrialização’’, recorda. Atualmente a Ocepar, tem 234 cooperativas associadas, sendo 80 do ramo agropecuário, envolvendo 121.670 produtores.
Fonte: Folha de Londrina

Solae busca oferta de soja convencional no Rio Grande do Sul 29.10.08

29.10.08

“Para manter nossos mercados de soja não transgênica abastecidos, o volume de compra será três vezes maior”, diz Christiano Wide, Gerente Regional de Supply da Solae para a América Latina.

A Solae, líder mundial em ingredientes à base de soja, anunciou que irá triplicar a compra interna da soja convencional (não-transgênica) para abastecer sua fábrica em Esteio (RS) e alguns mercados europeus, como França e Dinamarca, levando a empresa a ampliar sua estratégia de investimento.

Por conta da dificuldade em encontrar a soja não-transgênica no Estado do Rio Grande do Sul, local onde está instalada a fábrica da empresa, a Solae oferece incentivo aos produtores que quiserem investir no plantio da soja convencional. “Na Solae, o uso do não-transgênico é considerado estratégico, pois o mercado europeu apresenta uma grande demanda pelo produto convencional”, afirma Viviane Pechmann, Analista de Agronegócios da Solae.

Atualmente, a empresa concede ao agricultor preço diferenciado em relação ao valor de mercado da soja não-transgênica. Além disso, a empresa oferece consultoria técnica para os produtores interessados no plantio da soja convencional para a próxima safra e afirma ter ampla capacidade de armazenamento, o que facilita a compra de grandes quantidades do grão. “Continuaremos com o incentivo aos agricultores e esperamos encontrar a oferta da soja convencional dentro do nosso estado nas próximas safras”, conclui Christiano Wide.

As informações são da assessoria de imprensa da Solae.
Fonte: Agrolink

Crise financeira não pode prejudicar ações de preservação ambiental 29.10.08

29.10.08

Além dos governantes, os efeitos da crise financeira mundial preocupam também os especialistas em mudanças climáticas. De passagem pelo Brasil, o pesquisador Martin Parry, um dos coordenadores do 4º Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), alertou que os países não podem interromper as ações para reduzir o impacto das mudanças climáticas para pensas apenas em resolver a crise financeira .

“Não temos oportunidade de resolver, primeiro, a crise e depois voltar a pensar sobre o meio ambiente. Não temos tempo. Temos que fazer os dois juntos. Isso é inconveniente”, disse Parry, após apresentar dados do quarto relatório do IPCC, das Nações Unidas, a um grupo integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), no Palácio do Planalto. O relatório foi lançado no início do ano passado.

Parry criticou os governantes mundiais por ainda não terem adotado medidas severas para reduzir as emissões dos gases do efeito estufa – como o gás carbônico -, principais causadores do aquecimento global. Segundo o pesquisador, os líderes ainda não se deram conta da gravidade dos impactos das mudanças climáticas. Ele defende que 2015 é o prazo máximo para as reduções de gás carbônico começarem a cair.

O pesquisador Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), também teme que os governos deixem de lado o combate ao aquecimento do planeta para cuidar da crise econômica.

“Se houver uma recessão e o consumo de petróleo, energia elétrica, carvão diminuir, a taxa de crescimento diminuir, isso pode dar uma falsa sensação de que é possível postergar essas medidas mais drásticas”, afirmou.
Fonte: Carolina Pimentel, repórter da Agência Brasil

Agricultores paraibanos colhem final da safra 2007 neste mês 29.10.08

29.10.08

Os agricultores da Paraíba, que aproveitaram o inverno prolongado para estender o plantio de grãos, finalizam neste mês a colheita referente ao ciclo 2007/08. Segundo o superintendente da Conab no estado, Ângelo Viana, os trabalhadores receberam sementes do seguro safra e resolveram continuar plantando. “Os grãos deste período tiveram qualidade superior aos do ano passado”, garante.

No Nordeste, onde ainda não foi efetuada pesquisa de campo do ciclo atual, em razão do calendário agrícola que começa no início do ano na região, os dados do período anterior foram mantidos. “Para as estimativas de produtividade, foi feita uma média dos últimos cinco anos, com exceção dos anos atípicos como 2006/07, quando houve grande perda da produção na Paraíba e no Ceará”, explica Viana. “Além disso foram considerados os ganhos em tecnologia”.

Segundo o levantamento da Conab para 2008/09, a safra de arroz no estado está estimada em 9,7 mil toneladas, 4% a mais que a passada. Entretanto, houve retração quanto à produção de milho que passa de 128 para 120 mil toneladas, com diminuição de 6%. A produtividade também caiu de 666 para 625 kg/hectare.

A área de plantio do feijão deve ser de 203 mil ha, com produtividade de 427 kg/ha, abaixo da média nordestina, de 446 kg/ha. Mesmo assim, a produção de 87 mil toneladas coloca o estado como o 4º maior produtor da cultura no Nordeste.
Fonte: Mônica Simões, com Thadeu Rodrigues/estagiário-PB, Assessoria de Imprensa da Conab

CPI da AL-RS pede investigação na SDE sobre as empresas de fertilizantes Yara, Bunge e Mosaic 28.10.08

28.10.08

Porto Alegre - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Insumos Agrícolas da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou, ontem (27), seu relatório final que propõe enviar as conclusões à Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça com a finalidade de instaurar processo administrativo contra abuso de poder econômico por parte de fabricantes de adubo. Em suas recomendações, o relatório pede o indiciamento das empresas Yara, Bunge e Mosaic por "infração à ordem econômica".

Para o relator, deputado Gilmar Sossella (PDT), houve abuso de poder econômico no reajuste de preços pelas empresas. O texto diz que o aumento de preços entre maio de 2007 e o mesmo mês de 2008 - quando a CPI foi instalada - superou a inflação ou qualquer índice de referência. Uma das fórmulas mais vendidas de adubo subiu 160% em dólares e 106% em reais, conforme o relatório. Ele descreve também a concentração de mercado, dependência da importação de matérias-primas para produzir fertilizantes e dificuldades de escoamento e logística, entre outros problemas que afetam o setor.

O "outro lado"
O diretor de relações com investidores da Yara Brasil, Ademar Fronchetti, avaliou que os deputados "não entenderam" a exposição feita pela empresa, lembrando que os fabricantes forneceram números solicitados pela CPI sobre custos e rentabilidade do negócio. Os preços de adubos, ressaltou Fronchetti, "são ditados pelo mercado internacional". O setor usa 70% de matérias-primas importadas - ou 100% no caso do Rio Grande do Sul. As empresas forneceram guias de importação à CPI, citou o diretor, observando que a Yara teve rentabilidade média anual de 2,7% nos últimos sete anos.

A Bunge informou que não havia recebido ainda o relatório e não poderia comentar. A Mosaic não respondeu ao pedido de entrevista. O relatório foi aprovado por unanimidade pela CPI. O passo seguinte é sua votação pelo plenário. Os deputados da comissão propõem o envio do texto a vários órgãos para análise, como o Ministério Público e Polícia Federal.

Qualidade

A comissão também pede investigação sobre "fraudes na qualidade" dos fertilizantes, com base em irregularidades apontadas em análises do Ministério da Agricultura. Também recomenda "estatização" de minas de fósforo e potássio, maior participação da Petrobras no mercado e criação de uma agência reguladora para o setor, entre outras propostas.
Fonte: Sandra Hahn, Agência Estado

Justiça determina reintegração de posse ao Incra de 114 mil ha no Maranhão 28.10.08

28.10.08

A Justiça Federal do Maranhão determinou a reintegração de posse da gleba Boca da Mata Barreirão, área de 114 mil hectares, localizada nos municípios de João Lisboa, Senador La Roque e Amarante do Maranhão.

O Desembargador Federal da União, João Batista Moreira decretou a posse ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) com base no artigo 71, lei de n° 9.760/46, que protege o patrimônio público, determinando o despejo dos fazendeiros sem qualquer direito a indenização e com o pagamento de uma multa ao Incra, com valor equivalente ao dos danos causados e que corresponda à quantidade de frutos colhidos indevidamente na área.

O mandato de reintegração de posse da gleba, exigindo o despejo imediato dos fazendeiros ocupantes da área, já havia sido assinado em 24 de junho deste ano, pelo juiz federal da Subseção Judiciária de Imperatriz, Lucas Rosendo de Araújo. Porém, a Policia Federal esperou pelo fim do período eleitoral para solicitar apoio policial e, assim, cumprir o mandato.

A área

Esta grande gleba foi palco de grandes massacres e assassinatos de posseiros nas décadas de 70 e 80 durante seu processo de grilagem, Trabalhadores que ali viviam foram expulsos e os que resistiram foram mortos. Muitos até hoje se encontram desaparecidos.

Hoje, a área encontra-se dividida em 12 "propriedades". Várias delas foram flagradas com trabalhadores em condições análogas a de escravidão e há mais de 15 anos os movimentos dos pequenos agricultores da região exigem a desapropriação dessas fazendas.

No mês de novembro de 2007, o MST ocupou com 120 famílias a Fazenda Cipó Cortado, parte da gleba, levando os outros fazendeiros a tentar despejar as famílias a força. Porém hoje, o número de trabalhadores sem-terra ali acampados subiu para 300 famílias.

Desde o inicio do ano um grupo de milícias se mantêm armado na sede da fazenda, a 1km do acampamento Roseli Nunes do MST.

Pressão popular

Duas das 12 propriedades que compõem o complexo estão ocupadas, além da Cipó. O MST o MLST mantêm ocupada, desde 2006, a fazenda Ouro Preto, em Amarante do Maranhão.

MST e outros movimentos articulam conjuntamente mais ocupações para a gleba, com objetivo de pressionar o cumprimento de reintegração de posse e garantir o assentamento de pelo menos duas mil famílias de trabalhadores rurais.

Segundo a Coordenação do MST, se concretizada a reintegração, será uma das maiores conquistas dos movimentos dos pequenos agricultores do estado nos últimos anos, dando possibilidades para a melhoria de vida de uma das regiões mais precárias do Maranhão.
Fonte: MST (www.mst.org.br)

Caravana mobiliza mato-grossenses para o Plano BR-163 Sustentável 28.10.08

28.10.08

Duas mobilizações marcaram o primeiro dia de viagem da caravana de Mato Grosso que está indo para Santarém participar do Seminário “Plano BR-163 Sustentável: Entraves, Desafios e Expectativas”, nos dias 30 e 31 de outubro. Na manhã de ontem, 27 de outubro, em Sinop, cerca de 30 pessoas distribuíram panfletos e conversaram com centenas de motoristas de veículos na rodovia Cuiabá-Santarém, mostrando que o mesmo movimento social que aprovou o Plano de Ações para a área de influência BR-163 do governo federal quer não só o asfalto mas, também, as outras 200 ações previstas.

Na parte da tarde, já em Guarantã do Norte, em uma audiência na Câmara Municipal do município, Nilfo Wandescheer, coordenador do Fórum Mato-grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento – FORMAD, explicou o Plano BR-163, que foi lançado em junho de 2006 mas até agora tem poucas ações executadas, em especial as reivindicações da sociedade civil. “Nós vamos cobrar agilidade dos governos estaduais do Pará e Mato Grosso e o Federal para chegarmos a um entendimento”, afirmou. “O povo não pode ficar novamente nessa angústia de não saber o que está acontecendo na nossa região.” Participaram da audiência vereadores, acadêmicos, representantes de sindicatos de trabalhadores rurais e patronais de Guarantã do Norte, Matupé e Peixoto de Azevedo. O vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura - Fetagri, Lecindo Pedro também esteve presente.

A caravana de Mato Grosso, com 30 pessoas entre assentados, agricultores familiares e militantes de ONGs e movimentos sociais é composta por pessoas dos municípios de Cuiabá, Jangada, Rosário Oeste, Diamantino, Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Vera, Alta Floresta, Carlinda, Matupá, Peixoto de Azevedo e Guarantã do Norte. Ela segue viagem no Pará, onde novas mobilizações devem ser feitas até a chegada em Santarém, no dia 29.

O seminário

O seminário “Plano BR-163 Sustentável: Entraves, Desafios e Expectativas” é promovido pelo Consórcio pelo Desenvolvimento Socioambiental da BR-163 (Condessa), com apoio dos projetos Fortalecimento da Participação Social no Plano da BR 163 (PROFOR) e Diálogos, o evento contará com a participação de representantes da sociedade civil de Mato Grosso e Pará (ribeirinhos, extrativistas, agricultores familiares, indígenas, quilombolas e ambientalistas) e dos governos federal, estadual e local.

A coordenação do Condessa é formada pelas entidades: Grupo de Trabalho Amazônico - GTA; Instituto Socioambiental (ISA), Instituto de Pesquisas Ambiental da Amazônia (IPAM), Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP), Federação dos Trabalhadores Rurais na Agricultura do Pará (FETAGRI-PA), Fórum Matogrossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento (FORMAD). A comissão local de apoio à organização do seminário é coordenada pelo Centro de Formação de Trabalhadores do Baixo Amazonas (CEFTBAM).

O projeto Diálogos é uma parceria entre o WWF-Brasil, o Instituto Centro Vida (ICV), o Centro de Cooperação Internacional Em Pesquisa Agronômica Para o Desenvolvimento (CIRAD), do governo francês, o Instituto de Pesquisas da Amazônia (IPAM) e o Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (CDS/UnB).

O PROFOR - Projeto de Fortalecimento da Participação Social no plano da BR 163, é financiado pelo Fundo Fiduciário das Florestas Tropicais (RTF) do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7) e administrado pelo Banco Mundial, com execução da Rede Grupo de Trabalho Amazônico (GTA)e Consórcio pelo Desenvolvimento Socioambiental da BR1 63 (CONDESSA). Em Mato Grosso e no Pará as atividades são executadas por instituições da sociedade civil membros com atuação reconhecida na área de influência da BR 163 nos dois estados.

Algumas das ações prioritárias do Plano BR-163 Sustentável para os movimentos sociais:

- Criar e implantar assentamentos em bases sustentáveis (PAF, PDS, PAE), Unidades de Conservação de Uso Sustentável, concessão de uso para moradores da várzea e resolver pendências em terras quilombolas;

- Realizar a regularização de posses até 500 ha, levantamento ocupacional em áreas públicas acima de 100 ha, recadastramento de imóveis e Identificação de grilagem em terras públicas, contando com força tarefa na região para o georeferenciamento e atividades afins;

- Identificar, demarcar e homologar Terras Indígenas, com realização de levantamentos etno-ecológicos;

- Articular o Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável com outras iniciativas;

- Pavimentar a BR 163, corrigir, fazer manutenção e conservação na BR 230;

- Ampliar oferta de energia pela extensão da rede e estimular fontes alternativas de energia em locais isolados;

- Ampliar a utilização de rádios para fins de formação e fortalecimento de redes sociais desburocratizando a legalização das rádios comunitárias;

- Fomentar a ampliação da capacidade de armazenamento voltada para a produção familiar;

- Fortalecer mecanismos de inserção no mercado local e regional de produtos agropecuários e florestais sustentáveis;

- Viabilizar programas de aquisição de alimentos e outros produtos dos pequenos produtores;

- Viabilizar as condições de crédito, microcrédito, e incentivos fiscais, desburocratizando o acesso para assentados e outros pequenos produtores para as atividades agrícolas sustentáveis;

- Fortalecer e ampliar as escolas agrotécnicas e casa familiares rurais;

- Realizar operações especiais de combate ao crime na BR-163, com patrulhamento ostensivo, controle do trânsito e resgate/socorro a acidentados na BR-163;

- Universalizar o atendimento do programa saúde da família;

- Implantar, ampliar ou promover melhorias no sistema público de abastecimento de água e esgotamento sanitário para prevenção e controle de agravos em municípios de até 30 mil habitantes;

- Ampliar o acesso ao Programa Bolsa Família, atingindo 50% das famílias em situação de extrema pobreza e pobreza, iniciando pelos municípios que a BR-163 atravessa.
Fonte: André Alves, Assessoria imprensa do Condessa

Mais detalhes do seminário, veja em Fique por dentro

Usinas querem crédito subsidiado para exportação 28.10.08

28.10.08

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) vai levar até o governo um pedido para subsidiar linhas de crédito de exportação para o setor sucroalcooleiro, a custos vigentes antes da crise, de acordo com informação do vice-presidente geral da Cosan, Pedro Mizutani.

Segundo ele, a entidade estaria alinhavando junto com o setor uma solicitação de crédito que seria levada até o governo. "Dois terços da produção brasileira de açúcar e 20% da produção de álcool do setor é exportada e estas linhas são essenciais para a sobrevivência do negócio. O setor é intensivo em capital", afirma Mizutani.

Segundo Mizutani, esta solicitação pode envolver recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "A necessidade de crédito está fazendo com que as usinas vendam o produto a preços baixos, provocando ainda mais pressão nas cotações", disse. Mizutani disse que o governo já acenou com a possibilidade de ajudar o setor exportador. "Agora, o governo tem que entender que o setor sucroalcooleiro é basicamente exportador", explica.

Ajuda a usinas está na pauta do governo, diz Bertone

O secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Vicente Bertone, disse que as medidas de auxílio ao setor sucroalcooleiro estão na "pauta" do governo. "Um pedido de ajuda ao setor está chegando agora ao ministério, mas a definição ainda depende de estudos", disse Bertone. Ele lembrou que a questão não depende só do Ministério da Agricultura.

Bertone observou que o setor sucroalcooleiro é mais um dentre vários que precisam de ajuda para superar a crise. "Além disso, o governo tem que analisar outras reivindicações, como a prorrogação das dívidas dos produtores e a demanda por crédito de custeio, já que os bancos não estão fazendo isto no momento", explica. Bertone afirmou que a prioridade do governo no momento é atender à demanda por crédito de custeio para o plantio da safra, para garantir a produção.

O secretário informou também que o zoneamento agrícola para cana-de-açúcar continua sendo elaborado. Ele diz que divulgação talvez ocorra no seminário de biocombustíveis, que será realizado em 17 de novembro em São Paulo. "Pode ser que até a data do seminário o presidente da República já tenha aprovado o zoneamento, mas não é uma certeza", afirmou.
Fonte: Eduardo Magossi, Agência Estado

Fontes limpas podem gerar indústria com faturamento de US$ 360 bi/ano, diz estudo Greenpeace 28.10.08

28.10.08

Metade da eletricidade consumida no mundo poderia ser gerada por fontes renováveis, diz a segunda edição do estudo [R]evolução Energética: Perspectivas para uma Energia Global Sustentável, lançado ontem (27) na Alemanha.

Atualmente, apenas 13% da demanda mundial de energia primária é suprida pelas fontes renováveis. De acordo com a pesquisa elaborada pelo Centro Aeroespacial da Alemanha, por encomenda do Greenpeace e da Comissão Européia de Energia Renovável (EREC, na sigla em inglês), investimentos intensivos em combustíveis renováveis poderiam resultar em uma indústria com faturamento de US$ 360 bilhões anuais.

Dentro do cenário traçado, as termelétricas fósseis desapareceriam, o que geraria uma economia de US$ 18 trilhões na compra de combustíveis fósseis - valor mais que suficiente para financiar o aumento das renováveis na matriz energética mundial.

A adoção de fontes alternativas de energia é fundamental para combater as mudanças climáticas, que já estão alterando ecossistemas e provocando cerca de 150 mil mortes por ano. Um aquecimento global médio de 2°C ameaçará milhões de pessoas com o aumento de fome, malária, inundações e escassez de água. O principal gás responsável pelo efeito estufa é o dióxido de carbono (CO2), produzido pela queima de combustíveis fósseis para a geração de eletricidade e transporte.

O cenário [R]evolução Energética tem como meta para 2050 a redução de 50% das emissões mundiais de CO2, em relação aos níveis de 1990, para manter o aumento da temperatura global abaixo de 2°C. A eficiência energética tem o papel principal na redução destas emissões. O estudo considera a adoção de padrões rígidos de eficiência, essenciais para a redução da demanda energética e também para a redução dos custos energéticos globais. Esta redução pode ser obtida em indústrias, residências e nos setores comercial e público.
Fonte: Greenpeace
Para ler o Resumo Executivo do estudo, em português, clique
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Para ler o estudo, em inglês, clique
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Boeing prevê uso de biocombustível em avião comercial em três anos 28.10.08

28.10.08

Londres - Biocombustíveis podem ser utilizados por aviões comerciais dentro de três anos, afirmou a empresa norte-americana Boeing Co., segundo reportagem do jornal britânico The Guardian. "Acreditamos que dentro de três ou cinco anos teremos aprovação para o uso comercial de biocombustíveis, ou possivelmente antes disso", afirmou Darrin Morgan, especialista ambiental da empresa. Ele acrescentou que os aviões não precisarão de modificação para utilizar uma mistura de biocombustível e querosene.

No entanto, colher matéria-prima suficiente para atender as necessidades da indústria é a maior barreira ao uso de biocombustíveis em grande escala, segundo a Boeing. Abastecer os 13 mil aviões comerciais do mundo com biocombustível produzido a partir de soja, por exemplo, exigiria que o equivalente a toda a parte continental da Europa fosse destinado à produção da oleaginosa.
Fonte: informações da Dow Jones, com Deise Vieira, Agência Estado

Fetag prepara mobilização contra preços baixos do leite no RS 28.10.08

28.10.08

Porto Alegre - A Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) do Rio Grande do Sul prepara uma mobilização, a partir de 6 de novembro, em protesto contra os preços baixos do leite no Estado. Conforme a entidade, os representantes da indústria não compareceram a uma reunião realizada hoje para discutir a situação. A Fetag representa mais de 80% dos produtores de leite do Estado.

Além do valor, a Fetag critica a diferença entre a cotação mínima e a máxima, que pode chegar a 120%, segundo a entidade, que pediu à Assembléia Legislativa a definição de parâmetros para regular a remuneração dos produtores.
Fonte: Sandra Hahn, Agência Estado

Ruralistas de MT condenam trabalho escravo e assinam protocolo com MPT para sua erradicação 27.10.08

27.10.08

O Ministério Público do Trabalho, Setec, Superintendência Regional do Trabalho (SRTE), Senar/MT-AR e Fetagri assinaram, nesta sexta-feira (24), um protocolo de intenções com entidades do setor produtivo de Mato Grosso - Famato, Aprosoja, Ampa e Acrimat - para desenvolver ações preventivas sobre trabalho em condições análogas a de escravo, de cunho educativo, por meio de palestras e visitas técnicas em propriedades rurais do Estado de Mato Grosso, com o intuito de esclarecer o empregador e o trabalhador das condições de trabalho no campo.

“Nós, produtores rurais nunca fomos a favor do trabalho análogo ao de escravo e não vamos aceitar esta modalidade no campo, por isso que hoje assinamos o protocolo de intenções juntos com estas entidades. Esta iniciativa é um momento histórico para o Estado e com certeza vamos trabalhar juntos para resolvermos as contendas”, destacou o presidente da Famato, Rui Prado.

O representante da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Paulo Sergio de Castilho, disse que o governo do Estado, no final do mês de julho esteve reunido com representantes do OIT para a implantação da agenda do "trabalho decente". Este é um projeto que apresenta algumas normas que servem como modelo de condições mínimas de trabalho. Castilho destacou algumas como: trabalho adequado remunerado, condições de liberdade, exercício pela equidade social e condição de segurança.

Ele disse que Mato Grosso será o segundo estado a implantar o 'sistema', se comparado com os países do Mercosul, o Brasil é o terceiro. Ele disse que no dia 28 de novembro está prevista a assinatura do memorando de entendimento entre o Governo do Estado, Ministério Público do Trabalho e a OIT. “Esta é uma agenda que não tem validade eleitoral. Ela é para ser implantada em longo prazo”. Castilho destacou que a Agenda foi elaborada num momento em que o Brasil passava por alto índice de desemprego. “A agenda veio como instrumento de geração de emprego e erradicação do trabalho escravo”, finalizou.

Protocolo
O protocolo possui oito cláusulas que reforçam a integração das entidades na elaboração de atividades em campo, cartilhas, folders na realização do rograma de valorização do trabalho rural. Iniciando as ações, no dia 14 de novembro, em Tangará da Serra, será realizaado o 1º seminário sobre a valorização do trabalho rural que envolverá, principalmente, trabalhadores do setor canavieiro, atividade produtiva prevalecente daquela região. O público foco nos seminários serão prefeituras, sindicatos rurais, produtores e trabalhadores rurais. Na região de Campo Verde, essa atividade acontecerá no dia 28 de novembro.

Para a representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Mato Grosso (Fetagri), Maria da Glória Borges da Silva, a assinatura do protocolo é só o início de um grande trabalho que o setor vem realizando. “Tenho certeza que esta parceria vai ser possível acabarmos com a imagem negativa que Mato Grosso carrega de trabalho análogo”[ao de escravo], enfatizou Maria da Glória, convocando a sociedade para auxiliar na divulgação do Programa. O diretor-secretário da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Ricardo Tomczyk, afirmou que o problema existente “só é possível de ser resolvido com a união de esforços”.

“A sociedade precisa entender o que de fato representa o trabalho análogo ao de escravo, e nós precisamos tomar muito cuidado, pois cada setor da cadeia produtiva tem suas peculiaridades, e isso precisa ser separado e adequado”, analisa o representante da Acrimat, Júlio César Ferraz. Ele ressaltou durante a solenidade de assinatura do protocolo, que as dificuldades que cada setor apresenta, precisam ser analisadas com critérios para que uma boa campanha e ação venham erradicar o trabalho análogo ao de escravo.
Fonte: Só Notícias/Leandro J. Nascimento

Opep determina corte na produção para tentar conter queda no preço do petróleo 27.10.08

27.10.08

Em uma tentativa de recuperar os preços do petróleo no mercado mundial, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiu na sexta feira (24) reduzir a produção em 1,5 milhão de barris de petróleo por dia - o que representa 3% da produção mundial. De acordo com o site da organização, a medida vale a partir de 1º de novembro e foi tomada em reunião dos países membros do grupo realizada em Viena.

Por enquanto, a medida não surtiu efeito: na tarde do anúncio da medida, sexta feira (24), a commodity apresentava queda de 5,8%, com preço de US$ 62,05. O preço do petróleo, que em julho passou de US$ 147, ontem fechou a US$ 65,92 no mercado de futuros de Londres.

O corte na produção será determinado de acordo com a produção de cada país. A Arábia Saudita vai deixar de produzir 466 mil barris por dia, o Irã vai reduzir a produção em 199 mil barris e os Emirados Árabes vão cortar a produção diária em 134 mil barris. Os países membros garantiram, no entanto, que vão assegurar o fornecimento de petróleo bruto para o mercado no volume exigido pelos consumidores.

A queda no preço do petróleo registrada nos últimos meses foi considerada pela Opep como um “colapso dramático sem precedentes em velocidade e magnitude”.

“Isso pode levar a níveis que possam pôr em perigo muitos projetos existentes e levar ao cancelamento ou atraso considerável de outros, possivelmente resultando em uma escassez no abastecimento”, alerta a entidade.

A organização considerou que a diminuição na procura de petróleo é resultado do excesso de fornecimento de óleo bruto no mercado. “Além disso, as previsões indicam que a queda na demanda irá se aprofundar, apesar da aproximação do inverno no hemisfério norte”, prevê a Opep.

A decisão será revista em um encontro marcado para o dia 17 de dezembro em Oran, na Argélia. Nesse meio tempo, a Opep irá monitorar o mercado para verificar o cumprimento das determinações.
Fonte: Sabrina Craide, repórter da Agência Brasil

Brasil espera que governo do Paraguai saiba “controlar excessos”, diz Amorim 27.10.08

27.10.08

O Brasil está acompanhando com atenção a situação dos brasileiros que vivem no Paraguai e espera que o governo do presidente Fernando Lugo consiga controlar possíveis excessos dos trabalhadores rurais que ameaçam atuar contra os produtores brasileiros, os chamados brasiguaios. Foi o que afirmou sexta feira (24) o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.

“As expressões que nós ouvimos das autoridades do governo são sempre tranquilizantes sobre as intenções deles, então a nossa expectativa é que eles tenham capacidade de controlar excessos”, disse o chanceler.

Na quinta feira (23) o Itamaraty já havia divulgado nota demonstrando preocupação com as notícias de ameaças feitas pelos camponeses paraguaios contra as propriedades onde estão trabalhadores brasileiros (veja em
Notícias Anteriores) . No entanto, na sexta (24), o ministro se mostrou confiante, dizendo que o governo espera que não haja mais conflitos.

Amorim disse também que o Brasil não vai discutir o mérito das reivindicações dos paraguaios, pois isso é algo que o próprio governo de Lugo deve resolver. “A questão é que tudo precisa ser feito com moderação e com respeito aos direitos humanos de todos, inclusive dos brasileiros que estão lá.”

Ele explicou que o governo brasileiro pode “fazer gestões” junto ao governo paraguaio. O ministro se referiu a grupos de trabalho que foram criados para tratar da situação das comunidades brasileiras no país vizinho.

Questionado sobre o andamento das negociações acerca da Usina Itaipu Binacional, Amorim falou que as negociações continuam. Sem dar detalhes, ele comentou sobre a existência de um grupo técnico e de um que cuida da parte financeira, que irá reunir-se hoje (27) para tratar da questão.

O presidente do Brasil "tem uma disposição muito positiva em encontrar soluções que sejam realistas, pragmáticas, mas ao mesmo tempo positivas, que ajudem o Paraguai dentro de uma visão de pleno respeito à soberania paraguaia, de compreensão das necessidades do Paraguai e dentro daquilo que nós podemos efetivamente fazer”, concluiu.
Fonte: Ana Luiza Zenker, repórter da Agência Brasil

MPF quer que Ibama assuma licenciamento ambiental de usina de etanol em Roraima 27.10.08

27.10.08

O Ministério Público Federal (MPF) em Roraima quer que o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) assuma de imediato todo o processo de licenciamento ambiental da usina de etanol Biocapital, que será instalada no município de Bonfim, na fronteira com a Guiana Inglesa.

O MPF já requereu, em ação civil pública protocolada na Justiça Federal, com pedido de liminar, a paralisação dos procedimentos de licenciamento que vem sendo feito pela Fundação Estadual de Meio Ambiente Ciência e Tecnologia (Femact).

O entendimento do Ministério Público é de que a Femact não tem competência para realizar o licenciamento porque a usina será instalada numa área próxima ao Rio Tacutu. No local seriam plantadas 75 mil hectares de canaviais, com forte impacto ambiental para a região ocupada por áreas indígenas e com conseqüências que vão além dos limites do território nacional.

De acordo com o MPF/RR, a resolução 237 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) define que “quando o impacto ambiental ultrapassa os limites territoriais do país ou é de âmbito regional, a competência é do Ibama”.

Na mesma ação, o Ministério Público pede que seja apurada a responsabilidade de funcionários da Femact e de representantes da Biocapital na emissão de licenciamento ambiental irregular.
Fonte: Aécio Amado, repórter da Agência Brasil

Crise derruba venda antecipada da produção agrícola, diz CNA 27.10.08

27.10.08

A saída das tradings do sistema de financiamento agrícola reduziu de forma significativa o volume da safra vendida antecipadamente, informou sexta feira (24) o presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner.

De acordo com ele, menos de 20% da safra 08/09 foi vendida até o momento, contra 45% na média em igual período de anos anteriores.

As tradings financiavam a safra por meio da compra antecipada da produção, mas reduziram a oferta de crédito por causa das fortes oscilações dos preços das commodities no mercado internacional no ano passado. Com a crise internacional, a oferta de crédito caiu mais ainda.

Durante o dia de ontem, representantes dos estados produtores de grãos estiveram reunidos em Brasília, na sede da CNA, para discutir os reflexos da crise financeira internacional para a safra que está sendo plantada. Schreiner disse que a expectativa é de queda de 5% a 7% na produção agrícola do País na safra. Ele disse que haverá menos uso de tecnologia, o que vai reduzir a produtividade. Até hoje (27), a CNA pretende encaminhar ao Ministério da Agricultura um estudo sobre os montantes necessários para essa finalidade.
Fonte: Diário de Cuiabá

Produtores rurais do DF conhecem técnicas de cultivo do palmito amazônico 27.10.08

27.10.08

Produtores rurais do Distrito Federal conheceram sábado passado (25) técnicas de plantação e cultivo da pupunha, um palmito originário da região Amazônica que se adapta às condições climáticas da Região Centro-Oeste. Os produtores também conheceram a primeira agroindústria de palmito do DF, que será responsável por fazer o processo de manufaturação do produto para comercialização.

O coordenador de operações da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), Rodrigo Marques, afirma que hoje grande parte do palmito consumido na região Centro-Oeste vem de fora. No Distrito Federal, todo o produto consumido vem de outros estados: “100% do palmito consumido no DF vem de fora e essa é a primeira agroindústria que a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] vai liberar aqui”, afirmou Marques.

Segundo ele, no DF, há cerca de 20 produtores cultivando palmito pupunha. Entretanto, a indústria mais perto fica em Anápolis (GO).

Entre esses produtores está Leandro Paulo Coelho que começou a plantar o palmito para diversificar sua produção. Ele acredita que terá um bom retorno financeiro com a comercialização.

Antônio Hernazio Pires planta mudas de pupunha na Bahia e diz que o mercado consumidor na região é bom. Segundo ele, a pupunha é uma espécie comercial e trará bons resultados financeiros aos produtores. Ele disse ainda que a planta pode viver por até 20 anos e que, durante todo esse tempo, é possível fazer extração do palmito.
Fonte: Roberta Lopes, repórter da Agência Brasil

Incertezas sobre recessão paralisam investimentos na AL 24.10.08

24.10.08
Comentário do editor:

Os repórteres do Financial Times constataram que não apenas no Brasil, mas em toda a América Latina, os grandiosos projetos de investimento, especialmente no setor energético, estão sendo paralisados e postergados devido ao elevado clima de incertezas acerca do futuro próximo, resultantes da crise financeira que se abateu nos Estados Unidos da América, espraiou-se para a União Européia, e agora chega aos chamados países "emergentes. No Brasil, várias empresas do agronegócio suspenderam e adiaram grandes projetos, conforme este Observatório já noticiou (veja em Notícias Anteriores, Outubro)
Diz esse jornal, hoje (24):


"Projetos de investimento no valor de bilhões de dólares estão sendo cancelados ou adiados por toda a América Latina, à medida que a turbulência financeira nos países industrializados lança sua longa sombra sobra as economias reais da região."
E seguem, dando detalhes:
"No México, o ministério das comunicações e transporte adiou o prazo para as empresas se candidatarem à licitação do Punta Colonet, o mais ambicioso projeto portuário na história mexicana. O projeto, que pretende se transformar em um dos maiores portos do mundo e rivalizar com o complexo portuário de Los Angeles-Long Beach, visa lidar com seis milhões de contêineres por ano e seu preço é calculado de US$ 6 bilhões.

Luis Téllez, o ministro do transporte, disse que o adiamento está diretamente relacionado à turbulência ao norte da fronteira. "As empresas que participam em licitações deste tipo estão tentando resolver como financiar seu capital de giro, como renovar as linhas de crédito, e todos seus esforços estão concentrados nestas coisas", disse.

O ministério de Téllez também adiou os planos para construção de um aeroporto de US$ 150 milhões para atender ao destino turístico de Tulum, na península Yucután. O ministro disse que a decisão também foi resultado das dificuldades das empresas com as linhas de crédito."

Lembra o jornal que "A desaceleração econômica nos Estados Unidos e na Europa reduziram a demanda por alguns produtos, levando a fortes quedas nos preços das commodities dos quais muitas economias latino-americanas são altamente dependentes. Além disso, a crise minou a confiança econômica."
Fonte: UOL, Financial Times, Tradução: George El Khouri Andolfato
Para ler o artigo completo, traduzido (assinantes do UOL),
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Para ler o artigo completo, livre, no Financial Times, em inglês,
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Casa Civil sinaliza socorro do governo ao setor sucroalcooleiro 24.10.08

24.10.08

Ribeirão Preto, SP- A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sinalizou ontem (23) que o governo poderá socorrer o setor sucroalcooleiro, altamente endividado e sem crédito para refinanciamentos, após um boom de expansão iniciado em 2003. A junção das crises de liquidez mundial e dos preços não remuneradores do açúcar e do álcool, muitas companhias adiaram projetos de novas unidades, o que ameaça o investimento de US$ 33 bilhões estimado pelo setor para novas usinas até 2012. "Se ele (setor sucroalcooleiro) procurar (o governo) e mostrar onde está o problema de crédito dele, seguramente (poderá receber ajuda)", disse Dilma após palestra para empresários em São José do Rio Preto, interior paulista.

No entanto, a ministra deixou claro que o governo vai ser criterioso na possível ajuda aos usineiros e afirmou que as companhias precisam, primeiro, tentar resolver os problemas financeiros com os bancos privados, bem como solicitar que estes liberem o dinheiro captado com a redução do depósitos compulsórios junto ao Banco Central. "Nós achamos importantíssimo a presença dos bancos privados nesse momento. Achamos que os bancos privados com a liberação do compulsório têm de emprestar. Não há porque o Brasil assumir um risco de crédito que não é dele e não pode haver esse contágio por efeito de demonstração", disse a ministra.

Além da ameaça aos novos projetos, a crise financeira mundial fez com que muitas companhias chegassem a situações críticas, com a falta de capital de giro para os compromissos diários, atraso no pagamento de fornecedores de cana-de-açúcar e ainda a impossibilidade sequer de renegociação das dívidas de curto prazo.

A indústria de base do segmento de açúcar, álcool e energia fala em 30% de inadimplência ou adiamento de entregas de encomendas contratadas, o que motivou um encontro hoje na cidade paulista de Sertãozinho, principal pólo das "fábricas de usinas" do País. O encontro deve gerar uma carta elaborada por representantes de toda a cadeia sucroalcooleira, a ser entregue ao governo na próxima semana em Brasília.
Fonte: Gustavo Porto, Agência Estado

Mais ajuda ao agronegócio: SP pode ampliar créditos de ICMS a frigoríficos e sucroalcooleira 24.10.08

24.10.08

São Paulo - O governo do Estado de São Paulo estuda três projetos pontuais para liberar ao menos R$ 465 milhões em créditos retidos de exportação do Imposto de Circulação sobre Mercadorias e Serviços (ICMS) para financiar e dar capital de giro aos grupos frigoríficos Bertin e Minerva e à companhia sucroalcooleira Açúcar Guarani. Com a escassez de recursos após a crise internacional, as companhias pediram, nos processos já protocolados na Secretaria da Fazenda de São Paulo, a liberação mensal acima dos R$ 4 milhões autorizados em créditos do ICMS retidos.

O Grupo Bertin, por exemplo, que tem R$ 260 milhões em créditos, pediu R$ 225 milhões divididos em parcelas mensais de R$ 12,5 milhões, ao longo de um ano e meio. Os recursos seriam investidos no projeto de ampliação da unidade de Lins (SP), sede do frigorífico, para finalizar a construção de uma linha de pratos prontos. O Minerva, com sede em Barretos (SP), solicitou em torno de R$ 120 milhões para serem injetados na joint venture com a irlandesa Dawn Farms Food, na cidade.

Já a Açúcar Guarani também pediu a liberação de R$ 120 milhões ao governo paulista. A empresa pretende aplicar o recurso no projeto de ampliação da estrutura de co-geração de energia elétrica de uma de suas unidades sucroalcooleiras. A resposta do governo é aguardada para até o início de novembro.
Fonte: informações do jornal O Estado de S.Paulo

Governo manifesta preocupação com ameaças contra brasileiros no Paraguai

24.10.08

O governo brasileiro manifestou preocupação com ameaças de violência feitas por camponeses paraguaios contra comunidades brasileiras que vivem no país vizinho. Segundo comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores, as ameaças aos brasileiros estão sendo feitas se não se iniciar de imediato um programa de reforma agrária no Paraguai.

“A existência de ameaças e manifestações de animosidade contra comunidades brasileiras têm sido objeto de manifestações de apreensão por parte das autoridades brasileiras”, diz a nota do Itamaraty, ao lembrar que o assunto já havia sido mencionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a visita do presidente paraguaio, Fernando Lugo, a Brasília em setembro.

O Itamaraty informou que a situação migratória e fundiária das comunidades brasileiras no Paraguai tem sido objeto de entendimentos bilaterais por meio de iniciativas das respectivas chancelarias e que o governo brasileiro reitera disposição de cooperar com Lugo em programas sociais que contribuam para melhorar a situação no campo.

Na última terça-feira (21), de acordo com a agência BBC Brasil, camponeses sem terra paraguaios deram prazo de 72 horas para que o governo ordene a expulsão de fazendeiros brasileiros que ocupam terras destinadas à reforma agrária.

Cerca de 300 mil brasiguaios vivem hoje na fronteira comum entre os dois países, 80% deles dedicados à lavoura da soja. A reforma agrária é uma das principais promessas do atual presidente paraguaio.
Fonte: Paula Laboissière, repórter da Agência Brasil

Para Itamaraty, Lugo pode fazer pouco por brasiguaios 24.10.08

24.10.08

O Itamaraty avalia que o presidente paraguaio, Fernando Lugo, está de mãos atadas e não tem como contornar as ameaças dos movimentos camponeses de expulsar do país os agricultores brasileiros. Os diplomatas calculam, também, que uma possível onda de violência nos Departamentos de San Pedro e do Alto Paraná resultará na morte de cidadãos brasileiros.

Para diplomatas que acompanham a situação no Paraguai, Lugo enfrenta um grave conflito político interno neste início de mandato. A preservação das atuais bases da relação bilateral ou a sua deterioração em uma crise diplomática será resultado direto de sua capacidade de dissipar a situação interna.

Nos cálculos do Itamaraty, cerca de 200 mil brasileiros estão sem nenhuma condição de se defender, em caso de invasões e outros atos de violência que possam ser desencadeados pelos movimentos de camponeses sem-terra do Paraguai. Os brasileiros são proprietários de minifúndios e fazendas de soja, muitos dos quais se instalaram no Paraguai nos anos 70 e têm filhos nascidos no país - reconhecidos como cidadãos do Brasil.

Os poucos latifundiários brasileiros, ainda mais ameaçados, podem acirrar a violência com a reação de grupos armados. O contingente brasileiro na zona rural é responsável pela quase totalidade da produção de soja do país, que alcançará cerca de 6,8 milhões de toneladas na safra 2008-2009.
Fonte: informações do jornal O Estado de S. Paulo

Crescem casos de alergia a alimentos, dizem especialistas 24.10.08

24.10.08

Especialistas estimam que entre 4% e 8% das crianças e de 2% a 4% dos adultos têm algum tipo de alergia e esse número vem crescendo. O aumento e por quais razões os casos vêm ocorrendo estarão entre os principais temas do 35º Congresso Brasileiro de Alergia e Imunopatologia, que será realizado de 1º a 5 de novembro em Porto Alegre (RS).

Além do crescimento do número de médicos ligados à área e da melhora dos exames, que hoje são capazes de diagnosticar mais de 200 tipos de alergia, têm chegado aos consultórios mais casos de intolerância alimentar, provocados principalmente pelo glúten, corantes, flavolizantes, conservantes e antioxidantes.

Os alimentos que mais causam alergia nas crianças são leite de vaca, clara de ovo, trigo, soja e peixe. Crianças em idade escolar ou na adolescência costumam manifestar alergias também a frutos do mar. As manifestações podem ser digestivas, respiratórias ou generalizadas. “Quanto mais cedo a alergia se manifestar maiores são as chances de ela desaparecer até a criança chegar à idade adulta”, disse o alergista Evandro Prado, presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai).

Os casos podem ser leves, como as alergias que passam conforme a criança cresce, ou de intolerância grave. As alterações de fatores ambientais, como o aumento dos poluentes, e o estilo de vida, com alimentação calórica e hábitos sedentários, podem ter conduzido ao crescente desenvolvimento de doenças alérgicas.
Fonte: informações do jornal O Estado de S. Paulo

Produtores querem incluir orgânicos no cardápio da Copa de 2014 24.10.08

24.10.08

A Copa do Mundo de 2014 pode representar uma oportunidade-chave para a agricultura orgânica nacional. Por isso, empresários e agricultores do setor vão pedir à organização do evento e ao governo federal a inclusão dos alimentos ambientalmente sustentáveis no cardápio que será servido durante o encontro esportivo.

As informações são de Maria Beatriz Costa, uma das organizadoras das feiras BioFach América Latina e ExpoSustentat, que estão sendo realizadas na capital paulista. Segundo ela, um grupo para negociar a possibilidade com as autoridades será lançado no próximo sábado.

“Seria um avanço e tanto para o setor”, disse ela. “O governo federal já mostrou que está do lado dos produtores. Vamos negociar a inclusão.”

Outro assunto em debate no encontro será a inclusão de alimentos orgânicos na merenda escolar e o papel das merendeiras no processo. “As merendeiras têm um papel fundamental neste processo. Elas poderiam começar isso fazendo hortas nas escolas e usando hortaliças e temperos orgânicos produzidos ali mesmo”, destacou a organizadora.

Segundo ela, as iniciativas podem disseminar o consumo dos orgânicos produzidos no país, estimado em US$ 700 milhões (R$ 1,6 bilhão) por ano. Atualmente, cerca de 70% da produção nacional do segmento é exportada, fazendo do Brasil o responsável por cerca de 1,75% do mercado mundial de orgânicos que movimenta US$ 40 bilhões (R$ 92 bilhões) anualmente.

Na avaliação de Maria Beatriz, o mercado brasileiro vem crescendo muito, em média 20% por ano, mas especialistas do setor acreditam que só a promoção dos orgânicos pode fazer com que os produtos sejam comercializados no Brasil em proporções semelhantes às registradas na Alemanha, que tem um dos mercados mais desenvolvidos nessa área.

Para Ming Chão Liu, gerente do projeto Organics Brasil, que auxilia na adequação dos produtos brasileiros para exportação, o consumidor precisa entender o que existe por trás da produção dos orgânicos: “Comprometimento com recursos naturais, com o não-desperdício e com a valorização do trabalho". E acrescentou: “Os orgânicos nunca serão mais baratos que os produtos convencionais, mas podem ser uma alternativa para boa parte da população.”
Fonte: Vinicius Konchinski, repórter da Agência Brasil

País deve responder por 70% do mercado mundial de carnes em dez anos 24.10.08

24.10.08
Afirma ministro da Agricultura, que garante safra 2008/9

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, disse ontem (23) que projeções feitas por técnicos da pasta indicam que em dez anos o Brasil deve responder por 70% do mercado mundial de carnes. As exportações brasileiras de carnes, em 2007, chegaram a U$ 11,295 bilhões, perdendo apenas para soja e derivados (U$ 11,381 bilhões) como produto de maior importância na balança comercial do agronegócio.

Stephanes destacou que as projeções não se fundamentam em “cenários futuros”, mas em metodologias baseadas em uma série histórica que engloba os últimos 30 anos.

Ao se referir à crise financeira internacional, o ministro disse que "é mais fácil prever o que vai acontecer daqui a dez anos do que o que vai acontecer no próximo ano".

Safra está garantida, assegura Stephanes
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, também afirmou ontem (23) que a safra 2008/2009 está garantida. Segundo ele, aproximadamente 80% dos agricultores estão em condições de plantio e com crédito.

Stephanes adiantou que se for preciso o governo pode liberar mais crédito para o setor. "Nós estamos acompanhando dia-a- dia o que está acontecendo em relação ao plantio, e à medida que se comprovar necessidade de crédito, efetivamente vamos tomar decisões", disse.

O ministro reconheceu que existem questões "residuais", principalmente na Região Centro-Oeste, onde agricultores estão com dificuldades para financiar o plantio. Stephanes informou que enviou uma equipe para visitar diferentes regiões do estado de Mato Grosso, considerado o que está em situação mais crítica.

"Possivelmente poderemos ter outras medidas, dependendo do quadro de plantio e de necessidades que se mostrarem no estado", disse.

Para Stephanes, o único fator que não se pode prever é o climático. "No ano passado tivemos condição excepcional de clima, mas em termos de intenção de plantio está demonstrado que vamos repetir a área e que a produção deverá ser boa e, de forma geral, as condições meteorológicas até janeiro serão normais".
Fonte: Danilo Macedo, repórter da Agência Brasil

Outro lado: falta de crédito pode comprometer safra agrícola, avalia CNA 24.10.08

24.10.08

Representantes de dez federações ligadas à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reclamaram ontem (23) que os recursos anunciados pelo governo para a agricultura ainda não chegaram ao produtor, e que as dificuldades para a obtenção de crédito, principalmente para a compra de insumos, está latente.

“Não conseguimos achar, em todo o Brasil, um produtor que tenha conseguido acesso ao crédito anunciado. Com isso, dá para projetarmos uma queda superior a 5% para a próxima safra”, afirmou o presidente da Comissão de Grãos e Oleaginosas da CNA, José Mário Schreiner. “O governo precisa urgentemente fazer com que as medidas cheguem ao campo porque há dificuldade para a renovação de créditos em todos os bancos”.

Segundo os dirigentes da CNA, para muitos produtores o crédito é a única forma de conseguir recursos para a compra de insumos, como fertilizantes, defensivos agrícolas e adubo. De acordo com dados apresentados pela entidade, 20% dos produtores ainda não compraram insumos. “Nosso setor está sentindo na pele a falta de liquidez no mercado”, disse Schreiner.

“Só nos restam duas opções. Diminuir a área plantada ou diminuir a tecnologia aplicada, o que não consideramos adequado em função do risco que implicaria para a queda na produtividade ou mesmo a perda da safra. Pragas como a ferrugem de soja podem levar 60% da produção de uma hora para outra”, argumentou.

Foi justamente a ferrugem de soja que fez José Carlos Salvalage, agricultor de Cristalina (GO), perder toda a plantação. Sem a colheita, Salvalage não pôde pagar os empréstimos que havia obtido junto a um banco. “Restam apenas cinco dias para eu começar a plantar e até agora só consegui as sementes. Preciso de crédito para comprar adubo, mas os bancos dizem que meu limite esgotou”, disse o agricultor, que foi apresentado pela CNA para falar sobre sua situação.

O cenário previsto pela CNA não é dos mais animadores. “A próxima safra custará 50% a mais do que a última, e o valor das commodities estará em baixa. A coisa pode ficar ainda pior, porque o período de plantio está passando”, assinalou.
Fonte: Pedro Peduzzi, repórter da Agência Brasil

Brasil mostra a riqueza e diversidade de sua "Slow Food" na Itália 23.10.08

23.10.08
A biodiversidade ambiental, cultural e social da agricultura familiar brasileira terá destaque na Mostra da Agricultura Familiar do Brasil, montada com apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no Salone del Gusto, que acontece a partir de hoje (23) em Turim, na Itália. O evento é a maior feira mundial do movimento Slow Food aberta ao público e deve receber 250 mil visitantes até o próximo dia 27.

Nos cinco dias de atividades, serão apresentados 22 produtos genuinamente brasileiros e de alto potencial gastronômico. Açaí, baru, guaraná nativo, pequi, pinhão e buriti são alguns dos frutos brasileiros, entre outros produtos a serem mostrados em quinze empreendimentos apoiados pela Fundação Slow Food para Biodiversidade.

Terra Madre

As atividades do Salone del Gusto ocorrem paralelamente à realização do Terra Madre, encontro mundial que funcionará, entre 24 e 27 de outubro, como um grande fórum internacional para discussão do papel da alimentação e seu impacto econômico, ambiental, social e cultural entre as pessoas. Mais de 150 países estarão representados neste debate, que terá a participação de aproximadamente 9 mil pessoas, entre pesquisadores, gastrônomos e palestrantes reunidos em Turim.

Cinqüenta e uma comunidades brasileiras participam do Terra Madre. Elas são constituídas por agricultores, criadores, pescadores e produtores artesanais de alimentos. O grupo tem características comuns ligadas à qualidade e sustentabilidade das suas produções. Participam também da delegação brasileira, além dos representantes das comunidades que já estão no movimento Terra Madre, 13 chefs de cozinha, 13 representantes de universidades e 15 estudantes do Movimento Jovem pelo Alimento (Youth Food Movement). Segurança alimentar, alterações climáticas, economia local, sementes e biopirataria, além da experiência do MDA no apoio à agricultura familiar, são alguns exemplos de temas a serem debatidos por esse Fórum Internacional

O secretário de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Humberto Oliveira, participará da abertura oficial do Terra Madre, marcada para amanhã (24). Ele avalia que a participação do Brasil nos dois encontros demonstra o empenho do governo federal em valorizar a produção tradicional do trabalhador rural. “Queremos combater a pobreza não apenas dando um prato de comida, mas valorizando culturalmente e economicamente as atividades do campo. Por isso, reconhecemos a importância do produtor brasileiro e trabalhamos para ver o homem do campo cada vez mais protagonista de seu destino”, afirma.
Outras informações sobre os produtos e exposiotores da feira, além de deliciosas receitas, estão no catálogo "Brasil no Salone del Gusto”, disponível para download no site http://www.slowfoodbrasil.com/content/view/253/95/.
Fonte: sítio do Ministério do Desenvovimento Agrário -MDA

Etanol causa prejuízos bilionários a investidores dos Estados Unidos 23.10.08

23.10.08

"Investidores, como Bill Gates, da Microsoft, amargaram prejuízos de bilhões de dólares após apostarem na indústria do etanol produzido a partir de milho, uma fórmula que George W. Bush adotou como a resposta aos problemas energéticos dos Estados Unidos.

Segundo uma análise do "Financial Times", seis dos maiores produtores de etanol que fizeram ofertas públicas de ações nos Estados Unidos perderam mais de US$ 8,7 bilhões em valor de mercado no período entre o apogeu do setor, em meados de 2006, e o início deste mês. O boom no setor de etanol ocorreu após uma lei de 2005 que exigiu que as refinarias misturassem bilhões de litros de biocombustível aos combustíveis derivados de petróleo.

Os investidores que compraram e mantiveram, devido às expectativas de lucros, ações de empresas como a Avetine Renewables, VeraSun Energy e outras produtoras de etanol que fizeram ofertas públicas de ações após 2005, viram o valor desses papéis desabar até 90% em relação ao preço inicial, apesar dos bilhões de dólares desembolsados pelo governo norte-americano para apoiar o setor.

Entre os perdedores desta onda frenética de investimentos no etanol, que alguns compararam à mania "pontocom" do final da década de 1990, estão nomes famosos, como Bill Gates, o fundador da Microsoft. A sua firma privada de investimentos perdeu milhões de dólares com a aposta feita em 2005 em uma companhia chamada Pacific Ethanol. A firma de Bill Gates, a Cascade Investments, não retornou a ligação da reportagem para fazer comentários.
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Os prejuízos dos investidores ocorrem no momento em que os contribuintes pagam bilhões de dólares para apoiar a indústria do etanol. Mais de US$ 11,2 bilhões foram gastos desde 2005 em isenções fiscais para companhias que misturam etanol aos combustíveis derivados de petróleo. E outros bilhões foram usados para o pagamento de subsídios estatais e federais diretos à produção de etanol dos Estados Unidos.
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"O que estamos vendo é uma indústria que custou US$ 80 bilhões para chegar a este ponto", afirma Bob Starkey, analista do setor de combustíveis do Jim Jordan & Associates, um grupo de pesquisas em Houston.
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No entanto, o etanol desapontou muita gente que via nele um produto maravilhoso que poderia reduzir a dependência norte-americana do petróleo estrangeiro e, ao mesmo tempo, diminuir a poluição. E o pior é que um número cada vez maior de críticos influentes afirma agora que o etanol contribuiu para a elevação dos preços dos alimentos."
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Tradução: UOL
Fonte: Kevin Allison, em São Francisco (EUA), Stephanie Kirchgaessner, em Nova York (EUA), Financial Times
Para ler a notícia completa (para assinantes da UOL) vá a
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/fintimes/2008/10/22/ult579u2612.jhtm

Projeções para área de soja recuam, mas plantio será superior ao da última safra

23.10.08

Em seu primeiro levantamento de campo realizado depois do início do plantio da safra 2008/09, a Agência Rural reduziu sua projeção da área de cultivo de soja no país na comparação com a estimativa apresentada em julho. Mesmo com o decréscimo, a previsão ainda é de aumento de área na comparação com a safra 2007/08.

Segundo os novos números, a soja deverá ocupar 22 milhões de hectares, projeção praticamente idêntica à feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) - a previsão anterior era de 22,58 milhões de hectares. Se efetivada, a área será 3% superior aos 21,31 milhões de hectares da safra 2007/08.

A queda das cotações da oleaginosa na bolsa de Chicago e o aperto na oferta de crédito, que dificultou as compras de insumos pelos agricultores - especialmente nas regiões de Cerrado do Centro-Oeste, que tem solo mais pobre e necessita mais de fertilizantes -, justificam a redução na previsão, segundo a Agência Rural. Ontem, na bolsa de Chicago, os contratos de soja para janeiro de 2009 caíram 25,50 cents, para US$ 9,1525 por bushel.

A projeção de produtividade também foi revista para baixo, especialmente em virtude do desempenho esperado para as lavouras de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul.

Em vez das 47,33 sacas por hectare estimadas em julho, a previsão agora é de produtividade de 46,83 sacas por hectare. No Centro-Oeste, a produtividade estimada é de 50 sacas por hectare, abaixo das 52,41 sacas por hectare da safra 2007/08.

A Agência Rural prevê produção total de soja no país de 61,81 milhões de toneladas na safra 2008/09, ou 3% maior que as 60 milhões de toneladas do ciclo anterior. Haverá queda na produção apenas em três Estados - Mato Grosso, Bahia e Piauí - segundo o levantamento. Em Mato Grosso, com o decréscimo esperado de 2,5%, a produção esperada é de 17,4 milhões de toneladas.
Fonte: Valor Econômico

Ministério da Agricultura embarga duas empresas de fertilizantes 23.10.08

23.10.08

O Ministério da Agricultura embargou duas empresas de fertilizantes, uma do Paraná e outra de São Paulo, por falta de registro e por apresentarem equipamentos com defeito. A ação faz parte da operação que fiscalizou 102 empresas do setor nas principais regiões produtoras do país. As informações constam de nota divulgada ontem (22) pelo ministério.

Entre os dias 6 e 10 de outubro, as Superintendências Federais de Agricultura fiscalizaram empresas de fertilizantes no Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Maranhão, em São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e na Bahia. Segundo a assessoria do Ministério da Agricultura, a intensificação da fiscalização ocorre todos os anos no mesmo período, quando se inicia o plantio e, conseqüentemente, as vendas de fertilizantes costumam aumentar.

As duas empresas embargadas terão, a partir de agora, prazo de até 60 dias para corrigir os problemas apontados. Outras 31 empresas foram autuadas e dez produtos foram apreendidos, num volume aproximado de 1,5 mil toneladas. Elas também têm até 60 dias para regularizar os produtos que serão liberados para o mercado.

A fiscalização feita nos 12 estados coletou um total de 554 amostras de fertilizantes que foram analisadas nos laboratórios oficiais credenciados no Ministério da Agricultura. Elas serviram para avaliar a qualidade dos produtos oferecidos pelas empresas aos produtores rurais.
Fonte: Danilo Macedo, repórter da Agência Brasil

Frigoríficos serão treinados para fazer 'abate humanitário' 23.10.08

23.10.08

São Paulo - Os frigoríficos brasileiros vão receber treinamento para evitar maus-tratos aos animais de corte. Como se tornam, cada vez mais, uma exigência dos importadores de carne, os programas de abate humanitário - realizado de forma a minimizar o sofrimento dos animais - devem ganhar espaço entre frigoríficos de diversos portes.

Um convênio assinado entre o Ministério da Agricultura, entidades do setor de carnes e a Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA) já começou a treinar fiscais para inspecionar e treinar produtores de carne bovina, suína e de frangos no País. Em Santa Catarina, grande produtor de frangos e suínos, 200 frigoríficos farão parte do programa, que será estendido ao Paraná e São Paulo.

"A questão do abate humanitário vem ganhando espaço, e queremos antecipar a demanda dos consumidores mais exigentes. Isso pode ser a chave para a competitividade no futuro", diz Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs, entidade que representa os produtores de carne suína. A idéia é que o setor produtivo se antecipe a futuras barreiras não-tarifárias ao produto brasileiro.

Entre os exportadores de carne bovina, as questões de bem-estar animal já vêm sendo observadas. Pressionados por consumidores e entidades de defesa dos animais, as cadeias de fast food e supermercados europeus começaram a exigir o selo de "bem-estar animal" na carne que compram do Brasil. Isso fez com que grandes grupos, como Marfrig, Bertin, Seara e Perdigão, estruturassem áreas inteiras só para cuidar do assunto.

Além de evitar o sofrimento dos animais, o movimento pode reduzir perdas. Ao sofrer maus-tratos no processo de abate, os animais liberam toxinas que alteram o PH (índice de acidez) da carne. Quanto mais alto o PH, pior a qualidade. "Quando o animal sofre lesões, como hematomas e fraturas, a carne fica imprópria para consumo, o que traz prejuízos para o produtor", diz Charlí Ludtke, coordenadora da WSPA.
Fonte: informações do jornal O Estado de S.Paulo

Governo Paraguaio recupera terras para implementar a reforma agrária 23.10.08

23.10.08

Assunção - Como parte de um novo plano de reforma agrária, uma agência governamental confirmou hoje que recuperou 380 hectares de terras para uso em reforma agrária que estavam irregularmente em poder de um fazendeiro paraguaio e de um colono brasileiro. Os terrenos serão distribuídos para agricultores sem-terra. Apesar disso, um grupo de colonos brasileiros pediu ajuda ao consulado do País em Ciudad del Este, 320 quilômetros a leste da capital, sob alegação de que suas fazendas de soja estão ameaçadas de invasão pelos sem-terra.

Héctor Cristaldo, presidente da União de Grêmios da Produção, assegurou que "faz um mês os colegas do Alto Paraná não podem colher 80 mil hectares de soja, porque os campesinos proíbem que os operadores de tratores realizem seu trabalho". Alberto Alderete, diretor do estatal Instituto de Desenvolvimento Rural e da Terra (Indert), disse ontem que "pela via administrativa recuperamos 280 hectares no distrito Corpus Christi, departamento de Kanindeyú (600 quilômetros a nordeste de Assunção)".

A fazenda, dedicada ao cultivo da soja, era de propriedade do paraguaio Alcides González, segundo Alderete. O diretor do Indert afirmou que González adquiriu um lote agrícola (10 hectares) de um campesino beneficiado pela reforma agrária. "Esse negócio foi ilegal", sustentou. Alderete também afirmou que outra propriedade, de 100 hectares, foi retomada de um colono brasileiro cuja identidade não soube precisar, no distrito Puente Kyjhá, em Kanindeyú. "Os estrangeiros que obtiveram a titulação de suas propriedades antes de 29 de dezembro de 2004 não serão desalojados", ressaltou.

Já no departamento (Estado) de San Pedro, 340 quilômetros ao norte, um grupo de 100 sem-terra invadiu hoje a fazenda do brasileiro Evandro Araújo, de 70 mil hectares, segundo o advogado Felino Amarilla. O advogado denunciou também a ocupação de sua própria fazenda, na mesma região. "No ano 2000 Araújo presenteou com 5 mil hectares outros campesinos que entraram em sua propriedade, mas agora querem tirar dele uma área similar", afirmou Amarilla. Fonte: Associated Press, com Agência Estado

Coréia do Sul encontra melamina em produtos chineses com ovo 23.10.08

23.10.08

Seul, Coréia do Sul - A Coréia do Sul informou ontem (22) que o produto químico melamina foi encontrado em cinco produtos com ovo em sua fórmula importados da China. A melamina é a mesma substância encontrada no leite em pó produzido pelos chineses, no escândalo que deixou quatro bebês mortos e mais de 54 mil crianças doentes.

Segundo o Ministério de Agricultura sul-coreano, os níveis de melamina nos produtos variam entre 0,1 e 4 partes por milhão. A agência norte-americana que atua nessa área - Food and Drug Administration (FDA) - afirmou que pequenas quantidades dessa substância, de até 2,5 partes por milhão, não trazem perigo. Apenas um dos cinco produtos com ovo detectados com melamina na Coréia do Sul apresentava níveis da substância maior que o recomendado.

O ministério proibiu a importação dos produtos e destruiria os já importados. A melamina pode causar pedras nos rins e até a morte por falência renal. No mês passado, a Coréia do Sul anunciou a suspensão da importação de produtos do setor de laticínios da China.

Macau

O governo de Macau informou que outros três casos de crianças com pedras nos rins por causa de melamina foram detectados. Elas consumiram leite em pó contaminado. Com os novos casos, sobe para sete o número de crianças doentes por causa do componente químico nessa região. Em Hong Kong, foram registrados dez casos de crianças doentes.

O Wal-Mart, maior varejista do mundo, anunciou que terá novos padrões de qualidade para seus fornecedores. As medidas mais rígidas parecem estar relacionadas ao escândalo envolvendo o leite chinês. A Organização das Nações Unidas divulgou um relatório hoje no qual recomenda à China que tome mais cuidado com áreas de risco do setor de alimentos.
Fonte: Associated Press, com Agência Estado

França vai cortar subsídio ao etanol: ajuda aos produtores começa a ser reduzida em 2009 e acaba em 2012 22.10.08

22.10.08
O governo da França anunciou que vai cortar os subsídios à produção do etanol. Em seu orçamento para 2009, o presidente francês da França, Nicolas Sarzoky, indica uma redução dos subsídios até que seja totalmente eliminado em 2012. A decisão é uma das primeiras em toda a Europa e reduz as distorções no mercado.

Nos últimos meses, a ONU e sua agência para agricultura e alimentação (FAO) vêm alertando para os efeitos nocivos dos subsídios que, apenas nos países ricos, atingem US$ 13 bilhões por ano. Os recursos acabam distorcendo os mercados e afetando os competidores da produção européia.

Ao que tudo indica, o etanol produzido no Brasil poderá vir a se beneficiar dessa medida. Apesar de ser mais competitivo, o produto brasileiro não tem conseguido avançar no mercado europeu diante das barreiras comerciais e dos subsídios que incentivam a produção local.

A proposta, que já foi aprovada no Comitê de Finanças do Parlamento francês e aguarda aprovação da Assembléia Nacional, indica que a ajuda fiscal ao etanol deve cair de 27 centavos de euros por litro em 2008 para 17 centavos em 2009. Em 2003, a ajuda chegava a 50 centavos de euro por litro. A queda foi de 40% em apenas seis anos e o governo espera economizar US$ 400 milhões apenas em 2009 com o corte de subsídios.

Os produtores alegam que uma ajuda inferior a 21 centavos de euro tornará o produto inviável. Para Alain d'Anselme, presidente do Sindicato Nacional de Produtores de Álcool, as conseqüências da queda dos subsídios serão "catastróficas". Na França, o etanol é produzido com cereais ou açúcar de beterraba.

Os subsídios continuariam a cair até sua eliminação, em 2012. Para o sindicato de produtores, trata-se de uma "morte programada". Os produtores estimam que terão de demitir 25 mil pessoas. O setor alega que investiu US$ 1 bilhão nos últimos anos.

Sustentabilidade ambiental
Na avaliação dos especialistas internacionais, os subsídios tornam a produção do etanol ambientalmente insustentável. O governo francês alerta que, ao subsidiar o etanol, as autoridades estão indiretamente forçando um preço mais alto para as commodities. Ele também indicou que as multas que estão sendo impostas a empresas que vendem gasolina sem a misturem com o etanol são altas o bastante para que sirvam como incentivo ao setor. Hoje, 5% de etanol precisa estar misturada à gasolina. Até 2010, deverá atingir 10%.

Em termos ambientais, o impacto dos subsídios também é negativo, já que estaria promovendo a produção de um combustível que não é competitivo e gera mais emissões de CO2 para sua fabricação que a gasolina. Os subsídios ainda incentivariam um maior desmatamento de área que deveriam ser mantidas como protegidas.

Analistas já apontam que haverá alta nas exportações brasileiras para a Europa, já que poderão competir em melhor situação com o etanol local. Em quatro anos, as importações européias aumentaram cinco vezes, passando de 3 milhões de hectolitros para mais de 14 milhões em 2008.

Brasil pode ganhar mercado
O Brasil é responsável por 70% desse fluxo. A entidade France Nature Environnement já comemorou a decisão. "O fim dos privilégios fiscais aos biocombustíveis significa colocar as necessidades alimentares mundiais acima da produção de energia", afirmou.

Mas, para Sarkozy, o fim dos subsídios não significa uma revisão das metas de expansão do setor do etanol e seus diplomatas garantem que as bombas de gasolina com 10% de etanol começarão a funcionar em 2009.
Fonte: Jamil Chade, Estado de São Paulo, com o Observatório

Ibama confirma multas a assentamentos do Incra 22.10.08

22.10.08

Quase um mês depois da divulgação da lista dos 100 maiores desmatadores da Amazônia, o Ministério do Meio Ambiente decidiu ontem (21) pela manutenção das multas por crimes ambientais aplicadas ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

O Incra questionou as autuações do Ibama e apontou supostos erros nas análises que embasaram as multas, como a utilização de imagens de satélites antigas e divergências entre a localização dos desmates e as áreas dos assentamentos.

A revisão “minuciosa” dos processos foi feita pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a pedido do ministro Carlos Minc.

“A auditoria realizada nos processos de sete assentamentos no Mato Grosso concluiu que as coordenadas utilizadas para delimitar as áreas onde ocorreram os danos ambientais estão corretas e correspondem aos assentamentos”, informou o MMA em nota.

O levantamento constatou a ocorrência de “pequenos erros nas medições de determinados assentamentos”, mas que, de acordo com o MMA, não interferiram na área total desmatada nem no valor total das multas aplicadas, de mais de R$ 250 milhões.

De acordo com o Ibama, 41% dos desmatamentos registrados nas áreas de reforma agrária ocorreram entre 1997 e 2002, alguns anteriores às mudanças na legislação da reserva legal, que reduziu de 50% para 20% o percentual da área a ser desmatada legalmente.

“Mesmo no caso dos desmatamentos mais antigos, as multas aplicadas são procedentes, já que havia uma ordem para que as áreas em questão, onde não havia reserva legal demarcada, fossem mantidas desocupadas para permitir a regeneração da floresta; o que não ocorreu”, informa o texto.

Segundo o informe, o MMA já "iniciou entendimentos” com o Incra para converter a cobrança dos danos ambientais com a doação de terras que o Incra possui na região, “para a criação de grandes corredores florestais de reservas” para proteção da Amazônia.
Fonte: Luana Lourenço, repórter da Agência Brasil

Incra afirma que divergência com Ibama está sendo tratada pelo governo 22.10.08

22.10.08

Em resposta à confirmação de multas por desmatamento aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a assentamentos na Amazônia, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) informou em nota também divulgada ontem (21) que “eventuais divergências entre os dois ministérios [Meio Ambiente e Desenvolvimento Agrário] estão sendo tratadas no fórum adequado, no âmbito do governo federal”.

O Incra voltou a criticar a metodologia utilizada pelo Ibama na elaboração da lista dos 100 maiores desmatadores da Amazônia, encabeçada por seis assentamentos da reforma agrária.

“Existe um acordo entre os ministros Guilherme Cassel e Carlos Minc de que não é razoável comparar o desmatamento em um espaço onde vivem cerca de mil famílias com um espaço onde uma única família desmata, sozinha, milhares de hectares de vegetação”, aponta.

Em relação à recuperação de área degradadas, que foi descumprida em alguns assentamentos – segundo o Ibama –, o Incra argumenta que está “trabalhando intensamente” para recuperar assentamentos, mesmo em casos de áreas “que já estavam degradadas” quando foram repassadas ao órgão.

Na nota, o Incra argumenta que já aplica modelos sustentáveis, com manutenção da floresta em pé, em alguns assentamentos.
Fonte: Luana Lourenço, repórter da Agência Brasil

Safra de soja não será beneficiada por medidas de crédito, diz Maggi 22.10.08

22.10.08

O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, disse ontem (21), depois de se reunir com o Ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que a área de soja a ser plantada no estado já está definida e que as medidas tomadas pelo governo para o implementar o crédito rural não terão mais influência sobre essa cultura.

“Até liberar as primeiras parcelas, puxar os fertilizantes e receber os agroquímicos, já estaremos no mês de dezembro, que não é mais época de plantio de soja. Quem fizer isso, perderá dinheiro. Temos o problema de cerca de 10% dos produtores que não têm dinheiro para plantar, mas essa é uma situação consolidada. Haverá um prejuízo entre 5% e 10% em diminuição da área plantada”, disse o governador, que é um dos maiores produtores de soja do mundo.

Segundo ele, os recursos liberados pelo governo podem ser fundamentais para os produtores de algodão, já que o plantio da cultura é realizado no mês de dezembro. Esse foi o principal ponto discutido na reunião com o ministro, de acordo com Maggi. “Na área de algodão, a estimativa é que entre 40% e 60% da produção possa não ocorrer na safra 2008/2009. Então, ainda dá tempo de reorganizar o setor.”

Também presente na reunião, o senador Gilberto Goellner (DEM-MT), disse que um pedido feito ao ministro foi a correção dos preços mínimos estabelecidos pelo governo proporcionalmente à elevação dos custos de produção.

Foi proposto que o orçamento de 2009 preveja também o incremento das políticas de comercialização. “Precisamos aumentar de R$ 1,5 bilhões para R$ 10 bilhões, R$ 15 bilhões, R$ 20 bilhões, dependendo das perspectivas de comercialização da safra”, disse o senador.

Já o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Glauber Silveira, afirmou que , apesar do governo ter tomado as medidas corretas na liberação de recursos, os produtores rurais estão com dificuldade de acessar o crédito junto aos bancos.

Na segunda feira (20), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o percentual do saldo das poupanças rurais que, obrigatoriamente, deve ser destinado ao crédito, passará de 65% para 70%, o que deve representar mais R$ 2,5 bilhões em empréstimos.

Antes, o governo já havia disponibilizado R$ 5 bilhões em recursos antecipados do Plano Safra 2008/2009 e mais R$ 5,5 bilhões por meio da elevação da exigibilidade de aplicação do bancos em crédito rural.
Fonte: Danilo Macedo, repórter da Agência Brasil

Financiamento agrícola entre julho e setembro é superior ao do mesmo período de 2007 22.10.08

22.10.08

O valor dos financiamentos para agricultores liberados nos meses de julho a setembro deste ano supera o volume de recursos referente ao mesmo período de 2007, de acordo com o diretor de Economia Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wilson Vaz de Araújo.

“Em 2007, nesses três meses foram R$ 14,2 bilhões financiados e, agora, estamos em R$ 15,5 bilhões. Do ponto de vista do crédito bancário, estamos numa situação superior”, informou Araújo, acrescentando que o governo tem trabalhado para assegurar que os recursos liberados estejam disponíveis aos agricultores.

“Houve uma série de movimentos no sentido de garantir o plantio da safra que, na nossa leitura, está bastante seguro”, disse o diretor, que participou na segunda feira (20) da 36º reunião da Câmara Temática de Insumos Agropecuários.

O governo já liberou, por meio de recursos antecipados do Plano Safra 2008/2009 e da elevação da exigibilidade de aplicação dos bancos em crédito rural, cerca de R$ 10,5 bilhões. Apesar de o volume de recursos ser considerado suficiente por alguns especialistas, produtores de várias partes do país têm reclamado da dificuldade de acessar o crédito.

O aumento do valor emprestado, entretanto, não representa maior poder de investimento do agricultor. Os custos tiveram forte alta, impulsionados principalmente pelos preços dos fertilizantes, que nesta safra devem representar entre 30% e 50% dos custos de produção. Os fertilizantes chegaram a ter aumento de mais de 50% em relação ao ano passado.

Na avaliação do diretor de Economia Agrícola do ministério, ainda é cedo para dizer de quanto o setor ainda precisa. Mas ele garantiu que “o governo vai trabalhar para que as liberações continuem dentro das necessidades dos agricultores e cooperativas, até novembro”, quando o plantio se encaminha para o fim.

A greve dos bancários, há mais de duas semanas, é mais um fator que tem prejudicado o acesso ao crédito.
Fonte: Danilo Macedo, repórter da Agência Brasil

Empresa lança três novas variedades de cana-de-açúcar 22.10.08

22.10.08

Três novas cultivares de cana-de-açúcar foram lançadas, na tarde de ontem (21), pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) em Goiânia. Elas têm como novidades a alta produtividade em solos pouco férteis e a presença de grande quantidade de açúcar já no começo da safra, segundo odiretor de pesquisa e desenvolvimento do CTC, Tadeu Andrade.

Essas características são importantes para o momento atual da cultura de cana, usada tanto para a produção de açúcar quanto para a fabricação de etanol. “Hoje existe uma necessidade de, a cada ano, a safra de cana começar o mais cedo possível” afirmou Andrade.

O diretor explicou que, no Centro-Sul, a safra passou do começo de julho para o período entre março e abril, época do ano em que as cana ainda está verdes. Por isso, acrescentou, há a necessidade de uma variedade que comece a safra com elevada quantidade de açúcar.

A fertilidade em solos de baixa produtividade também é destacada. “Esse é o tipo de solo onde está a nova fronteira da cana, onde ela está começando a se expandir, no cerrado goiano, no cerrado mato-grossense e no cerrado mineiro”, lembrou Andrade.

As características das novas cultivares são importantes para a produção de etanol e biodiesel porque viabilizam a cana de alta produtividade nos ambientes de expansão da fronteira agrícola, que possuem solo fraco, segundo o diretor. Além do avanço da cultura para áreas menos aptas, essa característica também possibilita menor gasto com adubos, assinala a Valane de Mello Ivo, pesquisadora da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Tabuleiros Costeiros.

A pesquisa que resultou no lançamento de ontem (21) foi desenvolvida durante 14 anos. Não há cálculo para o custo específico na produção dessas três cultivares, mas o programa de pesquisas de variedades de cana tem investimentos de cerca de US$ 4 milhões por ano, e, nos últimos quatro anos, lançou 18 variedades, contando as apresentada nesta terça-feira. Todos os custos do programa são financiados pelo setor produtivo e somente os associados que investem no CTC terão acesso às novas variedades, informou Andrade.
Fonte: Agência Brasil

Outra mais: Equipav adia investimento de US$ 250 mi em novas usinas 22.10.08

22.10.08

Ribeirão Preto, SP - A crise de preços de açúcar, falta de liquidez no mercado financeiro e o aumento nos custos da renegociação das dívidas de curto prazo levaram o Grupo Equipav a adiar o investimento de US$ 250 milhões na construção de duas novas usinas, em Chapadão do Sul (MS) e Chapadão do Céu (GO). As unidades deveriam entrar em operação, respectivamente, em 2009 e 2010, os novos prazos são 2011 e 2012, mas a consolidação deste investimento ainda é incerta.

De acordo com diretor financeiro do Grupo Equipav, Rui Marcelo Ré, "estamos aguardando as medidas do governo, o efeito dos pacotes apresentados pelo mundo todo para a estabilização da economia, a melhora da liquidez e depois disso definiremos qualquer medida", informou em entrevista por e-mail à Agência Estado. O grupo, o primeiro do setor a admitir o adiamento de novos projetos, previa moer 9 milhões de toneladas de cana-de-açúcar e produzir álcool e energia elétrica.

Segundo informações da Equipav divulgadas à época do anúncio dos projetos, eles foram planejados em parceria com o Grupo Reichert, de Campo Bom (RS), proprietário da fazenda com mais de 40 mil hectares, onde as unidades estão previstas para serem instaladas. O grupo já tinha iniciado o plantio de 1,5 mil hectares de cana-de-açúcar.

Nos últimos anos, a companhia investiu R$ 650 milhões na construção da Usina Biopav, em Brejo Alegre (SP) e R$ 115 milhões na unidade da Equipav, em Promissão (SP). Os dois projetos tiveram financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), cujos recursos, de acordo com Ré, deverão ser utilizados no pagamento da dívida de curto prazo da companhia. "Grande parte de nossa dívida de curto prazo será alongada com liberação de recursos do BNDES", disse.

O diretor financeiro admitiu que a renovação das dívidas de curto prazo é feita com taxas superiores às de antes da crise internacional de liquidez. Os valores, no entanto, não foram informados. Ré afirmou que as dívidas do grupo sucroalcooleiro são "as normais para o setor", como as de Adiantamento sobre Contrato de Câmbio (ACC), de capital de giro e de crédito e custeio agrícolas.

O executivo negou que a companhia tenha exposição cambial em contratos futuros de dólar e avaliou que a crise do setor "se deu devido ao desbalanceamento entre oferta e demanda e que em nossa opinião terá um balanço favorável a partir da safra que vem". Já a crise mundial é considerada "séria", mas, na opinião do diretor, "os mercados exageram" nas avaliações positivas e negativas. "Ao mesmo tempo, (a crise) apresenta uma série de oportunidades, desde a melhoria das receitas atreladas ao dólar e até mesmo gerando oportunidades de consolidação no setor", disse.
Fonte: Gustavo Porto, Agência Estado

"Brasiguaios" temem que invasões se alastrem 22.10.08

22.10.08

Produtores brasileiros no Paraguai receiam que ações de sem-terra se espalhem de San Pedro a resto do país

O anúncio de invasões de terras a partir desta semana por grupos sem terra do departamento de San Pedro, no Paraguai, tornou ainda mais tensa a situação de produtores brasileiros no país vizinho.
O temor dos "brasiguaios" é que as ações dos sem-terra -há várias organizações camponesas no Paraguai- se alastrem por áreas em que os conflitos pareciam resolvidos.
É o caso das cidades de Maracaju e Porto Índio, no departamento de Alto Paraná, onde um acordo há duas semanas conteve as invasões. O acerto entre o governo paraguaio, os sem-terra e os produtores brasileiros permitiu que o plantio na área fosse retomado.
Após um mês de trabalho sob proteção policial, Aldo Maia, que tem 1.010 hectares em Porto Índio, voltou à atividade sem amparo da Polícia Nacional do Paraguai.
Maia disse ter orientação de sua advogada para não dar entrevistas, mas afirmou que o acordo possibilitou a saída dos sem-terra de sua fazenda. Em troca, disse, irá reflorestar uma área que separa sua propriedade de um assentamento de sem-terra. Na mesma região, um camponês foi morto há 15 dias em conflito durante desocupação de uma fazenda pela polícia paraguaia.
"Agora que as coisas se acalmaram, essa movimentação em San Pedro pode reverter o quadro por aqui", disse Jaime Pavei, ex-presidente da Associação de Produtores de Maracaju. Para ele, o governo paraguaio, por meio do Indert (Instituto de Desenvolvimento Rural e de Terras), órgão equivalente ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) no Brasil, deve ter uma posição clara sobre a questão.
"Esse quadro de incerteza não dá respaldo para o agricultor trabalhar. E isso prejudica os produtores e a economia como um todo", reclama.

Pedágio
Em San Alberto (Alto Paraná), a cerca de cem quilômetros de Foz do Iguaçu (PR), produtores brasileiros acusam os sem-terra paraguaios de proibir o acesso às suas terras.
"A situação é crítica. E, se não houver uma ação oficial, pode ficar ainda mais grave", afirmou Moacir Fernandes. Segundo o produtor, agricultores brasileiros são obrigados a pagar "pedágio" de US$ 1.000 a US$ 2.000 para plantar e colher em suas próprias lavouras.
Dono de 126 hectares de terras no Paraguai, Fernandes participa de uma comissão em San Alberto que, a exemplo de Maracaju, tenta solucionar os conflitos. "O quadro aqui é tão tenso que tive de enviar minha família para o Brasil. Já sofri ameaças por participar da comissão."
A Folha procurou ontem o presidente do Indert, Alberto Alderete, para que comentasse as queixas dos produtores brasileiros. No escritório do órgão em Assunção, a informação era que ele estava em viagem oficial pelo interior do país com o presidente Fernando Lugo, com celular fora de área.
Fonte: José Maschio, da Agência Folha, em Londrina

Integrados da Frango Forte querem apoio do governo de SP 22.10.08

22.10.08

São Paulo - Os avicultores integrados da Frango Forte Alimentos, sediado em Conchas com atuação no sudoeste paulista, devem se reunir no próximo dia 29 com o secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, João Sampaio, em busca de alternativas para a que empresa possa retomar as atividades, que foram suspensas na segunda semana deste mês, por causa de problemas administrativos e da escassez de crédito provocada pela crise financeira internacional. As informações São do deputado estadual Luiz Carlos Gondin (PPS), que participou de uma reunião hoje em Conchas, com a presença de lideranças dos avicultores e do atuais prefeitos e dos eleitos nos municípios da região, como Laranjal Paulista, Tatuí, Pereira Barreto.

Segundo Gondin, na reunião com o secretário João Sampaio as lideranças rurais e políticas vão tentar obter do governo do Estado apoio Financeiro para que os integrados possam se manter na atividade. Ele disse que também vai buscar apoio no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES). "A busca de um sócio para o empreendimento, que possa suprir a falta de crédito, também é uma alternativa a ser estudada", diz ele.

O presidente da Associação Paulista de Avicultura, Érico Pozzer, que participou da reunião hoje em Conchas, afirmou que o fechamento da empresa preocupa porque são 2 mil empregos diretos e os 400 avicultores integrados que produziam frango para a empresa agora estão sem renda. Pozzer relatou que na reunião a empresa comunicou a contração de uma auditoria independente que irá avaliar o tamanho das dívidas da empresa, a fim de facilitar o processo de retomada das atividades.
Fonte: Venilson Ferreira, Agência Estado

Mantega diz que Conselho Monetário pode editar ainda hoje medida para aumentar crédito a agricultores 21.10.08

21.10.08

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem (20) que o Conselho Monetário Nacional (CMN) vai editar, nos próximos dias, uma resolução que altera as regras da poupança rural e obriga os bancos a aumentar os valores emprestados a produtores rurais.

Segundo ele, a medida pode ser editada ainda hoje (21). Mantega disse que o percentual do saldo das poupanças que, obrigatoriamente, deve ser destinado ao crédito, passará de 65% para 70%, o que deve representar mais R$ 2,5 bilhões em empréstimos.

“Estamos prestes a tomar medidas que vão aumentar a poupança rural de 65% para 70%. Não há motivos para a redução da safra 2008/2009”, afirmou o ministro, em entrevista coletiva concedida no escritório da Presidência da República, em São Paulo, ao lado do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

Segundo Mantega, o governo também está estudando medidas para liberar mais R$ 3 bilhões ou R$ 4 bilhões em crédito para o setor da construção civil.

“As empresas estão sinalizando falta de capital de giro. Vamos tomar medidas ou via BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] ou via Caixa Econômica Federal, via participação acionária nessas empresas”, disse o ministro.

Já o presidente do BC afirmou que bancos oficiais devem aumentar sua participação no crédito para empresas e pessoas físicas. “Os bancos oficiais estão se preparando para aumentar a participação no crédito para capital de giro, para pessoas físicas e consumo. E o BNDES, no crédito para investimentos”, disse Meirelles.

Fonte: Vinicius Konchinski, repórter da Agência Brasil

Safra de grãos atual é “vôo cego”, diz representante do setor agropecuário 21.10.08

21.10.08

O presidente da Câmara Temática de Insumos Agropecuários do Ministério da Agricultura, Cristiano Simon, disse ontem (20) que a dificuldade de acesso ao crédito prejudicará a produtividade da safra que se inicia. Segundo ele, “o fato da crise mundial ter pego o agricultor num momento de plantio, terá conseqüências [no resultado da colheita]”.

Simon explica que aqueles produtores que não se abasteceram com insumos, dificilmente conseguirão se abastecer agora, a não ser que tenham recursos próprios. “Com tudo isso, agravado pela queda dos preços das commodities, a safra atual é um vôo cego. Ninguém sabe o que vai colher pela safra que vai plantar. Não sabemos como vai ficar a renda do agricultor”.

Caso o cenário atual persista, Simon acredita que o agricultor vai reduzir a área plantada e o uso de insumos e tecnologia, o que ocasionará uma safra menor que a de 2007/2008, que atingiu o recorde de 143,8 milhões de toneladas de grãos. Se essa perspectiva se confirmar, seria a primeira queda de produção em três safras.

“Houve enxugamento de todas as linhas de crédito, tanto do setor bancário como do setor de insumos, que tradicionalmente financia a venda de seus produtos, e também das companhias de trading, que fazem a compra futura do grão que será colhido. Tudo isso desapareceu da noite para o dia”, afirmou.

A pior situação, segundo o especialista, é a dos produtores do Centro-Oeste. “Esses agricultores devem sentir mais os impactos por estarem mais endividados, devido a todas as situações que passaram nas últimas safras”, disse. A região sofreu com problemas de seca e queda de preços das commodities agrícolas entre 2003 e 2006.

Apesar do governo ter disponibilizado R$ 5 bilhões em recursos antecipados do Plano Safra 2008/2009 e ter elevado a exigibilidade de aplicação do bancos em crédito rural, o que representou mais R$ 5,5 bilhões, os produtores reclamam que não têm conseguido acessar esse crédito.
Fonte: Danilo Macedo, repórter da Agência Brasil

"O governo tem que ter uma posição clara e firme em defesa do País, diz Rodrigues 21.10.08

21.10.08

Curitiba - O ex-ministro da Agricultura e presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Rodrigues, disse ontem (20), em Curitiba, que o governo federal tem uma "solução singela" para vencer a escassez de crédito agrícola. "É um recálculo dos preços mínimos com base nos custos de produção novos e a colocação de recursos orçamentários suficientes para executar a política na colheita na hipótese de os preços despencarem, o que não é provável", salientou.

Rodrigues elogiou as iniciativas tomadas até agora. "O governo foi surpreendentemente ágil e colocou dinheiro à disposição do produtor", destacou. "Mas os bancos não estão animados em colocar o dinheiro nas mãos do agricultor, porque não têm a garantia." Segundo ele, o que precisa, com urgência, é garantir um preço mínimo, que daria "condição tranqüila" para que o agricultor brasileiro tenha a segurança de renda que produtores de outros países, sobretudo a União Européia e os Estados Unidos, já possuem. "Os próprios bancos terão também coragem de financiar o agricultor de maneira mais consistente", afirmou.

Em palestra no 15º Congresso Internacional do Trigo, que se realiza em Curitiba, ele afirmou que, em razão da crise financeira instalada no mundo, o momento é de guerra, em que se esperam notícias ruins. "O governo tem que ter uma posição clara e firme em defesa do País", disse. Segundo ele, se houver uma conjugação de fatores desfavoráveis, como safra cara, crédito escasso e preços baixos - o que considera "improvável" -, o Brasil precisaria recorrer à importação, o que provocaria inflação. "É preciso uma decisão política em benefício do País e não apenas dos agricultores", ponderou.

Rodrigues destacou que, nos últimos sete anos, na relação entre consumo e produção de grãos houve um déficit de 120 milhões de toneladas no mundo, apesar de um superávit de 164 milhões de toneladas no Brasil. Até 2015, a previsão é de que a população mundial aumente em mais 2,1 bilhões de pessoas. "O cenário mundial é demandante, mas o Brasil tem contribuído de forma satisfatória", salientou.
Fonte: Evandro Fadel, Agência Estado

Fluxo do comércio externo na terceira semana de outubro já mostra sinais de influência da crise 21.10.08

21.10.08

As fortes oscilações do mercado financeiro, nos últimos 30 dias, já refletem no comércio externo brasileiro, em virtude da redução de linhas de crédito para exportações e pelo represamento de importações nos portos, sem desembarque, por causa das altas na cotação do dólar.

É o que mostra o movimento comercial da terceira semana de outubro, de 13 a 18, quando as vendas brasileiras para o exterior caíram 4,37% em relação às exportações da semana anterior, de 6 a 11de outubro. As importações também foram 4,65% menores, na mesma base de comparação.

De acordo com boletim do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, divulgado ontem (20), as vendas brasileiras de produtos básicos (minério, carnes, petróleo, soja em bruto e outros) aumentaram 24,2% entre as duas semanas. Ao contrário, as exportações de manufaturados (etanol, celulares, laminados de ferro e aço, veículos) caíram 10,4% e as vendas de bens semimanufaturados (óleo de soja, ferro-liga, açúcar e celulose) diminuíram 32,1%.

Quanto às importações, o ministério registrou retração nos desembarques de equipamentos mecânicos, instrumentos de ótica e precisão, plásticos e obras, aeronaves e partes, além de queda significativa nas compras externas de adubos e fertilizantes, uma vez que grande parte das terras usadas para a safra agrícola 2008/2009 já foi corrigida.

Nos 13 dias úteis de outubro, foram exportados US$ 10,941 bilhões em produtos nacionais, com média diária de US$ 841,6 milhões, o que equivale a desempenho 17,4% superior à média obtida em outubro do ano passado. Em contrapartida, o desempenho desses 13 dias é 7,5% menor que a média estabelecida no mês de setembro.

As importações acumularam US$ 10,067 bilhões, com média diária de US$ 774,4 milhões. Isso representa crescimento de 38,1% sobre a média diária de outubro de 2007, mas a internalização de mercadorias estrangeiras, neste mês, está 1,3% menor que em setembro.

Nos 202 dias úteis do ano, as exportações somaram US$ 161,809 bilhões, com aumento de 28% sobre igual período de 2007, enquanto as importações foram de US$ 141,279 bilhões, 51,2% a mais que o ano passado.

Com isso, o saldo da balança comercial (exportações menos importações) soma US$ 20,530 bilhões, o que resulta em um desempenho 37,7% abaixo do superávit registrado no mesmo período do ano passado, em razão das compras externas terem crescido bem mais que as vendas.
Fonte: Stênio Ribeiro, repórter da Agência Brasil

Instituições terão até dez dias úteis para repassar dólares do BC a exportadores 21.10.08

21.10.08

Os dólares que forem comprados ontem (20) por instituições financeiras em leilão do Banco Central deverão ser repassados para financiar as operações de comércio exterior em até dez dias úteis. A informação consta de comunicado do BC divulgado hoje.

Na última sexta-feira (17), o BC definiu oferecer ontem (20), entre 16h e 17h, US$ 2 bilhões no primeiro leilão de empréstimos em moeda estrangeira para financiamento das exportações.

Segundo o BC, quem participar dos leilões tem que aceitar as regras de contrato, como o prazo estabelecido hoje. O comunicado não informa se haverá punições para a instituição financeira que descumprir a regra.
Fonte: Kelly Oliveira, repórter da Agência Brasil

Departamento de Justiça dos EUA contesta compra da National Beef pelo Friboi 21.10.08

21.10.08

Washington - O Departamento de Justiça dos Estados Unidos entrou com uma ação para bloquear a compra do frigorífico National Beef pelo Friboi, controlado pela JBS. "A proposta de aquisição feita pela JBS ao National, sua terceira grande aquisição desde 2007, completaria uma reestruturação fundamental na indústria de carne bovina dos Estados Unidos", diz o Departamento americano na ação movida contra a empresa brasileira.

"A transação proposta eliminaria a competição entre as companhias que estão planejando a fusão e, provavelmente, diminuiria o vigor com o qual a JBS e outros dois importantes frigoríficos vão competir para comprar gado e produzir e vender carne classificada e embalada sob as regras do USDA (sigla em inglês para o Departamento de Agricultura dos EUA)", disse o Departamento de Justiça americano.

A ação diz que a proposta de fusão, que daria à JBS o controle de aproximadamente um terço da capacidade de processamento e embalagem de carne da região de "High Plains" (região central dos EUA), o que violaria as leis antitruste. Ainda de acordo com o Departamento de Justiça americano, os efeitos anticompetitivos da transação não seriam mitigados por qualquer eficiência gerada pela fusão.
Fonte: informações da Dow Jones, com Ana Conceição, Agência Estado

Mais uma: Aurora adia investimentos de R$ 871 mi em frigoríficos 21.10.08

21.10.08

Porto Alegre - Seguindo uma tendência já observada em outras empresas do agronegócio, a Cooperativa Central Oeste Catarinense Aurora (Coopercentral Aurora) anunciou ontem (20) a suspensão temporária de investimentos de R$ 871 milhões em seu programa de expansão industrial por causa da incerteza gerada pela crise financeira internacional. Porém, os projetos que estão em fase de execução, no valor de R$ 185 milhões, serão concluídos, informou a cooperativa. A decisão foi tomada na semana passada pelo conselho de administração e divulgada hoje por meio de nota.

Segundo a empresa, foi adiada a construção das duas unidades de abate e processamento de aves em Canoinhas (SC) e Carazinho (RS), que representariam investimentos de R$ 800 milhões, sendo R$ 400 milhões em cada, incluindo incubatórios, granjas para matrizes e fábrica de rações. Quando estiverem em operação, terão capacidade para abater 300 mil aves por dia. Além destes projetos, foi suspensa a ampliação da unidade de abate de suínos em São Gabriel do Oeste (SC), que passaria de 1,2 mil para 3 mil por dia, com investimento de R$ 71 milhões.

O conselho confirmou a conclusão da fábrica de ração animal em Cunha Porá (SC), com investimento de R$ 54 milhões. As obras começaram em janeiro e serão finalizadas em dezembro, com operação prevista para o início de 2009. A segunda etapa da fábrica de lácteos de Pinhalzinho (SC) também será concluída, com investimento de R$ 80 milhões para entrar em operação no segundo semestre de 2009.

A unidade tem capacidade inicial de processar 600 mil litros por dia, que passará a 2 milhões de litros. Também foi mantido o investimento de R$ 51 milhões em uma linha de produção de carne processada em São Gabriel, que está praticamente concluído.

Conforme a Aurora, a decisão foi influenciada por projeções de queda no consumo mundial, pela suspensão de compras de produtos brasileiros por parceiros internacionais, pela redução das exportações e suspensão de embarques.

A empresa informou ainda que a suspensão dos investimentos será revista somente em janeiro de 2009, quando forem examinados, em assembléia, os resultados de 2008.
Fonte: Sandra Hahn, Agência Estado

MPT firma acordo com fornecedor de cana sobre trabalhadores rurais 21.10.08

21.10.08

Ribeirão Preto, SP - O Ministério Público do Trabalho (MPT) de Bauru (SP) assinou, na última semana, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para que a empresa Jair Osvaldo Dare e Outros, fornecedora de cana para usinas do Grupo Zillor cumpra uma série de exigências aos trabalhadores rurais. O documento prevê o fornecimento de equipamentos de proteção individual adequados ao corte de cana para todos os funcionários, pausas periódicas durante a jornada de trabalho, avaliações de risco da atividade dos cortadores para viabilizar a adoção de medidas de proteção à saúde.

O acordo, firmado pelo procurador Luís Henrique Rafael, beneficiou cerca de 400 trabalhadores. Além dos itens relacionados às normas de segurança, o TAC também obriga a empresa a disponibilizar abrigo com mesas e assentos para refeições, a não prorrogar a jornada de trabalho além dos limites legais, a conceder o período mínimo de descanso de 11 horas entre duas jornadas e a anotar em registro os horários de trabalho dos cortadores.

A empresa foi inspecionada em maio deste ano pelos fiscais do Grupo Móvel de Fiscalização Rural do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e pelos procuradores do MPT de Bauru. Após alguns meses de negociações, os representantes da propriedade rural aceitaram fechar um acordo para garantir os direitos dos trabalhadores.

Caso haja o descumprimento do TAC, a empresa estará sujeita ao pagamento de uma multa diária de R$ 500 por infração, além da possibilidade de exigência das obrigações por ordem judicial e até a interdição das atividades, nos casos de agravamento dos riscos à saúde e integridade física dos cortadores. Nos próximos 60 dias a fiscalização do trabalho de Bauru verificará o integral cumprimento das obrigações.
Fonte: Gustavo Porto, Agência Estado

Soja: preços internos seguem em baixa 21.10.08

21.10.08


Os preços da soja seguiram em queda nos últimos dias no mercado físico brasileiro. A recente queda do dólar reforçou a pressão sobre os valores na última semana, o que não era visto nos períodos anteriores. O Indicador Cepea/Esalq (média de cinco regiões do estado do Paraná) recuou 7,3% entre 10 e 17 de outubro, fechando em R$ 42,62/sc de 60 kg nessa sexta-feira, 17. O Indicador ESALQ/BM&F (produto posto porto de Paranaguá) reduziu 7,5%, para R$ 44,66/sc na sexta. As atenções de agentes estão voltadas ao plantio e, conseqüentemente, ao clima. De acordo com a Seab/Deral, até o dia 13 de outubro, 11,9% da área do Paraná já havia sido plantada. Em regiões como o sudoeste paranaense, Ponta Grossa e algumas do Rio Grande do Sul, as atividades ainda não começaram ou iniciaram de forma tímida, tendo em vista que ainda está se colhendo trigo. Minas Gerais e Bahia estão no aguardo de chuvas para iniciar o plantio. Em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, as atividades estão avançando também conforme as chuvas. Em Campo Novo dos Parecis, a porcentagem semeada está próxima de 15%
Fonte: Cepea

Incra diz que vai apurar crimes ambientais constatados pelo Ibama em assentamentos 20.10.08

20.10.08

Depois do fechamento de três serrarias e 19 fornos de carvão ilegais em um assentamento no Pará quinta feira passada (16), o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, determinou na sexta feira (17) que as superintendências estaduais do órgão vistoriem todos os assentamentos para identificar possíveis crimes ambientais.

O objetivo, segundo nota divulgada pelo Incra, é avaliar “eventuais irregularidades, como serrarias, fornos de carvão e desmatamento acima do limite legal”.

Os fornos e serrarias fechados ontem pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) funcionavam dentro do assentamento Rio Gelado, o maior do Incra no país, com 260 mil hectares.

O episódio trouxe à tona o mal-estar entre os ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário, iniciado com a divulgação da lista dos 100 maiores desmatadores da Amazônia, encabeçada por seis propriedades do Incra.

Na nota, o Incra argumenta que “a proteção do meio ambiente é prioridade da reforma agrária” e cita que em “centenas de casos” fiscais do Ibama realizam a fiscalização com dinheiro e veículos do órgão fundiário.

“O que o Incra não concorda é que os assentamentos sejam apontados como os maiores desmatadores da Amazônia. Sabe-se lá a que interesses servem informações propositadamente equivocadas”, aponta o texto.

O Incra afirma ainda que “já existe há alguns anos o modelo de assentamento ambientalmente sustentável”, em referência a declarações recentes do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que defendeu a criação de alternativas econômicas sustentáveis para que os assentados não desmatem.

O resultado das vistorias será comunicado ao Ibama e aos órgãos estaduais de meio ambiente “para as devidas providências”, segundo o Incra.
Fonte: Luana Lourenço, repórter da Agência Brasil

Veja
"Ibama fecha serrarias e destrói 280 fornos ilegais de carvão no Pará"

Unilever leva multa de R$ 10 mi por mau cheiro em Goiânia 20.10.08

20.10.08

Odor causado por fábrica de alimentos se espalhou por 25 bairros, afetando 100 mil pessoas, segundo a prefeitura

Agência ambiental diz que empresa negligenciou tratamento de resíduos; multinacional nega que tenha provocado problema


A multinacional Unilever recebeu multa de R$ 10 milhões e teve a interdição de uma fábrica pedida pelo Ministério Público após ser acusada de provocar uma onda de mau cheiro que se espalhou por 25 bairros de Goiânia. A empresa, dona de uma unidade de produção de alimentos na cidade, nega que tenha causado o problema.

Segundo a prefeitura, falhas operacionais na unidade, a maior do mundo da Unilever na área de alimentos, provocaram o lançamento no ar de odores semelhantes aos de esgoto e de enxofre. A administração municipal estima que 100 mil pessoas tenham sido afetadas.

O auge da onda de mau cheiro ocorreu no começo do mês passado, mas ainda persiste nas proximidades da unidade, segundo a Agência Municipal de Meio Ambiente.

A empresa não pagou a multa, que foi aplicada pela prefeitura. Por meio de liminar (decisão provisória), conseguiu o direito de nova perícia por técnicos designados pela Justiça.

A agência ambiental afirma que a empresa operou acima da capacidade de produção e negligenciou o sistema de tratamento de resíduos. Também acusa a indústria de emitir gases tóxicos em quantidade superior ao permitido por lei.
A prefeitura diz que chegou a receber 500 reclamações por dia sobre o problema. A agência ambiental afirma que moradores diziam ter a impressão de que dormiam "ao lado de uma vala de esgoto". A unidade da empresa fica em uma região próxima ao centro da cidade.

A situação se agravou devido ao fenômeno da inversão térmica, que dificulta a dispersão de poluentes na atmosfera durante o inverno.

A Polícia Civil do Estado abriu inquérito para identificar a responsabilidade dos danos ao ambiente. O Ministério Público de Goiás também deve entrar com ação civil pública pedindo que a empresa indenize o município pelos prejuízos provocados.

A prefeitura diz que quem autorizou o funcionamento da fábrica foi o governo de Goiás. A Secretaria Estadual do Meio Ambiente afirma que o licenciamento na época da instalação da unidade foi correto e que vai participar dos novos exames determinados pela Justiça. A perícia na fábrica deve ser feita na hoje (20).
Fonte: Felipe Bächtold, da Agência Folha

Ministro do Planejamento afirma que Governo pode ajudar empresas com prejuízos 20.10.08

20.10.08

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Aracruz anuncia prejuízo de R$ 1,6 bi e cancela projetos

O governo brasileiro deverá oferecer empréstimos a empresas que perderam dinheiro em apostas com derivativos depois da maior queda do real já registrada em quase uma década, disse o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

Os empréstimos provirão dos bancos controlados pelo governo, como o BNDES, disse Bernardo em entrevista concedida à TV Bloomberg.

"Se tivermos recursos disponíveis por meio do BNDES ou de outros bancos oficiais, acho correto oferecer crédito para ajudar as empresas a equilibrar seus fluxos de caixa", afirmou Bernardo. A Aracruz Celulose S.A. e a Sadia S.A. estão adiando investimentos depois de terem perdido um total conjunto de R$ 2,86 bilhões em apostas cambiais equivocadas.
O Grupo Votorantim disse em 10 de outubro ter gasto R$ 2,2 bilhões para cancelar operações deficitárias com derivativos cambiais.

Os prejuízos desencadearam especulações de que outras empresas poderão enfrentar os mesmos problemas. O real brasileiro perdeu 27% de seu valor no câmbio com o dólar desde a sua alta recorde de nove anos de R$ 1,5545 por dólar, registrada no dia 1º de agosto.

Os prejuízos potenciais das empresas brasileiras deverão alcançar R$ 60 bilhões, segundo Paulo Vieira da Cunha, gestor de fundo de hedge e ex-vice-presidente do Banco Central. Bernardo disse que o governo não tem uma estimativa dos prejuízos. O governo não tem intenção de absorver quaisquer prejuízos e vai apenas conceder empréstimos a empresas dotadas de balanços patrimoniais sólidos, disse Bernardo. Ele acrescentou que os prejuízos potenciais enfrentados pelas empresas brasileiras se abrandaram desde que o real reduziu suas perdas.

A moeda brasileira despencou até 9% em 8 de outubro, para R$ 2,55 por dólar, sua maior retração desde que o Banco Central aboliu a âncora cambial, em janeiro de 1999.
Fonte: Bloomberg

Aracruz anuncia prejuízo de R$ 1,6 bi e cancela projetos 20.10.08

20.10.08

Operação com derivativos cambiais provocou o rombo no balanço da companhia e fez empresa suspender nova fábrica

Forte desvalorização do real nas últimas semanas gerou uma perda de R$ 1,95 bilhão à companhia com as operações financeiras

A operação financeira com derivativos cambiais deixou um rombo bilionário no balanço da Aracruz. Como já era esperado, a companhia anunciou ontem prejuízo de R$ 1,64 bilhão no balanço do 3º trimestre. Como obteve resultado positivo na primeira metade do ano, a companhia acumula agora um prejuízo líquido de R$ 1,21 bilhão.

O resultado levou a empresa a suspender o projeto de construção da segunda unidade de celulose em Guaíba (RS) para a produção de 1,4 milhão de toneladas. A empresa também cancelou os planos de aquisição de terras para formação de maciço florestal para a expansão da Veracel, em parceria com a Stora Enso.

A contratação de um instrumento de proteção (hedge) no mercado financeiro tinha como objetivo defender o caixa da companhia da desvalorização do dólar. No balanço divulgado ontem, a direção da Aracruz afirma que, desde 2004, a companhia enfrentava elevada valorização do real ante a moeda norte-americana.

Com receitas atreladas quase que integralmente ao dólar, a empresa alegou que precisava de um instrumento para defender-se da valorização do real. Ainda segundo a Aracruz, 15% da dívida e 75% dos custos de produção eram atrelados ao real. A valorização da moeda brasileira, que de maio de 2004 a agosto de 2008 chegou a 106%, comprometia a competitividade da companhia.

Foi em maio de 2004 que a Aracruz decidiu proteger o caixa com os derivativos cambiais. O instrumento financeiro funcionou durante muito tempo, mas conservava um risco com eventuais inversões de tendência. Foi o que ocorreu com a crise financeira internacional. O real se desvalorizou rapidamente e a proteção em contratos de dólar tornou-se um pesado custo.

A Aracruz contratou uma consultoria para avaliar os contratos de derivativos e concluiu que o custo da desvalorização seria de R$ 1,95 bilhão. Segundo Felipe Volcato Ruppenthal, analista da indústria de papel e celulose da Corretora Geração Futuro, o valor apurado pela companhia ainda pode sofrer alterações ao longo dos próximos 12 meses, a depender da variação do câmbio. "A liquidação dessa operação ao longo de um ano pode resultar num custo maior ou menor, vai depender da evolução da taxa de câmbio", diz.
Fonte: Agnaldo Brito, Folha de São Paulo

Fiscalização resgata mais de 50 trabalhadores de carvoaria em situação degradante no Ceará 20.10.08

20.10.08

Mais de 50 trabalhadores foram resgatados de uma carvoaria em Parambu, município no Norte do Ceará, onde trabalhavam em condições semelhantes à de escravidão.

O resgate foi feito pelo Grupo Móvel de Combate ao Trabalho Escravo, do Ministério do Trabalho, que chegou à propriedade depois que uma reportagem do Diário do Nordeste denunciou a situação dos trabalhadores na fazenda. O proprietário praticava a derrubada de uma área de 4.700 hectares para produção de carvão vegetal.

Segundo o auditor fiscal do Trabalho e coordenador da ação, Benedito Lima, até agora, 52 trabalhadores foram encontrados na fazenda. “Desses, um está desaparecido. Estamos fazendo o pagamento da verba decisória dos outros e vamos emitir o seguro desemprego dos trabalhadores resgatados. Muitos estavam na propriedade há, pelo menos, dois anos, sem registro em carteira, equipamentos de segurança obrigatórios, condições de alojamento precárias, salários atrasados e expostos a situação degradante de trabalho.”

O dono da fazenda terá que pagar R$ 128 mil de multa e mais o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), que será depositado com multa rescisória, para que os funcionários recebam o valor posteriormente pela Caixa Econômica Federal.
Fonte: Agência Brasil

Siderúrgicas param 20% dos fornos 20.10.08

20.10.08

Redução das atividades em Minas é resultado da crise mundial; no Pará, empresas já dão férias coletivas

Minas Gerais responde por mais de 60% da produção nacional de ferro-gusa; das exportações, 70% vão para o mercado norte-americano

Pelo menos 20% dos altos-fornos de siderúrgicas de ferro-gusa de Minas Gerais já foram desligados em conseqüência da crise mundial.
Siderúrgicas instaladas no Pará também estão parando as atividades e dando férias coletivas aos funcionários por falta de encomendas dos Estados Unidos. O ferro-gusa é matéria-prima na produção do aço.

O Estado de Minas Gerais responde por mais de 60% da produção nacional. O Brasil é o principal exportador de ferro-gusa do mundo e tem os Estados Unidos como o principal mercado. O país consome cerca de 70% das exportações brasileiras. Há reflexos da crise também no mercado asiático.

Segundo Paulino Cícero, presidente do Sindicato das Indústrias de Ferro de Minas Gerais, metade da produção mineira de ferro-gusa é exportada. A crise no setor começou com a queda dos preços do produto em 21,7%. Em julho, a tonelada do ferro-gusa estava cotada a US$ 830 e hoje não passa de US$ 650, segundo nota do sindicato.
"Muitas empresas mantêm os fornos abafados, aguardando eventualmente a recuperação do mercado comprador", disse Cícero.

Segundo avaliação feita pelo sindicato, 20 altos-fornos foram desligados desde o início de setembro em Minas Gerais.
As 11 siderúrgicas instaladas no distrito industrial de Marabá, no Pará, também acusaram o efeito da crise. A Usimar e a Sidenorte estão em processo de paralisação de seus altos-fornos, enquanto as demais reduziram a produção.
Informações sobre demissões de funcionários não foram confirmadas ontem.

Carvão vegetal
Com a paralisação dos altos-fornos, também caiu a procura por carvão vegetal. No país, o carvão vegetal é usado como fonte de energia para a produção do ferro-gusa, obtido a partir da fusão do minério de ferro em altos-fornos. Com a crise, o preço do carvão vegetal já teve queda de 25%.

Minérios de ferro estão entre os principais itens da pauta de exportações para os Estados Unidos, atrás de petróleo, aviões, ouro, café, granitos e pneus. Com a crise na economia norte-americana, que já estaria em recessão, segundo alguns economistas, as exportações para lá devem ser reduzidas.
Fonte: Folha de São Paulo

Argentina libera 227 mil toneladas de milho para exportação 20.10.08

20.10.08

Buenos Aires - O governo da Argentina autorizou a exportação de mais 227,52 mil toneladas de milho da safra 2007/08, informou na sexta feira (17) o Serviço Nacional de Controle Comercial Agropecuário (Oncca). O órgão começa a aceitar novas declarações de exportação a partir de hoje (20). Com os novos embarques, o volume total liberado para o mercado externo neste ano atinge 14,89 milhões de toneladas, ante 14,66 milhões no ano passado.

O plantio argentino de milho avançou rapidamente nesta semana, já que os produtores correm tirar vantagem das boas condições de umidade do solo, disse hoje a Secretaria de Agricultura. Apesar disso, a safra ainda está atrasada. Apenas 36% dos 3,5 milhões de hectares separados para o milho foram cultivados até ontem, índice que era de 56% em igual período do ano passado.
Fonte: informações da Dow Jones, com Gerson Freitas Jr., Agência Estado

Plantio de soja na Argentina aumenta cerca de 1 milhão de hectares sobre safra passada 20.10.08

20.10.08


Buenos Aires - Os agricultores argentinos iniciaram o plantio da safra 2008/09 de soja, que promete ser o maior da história. Segundo relatório da Secretaria de Agricultura, as plantações da oleaginosa devem avançar sobre áreas de trigo, milho e girassol, commodities menos competitivas em um momento de aperto no crédito e elevados custos de produção.

Na Província de Buenos Aires, os agricultores correm para aproveitar as boas condições de umidade do solo. Os trabalhos também foram iniciados nas províncias de Entre Rios e Santa Fé.

Na quarta-feira passada (15), a Secretaria divulgou estimativa pela qual o cultivo de soja deve ocupar uma área de 17,8 milhões a 18,2 milhões de hectares nesta temporada. Na safra 2007/08, a área foi 16,9 milhões de hectares.
Fonte: informações da Dow Jones, com Gerson Freitas Jr., Agência Estado

Produtores de grãos de Mato Grosso decidem não pagar dívidas do crédito rural 17.10.08

17.10.08

Mesmo optando por plantar, ao invés de quitar as parcelas 2008 da dívida rural, plantio segue lento e atrasado em Mato Grosso. Mais de 90% dos produtores mato-grossenses já teriam tomado a decisão de não quitar as parcelas do endividamento rural contraído junto ao Banco do Brasil, vencidas no último dia 15. A informação é do Diário de Cuiabá.

“A nossa orientação é para que o produtor priorize o plantio e só efetue o pagamento se tiver dinheiro no caixa”, disse ontem o presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan.

A superintendência do Banco do Brasil, por meio da sua assessoria de imprensa, informou que ainda não tem levantamento sobre o número de produtores que efetuaram o pagamento das parcelas em Mato Grosso.

“Quem pagar sem ter a garantia da safra plantada corre o risco de entrar na insolvência”, advertiu Galvan, lembrando que o plantio este ano está atrasado por causa das chuvas e da falta de crédito para a aquisição de fertilizantes. Há quase dez dias o plantio no norte do Estado foi interrompido por falta de chuvas.

Os números confirmam matéria do Diário que mostrou a disponibilidade dos produtores em retardarem os pagamentos de 2008, num comportamento considerado ‘moratória branca’, pelo segmento.

O Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), órgão pertencente à Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) informou que até sexta-feira da semana passada apenas 9% da área estava plantado em Mato Grosso.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a soja deverá expandir a área plantada 1% a 3%, cultivando ao em torno de 5,73 milhões de hectares a 5,84 milhões, mas os números são contestados pelos sojicultores mato-grossenses, que, em função ao alto custo de produção e dos reflexos da crise mundial, apostam em retração de pelo menos 10% na área plantada e conseqüentemente na produção.

Na opinião de Galvan, o atraso no plantio este ano vai refletir principalmente na safrinha de milho. “Se o plantio da soja atrasar muito, pouca gente vai plantar a segunda safra de milho, porque poderá ter perdas”. Com a demora no cultivo, há demora na colheita da soja e, com isso, o produtor que faz a segunda safra perde a janela ideal de plantio ao milho, que necessita de chuvas para se desenvolver e alcançar boa produtividade.

O Imea aposta em uma redução de 20% na safra de milho, porém muitos de forma individual. Os produtores já falam em percentuais de até 50%.

“Ainda é uma incógnita, pois a situação realmente é preocupante e o produtor terá dificuldades”, avalia Galvan, que é produtor na região de Sinop (503 quilômetros ao norte de Cuiabá) e este ano irá reduzir a sua área em cerca de 80%. Na safra passada, ele plantou cerca de 600 hectares e este ano anuncia que irá plantar pouco mais de 100 hectares.

O presidente do Sindicato Rural de Sinop afirma não ter sentido pagar a dívida, se o produtor não tem dinheiro nem para plantar. “Primeiro ele deve assegurar o plantio da lavoura e depois pensar nas dívidas. Não dá para fazer as duas coisas”. Ele disse ter informações de que a grande maioria dos produtores em sua região deixou de pagar a parcela do último dia 15. “A ordem é priorizar a safra, que é uma necessidade de todos e uma questão de sobrevivência dos produtores”.

Galvan alerta que os prejuízos decorrentes da perda de renda, do aumento dos custos de produção e da queda dos preços das commodities no mercado internacional vão impor “quebradeira generalizada” ao produtor na próxima safra. “O produtor tem que ser bastante cauteloso neste momento e calcular muito bem tudo o que irá fazer dentro de um planejamento sério e a longo prazo”, frisou Galvan.

Na região de Tapurah, os produtores também tomaram a decisão de priorizar o plantio da nova safra (08/09). “Também estamos recomendando ao produtor que dê atenção ao plantio e somente pague a dívida se sobrar dinheiro”, afirma o presidente do Sindicato Rural de Tapurah, Marusan Ferreira Barbosa.

Segundo ele, o plantio na região também está atrasado “por falta de chuva e de crédito” e faz previsões pessimistas sobre a produção de soja, milho e algodão.
Fonte: Agronotícias, com o Diário de Cuiabá

Demanda da China não ditará os preços mundiais da soja 17.10.08

17.10.08

No mês de setembro deste ano, o país mais que dobrou suas importações da oleaginosa.

Em meio ao pânico persistente nos mercados mundiais, agentes contam com o bom desempenho dos mercados emergentes, especialmente da China, para vislumbrar um cenário menos sombrio. Mas, para alguns economistas, nem a China conseguirá conter a fúria da crise. Será o nível de gravidade da recessão americana que ditará os preços das commodities.

"O que se discute agora é se a recessão será de menos 1 ou menos 2. No pior dos cenários, os preços da soja, que já estão abaixo do nível pré-especulativo, pode voltar aos níveis históricos de US$ 6", diz Fábio Silveira, da RC Consultores. Ontem (16), a cotação da commodity encerrou o pregão na Bolsa de Chicago (CBOT) em US$ 8,8025 por bushel.

No mês de setembro deste ano, a China mais que dobrou suas importações de soja. O país vinha de uma compra de 1,8 milhões de toneladas e, elevou esse volume para 4,14 milhões de toneladas. "Em condições normais, essa compra muito alta da China teria afetados os preços na Bolsa de Chicago (CBOT) para cima", diz Glauco Monte, consultor de gerenciamento de risco da FCStone. Assim, o que aconteceu foi justamente o contrário. No mesmo mês em que a China bateu recorde de importação de soja, as cotações dessa commodity em na bolsa americana recuaram 17%.

Ontem, a agência BloombergNews, noticiou que o governo chinês iria comprar 1 milhão de toneladas da nova safra de soja do nordeste da China, a principal região de cultivo, no próximo mês para ajudar a recuperação dos preços no mercado interno, que caíram 15% no último mês. A agência acrescentou ainda que essa decisão da China ajudaria a aquecer o mercado mundial de soja, uma vez que a China é a maior importadora mundial com metade do comércio global de soja.

"Está todo mundo se agarrando na China para se salvar. Mas isso não vai acontecer. A China pode comprar toda a soja do mundo que o cenário não se altera. O que esse país está fazendo é impedir que os preços caiam ainda mais", avalia Silveira. Para ele, o que é mais assustador é a velocidade em que as coisas estão acontecendo. "O mercado, os agentes, os investidores, todos estão, de fato, vendo uma recessão muito forte", complementa.

Além disso, os fundamentos também não ajudarão a ampliar a demanda chinesa pelo grãos no próximo ano. Segundo o Centro Nacional de Grãos e Óleos da China, a produção da oleaginosa na China será 37% maior nesta safra com colheita esperada de 17,5 milhões de toneladas, em decorrência do aumento da área cultivada. Essa oferta interna maior deve resultar em menor importação do grão, de acordo com estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda). As compras chinesas devem atingir 36 milhões de toneladas no ano-safra iniciado no último dia 1 de outubro, 1,4% menos que no ano-safra anterior.

Demanda
A persistente demanda forte da China por soja, segundo analistas, se deve a um cenário muito favorável para aquisição da commodity. Além de o preço estar muito baixo, também houve queda nas cotações do frete marítimo, segundo Monte, da FCSTone. "O preço dos fretes marítimos caíram 75% nos últimos três meses. Isso facilita muito para os importadores chineses", explica o especialista da FCStone.

Vinícius Ito, da consultoria New Edge, lembra que nesta semana a China voltou a comprar mais soja dos Estados Unidos. "O governo deve estar formando estoques, tanto de soja como de óleo. As esmagadoras do país também devem estar comprando para estocar", afirma Ito.

Nos primeiros nove meses do ano, a China importou 28,7 milhões de toneladas, 32,3% a mais do que no mesmo período de 2007. Atualmente, a China representa 52% de tudo o que o Brasil exporta de soja em grão. Neste ano, a previsão brasileira é de embarcar 26 milhões de toneladas da commodity. "A maior parte das compras feitas até setembro pela China foi do Brasil e da Argentina. A oferta americana entra forte a partir deste mês", esclarece Monte, da FCStone.
Fonte: Gazeta Mercantil

Abiove reduz projeção para exportação de soja 17.10.08

17.10.08

A nova previsão é de embarques de soja em grão de 25,2 milhões de toneladas, ou 500 mil toneladas a menos que a estimativa anterior, apresentada em setembro.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) reduziu novamente sua projeção de exportações de soja em grão para o período de 12 meses entre fevereiro deste ano e janeiro de 2009. Entre abril, última projeção feita pela entidade no primeiro semestre, e os dados apresentados nesta quinta-feira (16), que tratam do mercado até agosto, a queda acumulada na projeção é de 2 milhões de toneladas.

A nova previsão é de embarques de soja em grão de 25,2 milhões de toneladas, ou 500 mil toneladas a menos que a estimativa anterior, apresentada em setembro. Entre fevereiro de 2007 e janeiro de 2008, os embarques de soja em grão somaram 23,8 milhões de toneladas.

O mês de agosto foi o mais fraco em exportações de soja em grão desde 2004, quando foram embarcadas 2 milhões de toneladas - em agosto deste ano, foram 2,35 milhões. Os embarques de farelo e óleo, que foram, respectivamente, de 954 mil e 210 mil toneladas, foram os mais reduzidos em um mês de agosto desde pelo menos 2003, ano mais distante apresentado pelas estatísticas da entidade.

As exportações de soja em grão devem crescer 6,1%, de acordo com a nova projeção, mas a receita das vendas crescerá quase 70%, para US$ 11,34 bilhões - de um ano a outro, o preço do grão passou de US$ 283 para US$ 450 por tonelada. O complexo soja embarcará US$ 18,63 bilhões, ou 64,5% a mais que no intervalo entre fevereiro de 2007 e janeiro deste ano.

A nova estimativa prevê processamento de 32,3 milhões de toneladas, ou 100 mil toneladas a menos que a estimativa apresentada em setembro.

Em mais um dia atribulado nas bolsas de valores, os contratos de soja para janeiro de 2009 subiram 7,75 centavos de dólar na bolsa de Chicago, para US$ 8,8025 por bushel. O avanço foi creditado a ajustes técnicos.
Fonte: Valor Econômico

Perdas com especulação cambial levam empresas a rever planos de investimento 17.10.08

17.10.08

A Sadia deve adiar parte dos investimentos previstos para 2009 em novas unidades. Entre os projetos que terão o início das obras postergado estão a construção de uma fábrica nos Emirados Árabes, orçada em R$ 150 milhões, e um complexo para suínos no município de Mafra (SC), que tem custos estimados em R$ 700 milhões. "Para o ano que vem vamos ter de estudar. Nós e todo mundo", disse Furlan

O presidente do conselho de administração da empresa, Luiz Fernando Furlan, que retornou ao cargo na semana passada, após passar seis anos fora, pediu para conhecer todos os investimentos em estudo. Ontem, durante reinauguração de uma fábrica de empanados de carne que havia sido destruída em incêndio há quase dois anos em Toledo, oeste do Paraná, ele disse que é preciso ter mais cautela daqui para a frente. "Para o ano que vem vamos ter de estudar. Nós e todo mundo", afirmou, acrescentando que falou com uma dúzia de presidentes de empresas sobre o assunto.

Questionado sobre a unidade árabe, cujas obras poderiam ser iniciadas ainda em 2008 em Abu Dabhi, ele disse que "é possível que seja adiada". O executivo irá para Dubai daqui a quatro semanas, para participar de fórum econômico mundial, e vai aproveitar para se atualizar sobre os planos para a região. No exterior, a Sadia tem fábrica na Rússia e na Holanda. Sobre o complexo de Mafra, que também seria iniciado em breve, o diretor de relações institucionais, Felipe Luz, explicou que as obras vão começar "quando tudo entrar na normalidade", não antes de meados de 2009.

O adiamento de obras de ampliação vai na direção contrária ao que vinha acontecendo nos últimos anos, quando a Sadia manteve um ritmo constante de investimentos. Para 2008, por exemplo, foram previstos R$ 1,6 bilhão para construções e ampliações, e pelo menos R$ 1 bilhão já foram investidos. A reconstrução da fábrica de Toledo, por exemplo, custou R$ 173 milhões, e mais R$ 33 milhões foram usados em outras unidades que a Sadia possui no município ? no Paraná estão cinco das 15 fábricas próprias da empresa no país e 18 mil dos 60 mil empregados. "Pro ano que vem vai ter alguma coisa de investimento, mas em valores menores". Furlan diz que a prioridade agora é colocar em funcionamento cinco unidades com investimentos em andamento, porque quando todas forem inaugurados, no prazo de seis meses, irão resultar em acréscimo de R$ 4 bilhões no faturamento, ou um terço dos R$ 12 bilhões previstos para 2008. Segundo ele, a planta de Lucas do Rio Verde (MT) fez na quarta-feira "a primeira fornada de mortadela". Mas o executivo contou que, se tivesse como produzir, teria exportado US$ 300 milhões a mais de janeiro a setembro deste ano.

Na visita a Toledo, Furlan fez sua primeira aparição pública depois de ser chamado para ajudar a empresa a enfrentar as turbulências motivadas pela perda de R$ 760 milhões em operações financeiras, divulgadas no mês passado.

Furlan mostrou-se otimista.

"Tomo vacina de graça há dois anos", disse, para mostrar experiência de vida. "Pessoas como eu carregam cicatrizes. A Sadia também carrega". Ele contou que deve receber o relatório da auditoria feita pela KPMG hoje ou na segunda-feira e o resultado dela será apresentada na assembléia de acionistas marcada para o início de novembro. Questionado sobre o que teria acontecido de errado, o executivo evitou apontar culpados. "Eu tenho uma idéia, mas prefiro esperar a conclusão de quem é especialista". Ele repetiu que a empresa estava autorizada pelo conselho a fazer operações no mercado futuro até o equivalente a seis meses de suas exportações, ou US$ 1,7 bilhão.

"O que aconteceu não foi falha de política, foi falha de execução, quando as pessoas responsáveis ultrapassaram o limite, não informaram e assumiram riscos exagerados". Sem ter o resultado das investigações internas, Furlan disse que está vendo se houve "conivência ou algum tipo de indução por parte dos bancos que atuaram" nas operações. "É difícil acreditar que uma coisa dessas possa acontecer isoladamente", comentou. "Temos ótimos especialistas em direito olhando essas coisas".

Questionado se a empresa vai fechar o ano com prejuízo, Furlan apelou para o futebol. "Há essa possibilidade, mas sou corintiano. Corintiano joga até os 48 do segundo tempo". Segundo ele, é possível "empatar no segundo tempo", porque o último trimestre costuma ser o melhor do ano e pode atenuar as perdas. O balanço do terceiro trimestre será divulgado no dia 30.
Fonte: Valor Econômico
17.10.08
VCP e Aracruz fazem paradas e suspendem projetos 17.10.08
O Conselho de Administração da Aracruz decidiu ontem (16) suspender temporariamente o projeto de expansão da fábrica no município de Guaíba, no Rio Grande do Sul.

A Votorantim Celulose e Papel (VCP) reduzirá sua oferta de celulose nos próximos meses. A intenção da fabricante é promover uma parada comercial de aproximadamente sete dias na unidade de Jacareí (SP) durante o quarto trimestre de 2008. A medida deve reduzir a produção da fábrica em torno de 25 mil toneladas.

A Aracruz anunciou, ontem (16), planos de limitar sua oferta em 64 mil toneladas de celulose.
Além disso, a emoresa informou que o seu Conselho de Administração decidiu suspender temporariamente o projeto de expansão da fábrica no município de Guaíba, no Rio Grande do Sul. Segundo a companhia, o objetivo, com a medida, é preservar a liquidez da companhia. Segundo a empresa, a expansão na cidade gaúcha será adiada por um ano.
O objetivo com a medida é "adequar os estoques de celulose e papel que precisam fluir na cadeia", informa a empresa no balanço trimestral.

Na última quarta-feira (dia 15), a Suzano Papel e Celulose informou medidas para reduzir em no mínimo 30 mil toneladas sua oferta do insumo.
Fonte: André Magnabosco e Cesar Bianconi, Agência Estado

Aracruz tem prejuízo de R$ 1,64 bi no trimestre, ante lucro de R$ 260,9 mi 17.10.08

17.10.08

A Aracruz foi uma das primeiras empresas brasileiras, "vítima" da crise financeira global, a anunciar seu balanço trimestral. A companhia revelou um prejuízo líquido de R$ 1,642 bilhão no terceiro trimestre deste ano, ante um lucro líquido de R$ 260,9 milhões em idêntico período em 2007.

Apesar da empresa exibir desempenho operacional pior na comparação com o ano passado, o balanço registra principalmente o impacto das perdas contábeis da Aracruz. A receita financeira líquida da empresa, que foi de R$ 141,3 milhões no terceiro trimestre de 2007, frente a uma despesa financeira líquida de R$ 2,462 bilhões no trimestre passado. Como adiantado pela Aracruz há semanas, a empresa reconheceu perdas de R$ 1,95 bilhão devido a operações de câmbio que sofreram com a oscilação brusca das cotações, que saltaram de R$ 1,63 para R$ 1,90 no mês de setembro.

Receita e produção

A receita líquida atingiu R$ 801,6 milhões no terceiro trimestre, um decréscimo de 8% sobre os resultados para o mesmo período no ano passado. O Ebitda (lucro antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) foi de R$ 323,7 milhões, 9% abaixo do número registrado em 2007 entre julho e setembro.

A empresa comercializou 679 mil toneladas de celulose, um resultado 12% abaixo dos números contabilizados no terceiro trimestre do ano passado. As vendas de papel totalizaram 810 mil toneladas, um crescimento de 3% sobre o mesmo período em 2007.

"Com o rápido desaquecimento das principais economias globais, muitas já estão próximas de um período de recessão, motivado pela crise financeira, a baixa disponibilidade de crédito e o ainda elevado preço das commodities. O impacto sobre o setor de papel e celulose ainda é incerto e difícil de prever, mas já está sendo sentido", admitiu a diretoria da Aracruz, em seu balanço.
Fonte: FolhaNews

VCP sai de lucro para prejuízo de R$ 585,5 mi 17.10.08

17.10.08

A Votorantim Celulose e Papel (VCP) saiu de lucro de R$ 282,861 milhões no terceiro trimestre do ano passado para um prejuízo de R$ 585,5 milhões em igual período deste ano. A receita líquida da empresa somou R$ 732,321 milhões no período, o que representa uma queda de 6,25%, na mesma base de comparação. A linha financeira líquida passou de positiva em R$ 110,883 milhões para negativa em R$ 957,989 milhões.

No início desta semana, a direção da VCP informou que, embora seja controlada pelo Grupo Votorantim, segue critérios próprios de governança corporativa e administra seu caixa e posições de hedge (proteção) de forma autônoma e independente. Em comunicado, a companhia afirmou que o valor justo de todos os instrumentos derivativos em aberto na data base do dia 30 de setembro resultou em uma despesa financeira de R$ 145 milhões no trimestre, levando em consideração a curva da taxa de juros, volatilidade e taxa de câmbio fim na data de referência. Porém, a VCP não está obrigada a desembolsar esta quantia. Segundo a empresa, o impacto do câmbio na dívida foi de R$ 456 milhões no terceiro trimestre.
No início deste mês, o Grupo Votorantim ainda fazia os cálculos de quais serão as perdas com as operações de derivativos cambiais.
Fonte: Agência Estado

Ibama fecha serrarias e destrói 280 fornos ilegais de carvão no Pará 17.10.08

17.10.08

Fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) derrubaram 280 fornos de fabricação de carvão clandestino, ontem (16), em Novo Repartimento, município na região central do Pará. Dezenove fornos funcionavam dentro de um assentamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Além dos fornos, os agentes do Ibama também fecharam três serrarias ilegais no interior do assentamento Rio Gelado, o maior do Incra no país, com 260 mil hectares.

A devastação da floresta em áreas de reforma agrária foi tema recente de polêmica entre os ministérios do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário, após a divulgação da lista dos 100 maiores desmatadores da Amazônia, encabeçada por seis propriedades do Incra.
Fonte: Luana Lourenço, repórter da Agência Brasil

Cana já ocupa 15 mil hectares da soja em Dourados/MS 17.10.08

17.10.08

Novas usinas de álcool na região precisarão de 60 mil ha de cana

A produtividade média prevista para esta safra é de 3 mil quilos de grãos de soja por hectare. Com isso, a produção esperada é de 420 mil toneladas em Dourados.

O município de Dourados deve plantar 140 mil hectares com soja este ano, de acordo com dados levantados na primeira reunião da Corea (Comissão Regional de Estatísticas Agropecuária). A área a ser plantada é 15 mil hectares menos que a da safra passada, que foi de 155 mil. Os 15 mil hectares é exatamente a que está sendo ocupada com cana-de-açúcar.

Reunidos na unidade do IBGE de Dourados, técnicos apontaram que a dificuldade de se obter financiamento bancário para o plantio foi um dos principais fatores para a redução na área plantada com soja. Por outro lado, o aumento do custo de produção, segundo os técnicos, pode resultar em menor investimento em insumos e provocar queda na produção.

A produtividade média esperada para esta safra é de 3 mil quilos de grãos de soja por hectare. Com isso, a produção esperada é de 420 mil toneladas em Dourados.

A expansão do plantio da cana é em função também da implantação de duas usinas de álcool e açúcar em Dourados. Uma em Itahum e outra no Curral de Arame, próximo à cidade. Essas usinas precisam de 60 mil hectares de plantio de cana. A produtividade esperada nessas lavouras é de 110 mil quilos por hectare.

Outras culturas da safra de verão que estão em fase de plantio em Dourados são o milho primeira safra, o arroz irrigado e o tomate. Com arroz irrigado, a terceira cultura em área, devem ser plantados 3 mil hectares, com rendimento médio esperado de 5 mil quilos por hectare.
Fonte: Dênes de Azevedo, Diario MS

Nuvem de pessimismo paira sobre a Rússia e o Brasil, diz Financial Times 17.10.08

17.10.08

Há apenas cinco meses, a Rússia estava nas alturas. Os valores de suas ações estavam próximos a recordes históricos, as reservas de moeda estrangeira era a inveja do mundo e alguns analistas chegavam até a descrever o país como um paraíso para investimentos.

Atualmente, devido em grande parte ao estouro da bolha de commodities que sustentava muitas economias de mercado em todo o mundo, aquele cenário brilhante tornou-se francamente sombrio.

O mercado de participações acionárias russo de maior liquidez, o Micex, sofreu uma queda drástica de 70% desde maio, em meio à liquidação de ações vinculadas a commodities.

Assim como a Rússia, outros grandes exportadores de commodities amargaram quedas espetaculares dos preços dos ativos, incluindo nações ricas em recursos na América Latina e os produtores de petróleo no Golfo Pérsico e na África.

Produtores de petróleo como Rússia, México e Nigéria enfrentam agora pressões sobre as suas balanças de conta corrente, e Moscou espera o primeiro déficit em vários anos, neste momento em que o preço do petróleo cai para patamares inferiores a US$ 80 o barril.

Até mesmo a Arábia Saudita e outras nações do Golfo Pérsico ricas em petróleo, embora ainda sejam capazes de recorrer aos seus vastos recursos, viram os seus mercados de equities despencar, sendo que o principal valor de referência saudita caiu mais de 40%.

Pressão sobre Brasil

A pressão sobre a economia brasileira tem sido um motivo especial de choque. O cenário emsombreceu-se dramaticamente em uma questão de meses, e o governo brasileiro foi obrigado a intervir, relaxando as regras de empréstimos, enquanto as companhias e os bancos lutam para obter dinheiro nos nervosos mercados de capital.

O Brasil é uma nação que já foi tida com uma das histórias de maior sucesso econômico no mundo, e, assim como a Rússia, era considerada imunizada contra uma recessão global.

Jon Harrison, um estrategista de mercados emergentes da Dresdner Kleinwort, afirma: "O grande enredo da crise é o deleverage. Nenhum país está imune. Tudo que seja remotamente arriscado está sendo desativado, e isso inclui as fortes economias produtoras de commodities como o Brasil".

David Lubin, economista do Citigroup especializado em mercados emergentes acrescenta: "Todas as economias produtoras de commodities sofreram com a crise do apetite por riscos, devido às suas muito substanciais leverages. E as coisas piorarão para esses países caso os preços das commodities continuem caindo".

Com certeza, para a Rússia e o Brasil, aqueles dias empolgantes de primavera - quando as ações estavam em alta e o cenário era mais seguro para estes países - parecem ser uma lembrança longínqua".
Autor: David Oakley, Financial Times
Tradução: UOL

Produtores de arroz reformulam proposta e pedem dois leilões até novembro 17.10.08

17.10.08

Após reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz, realizada na tarde de ontem (16), no Ministério da Agricultura, representantes dos produtores de arroz decidiram reformular a proposta feita mais cedo ao ministério de não realizar mais leilões em outubro e apenas mais cinco até janeiro de 2009.
A nova proposta é para que se realize um leilão no dia 29 de outubro e outro em 11 de novembro, com 50 mil toneladas ofertadas em cada um.

Foi mantida, no entanto, a reivindicação de R$ 1 bilhão para apoio à comercialização, como forma de sustentar os preços da safra que se inicia. “Seriam R$ 600 milhões para EGF [Empréstimo do Governo Federal] e R$ 400 milhões para contratos de opções públicas”, disse o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Renato Rocha.

Segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o país deve produzir, na safra 2008/2009, cerca de 12,1 milhões de toneladas de arroz, abaixo da estimativa de consumo para este ano, de aproximadamente 13 milhões de toneladas. Apesar disso, a perspectiva é de aumento das exportações para 700 mil toneladas, no próximo ano.

“Esse volume é excelente se considerarmos o resultado alcançado em 2007, que foi de 400 mil toneladas. Ou seja, vamos praticamente dobrar as exportações”, afirmou o presidente da Câmara Setorial, Francisco Lineu Schardong. Ele disse, ainda, que os estoques da região Sul, responsável pela maior parte da produção nacional de arroz, são suficientes para abastecer o mercado até a próxima colheita, na medida em que o consumo diminui entre dezembro e fevereiro devido ao período de férias.
Fonte: Danilo Macedo, repórter da Agência Brasil

Ruralistas plantam emendas na MP 442 para obterem mais vantagens na renegociação de suas dívidas 16.10.08

16.10.08
Deputados ruralistas querem pegar carona na medida provisória que autoriza o socorro do Banco Central a bancos em dificuldades (MP 442) para tentar renegociar dívidas e conseguir benefícios para o setor. Concluída a fase de tramitação, na qual os parlamentares podem apresentar propostas de modificação da MP (emendas), foram entregues 39 emendas, muitas de conteúdo idêntico, que beneficiam o setor. Os autores, deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), deputada Jusmari Oliveira (PR-BA) e, em dupla, os deputados Paulo Piau (PMDB-MG) e Tadeu Filippelli (PMDB-DF), se concentraram em pelo menos 13 temas em suas emendas.

"Temos de fazer tudo para continuar produzindo nossa comidinha do dia-a-dia", argumentou o deputado Paulo Piau. "A situação dos produtores tem tudo a ver com a crise financeira. O crédito já escasseou e prevemos dificuldades de financiamento", continuou o deputado ruralista. No total, a MP recebeu 74 propostas de modificação de deputados e de senadores. Os líderes da base e de oposição fecharam um acordo, com o apoio do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), de votar a MP na Casa no dia 28 de outubro.

Entre as propostas dos ruralistas está a retomada da renegociação da dívida dos produtores. Os deputados querem alterar a taxa de correção das operações de Crédito Rural inscritas na Dívida Ativa da União. A correção muda da Taxa Selic para Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Essa condição tinha sido incluída na medida provisória 432 durante votação no Congresso e vetada, posteriormente, pelo presidente Luiz Inácio da Silva. "O governo vetou esse item, mas vamos tentar negociar", disse Piau.

Os parlamentares querem também a criação de uma linha de crédito para renegociar dívidas vencidas originárias do Crédito Rural, a extensão dos benefícios já negociados na MP 432 para todas as operações com recursos dos diversos Fundos Constitucionais, e prazo de cinco anos adicionais para as operações de custeio agropecuário das safras 2006/2007 e anteriores, renegociadas ou não, vencendo a 1ª parcela até 30/11/2009 e a última até 30/11/2013.

Além disso, os parlamentares apresentaram emenda para que as parcelas inadimplentes do financiamento dos produtores rurais sejam calculadas na condição de normalidade, com a redução de 5 pontos percentuais nas taxas de juros. O deputado Paulo Piau afirmou que, no processo legislativo, a forma mais rápida de aprovar alguma proposta é por meio de medidas provisórias e, por isso, decidiu apresentar as emendas. O líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), não quis comentar as emendas dos ruralistas. "Não estou com esse foco agora", disse o líder.
Fonte: Denise Madueño, Agência Estado

Especialistas dizem que commodities devem seguir em baixa em 2009 16.10.08

16.10.08

As commodities agrícolas não deverão subir no ano que vem, em vista da propagação da crise financeira norte-americana e do congelamento do crédito, que paralisam a economia mundial, informou a administradora de fundos Aisling Analytics Pte. Os Estados Unidos estão ingressando em sua primeira recessão prolongada puxada pelo consumidor, seguidos pela União Européia (UE), enquanto as medidas de estímulo adotadas pela China podem não ser suficientes para alimentar uma alta das commodities, disse Conor O'Malley, analista da empresa, sediada em Cingapura, em conferência proferida em Jinan, na China. O Merchant Commodity Fund, de US$ 2 bilhões, administrado pela Aisling e gerido por Michael Coleman e Doug King, ex-operadores da Cargill Inc., derrotou os fundos de hedge em setembro. O fundo subiu 12%, com a queda vertical dos preços dos combustíveis e produtos agrícolas. "Será que este é o fim do superciclo altista das commodities? A coisa não parece nada boa: não há luz no fim do túnel para o ano que vem", disse O'Malley a um público de executivos de tradings de algodão e empresas têxteis. Mesmo assim o petróleo, a soja, o milho e o trigo deram um salto pelo segundo dia consecutivo depois que os BCs mundiais inundaram o mercado de dinheiro, numa iniciativa que poderá estimular a demanda por commodities.

Os Estados Unidos enfrentam pela primeira vez uma recessão puxada pela queda do consumo, que difere das recessões anteriores, caracterizadas por "choques" externos como o que ocorreu depois da primeira Guerra do Golfo, disse O'Malley. Para ele, a atual recessão provavelmente será mais prolongada. "A crise do crédito está longe de ter sido solucionada", e ela limitará o crescimento e tolherá os gastos em 2009, falou.

Alguns investidores, com exceção dos gestores de fundos referenciados em índices, saíram da área de matérias-primas, desencadeando a queda das transações. Na primeira semana de outubro, quase US$ 2,5 bilhões deixaram os mercados de produtos agrícolas, na maior evasão desde janeiro de 2006. Algumas pessoas depositaram suas esperanças na possibilidade de o governo chinês lançar grandes pacotes de estímulos, mas,"infelizmente, não acho que isso tenha acontecido", reiterou.

"Não está claro que as medidas a serem adotadas pelas autoridades chinesas serão intensivas no consumo de commodities, ou ainda suficientes para estimular uma alta desses produtos primários", completou. "A China 'obviamente', vai se expandir, mas há o risco de que o país possa não reagir bem à desaceleração do crescimento". "A China poderá tentar estimular as exportações pelo aumento dos descontos fiscais sobre as exportações, mas esse tipo de medida não funcionará se não houver mercados de exportação para os seus produtos".
Fonte: Gazeta Mercantil

Secretaria de Agricultura de SP apura mortandade de frangos em granjas ligadas à Frango Forte 16.10.08

16.10.08

Tudo indica que crise financeira fez frigorífico deixar aves morrerem de fome

Ribeirão Preto, SP - A Secretaria de Agricultura de São Paulo informou que técnicos da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), órgão responsável pela sanidade animal e vegetal no Estado, iniciaram hoje visitas às granjas integradas da empresa Frango Forte, espalhadas por 37 municípios, após o relato da mortandade de 10% dos animais em algumas unidades. Por lei, acima desse porcentual de morte de aves os veterinários responsáveis são obrigados a comunicar o fato à CDA.

Ao menos dez unidades na região de Tietê (SP) foram visitadas e foi constatado que as mortes ocorreram por inanição, em decorrência da falta de alimentos. No período de crise financeira, ampliada pelo cenário de falta de liquidez, a Frango Forte não tem repassado ração a produtores integrados, responsáveis pelas granjas. Além de Tietê, a empresa tem unidades em Conchas (SP), Monte Alegre do Sul (SP) e um frigorífico desativado em Américo Brasiliense (SP).

Os técnicos da CDA orientam os produtores a enviar aos frigoríficos para abate as aves vivas que não teriam alimento, seguindo os padrões sanitários. As aves mortas devem ser descartadas, enterrando-as em valas ou encaminhando-as a aterros sanitários apropriados, autorizados pela Cetesb. Caso haja a distribuição gratuita de aves - iniciativa tomada por alguns produtores - a Secretaria da Agricultura informou que não cabe à Defesa Agropecuária qualquer tipo de ação. Caso a ave esteja com aspectos de desnutrição, a Vigilância Sanitária do município deve ser acionada, por se tratar de saúde pública.

Descarte

A assessoria de comunicação da Frango Forte confirmou as mortes em granjas e informou que está trabalhando junto aos seus produtores e às autoridades públicas para o descarte desses animais. Outros frangos vivos que não atingiram ainda os 45 dias para o abate foram encaminhados à unidade de subprodutos para a produção de farinha e óleo, mas a capacidade de processamento não suporta o volume.

A empresa não informou quantos produtores integrados possui, quantos animais seriam criados e nem o número de aves mortas por inanição. Os dados, de acordo com a assessoria de comunicação da Frango Forte, deverão ser divulgados até o início da próxima semana. A companhia informou que o abate diário de 220 mil a 230 mil animais caiu para entre 150 mil a 200 mil e ainda que executivos da empresa estariam em reuniões para tentar reverter a crise financeira por meio de parcerias ou de crédito.
Fonte: Gustavo Porto, Agência Estado

Agricultores brasileiros no Paraguai pedem socorro ao Presidente do Brasil 16.10.08

16.10.08

Assunção - Cerca de 40 colonos brasileiros dedicados à plantação de soja no Paraguai pediram hoje a atuação do presidente Luiz Inácio da Silva como mediador de uma crise na qual camponeses sem-terra impedem o plantio e a colheita. Paulo Schuster, proprietário de uma fazenda em Santa Rosa del Monday, no Estado paraguaio de Alto Paraná, 400 quilômetros ao leste de Assunção, disse a uma rádio local que os colonos acreditam que devem ser "socorridos" pelo governo brasileiro.

Schuster, porta-voz de um grupo de algumas dezenas de colonos, disse que o pedido de mediação do governo brasileiro foi entregue ao prefeito de Foz do Iguaçu, no Paraná, que faz divisa com Alto Paraná. Nenhum porta-voz do governo paraguaio se manifestou sobre o assunto.

Por sua vez, Ernesto Benítez, um dos líderes do movimento de esquerda Produtores de São Pedro-Norte, disse ontem, durante um painel organização pela Universidade Católica de Assunção, que o grupo vai "recuperar a soberania paraguaia, expulsando os invasores brasileiros".
Fonte: Associated Press, com Agência Estado

Coordenadores de Políticas Agrícolas dos países do Cone Sul começam hoje reunião em Buenos Aires 16.10.08

16.10.08

Representantes do Cone Sul (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai) discutirão temas como fertilizantes, agroenergia e seguro rural na 18ª Reunião Ordinária da Rede de Coordenação de Políticas Agropecuárias (REDPA), hoje (16) e amanhã (17), em Buenos Aires (Argentina).

A Rede, com seis grupos temáticos, se reúne a cada ano. O diretor do Departamento de Cana-de-açúcar e Agroenergia, Alexandre Strapasson, coordena o Grupo de Políticas Públicas em Agroenergia (GT-6) e o coordenador-geral para Pecuária e Culturas Permanentes da Secretaria de Política Agrícola (SPA), João Salomão, dirige o de Manejo de Riscos Agropecuários (GT-3).

Pelo Mapa, comparecem à 18ª REDPA, além dos coordenadores do GT-3 e do GT-6, o coordenador de Gestão Estratégica, Ali Saab, e o chefe de gabinete da SPA, Manoel Rodrigues dos Santos Júnior.

Subsídios para o GT-6 - O documento Contribuciones para una política agricola regional en agroenergía, foi elaborado para subsidiar as discussões de especialistas em biocombustíveis. A coordenação do texto foi de Alexandre Strapasson e do coordenador-geral substituto de Açúcar e Álcool da Secretaria de Produção e Agroenergia, Luís Carlos Job. “O trabalho enfoca as estratégias de cada país-membro do CAS (exceto Bolívia), levando em consideração os fatores sociais, territoriais, técnicos, políticos e ambientais, a fim de garantir a competitividade regional no setor de biocombustíveis”, informou Strapasson.
Para ver agenda da reunião, clique
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Fonte: Inez De Podestà e Débora Pinheiro, assessoria de Imprensa do Mapa

Práticas de bem-estar animal melhoram desempenho da propriedade 16.10.08

16.10.08

“Os consumidores dos países desenvolvidos, que são grandes clientes do Brasil, exigem do governo que a carne servida à mesa tenha recebido tratamento ético na produção. Isso se traduz em boas práticas de bem-estar animal”, ressaltou o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, do Ministério da Agricultura (SDC/Mapa), Márcio Portocarrero, ontem (15), em Brasília, durante Workshop sobre Boas Práticas Agropecuárias com Enfoque em Bem-estar Animal.

Portocarrero também explicou a importância de conhecer o regulamento europeu na área de boas práticas. Técnicos do Ministério da Agricultura visitaram propriedades rurais de aves e suínos, entidades de pesquisas e o sistema do controle de transporte de animais na Europa. “Identificamos que é necessário desenvolver um trabalho de convencimento ao setor produtivo que as boas práticas aprimoram o desempenho da propriedade rural e garantem mercados exigentes”, enfatizou.

De acordo com a chefe da Divisão de Bovideocultura da SDC, Andrea Parrilla, o objetivo do wokshop é a formação de comitê técnico-científico, envolvendo representantes das unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Vale ressaltar que, no Brasil, já existem pesquisas de boas práticas agropecuárias na área de bovinos de corte, caprinos, ovinos, aves e, em relação a suínos, treinamentos para motoristas que transportam animais vivos”, destacou.

Na opinião de Parrilla, o principal desafio do setor é o transporte. “É primordial que a Embrapa encontre os melhores tipos de veículos com espaçamento necessários para as raças naturalizadas no Brasil, principalmente a nelore, que representa 80% do nosso rebanho”, finalizou.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Mapa

Brasil vai produzir diesel de cana-de-açúcar 16.10.08

16.10.08

São Paulo - O mesmo caldo de cana que serve como matéria-prima para a produção de açúcar e álcool servirá em breve, também, para a produção de diesel. A nova tecnologia, desenvolvida pela empresa Amyris, da Califórnia, vai ser colocada em prática no interior paulista em 2010, em sociedade com a Votorantim Novos Negócios e a Usina Santa Elisa, de Sertãozinho. A meta é produzir 400 milhões de litros no primeiro ano e 1 bilhão de litros, em 2012.

O processo é muito parecido com o da produção de álcool combustível, que utiliza leveduras - um tipo de fungo microscópico - para fermentar os açúcares presentes na cana e secretar etanol. A diferença crucial - que foi a grande inovação produzida pela Amyris - está no DNA da levedura, que foi geneticamente modificada para secretar diesel no lugar de álcool.

"Não é biodiesel. É diesel mesmo”, diz o biólogo Fernando Reinach, diretor-executivo da Votorantim Novos Negócios (VNN), fundo de investimento de risco do Grupo Votorantim, que financiou parte da pesquisa. O resultado da fermentação é uma molécula chamada farneceno, com 12 átomos de carbono, que tem todas as propriedades essenciais do diesel de petróleo, mas nenhuma da indesejadas, como a mistura de enxofre - um poluente altamente prejudicial à saúde. Enquanto o diesel de petróleo - e mesmo o biodiesel de óleos vegetais - contém uma mistura de várias moléculas combustíveis, o diesel de cana tem apenas o farneceno, que pode ser usado diretamente no motor. "É um combustível super puro”, disse o diretor-executivo da Amyris, o português John Melo, que esteve em São Paulo ontem para anunciar o projeto.

O diesel de cana-de-açúcar - além de ser livre de enxofre, o que reduz o impacto sobre a poluição urbana - é renovável em relação ao carbono que emite para a atmosfera, o que reduz o impacto sobre o aquecimento global. A exemplo do que já ocorre com o etanol, o gás carbônico que sai do escapamento é reabsorvido, via fotossíntese, pela nova cana que está brotando no campo. Quando a cana é colhida, o carbono é convertido novamente em combustível, reemitido, reabsorvido e assim por diante.
Fonte: informações do jornal O Estado de S. Paulo

Eike diz que multas ambientais prejudicaram suas empresas e doa R$ 11 milhões para três parques nacionais 15.10.08

15.10.08

O empresário Eike Batista, do grupo EBX, assinou ontem (14), com o ministro do Meio Ambiente, um acordo de cooperação de R$ 11,4 milhões para investimentos nos parques nacionais de Fernando de Noronha (PE), dos Lençóis Maranhenses (MA) e do Pantanal Mato-grossensse (MT).

O montante da doação é menos da metade do valor devido pela empresa em multas por crimes ambientais, como uso de carvão vegetal produzido sem autorização, com madeira de desmatamento ilegal em área indígena, dentro do Pantanal no Mato Grosso do Sul.

Em julho, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou uma das empresas de Batista, a siderúrgica MMX, instalada em Corumbá (MS), em R$ 25 milhões, após constatar que 90% dos fornecedores de carvão da mineradora operavam na ilegalidade. A multa se soma a pelo menos outras três, entre elas uma de R$ 3 milhões, por compra de carvão feito a partir de desmatamento ilegal no Pantanal, e outra de R$ 1 milhão, por adquirir carvão produzido ilegalmente em terra indígena.

Diz o Ministro Minc que a doação não vai significar “anistia” das multas ou pendências ambientais dos empreendimentos do grupo EBX.

O Ministro do Meio Ambiente disse esperar que o acordo com “o importante empresário Eike Batista” sirva de exemplo para outras grupos e estimule parcerias público-privadas em ações ambientais. “Esse dinheiro não exime doadores de responsabilidades. As empresas são fiscalizadas, têm que pagar as multas devidas, cumprir suas obrigações, mas podem fazer ações voluntárias. Seria negativo se, em vez de cobrar multas, aceitássemos doações como compensação”, justificou.

De acordo com o ministro, o processo de cobranças das multas da MMX seguirá normalmente. Batista negou que tenha utilizado carvão irregular, disse que a empresa está recorrendo das multas do Ibama e lembrou que chegou a pensar em fechar a siderúrgica por causa dos problemas com os órgãos ambientais.

“No contexto das nossas companhias, isso [a siderúrgica] é uma operação pequena, e está nos causando muito problema, estamos pensando inclusive em fechar. É uma coisa pequena, que nos traz um mal tão grande, que a gente não precisa disso”, disse o empresário.

Segundo Batista, os problemas ambientais da siderúrgica apontados pelo Ibama prejudicam “barbaramente a imagem da companhia” e já causaram prejuízos de “centenas de milhões de dólares”.
Fonte: Luana Lourenço, repórter da Agência Brasil, com o Observatório

Fazendeiros do Paraná temem recessão mas Cooperativas acham que é "cedo para diagnósticos pessimistas" 15.10.08

15.10.08

Curitiba - O Paraná, maior produtor de grãos do país e responsável por 21% da produção nacional, pode ter a safra 2008/2009 comprometida devido à crise financeira internacional, na avaliação da Federação da Agricultura do estado (Faep).

A previsão da Faep é contestada pela Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), que reuniu hoje (14), em Curitiba, presidentes de cooperativas agropecuárias e de crédito de todo o estado, para discutir a crise.

De acordo com o presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, embora o agricultor tenha plantando com custo maior, em função do aumento do preço do fertilizante, ainda é cedo para diagnósticos pessimistas. “Todas as análises da economia mostram que o último setor a ser afetado pela crise é sempre o agrícola, porque alimento sempre tem demanda”, observou.

Pela última estimativa de safra do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Paraná iria colher 31,54 milhões de toneladas, a maior safra da história do estado. Entretanto, segundo o assessor da presidência da Faep, Carlos Augusto Albuquerque, no plantio desta safra, que começou em setembro, houve restrições na tecnologia utilizada devido ao aumento nos preços, principalmente, dos insumos, da ordem de 30%. Já o crédito ficou praticamente do mesmo tamanho.

Isso, segundo ele, obrigou o produtor a usar menos tecnologia ou diminuir a área de plantio ou, ainda, a buscar recursos onerosos de outras fontes. “O socorro financeiro acenado pelo governo está chegando tarde e não é do tamanho que a crise exige”, disse. "Se as duas últimas safras foram boas, as quatro anteriores foram frustradas pelas condições climáticas", lembrou Albuquerque. Essa realidade levou o governo a renegociar dívidas que muitos agricultores ainda não quitaram.

Segundo Koslovski, o agricultor tem a seu favor, no momento, boas condições climáticas e a área de plantio é a mesma da safra anterior. Se houver redução, ele acredita que ficará abaixo dos 5%, o que considera insignificante.

Para o presidente da Ocepar, o agricultor vive um bom momento em relação ao único produto que tem para comercializar na entressafra, que é o trigo. “O Paraná é o maior produtor, responde por 50% do total nacional, e tem um trigo de qualidade ótima, que poderá ser exportado se o dólar apresentar uma paridade em relação aos preços internos”, prevê.

Koslovski defendeu a manutenção de linhas especiais de crédito para dar suporte à comercialização da produção agrícola. Segundo ele, o produtor, hoje, está recebendo US$ 480 dólares a tonelada, preço acima do mínimo. “O que o governo tem que manter, neste momento de crise, são os chamados recursos de giro. Não permitir que os bancos deixem parados como aval de segurança, os R$ 100 bilhões de depósitos que têm em caixa. Destinem estes recursos para renovação e novos financiamentos”, ressaltou.

Na opinião do presidente da cooperativa Agro-Industrial de Rolandia (Carol), Eliseu de Paula, o único temor dos produtores é que os países consumidores entrem em recessão e deixem de comprar. “A alta do dólar por enquanto só trouxe mais reais para o nosso bolso. Estamos em vantagem, sabemos plantar, produzir e, no campo, a crise costuma chegar bem depois e ir embora bem rápido, nem dá para sentir”, observou.

O economista-chefe do Banco do Brasil, Uilson Melo Araújo, ao falar sobre os impactos da crise para os representantes de cooperativas paranaenses, disse que o cenário de perda de dinamismo na economia mundial deve ser revertido em, no máximo, três anos. “Vai ocorrer uma desaceleração, mas o Brasil é um dos países mais produtivos do mundo e seu crescimento acontecerá, principalmente, nos setores da agricultura, construção civil e comércio exterior".

Ele demonstrou otimismo em relação às medidas de liberação do recolhimento do compulsórioaos. "Estamos tendo problemas de liquidez, mas em nenhum momento falamos de insolvência", destacou em relação ao setor.

Segundo o economista, o país deu passos fundamentais na condução das políticas macroeconômicas. "Nossas instituições estão fortes e não há espaço no Brasil para medidas populistas."
Fonte: Lúcia Norcio, repórter da Agência Brasil

MDIC recomenda a manutenção da tarifa antidumping sobre fertilizante 15.10.08

15.10.08

Evitando entrada de concorrentes mais baratos

O Departamento de Defesa Comercial do Ministério do Desenvolvimento (Decom) recomendou a manutenção da tarifa antidumping sobre as importações de nitrato de amônio da Rússia e da Ucrânia. A sobretaxa à matéria-prima, usada na fabricação de fertilizantes, é combatida nos bastidores do governo, sobretudo pelo Ministério da Agricultura, por ter influência negativa nos custos da produção rural e favorecer o monopólio no mercado brasileiro.

Mesmo sem consenso dentro do grupo técnico de defesa comercial (GTDC), a proposta deve ser avaliada pelos sete ministros da Câmara de Comércio Exterior (Camex) na reunião do próximo dia 30. O Decom recomendou a aplicação de alíquota entre 2,4% e 36,3%, de acordo com o país e a empresa de origem, apurou o Valor. Alguns ministérios questionam as fontes e a metodologia usada para determinar a existência do dumping - exportação a preços inferiores aos custos de produção no país de origem.

A disputa é grande porque está em jogo um mercado de 1 milhão de toneladas e um faturamento de US$ 270 milhões anuais. "Os preços internacionais são altíssimos e há um monopólio que precisa ser combatido com redução tarifária", diz uma fonte do governo. Em defesa da tarifa, afirma-se que os produtores da matéria-prima lá fora são cartelizados e que poderiam elevar seus preços, deixando o mercado interno vulnerável.

A tarifa antidumping começou a ser aplicada em novembro de 2002 a pedido da Fosfertil, maior fornecedora nacional de matérias-primas para fertilizantes fosfatados e nitrogenados. À época, o governo aprovou uma tarifa de 32,1% para importações da Rússia e de 19% para produtos da Ucrânia.

Em junho de 2005, em um processo de revisão de meio-termo, a empresa russa Eurochem ficou isenta da sobretaxa. Em novembro de 2007, quando venceria a tarifa, a Fosfertil pediu a prorrogação do antidumping. Teria, assim, mais um ano até a decisão do governo sobre o pedido. Por pressão do Ministério da Agricultura, o governo reduziu o antidumping até 21 de novembro deste ano. Os russos passaram a pagar, desde dezembro de 2007, 13,3% sobre as vendas. As empresas da Ucrânia, 6,9%.

Nos bastidores, há outra disputa pelo fim do antidumping do glifosato fabricado na China. Em fevereiro, também sob pressão do Ministério da Agricultura, a Camex reduziu a tarifa de 35,8% para 11,7% até a conclusão da revisão da taxa pelos técnicos do Decom. Do outro lado, estão os interesses da multinacional Monsanto. Em julho, diante do aumento dos insumos agrícolas, a sobretaxa foi de novo reduzida, de 11,7% para 2,9%. A medida vale até 12 de fevereiro.

No caso dos fertilizantes, o braço da ONU para Agricultura e Alimentação (FAO) estima que a produção mundial do setor deve superar a demanda em cinco anos. O crescimento anual deve chegar a 3% no período 2008-2012, suficiente para atender a alta de 1,9% na demanda. A produção deve passar de 206,5 milhões de toneladas em 2007 para 242 milhões em 2012. Estima-se que o consumo de fertilizantes na América crescerá 2,3 milhões de toneladas, com taxa anual de 2,7%. Essa expansão é atribuída, principalmente, à produção agrícola de Brasil e Argentina.
Fonte: Valor Econômico

Grupo anuncia R$ 3 bilhões para usina de etanol que ocupará 270 mil ha em MT 15.10.08

15.10.08

Anunciada a implantação de uma indústria de beneficiamento de cana-de-açúcar, na produção de etanol, bioenergia e suplemento para gado, em Barra do Garças. O empresário João Carlos Meirelles e investidores do Grupo Cluster de Bioenergia apresentaram o projeto, ontem (14) à tarde, ao governador Blairo Maggi, que prevê a implantação de três destilarias em uma cadência escalonada e seqüencial de implantação das destilarias com defasagem de dois anos de implantação de cada uma, com início de operação em 2012, 2014 e 2016.

Segundo João Carlos Meirelles, responsável pelo projeto, o investimento chegará a R$ 3 bilhões e deve atender além da cidade de Barra do Garças, outros municípios da região Leste de Mato Grosso, como Nova Xavantina e Água Boa.

“O projeto prevê três unidades de beneficiamento da cana-de-açúcar, divididas na região do Vale do Araguaia, com previsão de área total plantada em torno dos 180 mil hectares de pasto. Com isso a expectativa dos investidores é de que gerem 2.400 empregos em cada unidade, somando um total de 7.200 empregos diretos e 20 mil indiretos sejam criados na região assim que todas as usinas estejam funcionando com capacidade total”, avalia Meirelles. De acordo com Meirelles os investimentos serão distribuídos em um maior prazo de implantação, a operação da primeira usina vai possibilitar a formação de mão-de-obra operacional e gerencial para a implantação das outras duas usinas ou duas etapas seguintes poderão ser aprimoradas com a experiência das operações anteriores.

A alternativa de implantação em Mato Grosso vai incorporar avanços tecnológicos na área industrial, que estão em pleno desenvolvimento atualmente, usinas modernas com a incorporação destes avanços, tendem a ser mais eficientes, não poluidoras e competitivas, além de serem ambientalmente mais adequadas.

A capacidade de produção total, segundo João Carlos Meireles, o Cluster de bioenergia será um complexo agroenergético industrial projetado para a produção de 1.100 bilhão de litros e etanol/ano e geração de 1.200 GWh/ano de energia elétrica, visando à máxima competitividade e à máxima agregação de valor aos produtos agroindustriais.

Todos os valores dos investimentos agrícolas e industriais, incluindo os custos tributários existentes no Estado de Mato Grosso e as eventuais isenções/benefícios que poderão ser obtidos pelo grupo serão avaliados em uma minuta de protocolo de intenções a ser avaliado e aprovado pelo governador. “A definição da localização será até dezembro de 2008, aquisição das áreas das destilarias, execução do EIA/RIMA e estudos ambientais do Estado, em 2009, a implantação do primeiro canteiro e mudas em 2009; e a elaboração do Projeto Básico Industrial ao final de 2009”, completou Neldo.

Cada uma das destilarias (unidades industriais) ocupará uma área de 50 hectares e produzirá anualmente aproximadamente 360 milhões de litros de etanol, a partir da moagem de 4.0 milhões de toneladas de cana. No total as três destilarias produzirão anualmente cerca de 1,1 bilhão de litros de álcool.

Cada destilaria contará com uma unidade de geração elétrica anexa, com capacidade de produzir 530 GWh, sendo 130GWh para consumo interno e aproximadamente 400 GWh para venda no mercado atacadista de energia. As 3 destilarias produzirão anualmente cerca de 1.200 GWh para venda, energia que será despachada por meio de rede coletiva a ser disponibilizada pelo Estado.

A partir de uma produtividade média de 85 toneladas de cana/hectare, possível graças a disponibilidade de água da região e a adoção de tecnologias conhecidas e disponíveis, calcula-se necessária uma área aproximada de 274 mil hectares, compreendendo a área para o cultivo da cana, para a renovação periódica do canavial com cultivo de leguminosas, espaço para carreadores, (vias internas ao canavial) e reserva legal para a área do cerrado de 35 % da área total conforme instrução Normativa FEMA, número 2, de 21 de novembro de 2001.
Fonte: Só Notícias, com Denise Niederauer

Syngenta doa área de conflito ao governo do Paraná 15.10.08

15.10.08

Curitiba- Depois de uma série de conflitos, que causaram até mesmo mortes na área da multinacional Syngenta, em Santa Tereza do Oeste, a cerca de 520 quilômetros de Curitiba, a empresa decidiu doar o terreno ao governo do Estado para que o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) coordene pesquisas nas áreas agrícola e florestal, com ajuda das universidades estaduais. A empresa tinha retomado a posse do imóvel em junho, quando se encerraram as pendências jurídicas com o governo estadual, que chegou a publicar até decreto de desapropriação.

"Acreditamos que essa parceria trará benefícios para o produtor rural preocupado com a sustentabilidade da atividade agrícola e consciente da importância da preservação das florestas", disse o presidente da Syngenta Seeds, Gilson Moleiro, em texto divulgado pela empresa. "É reconhecida a contribuição que o Iapar traz para a agricultura por meio de seus programas de pesquisa e optamos pela doação, pois estamos certos de que a nova função determinada para a área trará desenvolvimento aos agricultores do Paraná."

O terreno, vizinho ao Parque Nacional do Iguaçu, tem 123 hectares. Era usado para pesquisas com produtos transgênicos desde 1998. Os problemas da empresa começaram em 14 de março de 2006, quando o Movimento dos Sem-Terra (MST) invadiu a propriedade, protestando contra o plantio de transgênicos. A partir daí houve uma série de processos judiciais, que resultaram em retiradas espontâneas dos sem-terra e reocupação na seqüência. A situação ficou mais grave em 21 de outubro do ano passado, quando seguranças tentaram retomar a área que tinha sido invadida pela terceira vez. Houve confronto e morte de um segurança e de um sem-terra. Em uma nota, o MST disse acreditar que esse resultado só foi possível devido à luta incansável e a resistência dos agricultores familiares.

Na solenidade de assinatura do documento de doação, o governador Roberto Requião (PMDB) anunciou que o primeiro produto a ser multiplicado é uma semente de feijão altamente produtiva que o Iapar pesquisa há 30 anos. "O Paraná se opõe à transgenia, mas não esconde o respeito que tem pelos que produzem sementes, os que pesquisam isso há muito tempo. Deixando de lado a transgenia, a Syngenta é extremamente bem-vinda nessa parceria."

O Iapar começa a trabalhar amanhã na área que, segundo o presidente do órgão, José Augusto Picheth, tem 80 hectares prontos para a produção agrícola. No restante há reflorestamento, mata nativa e instalações. .
Fonte: Evandro Fadel, Agência Estado, com o Observatório

Crise leva frigoríficos uruguaios a suspenderem exportação 15.10.08

15.10.08

Com as vendas paradas por conta da crise financeira internacional, muitos exportadores de carne bovina do Uruguai estão demitindo funcionários e suspendendo suas operações de forma temporária. "A incerteza no cenário financeiro internacional, a extrema volatilidade nos preços das commodities e no câmbio dos principais mercados de carne bovina estão fazendo com que os operadores fiquem fora do mercado e evitem realizar novos negócios", disse a consultoria uruguaia Blasina and Tardáguila Consultores Asociados em sua newsletter semanal sobre o segmento. Os problemas do Uruguai espelham os da vizinha Argentina, onde as exportações de carne bovina também estão praticamente paradas.

Como os preços das commodities estão registrando quedas fortes por conta da expectativa de uma recessão mundial, os importadores de carne estão à espera de preços bem mais baixos que os dos últimos meses. "Os compradores europeus estão oferecendo 30% menos, os chilenos 40% menos e simplesmente não há qualquer oferta proveniente da Rússia", disse o executivo de um grande exportador da Argentina.

O Uruguai é o sétimo maior exportador de carne do mundo. Os três maiores exportadores são Brasil, Austrália e Índia, seguidos da Argentina, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Fonte: informações da Dow Jones, com Ana Conceição, Agência Estado

Unica: falta de crédito pode acelerar concentração no setor sucroalcooleiro 15.10.08

15.10.08


O presidente da União da Indústria da Cana de Açúcar (Unica), Marcos Jank, afirmou ontem (14) que a crise econômica iniciada nos Estados Unidos leva um problema de crédito às sucroalcooleiras, assim como para as empresas dos demais setores da economia. Ele considera, no entanto, que os fundamentos do setor continuam positivos, sem influência da crise na demanda por etanol, açúcar e eletricidade. Com os problemas concentrados apenas no crédito, o executivo acredita que a crise pode provocar uma nova onda de fusões e aquisições no setor.

"A crise pode acelerar o processo de consolidação, principalmente se a crise for muito profunda e gerar uma necessidade de buscar outra forma de agrupamento para as empresas se capitalizarem. O difícil é saber em que velocidade isso vai acontecer", disse. Segundo a Unica, o setor sucroalcooleiro tem, hoje, 200 grupos econômicos ativos, e a tendência é de que haja uma redução nesse número de empresas.

Apesar de admitir problemas de capitalização, Jank disse que ainda não há projetos de investimento sendo adiados. Ele citou apenas o atraso de novas unidades que estavam previstas para entrar em operação ainda em 2008. Das 32 que deveriam iniciar suas atividades este ano, 29 começaram a operar, segundo ele. No passado, no entanto, algumas previsões chegaram a apontar que 80 novas usinas, aproximadamente, começariam a operar em 2008. Mas o motivo do atraso é anterior à crise, como atraso na entrega de equipamentos.

Investimentos - O setor sucroalcooleiro planeja investir US$ 33 bilhões até 2012 - mas parte desses aportes já foi realizado nos últimos três anos. "Ainda é cedo para fazer uma análise sobre o que vai acontecer com esses investimentos", afirmou.

Quanto à dificuldade de crédito para exportação, vivenciada por algumas empresas no auge da crise financeira, Jank afirmou que o problema está sendo resolvido rapidamente. "As medidas tomadas recentemente pelo Banco Central e pelo Ministério da Fazenda foram muito importantes para, pouco a pouco, trazer recursos para consolidar as exportações", disse.

No entanto, Jank afirmou que as vendas externas de etanol não ultrapassarão 5 bilhões de litros em 2008, como havia sido previsto pela Unica inicialmente. As novas previsões prevêem exportações de 4,2 bilhões de litros nesta safra. "É um número pequeno para uma safra que deve atingir 25 bilhões de litros."
Fonte: Tatiana Freitas, Agência Estado

CMN dirige mais R$ 4,5 bi ao crédito agrícola 15.10.08

15.10.08

Em uma reunião extraordinária, o Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu aumentar a exigibilidade de aplicação em crédito rural de recursos captados pelos em depósitos à vista. A medida eleva de 25% para 30% o direcionamento dos recursos de depósitos à vista que serão emprestados para o financiamento agrícola. Segundo explicação do Banco Central (BC), a medida vale a partir de 1º de novembro até 30 de junho de 2009 e vai adicionar R$ 4,5 bilhões ao crédito rural.

O Banco Central explicou que a medida que aumenta os recursos para o crédito rural está relacionada à redução do compulsório sobre depósitos à vista, que passou de 45% para 42%, liberando para os bancos R$ 3,6 bilhões.
Fonte: Fabio Graner e Fernando Nakagawa, Agência Estado

Produtores de fertilizantes fraudam e são suspensos por 180 dias 14.10.08

14.10.08

Análises feitas em mais de três mil amostras de fertilizantes comercializados de norte a sul do Brasil apontam um índice de inconformidade superior a 15%, ou seja, em mais de 450 produtos havia algum tipo de irregularidade. Os resultados fazem parte do relatório semestral divulgado pelo Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária (Dfia/SDA) do Ministério da Agricultura (Mapa).

No caso específico dos fertilizantes minerais mistos, os mais consumidos no País, esse índice é ainda maior. Em quase 22% das mais de 17 milhões de toneladas usadas pelos agricultores em um ano foram encontradas deficiências. Em onze casos, o conteúdo de nutrientes era 50% menor que aquele informado nos rótulos. Esses campeões de adulteração são produzidos por sete empresas, entre elas, a multinacional Yara Brasil Fertilizantes, e entraram no rol das fraudes. Eles tiveram os registros suspensos por 120 dias.

A fiscalização foi realizada em todas as indústrias registradas no Mapa e também nos comércios ao longo do primeiro semestre de 2008. Os fiscais federais agropecuários do Dfia emitiram 618 autos de infração às empresas que apresentaram irregularidades. O valor total das multas aplicadas passou de R$ 1,28 milhão. Uma multa pode variar de R$ 9,5 mil a R$ 19 mil. No caso das fraudes, ela é cinco vezes o valor do lote, número que ainda é multiplicado pelo tamanho da deficiência encontrada.

O fiscal federal agropecuário Hideraldo Coelho revela que os maiores índices de adulteração foram diagnosticados nas fórmulas que continham potássio (K) e fósforo (P) - quantidades inferiores a 20%. "Esses são os nutrientes mais caros".

José Guilherme Tollstadius Leal, coordenador de Fertilizantes Inoculantes e Corretivos do Dfia, disse que o mais preocupante no relatório em questão é o grau de inconformidade nos fertilizantes minerais mistos que há mais de dois anos é sempre o mesmo. "Não entramos no mérito se essa deficiência é intencional ou se é um erro de processo, mas o problema é que ela não reduz, mesmo com o aumento da fiscalização".

Quando questionado sobre o resultado das análises apresentado pelo Mapa, Carlos Eduardo Florence, presidente da Associação dos Misturadores de Adubo do Brasil (AMA), contestou a forma de coleta de amostras, que é regulamentada em lei. "Não estou dizendo que o Ministério errou, mas é preciso ver como os produtos foram coletados. Às vezes um nutriente em falta era compensado por outro. O que nós podemos garantir é que esse número (de produtos em inconformidade) está melhorando", defende o representante do setor. Leal rebate a argumentação apontando os critérios para coleta estipulados na legislação. "A coleta não vai melhorar o produto. E além do mais, no caso das deficiências graves, não havia qualquer tipo de compensação", conclui.
O departamento de marketing da Yara informou que a diretoria da empresa não foi localizada para comentar o assunto.
Para ver a lista completa dos fertilizantes suspensos e respectivas empresas, vá à página 5 do documento Fertilizantes suspensos, em Documentos
Fonte: Gazeta Mercantil e Mapa

BC libera R$ 100 bilhões do compulsório de bancos para aplicação na agricultura 14.10.08

14.10.08

A notícia de que o Banco Central (BC) liberará R$ 100 bilhões relativos a depósitos compulsórios dos bancos animou pequenos e médios produtores no país, segundo o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura e Pecuária (SNA), Joel Neagle. Ele vê na medida uma possibilidade real de aumento de créditos para o setor agrícola. Os valores a serem liberados representam cerca de 40% do total de depósitos compulsórios feitos pelos bancos.

“Esse dinheiro fará a economia circular, uma vez que, em momentos de crise como o atual, os bancos param com as transações. A medida adotada pelo BC foi bastante acertada e regará a economia sem sacrificar o tesouro”, avalia Neagle. A expectativa da SNA é de que a crise possa resultar em oportunidades para a agricultura brasileira, principalmente para pequenos e médios produtores. E injeção de oferta e crédito dará condições para que os agricultores mudem essa realidade.

Presidente da Comissão de Grãos e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner não compartilha da mesma opinião. “Esses R$ 100 bilhões representam apenas liquidez para os bancos. Não há garantias de que eles cheguem aos agricultores”, argumentou, após se reunir com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, com quem discutiu a reclassificação de risco dos produtores que renegociaram dívidas.

Stephanes considerou “muito boa” a medida anunciada pelo BC. O ministro vinha articulando com o BC a liberação específica de compulsórios para os bancos privados aplicarem na agricultura. “Não significa necessariamente que os bancos disponibilizarão crédito aos agricultores, mas garante mais recursos para o mercado”, disse.
Fonte: Pedro Peduzzi, repórter da Agência Brasil

Preço da carne dispara 14.10.08

14.10.08

Em função do câmbio e de perdas dos frigoríficos em operações no mercado de câmbio

Os preços da carne nos supermercados aumentaram, na média, 21% em outubro, com picos de reajuste de até 54%, e quase todas as promoções com esses produtos foram suspensas.

Os consumidores brasileiros já estão pagando caro pela forte arrancada dos preços do dólar que, nos últimos dois meses, subiu mais de 40%. Os principais figroríficos do País (Marfrig, JBS, Bertin, Minerva e Independência) estão restringindo a oferta de carne bovina no mercado interno e destinando a maior parte da produção — que é menor, por causa do período da entressafra — para o exterior, com objetivo de ampliar os lucros. Com isso, os preços da carne nos supermercados aumentaram, na média, 21% em outubro, com picos de reajuste de até 54%, e quase todas as promoções com esses produtos foram suspensas.

Segundo levantamento feito pelo especialista em inflação e economista-chefe da SLW Asset Management, Carlos Thadeu Filho, o quilo do contra-filé saltou de R$ 12,90 para até R$ 19,90, um aumento de 54,26%. Vários outros tipos de cortes sofreram reajustes. Entre as carnes pesquisadas por Thadeu, o menor reajuste se deu no filé mignon, de 4,18%, com o preço avançando de R$ 23,90 para R$ 24,90.

“Em todas as conversas que tive com administradores de supermercados no fim de semana, a explicação foi a mesma: os frigoríficos reduziram drasticamente a oferta de carnes”, afirmou o economista da SLW. “Eles disseram que só estão recebendo produtos de menor qualidade, aqueles que os consumidores do exterior não aceitam comprar”, acrescentou. Thadeu disse que essa escassez está afetando, inclusive, o abastecimento dos restaurantes. Por isso, comer fora de casa ficará ainda mais caro. “Falei com um grupo de cinco redes de restaurantes que compram carnes em conjunto para negociar valores. Mas não só a oferta diminuiu para eles, como os preços dispararam”, frisou.

Inflação
O resultado dessa postura dos frigoríficos, na avaliação de Thadeu, será um salto na inflação de outubro. Até a semana passada, a maior parte dos analistas acreditava que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste mês ficaria entre 0,30% e 0,35%. Mas, com o forte aumento dos preços das carnes, que têm peso importante no indicador, a tendência é de a inflação ficar entre 0,45% e 0,50%. “Não há dúvidas de que a inflação de curto prazo vai aumentar muito por causa do impacto da alta do dólar”, endossou a economista Giovana Rocca Siniscalchi, do Unibanco, em relatório enviado a clientes.

O problema, ressaltou Thadeu, é que os preços de outros produtos também estão sendo reajustado, como o feijão, o arroz, pães e massas (devido à alta do trigo). Assim acredita o economista, o grupo alimentos, que teve deflação de quase 1% em setembro dentro do IPCA, deve fechar este mês com aumento expressivo. “Com a inflação em alta neste momento, refletindo a elevação do dólar, o Banco Central ficará em uma situação difícil para definir os rumos das taxas de juros. De um lado, terá inflação maior. De outro, sinais evidentes de desaceleração nos níveis da atividade produtiva por causa, principalmente, da escassez de crédito provocada pela crise financeira mundial”, destacou.

Resposta

A Associação Brasileira dos Exportadores de Carnes (Abiec) se limitou a dizer por meio de sua assessoria de imprensa que há uma produção menor de bois no País e os preços no exterior subiram muito neste ano. O valor médio da tonelada de carne passou de US$ 2,6 mil, entre janeiro de setembro de 2007, para US$ 3,8 mil no mesmo período deste ano, um salto de 44,05%. O resultado disso foi que as receitas aumentaram, na mesma comparação, de US$ 3,295 bilhões para US$ 4,124 bilhões ( 25,16%), apesar de a quantidade exportada ter recuado 13,12% (de 1,25 milhão para 1,086 milhão de toneladas).

Quem acompanha o setor de perto confirma que os frigoríficos intensificaram as exportações nos últimos dias, porque a maior cotação do dólar ajudará várias dessas empresas a recuperarem parte dos prejuízos que tiveram em operações financeiras nos mercados de câmbio. Os frigoríficos, assim como a Sadia, a Aracruz Celulose e a Votorantim, que já anunciaram prejuízos conjuntos de R$ 5 bilhões, estavam captando recursos no exterior, aplicando o dinheiro em juros no Brasil e, na outra ponta, apostando na alta do real frente ao dólar. Mas vieram a crise mundial e a disparada dos preços da moeda americana. Como as apostas no câmbio (opções de compra, na linguagem no mercado) eram elevadíssimas e muito superiores às aplicações em taxa de juros, as perdas ficaram além do recomendado pelas boas práticas gerenciais.
Fonte: Correio Braziliense

Lucro trimestral da Cargill sobe 62%, para US$ 1,49 bi 14.10.08

14.10.08

A norte-americana Cargill registrou lucro líquido de US$ 1,49 bilhão no 1º trimestre fiscal, encerrado em 31 de agosto, informou ontem (13) a empresa. O lucro cresceu 62% em comparação a US$ 917 milhões no mesmo período do ano passado. O lucro foi impulsionado pelo bom desempenho no setor de fertilizantes e pela participação majoritária da Cargill em um dos maiores agentes da indústria, a Mosaic Co.

O presidente-executivo da Cargill, Greg Page, creditou os resultados da empresa "à atenção para medir e gerenciar risco e ao exercício da disciplina fiscal.

A Mosaic informou no começo do mês que seu lucro líquido no 1º trimestre fiscal quase quadruplicou, com os preços mais altos continuando a elevar a receita. Mas a empresa tocou sinos de alerta quando afirmou que os preços do fosfato, utilizado como fertilizante, estavam se estabilizando. Isso fez com que fundos de hedge e corretores de Wall Street saíssem do setor, em que aumentos consistentes de preço resultam em expectativas maiores.

O segmento industrial levou ao aumento dos lucros da Cargill, em meio à "demanda contínua por nutrientes de lavouras em resposta ao aumento da necessidade mundial por produtividades maiores", afirmou a Cargill. Os lucros provenientes de fornecimento, processamento e distribuição de commodities (matérias-primas) agrícolas, e do fornecimento de serviços de cadeia de oferta e gerenciamento de risco cresceram "significativamente". Já o lucro dos serviços de agricultura diminuiu "ligeiramente" devido em grande parte às vendas de ativos no ano passado.

Os lucros no segmento de ingredientes de alimentos e aplicações também diminuíram ligeiramente em meio aos custos maiores de energia e matérias-primas. O lucro de gerenciamento de risco e investimento caiu pelo quinto trimestre seguido. Fonte: informações da Dow Jones, com Deise Vieira, Agência Estado

Floresta vale mais em pé do que devastada, diz Mangabeira Unger 14.10.08

14.10.08

O ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, disse ontem (13) que o valor da Floresta Amazônica está na sua existência. "A Amazônia vale mais em pé do que derrubada", afirmou durante apresentação do Prêmio Eco, na Câmara Americana de Comércio (Amcham), em São Paulo.

"A Amazônia é um lugar privilegiado e de vanguarda, que precisa ser preservada", acrescentou o ministro.

Segundo Mangabeira, o primeiro passo para parar o desmatamento é uma reforma no que se refere às leis. "É preciso simplificar as leis e os procedimentos não só para as grandes indústrias, como também para os pequenos e médios produtores", defendeu.

O ministro disse que serão os pequenos e médios produtores os maiores responsáveis pela preservação da floresta. "Eles formarão um cinturão protetor. Nós os ajudaremos com a criação de atividades técnicas e um mecanismo para remuneração e, em troca, eles cuidarão e prestarão contas da Amazônia", disse.

Ainda sem data definida para começar, o PAS, segundo Mangabeira, é uma combinação de estrutura e impacto imediato. "Proponho ações que que podem começar a funcionar agora e durarão para sempre", disse.
Fonte: Ivy Farias, repórter da Agência Brasil

Sem-terra paraguaios invadem fazenda de brasileiros 14.10.08

14.10.08

Assunção - Apesar da trégua de 15 dias realizada entre o governo do Paraguai e as principais organizações de sem-terra, um grupo invadiu em uma fazenda administrada por brasileiros em Horqueta para evitar a fumigação com agrotóxicos. A notícia foi divulgada ontem (13) pelo jornalista Freddy Rojas, da rádio Pájaro campana. "Hoje, a fazenda Santa Herminia, propriedade de uma sociedade de agropecuaristas brasileiros, está ocupada por campesinos do povoado de Curuzú de Hierro para evitar a fumigação nas plantações de soja", afirmou Rojas.

Ainda segundo Rojas, há uma débil trégua dos sem-terra em geral, esperando que o presidente Fernando Lugo consiga recursos para iniciar a reforma agrária prometida em sua campanha eleitoral. Alberto Alderete, diretor do Instituto de Desenvolvimento Rural e da Terra (Indert), afirmou que a trégua segue em vigor. Ele disse que o governo espera começar a reforma "nas próximas semanas".

Juan Néstor Núñez, diretor da Associação Rural do empresariado, exigiu novamente garantias do governo "para produzir em paz". "Continuam as ameaças de campesinos que desejam invadir umas 50 fazendas nos departamentos (Estados) de San Pedro, Concepción e Kanindeyú." Os sem-terra argumentam que os agrotóxicos contaminam o solo, o ar e os cursos d'água.

Segundo o jornalista, há 150 sem-terra concentrados na porta de outra fazenda, de propriedade de um paraguaio, ameaçando invadir o local se Lugo não fizer a reforma agrária. Belarmino Balbuena, um dos líderes da principal organização de campesinos do país, a esquerdista Mesa Coordenadora de Organizações Campesinas (MCNOC), afirmou que outros 200 sem-terra estão acampados perto de outra propriedade agrícola, também para pressionar pelas mudanças. "Se Lugo tem vontade, fará a reforma, porque dinheiro pode obter hoje mesmo se quiser, diminuindo a burocracia estatal." (AE-AP)
Fonte: Associated Press, com a Agência Estado

Dados de satélite indicam 650 mil ha a menos de soja em Mato Grosso 14.10.08

14.10.08

Estas informações fazem parte do primeiro levantamento deste ano realizado pela Globalsat, empresa que se dedica à produção de estatísticas e monitoramento agrícola no Centro-Oeste.

Segundo Leandro Fabiani, diretor técnico da empresa, as informações captadas por satélite indicam uma redução de pelo menos 650 mil hectares de soja em relação ao ano passado. Consultado sobre a metodologia, o engenheiro agrônomo explica que nesta época a preparação de solos, dessecação e outros tratos culturais que antecedem o plantio podem ser identificados e quantificados a partir de imagens de satélite e a leitura do sistema de monitoramento indica que existem porções nas fazendas que ainda não receberam absolutamente nenhum tratamento.

"Provavelmente esteja acontecendo um processo seletivo feitos pelos produtores onde as áreas de menor retorno em termos de produtividade estejam sendo deixadas para serem trabalhadas mais tarde, se houver recursos, ou até mesmo não cultivadas", comenta.

Além dos indicativos de redução de área ainda existe o agravante da redução de investimentos em insumos, principalmente fertilizantes, o que certamente comprometerá a produtividade final da soja no estado. "Poderemos estar deixando de produzir 3,5 milhões de toneladas de soja este ano no Mato Grosso", afirma o diretor técnico da Globalsat.
Fonte: Portal do Agronegócio

Apesar dos bancos, agricultores familiares conseguem financiar plantio com semente crioula no PR 13.10.08

13.10.08

Os agricultores familiares do Paraná se mobilizaram e conseguiram fazer com que o Sistema Cresol financiasse a safra deste ano plantada com sementes crioulas. Os bancos não estavam concedendo crédito e nem fazendo seguro das lavouras mesmo com o cadastro da semente na Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

As instituições financeiras reclamam que pelo fato das sementes crioulas não serem certificadas, como as convencionais e as transgênicas, elas não seriam seguras, aumentando o risco de perda para os bancos caso ocorra alguma intempérie. No entanto, os agricultores discordam e confirmam que as crioulas são tão produtivas e seguras como as demais. No Sudoeste do Paraná, depois de 10 anos de experiências camponeses obtiveram uma variedade de milho, chamada Campeão, que é bastante adequada ao clima e ao solo da região.

Por ser crioula, os agricultores podem produzi-la livremente sem precisar pagar direitos de propriedade intelectual a alguma empresa brasileira ou multinacional do setor. O diretor da Cooperiguaçu, na cidade de Francisco Beltrão, Olívio Dambrós, avalia que com a variedade Campeão os pequenos produtores ganham ainda mais, já que o tipo é voltado para a produção agroecológica, sem o uso de agrotóxicos e químicos.

"Tem um significado enorme. Por exemplo hoje, no nosso município, tem 1,5 mil agricultores que gastam em torno de R$ 25 mi todos os anos somente em semente. Se os agricultores familiares começarem a produzir suas próprias sementes, cultivarem e venderem de agricultor para agricultor, ou da cooperativa para os associados, esse dinheiro que hoje vai para as grandes produtoras de semente, tipo a Monsanto, que hoje domina 80% das sementes de milho, esse dinheiro fica na economia local. É o desenvolvimento da economia local que tanto defendemos e que é vital para que as famílias permaneçam no interior", diz.

A alteração da Lei de Sementes e Mudas em 2003 liberou as crioulas da certificação, mas não regulamentou a questão do financiamento. Para solucionar o impasse, no ano passado o Banco Central emitiu uma portaria em que permite que as organizações e cooperativas credenciadas no Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) pudessem cadastrar as sementes crioulas na Secretaria de Agricultura Familiar. Esse cadastro deveria funcionar como uma certificação e um aval aos bancos para conceder os créditos e o seguro, o que não estava acontecendo.

Os agricultores procuraram a organização não-governamental Terra de Direitos para solucionar a questão. A advogada Larissa Packer conta que a ONG enviou uma minuta ao governo federal em que pediu a reedição da portaria do BC para esta safra, o que já teve efeito com o Sistema Cresol. O Banco do Brasil e o governo federal ainda não emitiram nenhum parecer.

"A legislação que eles vêm utilizando é uma verdadeira criminalização da semente crioula. Porque se não pode ser financiada, não tem acesso a crédito e nem a seguro. Aquela semente que o agricultor reservou numa cooperativa não vai poder ser plantada na safra. Porque ela não tem nenhum tipo de crédito pelo governo, somente as registradas", afirma.

No entanto, a advogada reclama que muitas organizações não estão conseguindo se credenciar no MDA e nem cadastrar a semente na SAF porque o sistema além de ser feito pela internet, é extenso e difícil. Nesse sentido, a Terra de Direitos também pediu que o governo federal aceite o cadastro pelo Correio ou por Fax. Das 40 organizações que tentaram se cadastrar neste ano no Paraná, apenas cinco conseguiram.
Fonte: Chasque Agência de Notícias, em www.mst.org.br

Desmatamento gera mais perdas para economia do que mercados financeiros 13.10.08

13.10.08

A economia global está perdendo mais dinheiro com o desaparecimento das florestas do que com a atual crise financeira global, segundo conclusões de um estudo encomendado pela União Européia.

A pesquisa, A Economia dos Ecossistemas e Biodiversidade (Teeb, na sigla em inglês) foi realizada por um economista do Deutsche Bank. Ele calcula que os desperdícios anuais com o desmatamento vão de US$ 2 trilhões a US$ 5 trilhões.

O número inclui o valor de vários serviços oferecidos pelas florestas, como água limpa e a absorção do dióxido de carbono.

O estudo tem sido discutido durante várias sessões do Congresso Mundial de Conservação, que está sendo realizado em Barcelona.

Em entrevista à BBC News, o coordenador do relatório, Pava Sukhdev, enfatizou que o custo com a degradação da natureza está ultrapassando o dos mercados financeiros globais.

“O custo não é apenas maior, ele é contínuo”, disse Sukhdev.

“Enquanto Wall Street, segundo vários cálculos, tenha perdido entre US$ 1 trilhão a US$ 1,5 trilhão, estamos perdendo capital natural no valor de pelo menos US$ 2 a US$ 5 trilhões todos os anos”.

Pobres

O relatório foi iniciado na Alemanha quando o país ocupava a presidência rotativa da União Européia, com fundos da Comissão Européia.

A primeira, concluída em maio, apontou que as perdas com a destruição das florestas equivalem a 7% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.

Segundo o economista, para entender as conclusões do estudo é preciso saber que à medida que as florestas são destruídas, a natureza pára de fornecer serviços que normalmente oferecem de graça.

Como conseqüência, o homem tem de passar a produzir tais serviços, seja pela construção de reservatórios ou de estruturas para seqüestrar dióxido de carbono ou áreas para o plantio que antes estavam disponíveis naturalmente.

Ainda segundo os dados do Teeb, os gastos com a degradação do ambiente recaem mais sobre os mais pobres, que tiram boa parte de seu sustento diretamente da floresta, principalmente nas áreas tropicais.

Para as nações do Ocidente, as maiores gastos se refletiriam com as perdas dos elementos absorvedores naturais dos gases poluentes.

O relatório tomou como base o Stern Review, um estudo divulgado em 2006 na Grã-Bretanha, que analisa o impacto econômico do aquecimento global e afirma as mudanças climáticas podem causar o mais profundo e extenso dano à economia mundial já visto.

“Os dados divulgados no Stern Review fizeram com que os políticos acordassem para a realidade”, afirmou Andrew Mitchell, diretor do Programa Global Canopy, uma organização que canaliza recursos financeiros para a preservação florestal.

“O Teeb terá o mesmo valor, e mostrará os riscos que nós corremos se não os avaliarmos corretamente”.

Alguns participantes do evento esperam que o novo estudo será uma nova forma de convencer legisladores a criar políticas que financiem a proteção da natureza em vez de permitir que o declínio de ecossistemas e espécies continue.
Fonte: Richard Black, da BBC News

Embrapa reúne pesquisadores de cinco países para discutir Cerrado e savanas tropicais 13.10.08

13.10.08

O 9º Simpósio Nacional sobre o Cerrado e o 2º Simpósio Internacional sobre Savanas Tropicais deverão reunir, de ontem (12) até sexta-feira (17), mais de 500 inscritos, entre pesquisadores, professores e estudantes no ParlaMundi, em Brasília. Os participantes irão debater o tema Desafios e estratégias para o equilíbrio entre sociedade, agronegócio e recursos naturais.

Os ganhadores dos concursos de redação e desenho serão premiados na solenidade de abertura hoje, às 19h30. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o estudante Igor Isídio Gomes da Silva, de 16 anos, do Executivo Colégio e Curso, de Guarabira, na Paraíba, vencedor do concurso de redação para alunos do ensino médio, e o estudante Vinícius Lima, 13 anos, da Escola Fundamental Pipiripau II, de Planaltina, no Distrito Federal, vencedor do concurso de desenho destinado ao ensino fundamental, irão receber um computador com configuração avançada e impressora.

De acordo com a Embrapa, a primeira noite dos simpósios também será de homenagem aos pesquisadores Djalma Martinhão Gomes de Sousa e Semiramis Pedrosa de Almeida. Martinhão é um dos pioneiros na pesquisa de solos do cerrado. Semiramis desenvolveu diversos projetos voltados para a conservação e aproveitamento de espécies nativas do cerrado.

O bioma cerrado é a segunda maior formação vegetal brasileira depois da Amazônia e a savana tropical mais rica do mundo em biodiversidade. Sobre esse bioma, foram selecionados 418 trabalhos para apresentação no evento. Segundo a Embrapa, as pesquisas envolvendo o desenvolvimento do agronegócio no cerrado e os usos dos recursos naturais são consideradas pelos organizadores do evento “essenciais e de grande importância para subsidiar o equilíbrio entre sociedade, desenvolvimento do agronegócio na região por meio de sistemas sustentáveis de produção animal e vegetal”.

De acordo com a Embrapa, nos últimos anos, o crescimento da produção agropecuária no cerrado proporcionou incrementos significativos da porcentagem do agronegócio brasileiro no Produto Interno Bruto (PIB). Em 2006, a região do cerrado contribuiu com 33% do PIB do agronegócio, empregando aproximadamente 40% da população economicamente ativa.

O evento será estruturado em quatro conferências, 12 painéis e um workshop, que encerra a programação na sexta-feira. Cada conferência terá duração de 60 minutos e mais 30 minutos para debate. Os simpósios reúnem palestrantes da África do Sul, Austrália, Venezuela, Estados Unidos, Escócia, além de diversos pesquisadores brasileiros.
Fonte: Agência Brasil

USDA surpreende e eleva estimativa de safra dos EUA em 2008/09 13.10.08

13.10.08

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou sexta-feira (10) o relatório de outubro para oferta e demanda mundial e norte-americana de soja.

O USDA elevou a estimativa para a safra, exportações e os estoques finais na temporada 2008/09. A previsão de esmagamento foi reduzida. Para a temporada 2008/09, a projeção inicial é de que a produção fique em 2,983 bilhões de bushels - 81,18 milhões de toneladas.

No relatório anterior, a previsão era de safra de 2,934 bilhões de bushels, o equivalente a 79,85 milhões de toneladas. O esmagamento está estimado em 1,760 bilhão (1,785 bilhão no relatório anterior) e as exportações em 1,050 bilhão de bushels (1 bilhão em setembro).

Os estoques finais deverão ficar em 220 milhões de bushels, contra 135 milhões do ano passado. O preço médio oscila entre US$ 9,60 e US$ 11,10 por bushel - US$ 11,60 a US$ 13,10 em setembro. Os números do USDA surpreenderam o mercado e devem pressionar as cotações na abertura das negociações na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT). A aposta era de uma redução na estimativa de produção.

A elevação nos estoques era prevista, mas o número superou as expectativas. A safra 2007/08 dos Estados Unidos está estimada em 2,676 bilhões de bushels - 72,83 milhões de toneladas. Os estoques finais estão projetados em 205 milhões de bushels. Em relação ao esmagamento, o USDA prevê número de 1,801 bilhão. As exportações estão projetadas em 1,160 bilhão.
Fonte: Safras & Mercado

A Contra-Reforma Agrária divide comunismo na China 13.10.08

13.10.08

Pequim - As mudanças no setor rural discutidas pelos líderes chineses desde quinta-feira abrem caminho para o ressurgimento de grandes proprietários de terra, justamente um dos principais alvos da Revolução Comunista liderada por Mao Tsé-tung em 1949. Trinta anos depois de iniciada a reforma que colocou a China no centro do cenário econômico global, os líderes do país buscam caminhos para acelerar a integração de seus 730 milhões de camponeses à sociedade de consumo.

A possibilidade de os camponeses poderem negociar seus direitos de exploração da terra é o principal tema no encontro anual do Comitê Central do Partido Comunista, que termina hoje. Se aprovada, ela será a mais radical transformação no campo desde que as famílias ganharam sinal verde para cultivar lotes de terra de maneira individual, a partir de 1978. A medida permite que uma única pessoa ou empresa adquira os direitos de exploração da terra de vários camponeses e concentre a produção agrícola em uma única unidade, o que permite a modernização e mecanização do campo.

A reforma enfrenta resistência de setores do Partido Comunista e apresenta imensos riscos, na medida em que corta o vínculo que evita um êxodo rural em massa para as cidades e garante a alimentação dos milhões de camponeses do país. A vila de Xiaogang, na província de Anhui, é apontada pela imprensa oficial como uma experiência-piloto que indica o caminho que a reforma poderá percorrer. Entre as mudanças relatadas está a decisão de 10 famílias de arrendarem suas terras para uma empresa de criação de porcos de Xangai, enquanto outro grupo fez negócio com uma vinícola.

As mudanças são comparadas ao "risco político" que muitos camponeses correram antes do início do processo de reforma de 1978, ao realizarem contratos individuais para cultivo da terra, fora do sistema de produção coletiva. Suas ações acabaram inspirando as mudanças que foram oficializadas em dezembro de 1978 e posteriormente estendidas ao restante do país.
Fonte: Cláudia Trevisan, jornal O Estado de S.Paulo

Nutricionistas orientam clientes de mercado paulistano a consumir verduras e frutas 13.10.08

13.10.08

São Paulo - De sexta-feira (10) a ontem (12), o Mercado Municipal de São Paulo ofereceu a seus visitantes bem mais do que a rica variedade de produtos alimentícios nacionais e importados à venda em suas lojas. Nesses três dias, os clientes do tradicional centro tiveram à sua disposição um grupo de nutricionistas e de estudantes de nutrição para prestar esclarecimentos e tentar conscientizá-los da importância do consumo de frutas, verduras e legumes para a saúde. Isso num local que tem entre suas atrações o pastel de bacalhau e o sanduíche de mortadela que, de tão recheado, é até difícil de morder.

O movimento, desenvolvido em conjunto pelo Conselho Regional de Nutrição – 3ª Região, que inclui São Paulo e Mato Grosso do Sul, e a prefeitura de São Paulo, faz parte de mais de 50 eventos no país referentes ao Dia Mundial da Alimentação, a ser comemorado no dia 16 em mais de 150 países. A data marca o surgimento da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). Neste ano, a campanha tem como tema A Segurança Alimentar Mundial: os Desafios da Mudança Climática e a Bioenergia.

Dados do Ministério da Saúde, citados pelo conselho, indicam que a dieta do brasileiro é pobre em frutas, legumes e verduras e que apenas 17% da população consome, diariamente, as cinco porções desses grupos de alimentos recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Por meio de folhetos distribuídos a mais de dez mil pessoas, no Mercado Municipal de São Paulo, a equipe de nutricionista do Conselho e estudantes da Universidade São Camilo, informaram que “nada substitui os legumes, verduras e frutas”.

No elenco de benefícios, eles destacaram que, além de conter vitaminas e sais minerais, indispensáveis na formação da massa óssea, esses alimentos são baratos; ajudam no crescimento e desenvolvimento; favorecem o sistema muscular; não estragam os dentes; são saborosos; auxiliam na desintoxicação do organismo e na prevenção contra o câncer e na manutenção de energia regular para o sistema nervoso central.

No informativo distribuído à população, também foi dado um alerta: a carência de vitaminas e minerais pode interferir em todo o funcionamento físico, mental e emocional e, na falta de ingestão, a pessoa pode ter dificuldade de eliminar gordura. Já as fibras presentes nesses alimentos favorecem a fermentação de boas bactérias, consideradas importantes para matar cândidas, fungos e más bactérias, na parede intestinal, prevenindo contra o câncer e outros doenças.

A escolha dos alimentos pelas cores, que indicam a presença de substâncias, como o betacaroteno (alaranjado) e o licopeno (vermelho), favorece a depuração, com a eliminação de substâncias pró-cancerígenas. As enzimas encontradas também nos três grupos de alimentos evitam a formação de gases.

“Essa campanha tem de ser desenvolvida durante o ano todo”, defende Edson Luís Soares Dias, nutricionista fiscal do Conselho Regional de Nutrição. Para facilitar o consumo, Dias observa que comprar os alimentos na época da safra sai mais barato. Em outubro, por exemplo, estão mais baratos ”o abacaxi pérola,a acerola e a banana que tem oferta o ano inteiro”. O nutricionista associa o baixo consumo à falta de informação e à própria correria de quem trabalha fora de casa e tem pouco tempo para si. “Há pessoas que têm uma vida muito atribulada, saem de casa muito cedo e voltam só à noite”. Ele observou, porém que, se essas pessoas mudarem os hábitos”, poderão inserir frutas no cardápio no dia-a-dia.

Dias afirmou que a dieta precisa ser equilibrada: “Nada em excesso e com inclusão de itens variados.” As mães ou os pais devem ser os multiplicadores dos estímulos à dieta mais saudável, ensinando os filhos a consumir frutas, legumes e verduras, disse ele.
Fonte: Marli Moreira, repórter da Agência Brasil

Chico Mendes vai à justiça para exigir que empresas e fazendeiros respondam por danos ambientais 10.10.08

10.10.08
Empresas e fazendeiros de Mato Grosso, Pará e Rondônia, três dos nove estados que formam a Amazônia, terão de responder a ações civis públicas e pagar multas por danos causados ao meio ambiente. Hoje (10), o ministro do Meio Ambiente anunciou que serão ajuizadas 81 ações contra desmatadores ilegais.

“A bola está agora com a Justiça, com o Ministério Público Federal. Nós demos o primeiro passo, mas agora todos os dias serão dias de combate à impunidade e de leilão de soja, madeira e gado que sejam produto de crime ambiental. Não irão enriquecer com produto de crime ambiental”, afirmou o Ministro.

A procuradora do Instituto Chico Mendes e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Andrea Vulcanis, informou que as ações estão baseadas em provas como imagens de satélite e laudos técnicos que mostram o desmatamento feito nas áreas.

“As provas juntadas foram imagens de satélite e o histórico do desmatamento, laudos técnicos e periciais informando quais os damos provocados por esses infratores e quais as conseqüências ambientais desses danos e a constatação efetiva de que aqueles autores são realmente os autores do desmantamento”, explicou.

Andrea disse ainda que as ações pedem reparação dos danos ambientais, manutenção do embargo das terras, já decretado em processo administrativo do Ibama, indenizações e registro da ação civil pública nos documentos do imóvel.

Sobre as multas, a procuradora informou que estão em fase de cobrança pelo Ibama. “Algumas em processo de recurso, em outras não cabe recurso e existem umas já na esfera de cobrança judicial”, informou.

O valor total das multas é de R$ 227 milhões. Poucas multas são pagas, historicamente: até ágora, apenas entre 5% e 10% das multas são pagas.
Fonte: Roberta Lopes, repórter da Agência Brasil

Secretário norte-americano defende abertura dos mercados para superar a crise 10.10.08

10.10.08

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OMC convoca Banco Mundial e FMI a debate sobre crise

A crise financeira internacional, que começou com problemas no mercado de crédito nos Estados Unidos, vai levar um tempo para passar. Para enfrentar o problema, os países devem atuar em conjunto e investir na abertura dos mercados, o que implica também mais exportações e importações.

A avaliação é do Secretário de Comércio dos Estados Unidos, Carlos Gutierrez. Ele esteve ontem (9) na Câmara Americana de Comércio do Rio, falando aos empresários brasileiros sobre as medidas para conter a crise. Na ocasião, ele incentivou o comércio internacional e defendeu a retomada da Rodada Doha. “Doha não está morta”, declarou.

Para ele, os países com mercado aberto e acordos internacionais, poderão ser menos impactados que os demais. Nesse sentido, defendeu acordos bilaterais com os Estados Unidos. “No caso do Brasil, poderia ajudar a trazer mais investimentos."

Em relação à Rodada Doha, que discute a liberalização do comércio internacional e está parada por conta de impasses na área de agricultura, segundo Gutierrez, ela passa a ser, nesse contexto, muito mais importante do que há seis meses.

“Não falamos apenas da importância da agricultura e das exportações, mas também para que todas as nações em desenvolvimento no mundo tenham capacidade de exportar para todo o planeta”, disse.

Ao elogiar a atuação do Brasil nas negociações, afirmou que os países devem insistir nas negociações da rodada. "Existem muitas questões a serem resolvidas e muitos benefícios a serem obtidos por meio do crescimento cada vez maior dos países".

O secretário informou que o governo americano negocia uma solução para rodada e disse que, neste momento, os Estados Unidos não podem ficar isolados e, tampouco, cometer os mesmos erros da crise de 1929, quando houve aumento de impostos e das tarifas de importação.

O representante do governo americano também reconheceu o protecionismo praticado por seu país e disse que os Estados Unidos estudam rever as tarifas cobradas sobre o etanol brasileiro, mas que as mudanças devem ainda passar pelo Congresso.

“Continuaremos a trabalhar com o Congresso para abrir nosso mercado cada vez mais. É uma coisa que realmente acreditamos que teremos sucesso”, concluiu. Hoje (10), o secretário fará palestra a empresários de São Paulo.
Fonte: Isabela Vieira, repórter da Agência Brasil

OMC convoca Banco Mundial e FMI a debate sobre crise 10.10.08

10.10.08

Genebra - A Organização Mundial do Comércio (OMC) convidou hoje (10) entidades da área de desenvolvimento e bancos comerciais para um encontro em Genebra no dia 12 de novembro para discutir o impacto da crise econômica no mercado financeiro.

"Alguns membros da OMC, principalmente de países em desenvolvimento, já indicaram os problemas que estão enfrentando por conta da crise", afirmou o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy. "O propósito de nosso próximo encontro será revisar como está a situação do mercado internacional para o financiamento de negócios em meio a condições de grande dificuldade nos mercados financeiros", acrescentou.

Entre os convidados para o encontro em novembro estão o diretor do Banco Mundial, Robert Zoellick, e o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, além dos presidentes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Banco Asiático de Desenvolvimento (BAD) e do Banco Africano de Desenvolvimento.

Representantes do Citigroup Inc., do Commerzbank AG, do Royal Bank of Scotland Group PLC, do JP Morgan Chase & Co. e do HSBC Holdings PLC também foram convidados, já que estes são os bancos mais ativos no mercado financeiro.

Segundo Lamy, um encontro do Comitê de Negociações Comerciais da OMC pode funcionar como um modelo de como regular de uma nova forma o sistema financeiro global em meio à crise. "Em um momento em que há vários pedidos por uma regulação melhor na área financeira, o sistema da OMC fornece um exemplo de como as lições na História e a experiência têm levado à construção de um sistema de governança internacional", afirmou Lamy.

Ele alertou contra a adoção de medidas protecionistas por alguns países em meio à crise, apesar de tentações políticas. "O papel da OMC como um 'muro' contra respostas protecionistas é vital", acrescentou Lamy.
Fonte: informações da Dow Jones, com Deise Vieira, Agência Estado

Mais de 3,4 mil trabalhadores foram encontrados em situação de escravidão este ano 10.10.08

10.10.08

Balanço divulgado ontem (9) pelo Ministério do Trabalho em Emprego (MTE) mostra que, de janeiro a setembro, o Grupo Especial de Fiscalização Móvel resgatou 3,4 mil trabalhadores que estavam em condições análogas à escravidão. O resultado já é superior ao número de resgates de 2006.

Em todo o país, foram realizadas este ano 87 ações, em 149 propriedades. O estado recordista em denúncias e libertações é o Pará, com 22 operações e 532 trabalhadores resgatados nas 50 propriedades fiscalizadas pelo grupo móvel.

No período, foram lavrados quase 3 mil autos e pagos mais de R$ 6 milhões em indenizações trabalhistas. Problemas na estrutura dos alojamentos, que não são higienizados adequadamente e são desconfortáveis, estão entre as principais situações encontradas pelos auditores, procuradores e policiais federais durante as operações.

Outras irregularidades comuns são falta de equipamentos de segurança, carga horária excessiva e cobrança diretamente no salário do trabalhador de despesas com comida, equipamentos e remédios.

A forma mais encontrada de servidão continua sendo as dívidas dos trabalhadores com os empregadores, que são infinitas. Isso porque, a cada mês, os empregados têm mais despesas e, convencidos da dívida, trabalham para quitá-la.

Desde que o grupo móvel foi criado pelo governo, em 1995, foram resgatados mais de 31 mil trabalhadores. De 2003 a 2008, quase 18,5 mil foram retirados de situação degradante ou semelhante à escravidão. O recorde de libertações foi registrado em 2007, com quase 6 mil pessoas retiradas desse tipo de situação em 116 operações realizadas em todo o país.
Fonte: Ana Luiza Zenker, repórter da Agência Brasil

Crise atingirá safra e setor sucroalcooleiro paulista, diz secretário

10.10.08

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Especialistas dizem que maior impacto em safra será sentido em 2009/10

Piracicaba - O secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, João Sampaio, admitiu hoje (10) que a crise de liquidez vai impactar no crescimento da área de grão na safra 2008/2009 em São Paulo e na expansão do setor sucroalcooleiro paulista, o maior do mundo. "A crise pode diminuir a intenção do plantio na previsão de safra futura no geral e em São Paulo, a safra de grãos, que aumenta nos últimos dois anos, não sei se crescerá novamente", disse. "O pessoal do setor sucroalcooleiro já colocou o pé no freio, já enfrenta dificuldade pesada de crédito e vai desacelerar", completou Sampaio.

Segundo o secretário, apesar de os alimentos serem os últimos itens a serem cortados nos momentos de recessão, o setor produtivo está preocupado com a falta de crédito até mesmo com a queda nos preços dos alimentos com uma possível redução na demanda.

Sampaio ratificou que o governo paulista segue com as linhas de crédito ao produtor, principalmente aos pequenos e médios, e admitiu que há um estudo para uma ampliação de recursos para os grandes e às agroindústrias. "O governador José Serra já convocou duas ou três reuniões para tratar do tema e tem algumas soluções em vista que espero ter brevemente anunciadas. Avaliamos uma série de medidas, desde a pressão para diminuir a exigibilidade do compulsório bancário, até a liberação do crédito do ICMS", concluiu o secretário sem detalhar as propostas.
Fonte: Gustavo Porto, Agência Estado

Especialistas dizem que maior impacto em safra será sentido em 2009/10 10.10.08

10.10.08

Com a compra de insumos e parte da área cultivada, essa turbulência econômica não influenciou e não deve influenciar significativamente as projeções da próxima safra. Qualquer mudança se deve a acontecimentos anteriores, como o aumento do custo de produção, dada a alta dos fertilizantes. Com base neste raciocínio, três dos maiores especialistas brasileiros do agronegócio reunidos ontem na sede da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) traçaram um quadro que, se não é otimista, pelo menos não tem nada de assustador.

"A queda dos preços das commodities vai ser revertida depois que a turbulência passar", disse o economista da Safras e Mercados, Flávio Roberto de França Júnior. "Não é o fim dos tempos. Os preços têm condições de reagir. Dificilmente vão chegar ao pico que tivemos no auge da especulação, em junho e julho deste ano, mas não vão recuar para a média histórica", garantiu. Para ele, a demanda vai ficar menos agressiva em 2009, mas não haverá quedas expressivas no consumo "porque os estoques mundiais vão continuar curtos".

Com isso, a produção brasileira de grãos vai se manter em crescimento, ainda que em ritmo lento. "No caso da soja estimo alta de 3% na safra 2008/2009. É fundamental que tenhamos uma boa colheita, para que os agricultores possam diluir os altos custos, principalmente com fertilizantes e defensivos", comentou. Segundo ele, o temor maior é com respeito à escassez de crédito. "É uma crise do setor financeiro, o que diminui os recursos disponíveis e se reflete na economia real, que precisa de dinheiro para financiar projetos e continuar crescendo", concluiu.

Já o especialista em economia rural e professor da Universidade Federal do Paraná, Eugenio Stefanello, alertou que esta crise vai ter conseqüências no crédito rural mas só na próxima safra, por falta de recursos em função da redução dos depósitos à vista e das exigibilidades bancárias; seletividade maior e prazos menores; aumento dos juros de mercado; e atraso na liberação de crédito e limite de oferta. Segundo ele, "um aumento dos custos de produção é irreversível e deve chegar a 20% no final de 2009, e as taxas de juros devem passar de 10% para até 22%".

Para Stefanello "o agricultor deve enfrentar a crise com redução de investimentos" e adotar a venda parcelada para conseguir um preço médio. A prioridade deve ser o pagamento de dívidas e a recomposição do fluxo de caixa..

O também economista e sócio diretor da Tendências Consultoria, Juan Pedro Jensen Perdomo, fez uma avaliação da situação do mercado financeiro internacional na mesma direção: "Em 2009 teremos uma desaceleração econômica, as empresas vão investir menos, vai faltar crédito para consumo, e vai ficar mais caro. A expansão do crédito em 2009 vai ser muito menor", explicou. "Podemos esperar uma desaceleração forte. As empresas vão produzir e contratar menos", alertou. Para ele, " o câmbio no momento está complicado. A restrição de crédito, a saída de capital estrangeiro, está pressionando a taxa. O movimento atual, que chegou a R$ 2,45, não reflete os fundamentos econômicos do Brasil.

Baixando a poeira, a taxa volta a operar em patamares mais baixos, em torno de R$ 2. Porém o prazo para isso acontecer é incerto. Estamos no pior momento da crise. Mas dificilmente vamos observar a taxa no patamar anterior de R$ 1,55 ou R$ 1,60", concluiu.
Fonte: Gazeta Mercantil

Portas fechadas para o milho brasileiro no mercado externo 10.10.08

10.10.08

As previsões acerca das exportações do milho brasileiro no mês de setembro já eram pessimistas. Mas os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea Esalq/USP) são ainda mais. Apenas 274,3 mil toneladas do grão deixaram o país no último mês. Volume 6,2% menor que o registrado em agosto e 79,6% abaixo do embarque do mesmo período do ano passado.

E a expectativa de outrora de embarcar em 2008 as mesmas 11 milhões de toneladas de 2007, não deve ser nem de longe correspondida. Na melhor das hipóteses, acreditam os analistas de mercado, o Brasil deve exportar seis milhões de toneladas - a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é um pouco mais otimista, segundo balanço divulgado ontem, o órgão acredita que o setor vai embarcar 7,5 milhões de toneladas. Até agora foram 3,47 milhões, acumulado 44% menor que o do mesmo período do ano anterior.

Diante desses números e restando apenas três outros meses nada promissores, Paulo Molinari da Safras e Mercado, acredita que os estoques de passagem do grão deve ser recorde. Previsão que a Conab assina em baixo. De acordo com o mesmo balanço divulgado pela companhia, o Brasil deve entrar no ano de 2009 com 13,71 milhões de toneladas estocadas. O maior estoque de passagem já registrado até então foi em 2004, quando o país acumulou 7,8 milhões de toneladas do grão. No ano passado, ainda segundo a Conab, o estoque de passagem foi de 6,6 milhões de toneladas.

"Todos esses números só refletem uma situação ainda mais complicada do que a que nós prevíamos. Na bolsa de Chicago é uma baixa todo dia. Essa crise de crédito e de confiança está avançando pelo campo. O Brasil não é uma ilha econômica, e o agronegócio aqui vai sofrer as conseqüências dessa mundialização da economia", analisa Molinari.

Para amenizar pelo menos o problema da baixa no volume das exportações, o produtor de milho se agarra na valorização do dólar. Mas de acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Odacir Klein, o setor ainda enfrenta uma lista de dificuldades, no topo dela estaria a antecipação de contrato de câmbio (ACC).

"Com excedentes exportáveis nós temos que procurar abrir mercados, e o Canadá é uma possibilidade", vislumbra Klein. Mesmo não produzindo milho suficiente para o consumo, o Canadá já empenha parte dessa produção para abastecer o mercado de etanol. Por lá as importações do grão são só de origem americana.

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Milho (Abimilho), Nelson Kowalski, aposta na reposição dos estoques mundiais do grão, que no ano passado sofreram redução histórica de cerca de 30%. Mas não descarta a alternativa já ventilada de procurar novos mercados. "Precisamos sair à caça de mercados emergentes, e concentrar nossas forças na China, que deixou de ser exportador".
Fonte: Gazeta Mercantil

Renda agrícola de setembro é maior 17% do que em 2007 10.10.08

10.10.08

Feijão, cebola, trigo, amendoim, soja, milho e café continuam puxando a renda agrícola de 2008 para cima. Estes produtos representam 59% do Valor Bruto da Produção. De acordo com o acompanhamento da renda agrícola realizado pela Assessoria de Gestão Estratégica (AGE), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a estimativa de renda agrícola para este ano ficou em R$ 164 bilhões, 17% superior em valores reais à renda obtida em 2007.

O coordenador de Planejamento Estratégico do Mapa, José Garcia Gasques, salienta que os efeitos da crise financeira internacional não foram considerados neste estudo porque as informações de preço referem-se a julho. Apenas os preços do café são de setembro. Conforme a pesquisa, outros produtos também apresentam aumento de renda, embora em percentual menos acentuado. São eles o arroz (17,6%), banana (4,7%), batata inglesa (9,9%), cacau (12,7%), fumo (2,1%), laranja (6,5%), mandioca (2,9%) e tomate (16,5%).

Assim como o observado em análises anteriores, alguns produtos registram redução de renda em 2008, como o algodão herbáceo, a cana-de-açúcar e a uva. Entre estes, de acordo com Gasques, a cana-de-açúcar se destaca pela redução de renda, mesmo com produção recorde.

Renda agrícola por região - O destaque quanto ao aumento de renda é a região Centro-Oeste, com um incremento de 50%. Para as demais regiões, os aumentos são mais modestos. O norte do País deve apresentar uma redução na renda agrícola, observa Gasques.

Cálculo da renda - A renda agrícola refere-se ao Valor Bruto da Produção de 20 lavouras e é obtida multiplicando a quantidade produzida pelo preço recebido pelos agricultores. A metodologia de cálculo da renda do café mudou em setembro. Os preços utilizados são do Cepea/Esalq/USP para o café Arábica tipo 6 e, no caso do Espírito Santo, foi utilizado o preço do café Conillon tipo 6, também do Cepea. Os demais preços continuam com a fonte da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Fonte: Assessoria de Imprensa do Mapa

CNA reduz estimativa de crescimento do PIB do agronegócio 10.10.08

10.10.08

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reduziu a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio em 2008 de 12% para 9,5%. A entidade informa que, caso os preços das commodities continuem a cair, e a crise mundial confirme o “arrocho” na oferta de crédito, haverá desaceleração ainda este ano.

Até mesmo a valorização do dólar pode ser uma preocupação para o setor. “A elevação do dólar frente ao real pode não compensar o aumento dos insumos”, afirma a assessora técnica da CNA, Rosemeire Santos. Para ela, a disparidade entre preços agrícolas e custos de produção, como acorreu em 2004 e 2005, pode trazer conseqüências graves de renda, com o agravante, desta vez, de uma escassez de crédito para financiamento da produção.

“A diminuição da oferta de crédito já vinha ocorrendo, mas se agravou com a crise”, disse Rosemeire. Em relação à cotação do dólar, ela considera que um ponto de equilíbrio estaria em torno de R$ 1,80. Hoje a moeda americana fechou cotada a R$ 2,17, após mais dois leilões realizados pelo Banco Central.

Apesar desses impactos previstos, a estimativa da CNA mostra que o desempenho do agronegócio em 2008 ainda será muito positivo. O PIB vai superar em cerca de 9,5% a marca de R$ 582,6 bilhões de 2007, quando apresentou crescimento de 7,88% em relação ao ano anterior.
Fonte: Danilo Macedo, repórter da Agência Brasil

1% da produção agrícola está envolvida com trabalho análogo à escravidão e contamina toda safra 09.10.08

09.10.08

Os ministros Paulo Vanucchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH), e Carlos Lupi, do Trabalho, reuniram-se ontem (08) com entidades da sociedade civil e do empresariado ligadas à agricultura para discutir estratégias de combate ao trabalho escravo. Vanucchi ressaltou que essa situação ainda é uma “nódoa” na imagem do país no exterior.

“Nós vamos batendo os competidores mundialmente um por um na exportação de cada item agrícola. E esses exportadores poderão recorrer a instrumentos internacionais como a OMC [Organização Mundial de Comércio], com o pretexto de que essa pequena parcela, ínfima, dos produtores que utilizam mão-de-obra escrava seja a razão dos preços competitivos brasileiros”, alegou o ministro dos Direitos Humanos.

Segundo o Ministério do Trabalho, cerca de 1% da produção agrícola está envolvida com trabalho análogo à escravidão. O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Silas Brasileiro, admitiu que a área social pesa no exterior, na hora das exportações. Segundo ele, por isso o ministério trabalha sempre considerando a sustentabilidade – social, ambiental e econômica. “Temos que produzir mais, sermos mais competitivos, mas sempre respeitando o trabalhador”, afirmou.

Esse respeito também foi a principal preocupação demonstrada pela diretora da Organização Internacional do Trabalho no Brasil, Laís Abramo. Segundo ela, o país tem feito um esforço para não esconder as situações de trabalho escravo. Com isso, entre 2003 e 2007, quase 20 mil trabalhadores foram libertados. Mas isso, ressalta ela, não é suficiente.

“A gente não pode ficar contente com a redução de 10% ou 20% do trabalho em condições degradantes. O objetivo é a erradicação”, afirmou Laís. Para isso, disse ela, é preciso associar a repressão com a prevenção e a inserção dessas pessoas em trabalhos decentes.
Fonte: Mariana Jungmann, repórter da Agência Brasil

Área plantada com safra 2008/2009 deve aumentar entre 1,2% e 2,7% 09.10.08

09.10.08

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Governo está preocupado com abastecimento de arroz na safra 2008/09
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Safra nacional de grãos deve crescer 9,1% em 2008, mostra IBGE
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A área plantada na safra 2008/2009 deve ficar entre 47,9 milhões e 48,6 milhões de hectares, com crescimento entre 1,2% e 2,7% em relação à do último plantio. A colheita de alimentos deverá bater mais um recorde histórico, de acordo com as estimativas da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) divulgadas ontem (08). A previsão inicial da Conab - que o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes avalia que sempre faz estimativas conservadoras - é de que o país poderá colher até 144,55 milhões de toneladas de grãos.

Até o final do ano devem ser comercializados 26,5 milhões de toneladas de fertilizantes, 7,7% a mais em relação ao ano passado. Até agosto já foram adquiridas 16 milhões de toneladas do produto. A aquisição de implementos para a agricultura deve chegar no final do ano a 46 mil máquinas, com crescimento de 20,7% sobre as compras feitas em 2007.

Com exceção do arroz, do feijão da primeira safra e da soja, todas as culturas de verão deverão ter redução de plantio, em função dos resultados alcançados na safra 2007/8, segundo a Conab. Os produtores estão incentivados a aumentar a área plantada do arroz irrigado, em vista da alta de preços e da estabilidade de mercado desse produto.

O plantio de feijão deverá crescer entre 8,6% e 11,6% em relação à safra passada, em vista de prejuízos experimentados este ano por fatores climáticos e pelo preço baixo do plantio dessa cultura. A produção de milho deverá ser reduzida entre 2,6% a 0,8% uma vez que há excedentes no mercado este ano e também em vista do custo mais alto do plantio comparado a outros produtos.

A soja deverá continuar com pouco mais da área plantada na última safra, com projeção de aumento entre 1,3 a 3,2%, apesar "da alta volatilidade das cotações do grão no mercado internacional e do alto custo de produção".

A produção de trigo para a safra de 2009 deverá ser de 5,79 milhões de toneladas, ou 51,4% superior à colheita deste ano. O produto está com bom preço no mercado internacional e o governo também elevou a garantia de preço mínimo, segundo explica a Conab.
Fonte: Lourenço Canuto, repórter da Agência Brasil

Governo está preocupado com abastecimento de arroz na safra 2008/09 09.10.08

09.10.08

O diretor de Logística e Gestão Empresarial, Silvio Porto, afirmou ontem (08) que a primeira estimativa de intenção de plantio da safra 2008/09 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) "acendeu uma luz amarela" em relação ao abastecimento de arroz no mercado interno. "O único dado preocupante quanto ao controle da inflação e regularidade do abastecimento interno é com relação ao arroz", afirmou ele.

Segundo os números da Conab, a área plantada com arroz pode ficar entre 2,863 milhões e 2,904 milhões de hectares, o que representa queda de 0,4% a elevação de 1% em relação à safra anterior, quando os arrozeiros ocuparam 2,874 milhões de hectares com a cultura. A produção está estimada no intervalo de 12,047 milhões de toneladas a 12,251 milhões de toneladas, representando queda de 0,1% a aumento de 1,6% ante a produção de 12,057 milhões de toneladas em 2007/08.

Porto acrescentou que as medidas de estímulo à produção de arroz não surtiram efeito porque o cereal concorre diretamente com a soja, cuja produção deve crescer até 2,1% para 61,274 milhões de toneladas, por conta de preços remuneradores. Segundo ele, o governo espera, no entanto, uma pequena elevação de 400 mil a 500 mil toneladas na safra de arroz do Centro-Oeste, volume que daria mais conforto em termos de abastecimento em 2009. No Sul do País, principal região produtora do cereal, a elevação da produção não será possível porque o arroz é irrigado.

Consumo Interno

Segundo projeções da Conab, o consumo interno de arroz deve ser de 12,850 milhões de toneladas. Porto disse que este ano o governo tem vendido parte de seus estoques para frear a alta de preços no mercado interno. "As projeções indicam que o governo não terá a mesma capacidade de intervenção no ano que vem", explicou. Atualmente, o estoque de arroz é de cerca de 800 mil toneladas e as estimativas para 2009 indicam estoque de 400 mil toneladas.

Diante desse quadro, a Conab divulgou previsão de importação de arroz no ano que vem. Na safra 2007/08, a importação foi de 450 mil toneladas. Para 2008/09, a previsão é de importação de 900 mil tonelads de arroz em casca, produto comprado principalmente da Argentina e Uruguai.

"Estamos trabalhando com a possibilidade de ampliação da importação no ano que vem, o que dará mais tranqüilidade ao abastecimento interno", afirmou Porto. Ele lembrou que os preços do arroz tiveram pequeno acréscimo nas últimas semanas. Em média, saca de 50 quilos tem sido negociada a R$ 34, com aumento de 2 reais nos últimos dias.
Fonte: Fabíola Salvador, Agência Estado

Ministro confirma que plantio de cana será vetado na região do Pantanal em MT 09.10.08

09.10.08

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, anunciou ontem (08) a conclusão de estudo sobre o zoneamento agroecológico para produção de cana-de-açúcar, que ainda falta ser aprovado. Segundo informou, os biomas Amazônia e Pantanal não serão incluídos na área considerada apta para a produção da cana.

Stephanes participou de debate sobre a expansão das culturas para produção de biocombustíveis, em reunião na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), em conjunto com a Subcomissão dos Biocombustíveis.

Segundo Stephanes, ainda, o estudo que acaba de ser concluído aponta 65 milhões de hectares para plantio de cana, dos quais 37 milhões são áreas de pastagem degradadas. Ele também anunciou que a expansão da cana nos próximos oito anos será de cerca de cinco milhões de hectares.
Fonte: Agência Senado

Brasil tem área apta de 37 milhões de hectares de pastagens para expansão da cana 09.10.08

09.10.08

Dados técnicos do zoneamento agrícola da cana-de-açúcar mostram que o Brasil tem área apta e disponível de 65 milhões de hectares para expansão da cultura. Deste total, 37 milhões são áreas de pastagens. “A expansão da cana-de- açúcar será direcionada para essas áreas de pastagens que estão bem distribuídas pelo País. Se considerarmos que nestes próximos oito anos o Brasil vai precisar de quatro a cinco milhões de hectares para dobrar a produção, temos boas opções para a cultura da cana”, disse o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, ontem (08), na abertura da audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, do Senado Federal.

Stephanes afirmou que o País precisa ser inteligente para compatibilizar a produção de alimentos com a de energia limpa, considerando as questões ambientais. Segundo ele, o zoneamento é o instrumento para isto.

O ministro explicou ainda que o estudo é um trabalho do governo, técnico e científico, que considerou, por exemplo, as aptidões de solo e clima, as questões ambientais para produção e a declividade da terra para estimular a mecanização. Conforme Stephanes, o zoneamento está praticamente pronto e, a partir dele haverá um direcionamento para expansão da cana-de-açúcar, com apoio de instrumentos como os financiamentos.
Fonte: Agência Senado

Safra nacional de grãos deve crescer 9,1% em 2008, mostra IBGE 09.10.08

09.10.08

A produção nacional de cereais, leguminosas e oleaginosas deve alcançar 145,3 milhões de toneladas em 2008. Este volume supera em 9,1% o obtido em 2007 (133,1 milhões de toneladas). A estimativa divulgada ontem (08) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também é superior ao prognóstico feito em agosto, de 9,0%. Segundo o instituto, esse acréscimo ocorreu em função de reavaliações nos dados da cultura de inverno, especialmente do trigo.

De acordo com Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), dos 25 produtos analisados, 18 devem ter acréscimo na produção, entre eles amendoim em casca primeira safra (38,8%), arroz (9,2%), café (28,3%), cana-de-açúcar (13,7%), mamona (40,5%), milho primeira (10,6%) e segunda (18,4%) safras.

Em movimento contrário, são esperadas quedas nas lavouras de algodão herbáceo em caroço (-2,2%), amendoim em casca segunda safra (-5,9%), cebola (-1,5%), cevada em grão (-2,8%), feijão em grão primeira safra (-8,7%).

Sobre a área a ser colhida, o IBGE estima acréscimo de 4,2% comparada a 2007, totalizando 47,3 milhões de hectares. Este ano, devem ocupar as maiores áreas as culturas da soja, com 21,3 milhões de hectares, do milho, com 14,4 milhões de hectares, e arroz, com 2,9 milhões de hectares. Somadas, as safras desses três produtos representam 89,9% da produção estimada de grãos.

Entre as regiões, a Sul deve responder por 60,9 milhões de toneladas; a Centro-Oeste, por 50,4 milhões de toneladas; a Sudeste, por 17,6 milhões de toneladas; a Nordeste, por 12,5 milhões de toneladas e a Norte, por 3,8 milhões de toneladas.
Fonte: Thais Leitão, repórter da Agência Brasil

MG amplia área de grãos e safra 2009 pode ser recorde 09.10.08

09.10.08

Segundo o levantamento divulgado ontem (08/10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de grãos em Minas Gerais deve ficar entre 10,31 milhões e 10,49 milhões de toneladas. Um crescimento entre 0,8% e 2,6% em relação à produção deste ano, que foi de 10,22 milhões de toneladas. Se a estimativa mais otimista se confirmar, a safra mineira também supera a produção recorde de 2005, que foi de 10,41 milhões de toneladas.

Já a área plantada com grãos em Minas Gerais deverá ficar entre 2,89 milhões de hectares e 2,93 milhões de hectares. Um crescimento entre 2,3% e 3,8% em relação à safra anterior. “Os sinais são positivos em relação à compra de fertilizantes para a safra que começa a ser plantada, mesmo com a alta do preço dos insumos”, comenta o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Gilman Viana Rodrigues.

Tanto na taxa de crescimento da produção quanto na referente à área plantada, Minas deve superar a média nacional. Segundo a Conab, o Brasil deve ter uma produção de grãos entre 142,02 milhões e 144,55 milhões de toneladas em 2009. A variação em relação à safra de 2008 é de -1,2% a 0,5%. Em relação à área plantada, o país deve apresentar um acréscimo entre 1,2% e 2,7%. “Desejamos que haja disponibilidade de crédito para a economia, reduzindo os efeitos da crise mundial”, comenta o secretário.

Seguindo a tendência de 2008, a cultura do milho deverá ser o grande destaque em Minas Gerais. O crescimento estimado da produção fica entre 1,6% e 4%, podendo chegar a 6,89 milhões de toneladas, mais uma produção recorde no Estado. A área plantada com milho deve ter um crescimento entre 3,9% e 6,3%. Já a média nacional indica queda da produção e da área plantada.

A produção do feijão de primeira safra em Minas Gerais deve ficar entre 203 mil e 207 mil toneladas. Um aumento que varia de 0,8% a 2,7% em relação à ultima safra. Os bons preços pagos aos produtores refletem-se no aumento estimado entre 4% e 6% da área plantada.

A soja deve apresentar um pequeno acréscimo da área plantada, entre 0,5% e 1%. Porém a produção deve cair entre 2,2% e 1,7%, ficando entre 2,48 milhões de toneladas e 2,49 milhões de toneladas. A queda é explicada porque nesta primeira previsão, o cálculo da produtividade nas lavouras é feito levando-se em consideração a média dos últimos cinco anos.
Fonte: Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais

Cooperativa de assentados investe R$ 20 milhões para dobrar industrialização de leite 09.10.08

09.10.08

A Cooperoeste (Cooperativa Regional de Comercialização do Extremo Oeste), criada há dez anos a partir da iniciativa de famílias assentadas naquela região de Santa Catarina, prepara-se para dobrar a produção de leite e derivados, carro-chefe do empreendimento. Com investimentos de 20 milhões de reais, a empresa fundada e administrada por membros do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores) adquiriu máquinas de embalagens da Tetra Pak para aumentar a capacidade de envase dos atuais 330 mil para 700 mil litros de leite por dia.

O crescimento deverá beneficiar diretamente os 665 cooperados e as 2,7 mil famílias que fornecem matéria-prima para a organização. Os produtos da Cooperoeste são vendidos em toda a Região Sul e em São Paulo sob a marca Terra Viva. Além do leite longa-vida, a cooperativa comercializa derivados laticínios, como queijo prato e muçarela, para mais de 400 clientes no oeste de Santa Catarina, e também industrializa creme de leite e bebida láctea. Em 2007, o grupo diversificou as atividades ao fundar a Indústria de Conservas Persch, que fechou o ano com uma produção de 100 mil vidros de pepino e cebola em conserva.

“As decisões são tomadas pelos dirigentes da cooperativa e aceitas pela maioria. Nunca divergimos”, afirma o presidente da entidade, Sebastião Vilanova. O êxito da iniciativa também é explicado pelo apoio inicial do MST e do MPA, que hoje citam a Cooperoeste como uma referência nacional. Atualmente, os principais cargos estão em mãos dos agricultores assentados. A ocupação original naquela área, nas proximidades do município de São Miguel do Oeste, foi iniciada em 1985. Um grupo de 550 famílias deu origem a 14 assentamentos, ao longo de três anos de acampamentos.

A decisão de comercializar leite foi tomada a partir de uma análise das cadeias produtivas da região. Com o passar dos anos, as famílias, organizadas, perceberam que a venda exclusiva a uma grande empresa local as deixava expostas a oscilações de preços e remuneração mais baixa. Em 1996 criaram a marca Terra Viva e inauguraram a primeira fábrica, com uma produção diária de 300 litros de leite.

Em 1998, a maior fábrica do grupo foi erguida às margens da rodovia BR-163, então sob o controle da recém-criada Cooperoeste. A produção, à época, era de 30 mil litros por dia, e o uso de embalagens importadas encarecia o custo final, além de limitar a capacidade de envase. Uma parceria com a Tetra Pak permitiu aumentar em mais de dez vezes a produção, até o ano passado. Com o início das operações e novo maquinário, previsto para outubro, a cooperativa pretende aumentar as vendas em São Paulo e Rio Grande do Sul, que respondem por apenas 10% da comercialização de produtos terra Viva, além de buscar compradores em outros estados.
Fonte: Carta Capital, www.mst.org.br

Para FMI, desaceleração da economia é inevitável 09.10.08

09.10.08

É tarde demais para evitar a desaceleração da economia. A constatação é do economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, Olivier Blanchard. Segundo previsões da instituição, o Brasil deve crescer 5,2% este ano e 3,5% em 2009 – ainda acima da média mundial, que tem projeção de crescimento de 3,9% em 2008 e 3% no ano que vem.

"A economia mundial entrou em uma fase de forte desaceleração depois de ser golpeada por dois choques muito intensos: a escalada dos preços do petróleo e de outras matérias-primas e a expansão da crise financeira”, avaliou Blanchard, em coletiva de imprensa, ontem (08), em Washington. Ele lembrou que os países desenvolvidos não passavam por crise tão grave desde os anos 30.

Informe divulgado na última segunda-feira pelo FMI sobre Perspectivas da Economia Mundial prevê que, até meados de 2009, o crescimento da economias avançadas será próximo de zero – em alguns casos, como Itália, Espanha e Reino Unido, a expectativa é de retração.

Os países emergentes e em desenvolvimento sofrerão menos, mas não estarão imunes. A previsão é de taxas de crescimento bem inferiores às registradas nos últimos anos. “Nenhum país ficará totalmente imune aos efeitos sobre a economia real”, afirmou o economista-chefe do FMI, segundo informações do site oficial da instituição.

Blanchard defendeu políticas enérgicas e coordenadas e elogiou a atuação conjunta do Federal Reserve norte-americano, do Banco Central Europeu e dos bancos centrais da Inglaterra, Suécia, Suíça e Canadá. Todos anunciaram, hoje, o corte de juros.

Para o economista, o retorno da estabilidade e da credibilidade dos mercados depende de medidas financeiras sistêmicas, como a recuperação do crédito à aquisição de ativos e injeção de capital. Também defendeu a adoção de políticas monetárias e fiscais. "Com a aplicação de políticas dessa natureza é razoável esperar que a recuperação do ritmo de crescimento comece em 2009 e ganhe força em 2010”, previu.
Fonte: Mylena Fiori, repórter da Agência Brasil

Produtores mato-grossenses questionam previsão para a próxima safra 09.10.08

09.10.08


O presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Glauber Silveira, questionou a previsão apresentada ontem (08) pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, da produção da próxima safra de grãos.

Segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura, a produção da próxima safra de grãos poderá chegar até 144,55 milhões de toneladas, um pouco acima dos 143,8 milhões de toneladas colhidas na safra 2007/2008.

Silveira argumenta que o cenário mudou bastante desde o estudo foi feito em agosto.

"Os dados da Conab foram levantados há 40 dias, quando tínhamos altos preços das commodities e uma intenção de plantio muito grande do produtor. Nesse momento, com a queda dos preços, com a falta de recursos e com o tamanho do endividamento, sem dúvida esses dados estão totalmente equivocados", disse.

Ao comentar ontem (08) as conseqüências da crise internacional na agricultura mato-grossense, Silveira disse que, apenas em seu estado, são necessários R$ 2 bilhões para o plantio da safra 2008/2009. "Neste momento não existe recurso disponível, seja via trading ou mesmo do Banco do Brasil, porque quem renegociou suas dívidas não tem tido acesso a novos créditos no banco", afirmou.

Na última semana, o governo colocou à disposição dos agricultores R$ 5 bilhões, por intyermédio do Banco do Brasil. Mesmo assim, o ministro Stephanes admite que o setor precisa de pelo menos mais R$ 10 bilhões.

Segundo o presidente da Aprosoja-MT, a forma mais ágil de dar crédito para a agricultura é pelas tradings, empresas que financiam o setor por meio da compra antecipada da safra ou fornecendo fertilizantes.
Fonte: Danilo Macedo, repórter da Agência Brasil

Renegociação das dívidas tem adesão de 74% da agricultura familiar 09.10.08

09.10.08

Balanço preliminar do Ministério do Desenvolvimento Agrário até o dia 30 de setembro mostra que a adesão dos agricultores familiares à renegociação das dívidas agrícolas prevista na Lei 11.775 de 2008 (antiga Medida Provisória 432) é maior no Banco do Brasil (BB). Do total de 142 mil operações de custeio da agricultura familiar do BB, 106 mil (74%) dos produtores já aderiram à renegociação. Na semana passada, o governo ampliou de 30 de setembro para 14 de novembro o prazo para adesão ao processo de renegociação das dívidas rurais.

No caso da dívida de investimento dos agricultores familiares, do total de 370 mil contratos, 210 mil já manifestaram ao BB interesse na renegociação, o que significa 56% do total. No Banco do Nordeste, dos 470 mil contratos que podem ser renegociados, somando custeio e investimento, 18,5% (87 mil) dos contratos já aderiram ao processo de renegociação. No Banco da Amazônia, a adesão é de 30,5%, o que representa 5,5 mil contratos de um total de 18 mil operações, incluindo custeio e investimento.

O diretor de Financiamento e Proteção da Produção da Secretaria de Agricultura Familiar do ministério, João Luiz Guadagnin, avaliou que a ampliação do prazo de adesão permite que cerca de 536 mil agricultores familiares e assentados da reforma agrária compareçam aos agentes financeiros e assinem o termo de adesão.

O diretor explicou que é muito simples para o agricultor aderir à renegociação: basta fazer uma solicitação simples, com nome completo, número do Cadastro de Pessoa Física (CPF) e no termo dizer que está aderindo à renegociação de dívidas rurais da lei. "Com essa adesão, o agricultor poderá ter novas oportunidades de financiamentos rurais como o do Pronaf, ou seja, vai estar apto a tomar novos créditos para dar continuidade ao seu trabalho na propriedade. Além disso, poderá obter novos crédito no comércio em geral", disse.

Após o prazo de adesão, os bancos farão análise do caso de cada agricultor para que, até 31 de dezembro, seja informado sobre a situação de sua dívida e possa optar pelo pagamento integral da dívida ou pela renegociação, ou seja, alongar o prazo de pagamento. Os agricultores familiares que optarem por liquidar suas dívidas terão descontos que podem chegar a 90%.

"Aqueles que não aderirem perderão essa oportunidade. Além disso, caso o agricultor familiar beneficiário dessa medida de renegociação não se manifeste até 14 de novembro, poderá ficar impedido de efetuar transações financeiras, como manter conta em banco e tomar empréstimos. Em alguns casos, o nome desse agricultor poderá ser inscrito na Dívida Ativa da União", lembrou.
Fonte: Fabíola Salvador, Agência Estado

Brasil habilita mais 48 fazendas para exportar para UE 09.10.08

09.10.08

Lista divulgada ontem (08)pela Comunidade Européia mostra que o Brasil acrescentou mais 48 fazendas na lista de propriedades habilitadas a exportar carne bovina para a União Européia (UE). O número de registros passou de 364 na semana passada para 412 fazendas nesta semana, indicando um crescimento superior a 13%. Nas últimas seis semanas, a média semanal de inclusões do Brasil tem sido de 39 propriedades.

O Estado de Minas Gerais segue com o maior número de propriedades cadastradas, com 200 registros. Em segundo lugar aparece Goiás, com 80, seguido pelo Mato Grosso, que possui 72 propriedades. Na última atualização, o Estado de Goiás foi o que apresentou maior número de inclusões, com 17 novas fazendas habilitadas para exportar ao bloco europeu.
Fonte: Alexandre Inacio, Agência Estado

Incra destina R$25,9 milhões para regularização ambiental de assentamentos em MT 08.10.08

08.10.08

O Incra e o Governo de Mato Grosso assinaram, na tarde de ontem (07), em Cuiabá, convênios no valor de R$ 25,8 milhões para a recuperação ambiental de assentamentos no Estado. Os recursos vão garantir ações de medição e demarcação de lotes rurais, assessoria técnica e ambiental e elaboração de planos de desenvolvimento e recuperação. A solenidade de assinatura teve a presença do presidente do Incra, Rolf Hackbart, e do governador do Estado, Blairo Maggi.

O primeiro convênio, no valor de R$ 10,3 milhões, foi celebrado entre o Incra/MT e o Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat) para medição e demarcação topográfica e georreferenciamento do perímetro e de lotes rurais de 41 assentamentos. Todos fazem parte dos Territórios da Cidadania Portal da Amazônia e Baixo Araguaia. A previsão é medir e demarcar 8.080 parcelas e georreferenciar outras 4.864 visando à certificação ambiental. Serão também medidas e demarcadas as glebas Cafezal e Carapá, no município de Colíder.

O outro convênio, firmado com a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), no valor de R$ 15,5 milhões, atenderá 40 assentamentos, nos quais vivem nove mil famílias. Os assentamentos também estão localizados nos Territórios da Cidadania Portal da Amazônia e Baixo Araguaia. Os recursos vão possibilitar a contratação de assessoria técnica, por meio do programa Assessoria Técnica, Social e Ambiental (Ates), além da elaboração dos Planos de Desenvolvimento do Assentamento (PDA) e Planos de Recuperação do Assentamento (PRA).

Os programas de Ates e os PDAs e PRAs têm por finalidade promover a segurança alimentar e nutricional das famílias assentadas, além de garantir uma produção estruturada, inserida no mercado e integrada ao desenvolvimento sustentável da região. Um dos critérios de escolha dos assentamentos a serem atendidos com os Planos de Desenvolvimento foi a ano de criação: todos aqueles criados em 2006 e 2007 serão beneficiados.

Licenciamento ambiental

Além dessas ações, o Incra e o Governo do Estado firmaram um Termo de Cooperação Técnica para acelerar o licenciamento ambiental e a recuperação das áreas dos assentamentos do estado. O trabalho vai permitir a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta dentro de 15 dias. O presidente do Incra aproveitou para cobrar da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) a liberação do licenciamento ambiental dos pedidos protocolados pela autarquia.

Hackbart ressaltou que a atuação conjunta com o Governo de Mato Grosso tem três pontos prioritários: o licenciamento ambiental dos assentamentos; assistência técnica e topografia com o objetivo de gerar renda para as famílias assentadas, e a regularização fundiária. “São ações urgentes porque há 90 mil famílias vivendo em mais de 7 milhões de hectares. Elas precisam trabalhar e gerar renda para permanecer nos assentamentos e desenvolver essas áreas”, disse.

Força-tarefa

O presidente do Incra observou que já existem resultados produzidos pela força-tarefa criada na Superintendência Regional do Mato Grosso para fazer uma varredura contra crimes ambientais. O grupo começou a trabalhar nesta segunda-feira (6) e interrompeu as atividades de madeireiras nos assentamentos Mercedez I e II, em Tabaporã, norte do Estado. A varredura também vai verificar possíveis irregularidades de ocupação e venda de lotes da reforma agrária. O orçamento do Incra para o Mato Grosso em 2008 foi de R$ 350 milhões e a previsão é chegar a R$ 400 milhões em 2009.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Incra

FAO defende revisão de estímulos aos biocombustíveis, mas diz que Brasil é exceção 08.10.08

08.10.08

As políticas de estímulo e os subsídios aos biocombustíveis devem ser revistos urgentemente pelos países para preservar a segurança alimentar, proteger os pequenos agricultores da especulação dos mercado mundial de commodities e garantir sustentabilidade ambiental.

As conclusões são do relatório anual A Situação da Agricultura e da Alimentação, divulgado ontem (7), em Roma, pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).

De acordo com o documento, os biocombustíveis apresentam riscos e oportunidades, mas as políticas têm que ser bem gerenciadas para que os benefícios sejam mais relevantes. Até agora, segundo a FAO, os agrocombustíveis já provocaram pressões sobre preços dos alimentos e não necessariamente contribuíram para a redução de emissão de gases de efeito estufa.

A produção de biocombustíveis de produtos agrícolas, entre eles a cana-de-açúcar e o milho, mais que triplicou entre 2000 e 2007 e já responde por quase 2% do consumo mundial de combustíveis para o transporte, de acordo com o relatório.

“A demanda por suprimentos agrícolas para biocombustíveis líquidos [principalmente etanol e biodiesel] vai continuar crescendo na próxima década e talvez além, aumentando a pressão sobre os preços dos alimentos. Os altos preços das commodities já tiveram impacto negativo nos países em desenvolvimento, que são muito dependentes das importações para suprir suas necessidades alimentares”, aponta o texto.

Diante dos riscos da competição entre produção agrícola para alimentação ou produção de energia, o etanol brasileiro é citado pela FAO como uma exceção, em contraponto direto ao etanol norte-americano, à base de milho. “O etanol de cana brasileiro surge como um correspondente competitivo aos combustíveis fósseis, sem necessidade de subsídios.”

O texto ainda questiona o pressuposto de que a utilização de biocombustíveis contribui necessariamente para a redução de emissões de gases de efeito estufa. “Mudanças no uso da terra – como o desmatamento para expandir as lavouras de matérias-primas para os biocombustíveis – são uma grande ameaça para a qualidade do solo, a biodiversidade e as emissões de gases de efeito estufa”, pondera a FAO.
Fonte: Luana Lourenço, repórter da Agência Brasil

Relatório do FMI afirma que crise não tem precedentes e pior ainda está por vir 08.10.08

08.10.08

O pior da crise financeira que afeta mercados em todo o mundo ainda está por vir, avalia relatório divulgado ontem (07) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo o documento, intitulado Relatório de Estabilidade Financeira Global, a crise deverá custar US$ 1,4 trilhão a bancos e governos em todo o mundo.

Na edição anterior do relatório, em abril, o fundo havia estimado que as perdas não passariam de US$ 945 bilhões. O organismo internacional classifica como “sem precedentes” a turbulência no sistema financeiro. E prevê que os bancos continuarão a registrar prejuízos relevantes por causa dos investimentos atrelados a hipotecas.

Somente para retomar o crédito, ainda que em níveis inferiores aos do início da crise, o FMI calcula que seriam necessários US$ 675 bilhões nos próximos anos em aporte de capital para as instituições financeiras.

No documento, o FMI defende que os governos parem de esperar o mercado agir e atuem no resgate de instituições ameaçadas de falência. “A hora para soluções a conta-gotas acabou. Conclamo os formuladores de políticas públicas a urgentemente enfrentar a crise em nível nacional com medidas abrangentes para restaurar a confiança no setor financeiro”, destacou o diretor-gerente do fundo, Dominique Strauss-Kahn, no relatório.

O texto também pede a cooperação rápida entre países para combater a escassez de crédito. “Os governos nacionais precisam coordenar esses esforços de maneira muito próxima para trazer de volta a estabilidade no sistema financeiro internacional".

De acordo com o FMI, a intervenção do setor público é necessária porque os bancos terão dificuldades em captar recursos de investidores do leste da Ásia e do Oriente Médio. O leste europeu, alertou o fundo, deverá ser a próxima região a ter instituições financeiras afetadas pela crise.

Em relação ao pacote de US$ 700 bilhões aprovado pelo Congresso dos Estados Unidos na semana passada, o relatório afirmou que o socorro era necessário. Os analistas do fundo, no entanto, ponderaram que é preciso acompanhar os detalhes da implementação da ajuda para que a medida seja bem-sucedida.
Fonte: Wellton Máximo, repórter da Agência Brasil

Crise afeta indústria brasileira de cana, avalia Kingsman 08.10.08

08.10.08


Londres - A indústria brasileira de cana-de-açúcar está sendo atingida pela crise global de crédito, afirmou ontem (07) a Societe J.Kingsman. "A expansão vai ser reduzida, se não interrompida, por causa dos preços baixos e da escassez de financiamento", afirmou Jonathan Kingsman, executivo da corretora. Segundo ele, a indústria no País deve passar por um processo de consolidação.

Segundo Kingsman, o Brasil deve colher cerca de 550 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em 2009. Contudo, apenas 515 milhões devem ser processadas devido às restrições financeiras enfrentadas pelas usinas, que precisam de um grande volume de crédito durante o período de colheita e moagem.

Os preços do açúcar já caíram 12,7% apenas em outubro devido a liquidações de fundos nos mercados de commodities. A escalada da crise financeira tem levado os investidores a abandonar posições em mercados de risco e buscar segurança em ativos considerados seguros, como dólar, ouro e títulos da dívida americana.
Fonte: informações da Dow Jones, com Gerson Freitas Jr., Agência Estado

Paraguaios planejam ocupar mais fazendas de brasileiros 08.10.08

08.10.08

Assunção - Organizações de sem-terra do Paraguai afirmaram ontem (07) que continuarão a ocupar fazendas de brasileiros que cultivam soja em território paraguaio. Ao mesmo tempo, o governo do presidente Fernando Lugo insiste que não tem dinheiro para fazer a reforma agrária no país imediatamente. "O governo é fraco para desalojar os latifundiários estrangeiros. Portanto, por nossa conta e responsabilidade até poderíamos expulsar os colonos brasileiros do território nacional", disse o secretário da associação Produtores San Pedro Norte, Elvio Benítez, em entrevista coletiva.

O dirigente advertiu que prosseguirão as ocupações de fazendas de soja. Ele afirmou que os campesinos não são "guerrilheiros nem terroristas". "Não precisamos da guerrilha para lutar, para isso temos o povo e a fortaleza moral. Para reivindicar a soberania paraguaia sobre o território somente precisamos de mobilizações populares pacíficas, bloquear rodovias nacionais e convocar grandes greves", disse Benítez.

O clima tenso, com posições aparentemente irreconciliáveis, fez com que o presidente convocasse hoje representantes dos camponeses e agropecuaristas para uma reunião, informou o ministro da Agricultura e Pecuária, Cándido Vera. "O governo não tem como financiar a reforma agrária. Não há dinheiro no Ministério da Agricultura nem no Instituto do Desenvolvimento Rural e da Terra (Indert)", disse Vera. Ele afirmou que a reunião servirá para "pacificar os ânimos".

O ministro da Economia, Dionisio Borda, confirmou o problema. Segundo ele, é preciso uma verba extra de US$ 150 milhões para a assistência aos camponeses pobres e para a luta contra a pobreza extrema. "Avaliamos a possibilidade de estabelecer um imposto temporário para a exportação de soja", afirmou Borda. Segundo ele, existem no orçamento do governo apenas US$ 7 milhões para essas finalidades.

Em outra entrevista coletiva, o presidente da Associação Rural do Paraguai, Juan Néstor Núñez, fez mais declarações duras. "Temos 50 propriedades agropecuárias ameaçadas por invasões de campesinos", afirmou. "Como o governo de Lugo não tem firmeza para frear as entradas ilegais e garantir a segurança de nossa produção, teremos que pegar em armas para nos defendermos."

Após a morte do camponês Bienvenido Mereles, em um choque com policiais paraguaios durante a expulsão de invasores de uma lavoura de soja, propriedade do brasileiro Oscar Faver, o governo informou ontem que nenhum estrangeiro poderá comprar terras para a agricultura no país. Com uma colheita de 6 milhões de toneladas em 2007, o Paraguai é o terceiro maior produtor de soja da América do Sul, atrás de Brasil e Argentina, e o sexto do mundo.
Fonte: Associated Press, com Agência Estado

Agronegócio exportou US$ 55,3 bilhões, de janeiro a setembro 08.10.08

08.10.08

O agronegócio brasileiro exportou, nos nove primeiros meses deste ano, US$ 55,3 bilhões, 29,2% a mais que no mesmo período de 2007. Em setembro foram US$ 6,8 bilhões, gerando superávit de US$ 5,7 bilhões, dois recordes para essa época do ano.

Os dados da balança comercial do agronegócio, divulgados ontem (7) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, mostram que, no acumulado dos últimos 12 meses, atingiu-se a marca histórica de US$ 70,9 bilhões. O setor que teve maior crescimento de um ano para o outro foi o de lácteos, com aumento de 297,7% nas vendas externas.

Na comparação entre os meses de setembro deste ano e do ano passado, os outros setores que apresentaram grande crescimento nas exportações foram: soja (67,6%), carnes (66,7%), complexo sucroalcooleiro (34,5%), café (59,9%), fumo e seus subprodutos (60,4%) e produtos florestais (14,9%). Os maiores volumes arrecadados vieram com a soja (US$ 17,7 bilhões), carnes (US$ 14,5 bilhões), produtos florestais (US$ 9,5 bilhões) e cereais, farinhas e preparações (US$ 2,4 bilhões).

As vendas para a China aumentaram 91,2% neste ano, consolidando o país como principal comprador dos produtos do agronegócio brasileiro, representando 12,8% das exportações do setor. Em seguida vêm os Países Baixos, com 9,2%, e os Estados Unidos, com 8,6%. O Ministério da Agricultura destaca ainda as exportações para a Venezuela, que cresceram 140%, elavando o país para a 10ª posição no ranking.

Apesar de, em setembro, o Brasil ter comprado menos trigo (5.5%), arroz (6,2%) e milho (43%), no cálculo final, acabou importando 55,1% a mais em produtos do agronegócio.
Fonte: Danilo Macedo, repórter da Agência Brasil

Anvisa proíbe importação de produtos chineses à base de leite e derivados 08.10.08

08.10.08

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu ontem (07) proibir a importação de produtos alimentícios chineses, que contenham leite e seus derivados. A medida é de caráter preventivo, já que o Brasil nunca comprou esses produtos da China. A decisão da Anvisa foi motivada pela contaminação com melamina no leite em pó na China.

A agência informou que o Brasil não tem acordos comerciais com a China nessa área. Também não foi registrado nenhum caso de alimento com melamina no Brasil. Em setembro, foram registrados na China mais de 40 mil casos de problemas renais em bebês, por causa da ingestão do leite contaminado. Treze mil bebês foram internados com pedra nos rins e três morreram.

A melamina é usada na indústria de plástico e cola, e foi adicionado ao leite em pó ilegalmente, para camuflar outra irregularidade: a adição de água ao leite cru. Essa prática reduz a concentração de proteína no leite, e a adição da melamina mascara o teste que detecta o nível desse nutriente. A ingestão de melamina causa falha renal, dor ao urinar, vômito, sangue na urina e até ausência de urina. Também pode levar à febre por infecção urinária. Nenhum organismo internacional de saúde e alimentação permite o uso de melamina no ramo alimentício.
Fonte: Akemi Nitahara, repórter da Rádio Nacional

Projeto estuda o efeito inseticida do cipó no Acre 08.10.08

08.10.08

A Reserva Extrativista (Resex), Cazumbá-Iracema, nos municípios de Sena Madureira e Manoel Urbano/AC, é área de pesquisas sobre conservação e uso sustentável da biodiversidade. Os estudos se realizam por meio de parceria entre o Programa Biodiversidade Brasil-Itália (PBBI), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e a unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, no Acre.

Entre as pesquisas está o efeito inseticida do cipó "kangàrà kanê" (Tanaecium nocturnum), planta popularmente conhecida como cipó vick, encontrada em abundância no no estado. O talo triturado do cipó vem sendo testado no milho armazenado, com grande eficiência, como inseticida natural no controle do gorgulho (Coleoptera Curculionidae), a mais agressiva praga que infesta os grãos.

Além do cipó vick, a pesquisa envolve o manejo de plantas medicinais e conservação de variedades de mandioca.
Fonte: Lis Weingärtner, da Assessoria de Imprensa do Mapa, com informações da Embrapa

Lideranças e deputados da bancada ruralista amargam fracasso nas urnas 07.10.08

07.10.08

O resultado das eleições municipais de ontem trouxe um gosto amargo para a bancada ruralista do Congresso e especialmente para o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), um das lideranças do agronegócio nacional. O governador não conseguiu eleger seu candidato à prefeitura de Rondonópolis, Adilton Sachetti (PR), seu berço empresarial e político.

A apuração feita pelo TSE mostra que dois integrantes da bancada ruralista da Câmara que concorreram na eleição deste ano não conseguiram o número suficiente de votos para encerrar a disputa no primeiro turno ou para levar a disputa para o segundo turno, no próximo dia 26. Em Chapecó (SC), a chapa do deputado Valdir Colatto (PMDB) ficou em terceiro lugar na disputa, resultado que confirmou a avaliação de analistas locais.

O atual prefeito do município catarinense, João Rodrigues (DEM), foi reeleito com 59,52% dos votos. O ex-ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, José Fritsch (PT), ficou em segundo lugar, com 27,4% dos votos. Em Porto Alegre (RS), o presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, Onyx Lorenzoni (DEM), recebeu somente 4,91% dos votos.

Em Cuiabá, ruralista X ruralista

Sachetti concorria pela reeleição num município considerado de grande importância política para o governador, que deslocou parte de sua equipe para trabalhar na campanha do candidato do PR. Sachetti também recebeu apoio do deputado federal Homero Pereira (PR-MT), que presidiu a Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso (Famato) até se eleger deputado federal, em 2006. Apesar desse esforço todo, a partir de janeiro do ano que vem o prefeito de Rondonópolis será Zé Carlos do Pátio (PMDB), aliado do deputado federal e ex-governador Carlos Bezerra, que, contabilizou 51.775 votos (52,43% dos votos válidos). Sachetti recebeu 47,57% dos votos válidos (46.975).

O resultado divulgado pelo TSE mostrou que, apesar da disputa na capital Cuiabá ir para o segundo turno, o eleitor não terá para onde correr, tendo que escolher entre adversários ruralistas ou por eles apoiados. Mauro Mendes (PR), candidato apoiado por Blairo Maggi e pelo deputado Homero Pereira, recebeu 26,59% dos votos válidos (78.369), e conseguir ir para o segundo turno foi quase uma vitória do atual governador. Wilson Santos (PSDB) recebeu 141.260 votos (47,92%). Durante a campanha, Santos recebeu o apoio de outro integrante da bancada ruralista, o senador Gilberto Goelner (DEM).

Perdas e ganhos de Maggi no Estado que governa

Cotado para disputar em 2010 uma vaga no Senado, caminho natural de ex-governadores, o governador Blairo Maggi (PR) protagonizou um jogo de perde-ganha nas eleições municipais deste ano. Seus candidatos foram derrotados na sua cidade, Rondonópolis, e em Sorriso, outra importante exportadora de soja. Mas seus aliados venceram em Várzea Grande e Sinop e um esforço nas últimas semanas ainda garantiu um improvável segundo turno na capital Cuiabá.

Até pouco mais de um mês antes da eleição, o governador já reconhecia que enfrentava um quadro desafiador, com seus candidatos às portas da derrota ou encarando mais dificuldades do que as esperadas inicialmente. A preocupação não era exagerada pois o futuro de Maggi estava em jogo. Conquistar a maioria dessas prefeituras era considerado o primeiro passo para o governador fazer seu sucessor daqui a dois anos e alçar vôos maiores.

Para reverter o quadro eleitoral de várias cidades, atestado por pesquisas, Maggi praticamente mudou seu gabinete para o interior no último mês. Os focos de atenção eram Rondonópolis, berço empresarial e político de Maggi, e Várzea Grande, dois dos maiores colégios eleitorais do Mato Grosso.

Embora Rondonópolis tenha virado uma espécie de questão de honra para Maggi - o prefeito Adilton Sachetti (PR), candidato à reeleição, é amigo pessoal do governador - o vencedor foi mesmo Zé Carlos do Pátio (PMDB), aliado do deputado federal e ex-governador Carlos Bezerra. O peemedebista teve 52,43% dos votos válidos, ante 47,57% dos votos para Sachetti.

Em Várzea Grande, o confronto foi direto com uma antiga força do Estado, o ex-governador Júlio Campos (DEM), adversário de Murilo Domingos (PR), candidato de Maggi. Ao final da apuração, Domingos teve 57,89% dos votos válidos, contra 36,47% de votos para o ex-governador.

Madeireiro vence sojicultor

Em Sorriso, outra disputa ferrenha foi do aliado de Maggi, o sojicultor Dilceu Rossato (PR) contra o madeireiro Chicão Bedin. E a vitória foi de Bedin, com 51,79% dos votos, ante 48,21% de Rossato. Em Sinop, os aliados de Maggi deram o troco e ficaram com a prefeitura local: Juarez Costa (PMDB) teve 68,40% dos votos válidos hoje, contra 31,60% de Paulo Fiuza (PV).
Fontes: Fabíola Salvador e Roberto Lira, Agência Estado, com o Observatório

Reuniões bilaterais poderão destravar pauta de comércio de seis países com o Brasil 07.10.08

07.10.08


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UE questiona reexportação de biodiesel pelos EUA

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) participa de seis reuniões bilaterais, que começaram ontem, segunda-feira (06), durante a 43ª reunião do Comitê de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias (SPS) da Organização Mundial do Comércio (OMC). O encontro acontece em Genebra (Suíça), até sexta-feira (10), e é considerado o principal fórum de discussões para questões sanitárias e fitossanitárias que entravam a relação comercial entre os 153 países membros da organização, além de revisar as normas aplicadas ao comércio mundial.

Com a China, o principal assunto brasileiro é a liberação de licença de importação para estabelecimentos exportadores de aves. Com o México, será repassada a agenda de compromissos para a habilitação de estabelecimentos exportadores de produtos lácteos, carne bovina termoprocessada, além de temas da próxima reunião do Grupo de Trabalho Brasil - México.

A Indonésia será cobrada sobre mudanças no regulamento de quarentena que possibilitarão o reconhecimento de áreas livres de febre aftosa, o que acontecerá também com a Coréia do Sul. Com a Colômbia, será tratada a certificação para a exportação de gelatina e empecilhos para a entrada de açúcar brasileiro naquele país. Para fechar a agenda bilateral, o Brasil falará sobre análise de risco na exportação de frutas para a Malásia.

Comitê SPS

Os avanços no contexto internacional do agronegócio brasileiro podem ser constatados no âmbito multilateral, em fóruns como o Comitê SPS. Com 197 notificações, em 2007, o Brasil é, hoje, o segundo país que mais notifica suas regulamentações no Comitê SPS e, há três anos, não recebe Preocupações Comerciais Específicas (problemas levantados nas reuniões do comitê para analisar o comércio entre os países, as disputas envolvidas e o impacto causado) ou demais cobranças bilaterais de outros países.

O crescimento de notificações se deve, em grande parte, à instituição da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI), em 2005, e ao trabalho integrado que promove com as diversas áreas do Mapa, colaborando para a efetiva aplicação do princípio da transparência, que norteia as relações externas do agronegócio.
Fonte: assessoria de Imprensa do Mapa

UE questiona reexportação de biodiesel pelos EUA 07.10.08

07.10.08

Londres - Os Estados Unidos estão perto de fechar uma brecha que permite que produtores estrangeiros de biodiesel exijam subsídios federais quando embarcam o biocombustível através dos EUA para um terceiro país, afirmou hoje o Conselho Europeu de Biodiesel.

A indústria européia de biodiesel está sendo fortemente afetada pela prática, através da qual o biodiesel importado é vendido a um desconto em relação ao biocombustível europeu.

O pacote de resgate financeiro de US$ 700 bilhões aprovado pelo Congresso norte-americano na sexta-feira incluiu a intenção de não conceder mais taxas de crédito para o biocombustível produzido fora dos EUA e que não for para consumo no país.

"Essa mudança ajuda a indústria européia a competir com igualdade com outros países", afirmou Simo Honkanen, vice-presidente da finlandesa Neste Oil.

A América do Sul e o leste da Ásia são duas regiões que estão aproveitando a possibilidade de pedir subsídios nos Estados Unidos e novamente na União Européia, dependendo de para qual Estado membro estão embarcando. Os produtores globais embarcam biocombustíveis para os Estados Unidos, onde podem misturar 99% de biodiesel com 1% de diesel mineral, e podem pedir subsídio de US$ 1 por galão, antes de reexportar o produto.
Fonte: informações da Dow Jones., com Deise Vieira, Agência Estado

Meirelles: Brasil sofre impacto da corrente de comércio 07.10.08

07.10.09


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Commodities atingem menor nível em quase três anos e meio

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, fez hoje um balanço dos efeitos da crise internacional no Brasil e das medidas já adotadas pelo BC para dar liquidez ao mercado. Segundo ele, no comércio exterior, o Brasil sofre com os reflexos da crise na corrente de comércio internacional e com a queda dos preços das commodities (matérias-primas). De acordo com Meirelles, a queda nas commodities significa uma redução no valor exportado pelo País, embora os preços ainda continuem num patamar superior aos praticados no passado.

O presidente do BC disse que o reflexo mais grave no Brasil é escassez de financiamento em dólar, o que também leva à restrição de financiamentos em real. Ele lembrou que boa parte das exportações é financiada em dólar.

Meirelles enumerou todas as medidas adotadas pelo BC nas últimas semanas para aumentar a liquidez do mercado. Citou os leilões de venda de dólar com recompra e o leilão de
swap cambial de hoje, no valor aproximado de US$ 1,5 bilhão, o que, segundo ele, não afeta as reservas internacionais, por se tratar de uma operação no mercado futuro. Meirelles disse que o BC tem US$ 23 bilhões no mercado futuro e que esta é mais uma linha de proteção do País.

O presidente do BC também citou as flexibilizações anunciadas para os depósitos compulsórios para dar liquidez ao mercado doméstico e ajudar os bancos menores. Segundo ele, a liberação de cerca de R$ 24 bilhões para compra de carteiras de bancos menores é "mais do que suficiente" para que os bancos maiores adquiram carteiras no mercado e dêem tranqüilidade aos bancos menores. Meirelles disse que, em momentos de crise como o atual, é normal que a liquidez vá para os bancos maiores. O presidente do BC afirmou que, além dessas medidas, outras poderão ser adotadas a qualquer momento. De acordo com ele, a grande vantagem do Brasil em ter constituído uma política conservadora e prudente é que, agora, tem recursos para enfrentar a crise com serenidade.
Fontes: Renata Veríssimo, Adriana Fernandes e Fabio Graner, Agência Estado

Commodities atingem menor nível em quase três anos e meio 07.10.08

07.10.08

Kansas City - Diante da crise de confiança que toma conta dos mercados financeiros em todo o mundo, os preços futuros das
commodities desabam e já se aproximam do menor patamar em quase três anos e meio. Investidores liquidam ativos de risco e buscam proteção em aplicações consideradas seguras em tempos de turbulência, como o ouro. Apesar da condição dos mercados e da economia nos Estados Unidos, os traders continuam comprando dólares, o que evidencia a força da moeda neste momento e a crença de que as coisas vão melhorar em algum momento. Até lá, contudo, eles vendem commodities (nota do editor: realizando seus lucros com a especulação realizada) e ações.

"As pessoas estão absolutamente em pânico, e todos querem manter dinheiro em espécie", afirmou Bill O'Neill, sócio da Logic Advisors. O'Neill lembra-se bem do tumultuoso colapso do fundo de hedge Long Term Capital Management no final dos anos 1990, "mas aquilo se empalidece diante da deterioração que está ocorrendo agora".

Analistas que operam há anos nos mercados fazem alertas sombrios. "Nós estamos mais assustados agora com o futuro dos mercados de capital globais do que estivemos em qualquer período em nossos 30 anos observando, comentando e participando", afirmou Dennis Gartman, que publica a influente newsletter diária The Gartman Letter.

"Estamos com medo, e nós falamos sério, de que passamos o ponto sem volta, as coisas estejam fora de controle e as forças que foram desatadas não possam ser paradas sem uma ação governamental verdadeiramente massiva, verdadeiramente forte, incluindo o fechamento de mercados e a imposição de limites de saques bancários", afirmou.

Tensão

O Grupo de Trabalho do Presidente, painel de conselheiros do presidente George W. Bush, disse hoje que os mercados financeiros globais estão "severamente tensos" e que os reguladores podem ser forçados a trabalhar de forma coordenada para restaurar a estabilidade.

"Há rumores no mercado de que os bancos centrais podem promover um corte sincronizado de juros a fim dar um choque no coração dos mercados de crédito, para que [ele] volte a bater", afirmou Shawn Hackett, analista e editor do relatório Hackett Money Flow. "Tempos de desespero pedem medidas de desespero, e eu acredito que a cautela será jogada pela janela em um esforço global para inflar os preços dos ativos a todo o custo", afirmou.

Contudo, o fato de a aprovação de um pacote de ajuda histórico nos Estados Unidos não ter conseguido amenizar o terror do mercado faz pensar que nem mesmo um corte generalizado nos juros teria o efeito desejado. "Você pode falar o que quiser, mas há uma total falta de confiança neste momento", afirmou O'Neill.
Fonte: informações da Dow Jones, com Gerson Freitas Jr., da Agência Estado

Uruguai investiga suspeita de febre aftosa na fronteira com o Brasil 07.10.08

07.10.08

Buenos Aires - O governo do Uruguai registrou uma suspeita de caso de febre aftosa no norte do país, no departamento de Artigas, que faz fronteira com o Brasil no Rio Grande do Sul. O ministro de Agricultura daquele país, Ernesto Agazzi, informou à imprensa que investiga a informação de que quatro animais teriam sido abatidos com sintomas de aftosa, mas descartou a presença da doença no país. As autoridades sanitárias já estão realizando exames nos animais, conforme Agazzi.

"Se descartou, em primeira instância, que estes animais sacrificados tivessem sintomas de aftosa, mas é preciso ser muito cuidadosos e até que não tenhamos as análises de laboratório, não posso dar informação oficial", disse o ministro durante entrevista coletiva à imprensa, em Montevidéu, segundo as agências internacionais. "Em primeira instância e pelas informações clínicas, o que surgiu no local como um alerta não se trata de nenhuma das doenças conhecidas", insistiu.

Em 2001 e 2002, foram encontrados focos de aftosa no país e os criadores tiveram que sacrificar milhares de animais. Depois disso, o vizinho conquistou o status de país livre de aftosa com vacinação e vem batendo recordes após recordes de exportações de carne, e deveria chegar ao final de 2008 com um volume de entre US$ 1,3 a US$ 1,4 bilhões vendidos ao exterior.
Fonte: Marina Guimarães, Agência Estado

Paraguai prioriza Reforma Agrária e proíbe venda de terras a estrangeiros 07.10.08

07.10.08

Assunção - O governo paraguaio informou ontem (06) que nenhum estrangeiro poderá comprar terras para agricultura no país. O anúncio ocorre após a morte de um campesino durante um choque com policiais, durante a retirada de invasores de uma fazenda de soja de um brasileiro. O sem-terra Bienvenido Mereles, de 45 anos, morreu na sexta-feira passada (03) durante um tiroteio com policiais que cumpriam uma ordem para retirar uns 150 campesinos que haviam ocupado a fazenda do brasileiro Oscar Farver, no departamento (Estado) de Alto Paraná, 500 quilômetros a leste de Assunção.

Um informe do Instituto de Desenvolvimento Rural e da Terra (Indert) divulgado ontem (06) "proíbe a subscrição de trâmites administrativos para a compra de terras a pessoas não beneficiárias da Reforma Agrária". A lei de reforma agrária, por sua vez, exclui os estrangeiros. O Indert esclareceu que "as pessoas físicas estrangeiras deixaram de ser beneficiárias do estatuto agrário". Também afirmou que as vendas de terras de beneficiários da reforma agrária a estrangeiros não têm valor legal, e que esses casos serão denunciados e a terra será recuperada pelo Estado. Com essa medida, proprietários brasileiros, os chamados brasiguaios, que compraram terras de cidadãos paraguaios poderiam perder suas fazendas.

Os proprietários brasiguaios se concentram na região dos departamentos de San Pedro, Concepción e Kanindeyú, no norte, e Alto Paraná, a leste da capital. Os colonos brasileiros são os principais produtores de soja no país. O Indert trabalha para cumprir uma das promessas de campanha do presidente Fernando Lugo. Desde sua posse, em agosto, Lugo prometeu a organizações de sem-terra uma reforma agrária e "a recuperação da soberania paraguaia". O presidente da Câmara Exportadora de Grãos, o empresário José Bogarín, disse que o ministro da Economia, Dionisio Borda, avaliava aumentar os impostos sobre exportação de grãos. "Rechaçamos o possível imposto para a exportação de soja. Antes, queremos que o governo reduza seu aparato estatal (burocracia) e combata frontalmente o contrabando."
Fonte: Associated Press, com Agência Estado

Embrapa desenvolve bebida isotônica à base de frutas 07.10.08

07.10.08

Uma bebida isotônica, opção de negócio para produtores de caju e acerola e empreendedores da área de bebidas, foi desenvolvida pela unidade Agroindústria de Alimentos, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). À base de frutas (caju e acerola), o produto hidrata e repõe sais minerais perdidos pela transpiração, durante as atividades físicas de esportistas e trabalhadores.

Nas pesquisas foi utilizada a microfiltração, tecnologia limpa de processamento de alimentos, que preserva o sabor e as características nutricionais das matérias-primas e poupa energia, por ser conduzida à temperatura ambiente. O método também contribui para a conservação dos produtos, propiciando vida mais longa nas prateleiras.

A pesquisa beneficiará empresários da área de bebidas. Segundo dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), o segmento de isotônicos é um dos que mais crescem no mercado de bebidas não-alcoólicas.

Mais informações pelos telefones: (61) 3340-9999 e 3448-4236.
Fonte: Lis Weingärtner, da Assessoria de Imprensa do Mapa,, com informações da Embrapa

Aumenta em quase 50%, em relação a 2007, a demanda de seguro rural entre os produtores 07.10.08

07.10.08

O Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural comprometeu R$ 90 milhões, até sexta-feira (03), superando em cerca de 50% os R$ 61 milhões aplicados em todo o ano de 2007. Os três produtos que mais demandaram subvenção foram a soja, correspondendo a 41% do valor total que já foi comprometido, o milho (18%) e o trigo (12%).

“É bastante provável que a totalidade dos R$ 160 milhões disponibilizados pelo programa seja utilizada pelos produtores”, estima o diretor do Departamento de Gestão de Seguro Rural, Welington Soares de Almeida, da Secretaria de Política Agrícola. “Outubro é o mês em que as contratações de seguro rural tornam-se mais intensas”, lembra.

Para Welington Almeida, em 2008 os produtores lançarão mão do seguro rural ainda mais do que anteriormente. “Duas seguradoras que operam fortemente no mercado já solicitaram recursos complementares ao Mapa”, destaca.
Fonte: Débora Pinheiro, Assessoria de Imprensa do Mapa

Licenciada produção de biofungicida contra vassoura-de-bruxa 07.10.08

07.10.08

A Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) obteve licenciamento ambiental para a produção do biofungicida Tricovab (Trichoderma stromaticum). O produto foi desenvolvido pelos técnicos do Centro de Pesquisas do Cacau (Ceplac/Cepec) e será usado no combate ao fungo causador da vassoura-de-bruxa do cacaueiro.

A licença para a produção do Tricovab foi concedida pelo Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Ilhéus (Condema) e atende a exigências do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Fonte: Lis Weingärtner, da Assessoria de Imprensa do Mapa, com informações da Ceplac

Falta de crédito no mercado internacional pode levar traders a reduzirem pré-financiamentos 06.10.08

06.10.08
A maior conseqüência da crise econômica norte-americana para o Brasil é a falta de crédito, principalmente para exportação, além de uma reação das instituições financeiras, que também estão reduzindo o crédito. A afirmação foi feita sexta-feira passada (03) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, após participar de encontro com empresários da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
Segundo o ministro, a fase atual da crise é aguda e passageira. “O papel das autoridades é aumentar a liquidez do sistema. Nós estamos irrigando o sistema – já estamos irrigando com dólares, com os leilões que estão sendo feitos pelo Banco Central.”

Comentário do editor: o que o ministro deixou de mencionar, e talvez isso não seja relevante para ele, é que as grandes traders do agronegócio sempre buscaram recursos "no atacado" no mercado internacional, até mesmo recorrendo a 'sindicatos' de bancos, tal era o volume tomado, para repassar "no varejo" aos seus produtores pré-financiados. Isso prevalecia principalmente no financiamento da safra de soja. Agora, com a retração do crédito no mercado internacional, a presença dessas traders no financiamento da produção de grãos - que, segundo a Febraban era da ordem de 60% do total, veja em A Notícia - provavelmente será menor, embora ele seja fundamental para elas garantirem sua maior participação na comercializacão da safra.

Ele reforçou que o governo está disposto a recorrer a outros instrumentos, caso seja necessário, e que poderá também usar as reservas de “maneira criativa”, para irrigar o crédito, e diminuir o compulsório, para que as instituições financeiras maiores possam comprar carteiras das menores.
Mantega não quis adiantar quais seriam as “maneiras criativas” de usar as reservas, mas citou como exemplo o leilão de dólares como forma de manter as reservas no mesmo patamar, porém dando mais liquidez às linhas de crédito internacional.
“Quero deixar muito claro que não há problema de solvência na economia brasileira, e sim problemas de liquidez, por causa dessa fase aguda da crise. Se a liquidez for recomposta, está tudo bem porque as instituições não têm ativos podres. Mesmo as instituições médias e pequenas, que neste momento têm mais dificuldade, têm boas carteiras. Podem ter alguma dificuldade momentânea, então, o governo vai liberar compulsórios para os bancos que quiserem comprar.”
O ministro lembrou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve liberar este ano R$ 90 bilhões em crédito, o que está sendo feito gradativamente.
Ele disse acreditar que a restrição ao crédito feita pelo setor privado seja temporária, porque a tensão existente no mercado internacional deve diminuir com o pacote econômico do governo dos Estados Unidos. “Nós sairemos do stress, as linhas serão reativadas, talvez não na mesma dimensão atual, mas o suficiente para dar crédito e manter o comércio internacional brasileiro no mesmo patamar.”
Mantega repetiu várias vezes que as exportações brasileiras não estão sendo atingidas ou prejudicadas e que o governo está mantendo o ritmo de exportações e de importações.

Fonte: Flávia Albuquerque, repórter da Agência Brasil

Financiamento da safra será o mais difícil dos últimos dez anos 06.10.08

06.10.08

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Brasil pode reduzir área de milho; soja cresce menos
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O financiamento da próxima safra será o mais difícil dos últimos dez anos. A avaliação é do assessor técnico da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) Ademiro Vian. "Há a necessidade de pelo menos R$ 100 bilhões por ano para financiar uma safra de grãos. E desse valor, 60% são financiados pelas tradings, pelas empresas. Como o depósito à vista caiu muito nos últimos meses, a exigibilidade de crédito rural caiu fortemente também", disse.

Segundo Vian, o problema principal não está no custo do dinheiro. O que se discute no momento é onde estão os recursos, se aqui ou no Exterior. Para o assessor técnico da Febraban, o mais importante para os produtores é tentar encontrar fontes internas de financiamento.

"Estamos identificando fontes internas. Já que a exigibilidade dos bancos está também esgotada, estamos com mais um probleminha pela frente que é a renegociação das dívidas".

Ademiro Vian disse acreditar que a concessão de crédito para financiamento da safra terá critérios mais rígidos, seja por causa do nível de endividamento do produtor, seja pelos efeitos da crise financeira internacional.

"Com a crise, aliada a um custo mais elevado, custos de produção, custo do dinheiro, evidente que as margens do produtor serão afetadas. E como a margem de retorno do capital do produtor será afetada, obviamente, que isso impacta na área de crédito. Não tenha dúvida que será um ano difícil. A saída para o produtor, diante da situação, é planejar", recomendou o assessor técnico da Febraban.

– Ele deve priorizar os seus gastos, fazer uma análise de custos, cortar o que precisar. Essa crise não é passageira e que daqui a dois ou três meses, essas linhas de crédito externas voltam. Estamos com um problema de liquidez externa.
Fonte: Canal Rural

Brasil pode reduzir área de milho; soja cresce menos 06.10.08

06.10.08

No momento em que produtores começam o plantio no Brasil em 2008/09, em meio à turbulência financeira, analistas revisam para baixo as projeções para a área plantada, indicando que safra de soja crescerá menos do que o previsto e que a produção de milho poderá ter queda, após um recorde em 2007/08.

A recente queda nos preços dos dois principais grãos plantados no Brasil, a restrição de crédito pelas tradings e mesmo a dificuldade maior de se obter financiamento em bancos em tempos de aperto global terão efeito na produção.

Segundo os consultores, a área de soja só não cairá porque a semeadura em Mato Grosso, o maior produtor nacional, deve ocorrer nas fertilizadas terras antes dedicadas ao algodão, o que permite economia nas despesas. Já o milho terá redução de plantio, especialmente no Sul, com agricultores plantando mais a oleaginosa, que garante atualmente uma rentabilidade maior.

"Justamente na hora do plantio nos principais players da América do Sul vem esse choque. Isso acendeu um farol amarelo para intenção de aumento de área", disse o analista da AgraFNP Pedro Collussi, integrante do grupo global Agra Informa.

Segundo ele, 2008/09 tinha "tudo para ser um grande ano", a área de soja poderia aumentar "muito mais" e agora a AgraFNP, que está alterando suas estimativas, já vê queda no milho.

Outro analista, Fernando Muraro, da Agência Rural, é mais enfático na avaliação das safras. "A área de soja deve ter crescimento entre 3% a 5%, mas definitivamente cai o investimento em fertilizante, vai ser uma safra mais na manha", disse ele, observando que, apesar da rentabilidade menor da oleaginosa em relação a 07/08, os ganhos ainda são razoáveis, mesmo ante custos recordes de US$ 800 a US$ 900 por hectare nas áreas de soja do Centro-Oeste.

Para o milho a situação é pior. Segundo Muraro, no Sul do País, onde se situa o maior produtor do Brasil (o Paraná), o custo de produção do cereal ficou acima do da soja. "Então plantar milho no Sul é inviável... No Brasil, a área de milho deverá ter queda de 5% a 8%, puxada pela redução no Sul", destacou.

O País colheu uma safra recorde de milho de 58,5 milhões de toneladas em 07/08, pouco abaixo da produção de soja (60 milhões), cultura na qual ocupa o posto de segundo produtor mundial.

A situação do milho é mais grave que a da soja no Brasil, entre outras coisas, pelos grandes estoques de passagem em 07/08, estimados pela AgraFNP em 16 milhões de toneladas. As reservas cresceram porque o país esperava exportar mais de 10 milhões de toneladas este ano, e na melhor das hipóteses as vendas atingiriam 6 milhões de toneladas, com a redução da demanda européia e iraniana nesta temporada.

Fundamentos
"É uma safra de muita tensão, a safra começa ser plantada com muita pulga atrás da orelha... A minha recomendação é a seguinte: vamos apagar a televisão, os jornais, e voltamos daqui a 30 dias", comentou Muraro, indicando que a situação eventualmente pode melhorar após a turbulência.

Já o analista André Debastiani, da Agroconsult, avalia que apesar das dificuldades financeiras os fundamentos para o mercado de soja continuam sólidos.

"Os patamares de preços estão sendo rompidos (para baixo) dia após dias... mas os fundamentos continuam positivos, o mundo vai continuar comendo, tem estoques bastante baixos... Essa crise vai afetar alimentos, mas vai ser muito menos que qualquer outro setor", destacou Debastiani.

Se a situação de mercado é complicada, pelo menos as condições meteorológicas devem favorecer a semeadura no Centro-Oeste, segundo avaliação do Ministério da Agricultura, que prevê chuvas "entre normal e pouco acima da média histórica", segundo estudo divulgado nesta sexta-feira.

Em Mato Grosso, onde o plantio começa antes das demais regiões produtoras, choveu nos últimos dias, o que permitirá uma maior evolução da semeadura, segundo a Agência Rural.

No Paraná, embora ainda pouquíssimos campos de soja tenham sido semeados, o plantio de milho já começou, atingindo mais de um terço da área estimada de 1,3 milhão de hectares, queda de 6,2% ante 07/08, de acordo com o governo do Estado.
Fonte: Invertia

Burocracia com crédito prejudica produtores 06.10.08

06.10.08

A burocracia no acesso ao crédito para custeio da safra 2008/09 deverá bloquear o plano do governo federal de ampliar em 5% a produção de grãos. Até agora, a maioria dos produtores não teve acesso aos R$ 45 bilhões prometidos para o custeio em virtude do excesso de garantias e quitação de dívidas anteriores.

Os que conseguiram quitar os débitos antigos, ficam reféns de novos empréstimos e estão sem capital de giro para concluir o plantio. Para os representantes dos produtores, o adiantamento dos R$ 5 bilhões anunciados pelo governo não possuem efeito algum.

"No ano passado sobrou R$ 2 bilhões do total e no retrasado, R$ 5 bilhões. Isso prova que não há condições de o produtor acessar todo o crédito e o ministério não consegue refletir a realidade do setor", argumenta Carlos Sperotto, presidente da comissão de endividamento da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Ele revela que os R$ 5 bilhões anunciados são o adiantamento da verba para comercialização que seria liberada no final do ano. "Muitos produtores ainda não acessaram o crédito. Já passou a hora de comprar fertilizantes e defensivos e isso vale para o Brasil todo", observa.

Não há dados oficiais sobre o volume de crédito oficial de custeio liberado. O Banco do Brasil (BB), que tem 63% de participação no crédito ao agronegócio, liberou até o dia 30 de setembro R$ 4,155 bilhões, 70% mais que em igual período de 2007.

No entanto, os produtores que ainda têm algum tipo de restrição de crédito ainda é elevado. Do total de R$ 60 bilhões da carteira agrícola do BB, R$ 15 bilhões têm no saldo todo ou em parte dele prorrogação de dívidas nos últimos quatro anos.

Mas, em alguns estados, como em Mato Grosso, um dos maiores produtores do País e o que começa a plantar mais cedo (na segunda quinzena de setembro), o atraso no repasse dos recursos reduziu em 27% o volume de fertilizantes necessário para o plantio da safra de verão, o que corresponde a uma área de 1,5 milhão de hectares, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do estado (Famato).

Rui Prado, presidente da associação, enxerga o adiantamento dos recursos como algo positivo, porém, reivindica um prolongamento das dívidas do estado, que vencem no próximo dia 15.

"O produtor se endividou muito com perdas provocadas pelo clima e pela ferrugem. Sem contar a queda do dólar. Agora existe o desembolso para o plantio e é impossível pagar a dívida". Segundo disse, a dívida a vencer totaliza R$ 2 bilhões.

O presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho, diz que o setor já perdeu R$ 8 bilhões em depósitos à vista neste ano por causa da extinção da CPMF.

"O crédito rural ficou mais escasso ainda", afirma. Segundo seus cálculos, as tradings são responsáveis por 52% do crédito rural brasileiro e esse percentual já tinha caído 27% em virtude da escassez de recursos no exterior.

"As tradings dependem de recursos de fora e com a crise a situação tende a piorar", prevê. Ele acredita que o setor precise de R$ 20 bilhões para resolver o problema do setor. "O governo está atento, mas com certeza será preciso colocar mais dinheiro", conclui.

Pedro Loyola, economista da Federação da Agricultura do Paraná (FAEP), diz que a linha de financiamento adotada pelo governo para a o repasse do adiantamento ainda não foi definida.

"O capital está saindo muito devagar. Muitos não conseguiram negociar as dívidas e possuem restrições", conta. Nelson Paludo, produtor da região de Toledo (PR), que planta soja, milho e trigo em propriedade de 270 hectares, confirma os problemas.

"Teve gente que comprou máquina em fevereiro e até agora está sem recurso para financiar". Ele conta que a queda do dólar prejudicou os agricultores "A queda foi muito forte e reduziu o poder de pagamento".

Situação complicada vive o produtor da região de Castro (PR), Anderson Taques Moreira Castro. Na propriedade de 700 hectares em que planta soja milho e feijão, cujo cultivo está atrasado por falta de recursos.

"Liquidei dívidas para ter acesso ao crédito e agora estou sem capital de giro. Com certeza o custo será bem superior quando for comprar os insumos que faltam".Independente da burocracia, os recursos anunciados pelo governo são insuficientes, avalia Pedro Arantes, assessor econômico da Federação da Agricultura de Goiás (Faeg).

Neste estado, as tradings, que financiavam 40% da necessidade de crédito, cortaram os empréstimos pela metade e, o oficial, que responde por outros 30%, liberaram até agora um terço do volume esperado. Os produtores goianos devem cultivar 3,7 milhões de hectares, entre soja, milho e algodão, a mesma área de 2007/08.

Para cultivar, o estado todo precisa de R$ 6 bilhões. "Neste momento, ainda faltam R$ 2,2 bilhões. Se o governo liberar toda a sua parte, ainda precisaremos de R$ 1,2 bilhão", pondera Arantes. Somando-se esses R$ 1,2 bilhão da necessidade de Goiás, há ainda outros R$ 2 bilhões a R$ 2,5 bilhões que faltam para Mato Grosso, segundo estimativas do mercado, o que já significa R$ 3,7 bilhões.

Seneri Paludo, superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea) explica que o problema no estado é maior no que se refere a crédito, porque o crédito oficial, por exemplo, cobre apenas 9% da necessidade de financiamento da safra mato-grossense.

Em Goiás, por exemplo, esse percentual é de 30%, uma vez que o tamanho médio das propriedades é menor, o que aumenta a cobertura por crédito oficial, com juros controlados.

"Além do endividamento dos produtores, que limita o acesso a crédito, também há outras restrições de crédito impostas por medidas ambientais para os produtores que estão no bioma amazônico", diz Seneri.
Fonte: Gazeta Mercantil

Especialistas da UE recomendam fim de embargo à carne de três estados 06.10.08

06.10.08

Três estados brasileiros estão mais próximos de voltar a exportar, sem restrições, carnes para a União Européia. Um comitê de especialistas da Comissão Européia (CE), órgão executivo da União Européia (UE), recomendou sexta-feira passada (03) a suspensão do embargo à carne produzida em Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Minas Gerais.

Segundo a BBC Brasil, a retomada das exportações agora depende de a recomendação ser publicada no Diário Oficial da UE. No entanto, ainda não há data certa para a decisão ser oficializada e a carne desses estados levará pelo menos dois meses após o fim do embargo para chegar à Europa.

Responsável pelo controle sanitário na União Européia, o Comitê para Cadeia Alimentar e Saúde Animal avaliou que a saúde os animais dessas regiões estão saudáveis. Os especialistas também entenderem que as garantias das autoridades brasileiras seguem as exigências européias.

Atualmente, os três estados são considerados, pela Organização Mundial para a Saúde Animal, áreas livres de febre aftosa com vacinação. O último a receber essa classificação foi Mato Grosso do Sul, em agosto. Mato Grosso e Minas Gerais receberam a classificação anteriormente, mas têm apenas algumas fazendas liberadas para exportar à Europa.

Assim que a venda da carne for liberada, os exportadores desses estados terão de se enquadrar às regras impostas pela Comissão Européia em março. Além de só poderem vender carne desossada e maturada, terão que se submeter a controles de qualidade especiais. As propriedades também terão de ser inspecionadas e habilitadas por técnicos do Ministério da Agricultura e Pecuária.

Em janeiro, a União Européia suspendeu todas as importações de carne do Brasil, alegando deficiências nos controles fitossanitários. Após diversas negociações, várias fazendas e regiões do país voltaram a exportar, mas apenas a carne de São Paulo e Paraná está liberada.

A proibição da importações de carne do Brasil pela UE, apontou a BBC Brasil, é considerada um dos motivos da queda no volume de exportações de carne neste ano. Segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), o total de toneladas vendidas ao exterior caiu 16% de janeiro a setembro na comparação com o mesmo período do ano passado. Apesar disso, as receitas em dólares aumentaram 22% por causa da alta no preço do produto.
Fonte: Agência Brasil

Petrobras entrega primeira produção de biodiesel 06.10.08

06.10.08

A Petrobras Biocombustível entregou na sexta-feira passada (03) a sua primeira produção comercial de biodiesel. O carregamento, com 44,78 mil litros de biodiesel, saiu da Usina de Candeias, na Bahia, a primeira de propriedade da estatal a ser construída no país.

A entrega faz parte da produção vendida nos leilões de biodiesel da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Ao todo, foram vendidos 8 milhões de litros de biodiesel.

A Usina de Candeias tem capacidade para produzir 57 milhões de litros de biodiesel por ano.

A Petrobras Biocombustível também conta com outra usina de biodiesel no município de Quixadá, no Ceará, e uma terceira usina, em Montes Claros (MG), está em fase final de montagem.

A capacidade total de produção das três usinas será de 170 milhões de litros por ano.
Fonte: Nielmar de Oliveira, repórter da Agência Brasil

Líderes europeus defendem ação coordenada contra crise, mas sem pacote 06.10.08

06.10.08

Os líderes das quatro maiores economias da Europa anunciaram no sábado (04), em Paris, que trabalharão juntos para oferecer apoio ao sistema financeiro do continente, mas sem elaborar um pacote de socorro aos bancos sob ameaça de falência, tal como feito pelos Estados Unidos.

Segundo a BBC Brasil, os líderes da França, Grã-Bretanha, Alemanha e Itália concordaram que cada governo deve agir de acordo com os próprios critérios, mas em coordenação com outros países da União Européia (UE). "Cada governo irá operar com seus próprios métodos e meios, mas de maneira coordenada", disse o presidente francês, Nicolas Sarkozy, que organizou a reunião.

Os participantes do encontro concordaram em flexibilizar as regras que determinam quanto cada nação pode pedir emprestado. Eles anunciaram ainda uma série de medidas coordenadas, incluindo ações ainda não-específicas contra executivos de bancos falidos. Houve consenso quanto à necessidade de punição aos dirigentes de instituições socorridas com recursos públicos.

O grupo também defendeu a realização imediata de um encontro do G8 para discutir a regulamentação do setor financeiro. Apesar de concordar com a cooperação no combate à escassez de crédito, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que os países devem ter cuidado com medidas que possam causar problemas para outros integrantes do bloco.

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, procurou passar uma mensagem de tranqüilidade e afirmou que o fluxo de dinheiro no sistema financeiro será garantido pelas autoridades monetárias. "A mensagem para famílias e empresários é que, como os nossos bancos centrais já estão fazendo, a liquidez será garantida para preservar a confiança e a estabilidade", afirmou.

A reunião também teve a participação dos presidentes do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, e do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker. O Eurogrupo agrega os ministros das Finanças dos países da zona euro.

Antes do encontro, o chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, encontrou-se com Sarkozy e fez um apelo por uma “ação coletiva adequada” entre os países da UE. Para Strauss-Kahn, os investidores deveriam receber um sinal de que os países europeus não agiriam de forma isolada.

Nas últimas semanas, destacou a BBC Brasil, vários governos europeus ajudaram instituições ameaçadas pela crise. O governo da Grã-Bretanha nacionalizou o banco Bradford and Bingley e o vendeu ao grupo espanhol Santander. Além disso, os governos da Bélgica, Luxemburgo e Holanda injetaram milhões de dólares para salvar o banco Fortis.
Fonte: Agência Brasil

Indicação geográfica estimula diferencial competitivo de produtos brasileiros 06.10.08

06.10.08

A obtenção de um selo de indicação geográfica pode servir para impulsionar a exportação de produtos nacionais dotados de diferencial competitivo, afirmou em entrevista à Agência Brasil a coordenadora geral de Indicações Geográficas do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Maria Alice Calliari.

Atualmente, existem no Brasil cinco selos dessa natureza, que caracterizam produtos de regiões específicas: o vinho do Vale dos Vinhedos e a carne bovina do Pampa Gaúcho, ambos no Rio Grande do Sul; o café do Cerrado, de Minas Gerais; a cachaça de Paraty, no Rio de Janeiro, e a cachaça do Brasil, esta protegida por decreto presidencial.

Para discutir o potencial da indicação geográfica no Brasil, o Inpi, em parceria com a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), promove nos próximos dias 8 e 9, em Porto Alegre, o Simpósio Internacional sobre Indicação Geográfica. O evento reunirá especialistas brasileiros e estrangeiros, como Paola Rizo, da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (Ompi).

A indicação geográfica já contribuiu para valorizar as terras gaúchas do Vale dos Vinhedos entre 200% e 500%, de acordo com dados da Associação dos Produtores de Vinhos Finos local (Provale), disse Calliari. Também em termos de visitantes, o número evoluiu cerca de 170%, entre 2001 e 2007. “Tem uma implicação econômica, comercial, social, de turismo muito grande”, avaliou a coordenadora geral da Diretoria de Contratos de Tecnologia e Outros Registros do INPI.

A indicação geográfica se reporta sempre a uma região: “Ou seja, ele tem um vínculo com a vegetação, com o clima, ou com qualquer outro fator que possa interferir diretamente no produto em si ou em seu sabor final. Então, essa informação pode interferir no comércio de forma positiva, no sentido de que ele é um produto diferenciado, que já tem um renome. Ou seja, ele reporta àquela região”.

Para a técnica do Inpi o consumidor brasileiro ainda não tem um conhecimento grande do que significa esse selo de indicação de procedência, ao contrário do que ocorre no exterior. Na União Européia, por exemplo, o conceito já é bem difundido. Ela acredita que, ao longo do tempo, a cultura será disseminada também no Brasil, contribuindo para que a exportação do produto com a indicação geográfica alcance no mercado externo um valor maior. “Um upgrade [valorização] mercadológico”.

Vários pedidos de certificação de produtos tramitam no momento no Inpi, entre os quais os de mangas e uvas do Vale do Médio São Francisco (BA) e o de couro industrializado do Vale dos Sinos (RS). Segundo Calliari, outros produtos nacionais que são típicos de regiões brasileiras, como a moda íntima de Nova Friburgo, na serra fluminense, poderiam se candidatar ao selo de indicação geográfica. Para isso, os produtores daquela região já têm um facilitador, que é a aglutinação em uma associação formal. “Já há vantagem competitiva quando os produtores fazem parte de um Arranjo Produtivo Local (APL)”. O APL designa um grupo de pessoas que apresentam a mesma vocação econômica, em uma única região.

A coordenadora geral de Outros Registros do INPI lembrou que para obter a certificação é preciso cumprir alguns requisitos, como por exemplo a reputação. “Se a região ficou conhecida de fato por produzir determinado bem”. Outro é comprovar que o produto daquela região tem vínculo com os fatores geográficos e recebe influência direta deles.

Fonte: Alana Gandra, repórter da Agência Brasil

Amido de mandioca vira bandeja 06.10.08

06.10.08

Decidido a fazer algo para ajudar na conservação ambiental, o engenheiro Cláudio Rocha Bastos desenvolveu bandejas biodegradáveis à base de amido de mandioca. O produto, já testado, começa a ser produzido e vendido comercialmente pela empresa CBPak, criada por Bastos. O objetivo é que as bandejas biodegradáveis substituam as de isopor, não recicláveis. "As bandejas de amido se biodegradam em seis meses ou podem até voltar para a natureza, como compostagem."

Segundo Bastos, a bandeja é produzida sem nenhuma química. "Resolvemos também o problema da falta de resistência do amido à umidade com um biofilme, que reveste a bandeja e permite que as embalagens sejam usadas para produtos resfriados e congelados."

Os principais compradores são agricultores orgânicos, supermercados e indústrias de alimentos que exportam.

A Korin, produtora de hortaliças e legumes orgânicos, está testando a bandeja. Conforme o gerente administrativo, Jarbas Cordeiro de Souza, o filme impermeável sobre a bandeja tornou viável o embalamento de hortaliças, "que ?respiram? e umedecem a embalagem. Sem o biofilme, a bandeja de amido ficaria inviável para nós", diz Souza. "Vamos ver o que os consumidores acham, aí adotaremos definitivamente a bandeja ou não", finaliza Souza.

Informações: CBPak, tel. (0--16) 3368-5935
Fonte: Niza Souza e Tânia Rabello - O Estado de S.Paulo

Governo destina R$ 1 bilhão para financiar capital social das cooperativas agropecuárias 03.10.08

03.10.08
Cooperativas agropecuárias, em todo o País, deverão ser beneficiadas com recursos da ordem de R$ 1 bilhão para o financiamento de capital social (cotas partes). O presidente Luiz Inácio da Silva autorizou, nessa ontem (2), o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, a elaborar voto que será encaminhado ao Conselho Monetário Nacional (CMN), até 30 de outubro, após entendimento com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

A proposta é destinar R$ 300 milhões até o fim deste ano. O restante será disponibilizado até 30 de junho de 2009, com recursos controlados (a juro fixo). O financiamento será por intermédio do Programa de Capitalização das Cooperativas Agropecuárias (ProcapAgro). A medida beneficiará os produtores em investimento nas cooperativas e também na formação de capital de giro para incremento das exportações.

Cooperativas de Crédito também ganham

O segmento das cooperativas de crédito também poderá ser beneficiado pelo governo federal com a liberação de R$ 200 milhões do Programa de Capitalização das Cooperativas de Crédito (ProcapCred). O presidente da República solicitará o repasse pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES). Criado em 2007, o ProcapCred dispõe de R$ 2 bilhões para capitalização do setor, dos quais R$ 300 milhões já foram liberados para financiamento.

Dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) indicam que, atualmente, existem 25 milhões de brasileiros envolvidos em cooperativismo no Brasil. Os setores agropecuário e de crédito estão entre os que registram maior número de cooperados. Em todo o País, são cerca de 1,2 mil cooperativas de crédito, com quase três milhões de associados. O ramo agropecuário tem cerca de 1,5 mil cooperativas, com mais de 870 mil associados.
Fonte: Cristiane Araujo, Mapa

Novas áreas são habilitadas a exportar carne bovina in natura para União Européia 03.10.08

03.10.08

Pecuária:
Novas áreas são habilitadas a exportar carne bovina
in natura para União Européia
Veja também:
- Mato Grosso terá mais 13 milhões de bovinos autorizados para exportação a UE
- Exportação de carne rende mais de US$ 500 milhões em setembro
- A vaca vai para onde o desmatamento acontece na Amazônia

Mato Grosso do Sul voltará a exportar carne bovina
in natura para a União Européia (UE). A decisão foi anunciada, nesta ontem (2), pela Diretoria-Geral para Saúde e Consumidores da União Européia (DG-Sanco). Mato Grosso e Minas Gerais também estão integralmente habilitados. Antes, as regiões norte e sul mato-grossenses e 287 municípios mineiros não estavam habilitados para o comércio com os europeus.

O próximo passo será a publicação dessa confirmação no jornal oficial da União Européia, o que deverá acontecer em até quatro semanas. Com isso, mais 39,8 milhões* de bovinos serão somados ao rebanho apto para a venda de carne
in natura aos europeus, desde que procedam de Estabelecimentos Rurais Aprovados no Sisbov (Eras).

Atualmente, são 364 os estabelecimentos certificados no Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. “Agora, serão aproximadamente 126,8* milhões de animais, formando a base do rebanho de onde pode ser exportada carne bovina para aquele mercado”, informou o secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz.

Histórico

A habilitação de Eras para o comércio com a UE tem aumentado significativamente a cada mês. Esse incremento é resultado da intensificação das auditorias realizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em conjunto com serviços estaduais de Defesa Agropecuária, no sistema de certificação dessas propriedades rurais.

Há cinco meses, a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) vem acertando os detalhes técnicos com a União Européia para a inclusão de Mato Grosso do Sul, e das outras áreas de Mato Grosso e Minas Gerais. O último encontro oficial ocorreu, na quinta-feira (25.09), entre o secretário Inácio Kroetz e autoridades da DG-Sanco, em Bruxelas (Bélgica).
Fonte: Assessoria de Imprensa do Mapa

* Dados do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), relativos a 2007.

Mato Grosso terá mais 13 milhões de bovinos autorizados para exportação a UE 03.10.08

03.10.08

Mato Grosso tem a confirmação de que 100% da área do Estado está habilitada para exportar carne in natura à União Européia. A autorização foi feita ontem depois de reunião da Diretoria-geral para Saúde e Consumidores da União Européia (DG-Sanco), na Bélgica. Com a habilitação, o Estado passa a ter mais 13 milhões de cabeças, o que corresponde a metade do rebanho bovino, com autorização para negociar com o bloco econômico.

A notícia é, na avaliação dos pecuaristas, uma prova de reconhecimento por parte do mercado europeu da qualidade da produção local, que há 12 anos não registra casos de febre aftosa. O presidente do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), Décio Coutinho, conta que a habilitação do Estado estava prevista para ocorrer no dia 16 de setembro, mas que o assunto ficou de fora da pauta de reuniões da diretoria, sendo adiada para ontem à tarde. Ele afirma que os procedimentos para ter autorização para comercializar com o bloco continuam os mesmos de antes da confirmação.

"A propriedade tem de estar cadastrada no Sistema de Rastreabilidade de Bovinos e Bubalinos (Sisbov), passar pelas auditorias feitas por técnicos do Indea e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e ser aprovada pela União Européia", diz ao acrescentar que para os animais trazidos de unidades da federação não habilitadas como Pará e Rondônia, os pecuaristas deverão respeitar o período de noventena (90 dias) dentro da propriedade e passar pelos mesmos procedimentos antes de encaminhar o gado ao abate. Com relação ao aumento da demanda de propriedades para serem cadastradas como Estabelecimentos Rurais Aprovados Sisbov (Eras), Coutinho afirma que o efetivo de técnicos será ampliado para que os produtores sejam atendidos.

Atualmente 61 propriedades mato-grossenses estão autorizadas a exportar carne bovina in natural à União Européia. No país são 364 fazendas. Para o presidente do Fundo Emergencial contra a Febre Aftosa (Fefa), Zeca D"Ávila, a autorização não é motivo para "desespero" por parte dos pecuaristas para ter acesso ao mercado. "Tem mercado para todo mundo. Já com relação ao aumento da demanda, D'Ávila afirma que ainda tem de levar em consideração se o produtor tem interesse em entrar neste mercado.

Mesmo sem saber a quantidade de pecuaristas que vão exportar para a UE, o consultor de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Luiz Carlos Meister, considera que a diferença de preço é atrativo. Ele afirma que hoje a diferença no valor da arroba entre o animal rastreado e o não-rastreado fica entre R$ 18 e R$ 20. E para aderir ao Sisbov e cadastrar a propriedade o valor desembolsado por cabeça é em média de R$ 5.
Fonte: A Gazeta

Exportação de carne rende mais de US$ 500 milhões em setembro 03.10.08

03.10.08

As exportações de carne renderam para o Brasil US$ 533,2 milhões em setembro, ante US$ 351,5 milhões, no mesmo período do ano passado. O resultado representa uma elevação de 52%.

Em volume, foram exportadas 124,4 milhões de toneladas, contra 120,8 milhões do ano passado, o que significa um aumento de 3%, segundo balanço divulgado ontem (2) pela Associação Brasileira das Indústrias de Exportadoras de Carne (Abiec).

As vendas de carne
in natura aumentaram 56% e renderam para o Brasil US$ 453,9 milhões no mês passado. Em setembro de 2007, as vendas de carne in natura haviam atingido US$ 291,2 milhões.

Foram exportados, em volume, 5% a mais de carne in natura. No mês passado, foram 103.704,34 toneladas contra 98.541,31 de setembro do ano anterior..

No acumulado do ano, as exportações chegaram a um total de US$ 3,9 bilhões, representando um aumento de 22% com relação ao mesmo período de 2007, quando o valor exportado chegou a US$ 3,2 bilhões. De janeiro a setembro, foram exportadas 1,02 milhão de toneladas, contra 1,2 milhões de toneladas, no ano passado, queda de 16%.

O total exportado de carne
in natura, no acumulado do ano, foi de US$ 3,1 bilhões, com um aumento de 22% ante o mesmo período de 2007, quando esse valor foi de US$ 2,6 bilhões. Em volume, foram exportadas 815,4 mil toneladas, contra 1 milhão de toneladas exportadas de janeiro a setembro do ano passado, queda de 19%.

Segundo o presidente da Abiec, Roberto Giannetti da Fonseca, a expectativa é a de fechar o ano com US$ 5, 2 bilhões em exportações de carne e, em 2013, com cerca de US$ 15 bilhões. Ele destacou que, para atender a demanda, que será crescente no futuro, será necessário que o país aumente sua produção.

“O que nós temos hoje, no Brasil, não é problema de mercado, é restrição de oferta", disse. De acordo com Giannetti, o aumento do rebanho tem sido lento e, nos últimos anos, até negativo. Além disso, a taxa de desfrute (abate) tem sido baixa. "Temos que melhorar os índices de produtividade e de competitividade do gado brasileiro para termos, no futuro próximo, mais cabeças prontas para o abate, para suprir essa forte demanda mundial.”

Giannetti disse que a atual crise econômica norte-americana pode ser uma oportunidade para as exportações de carne brasileira, porque é possível haver uma recessão no consumo que levará os preços a caírem, relativamente. “Com essa queda de preço, os países que são menos competitivos vão ter mais dificuldade de vender seus produtos, porque sua margem de lucro vai sumir, então eles não produzem. O Brasil, que é o mais competitivo em produção de carne, pode aumentar seu mercado. Se tivermos produção, podemos ocupar o lugar dos outros”, observou.

O presidente da Abiec destacou que o Brasil exporta apenas um terço de sua produção de carne e pode aumentar a produção total com crescimento mais forte da exportação, do que com o aumento do consumo, no mercado interno. Segundo ele, o mercado interno cresce de forma vegetativa. “É incremento de renda, população consumindo mais carne, mas é um crescimento lento. Já o mercado externo pode ter um crescimento explosivo, porque estamos falando da população mundial e o Brasil que é mais competitivo substitui outros produtores”.

Giannetti ressaltou que é preciso eliminar os abates clandestinos, que, além de trazerem prejuízos fiscais e econômicos para o país, não têm controle sanitário. Atualmente, cerca de 30% a 40% do gado brasileiro é abatido em frigoríficos não fiscalizados. “É uma série de ilegalidades que faz com que tenhamos, hoje, junto com o governo federal e os governos estaduais, que reduzir drasticamente o número desses frigoríficos, sob o risco de ficarmos contaminados, no nosso mercado local, por esse abate ilegal.”
Fonte: Flávia Albuquerque, repórter da Agência Brasil

A vaca vai para onde o desmatamento acontece na Amazônia 03.10.08

03.10.08

Um estudo do Greenpeace, programa Amazônia, mostra a correlação entre o desmatamento que está acontecendo na Amazônia brasileira e a expansão do gado na região, e ainda dá informações relevantes sobre o que aconteceu com a "cooperação" que houve entre a representação do Incra em Santarém, Pará, e empresas madeireiras para a criação de assentamentos em áreas cobiçadas pela grande quantidade de espécies de madeira nobres. Para mais etalhes, baixe o estudo "Greenpeace: Relatório ParceriaIncra-Madeireiros em Assentamentos na Amazônia" na seção Documentos.

Guinada da Bunge para tornar-se empresa de energia puxa transformação no Tocantins 03.10.08

03.10.08

Grãos versus Álcool:
Guinada da Bunge para tornar-se empresa de energia puxa transformação no Tocantins
Veja também:
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Produtor de grãos de MT planeja tirar ferrovia do papel


Desde o ano passado a Bunge iniciou um agressivo processo de compras de terra que mexeu com a cabeça dos agricultores no TO.

A multinacional Bunge, que tem ações negociadas na bolsa de Nova York, mas já teve sua sede na Argentina, depois no Brasil e mudou-se, finalmente, para os Estados Unidos da América, e é dirigida por um brasileiro, sempre fez parte da vida de Pedro Afonso. A companhia é uma das principais compradoras da produção de soja do município e, também, uma das principais financiadoras dos agricultores, quase todos com dívidas ou dificuldades de obter crédito junto ao governo federal. Mas, desde agosto, o nome Bunge deixou de ser sinônimo apenas de soja por lá. Agora quando se fala em Bunge, a primeira coisa que vem à cabeça dos produtores de Pedro Afonso é cana e as riquezas que ela pode gerar.

Não sem razão. Desde o ano passado a companhia iniciou um agressivo processo de compras de terra que mexeu com a cabeça dos agricultores. Duas empresas desconhecidas, a Rimene e a Remata, começaram a oferecer preços polpudos pelas terras de Pedro Afonso. Em alguns meses adquiriu nada menos que 30 mil hectares na cidade, pagando algo em torno de R$ 4 mil por hectare. "A cidade entrou em alvoroço, muita gente viu ali a oportunidade de se livrar das dívidas com o governo e ainda sair com um dinheiro bom", diz o septuagenário gaúcho Sílvio Sandri, que chegou a Pedro Afonso na década de 80. Depois de quitar as dívidas, Sandri ainda amealhou R$ 1,5 mil por hectare com a venda de seus 500 hectares.

Havia uma desconfiança geral de que a Bunge estava por trás do negócio, mas a certeza só veio em agosto, após as primeiras mudas estarem plantadas e irrigadas por um moderno sistema. Segundo os produtores, a Bunge veio então a público e revelou que tanto a Rimene quanto a Ramata eram empresas suas e que os 30 mil hectares eram apenas a metade das terras que pretendia adquirir na região. Em cada metro quadrado, nada se soja. Apenas cana.

Ao Valor, a empresa afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não faria comentários sobre eventuais investimentos em canaviais e usinas no Tocantins. Mas, na cidade, todos dizem que esses planos envolvem a construção de uma usina de produção de açúcar, etanol e co-geração de energia elétrica a partir das milhões de toneladas de cana que a empresa pretende processar em Pedro Afonso a partir da safra 2013/14. Hoje já e possível ver vastos campos que seriam semeados agora com soja tomados pela cana verde. O pequeno canavial ainda é uma mancha na imensidão de terras que estão sendo preparadas para receber a soja da próxima safra, mas em breve ele será majoritário.

Colaborará para isso se os planos da brasileira Etanalc, empresa brasileira fundada há menos de três anos pelo empresário fluminense Áureo Luiz de Castro, também colocar efetivamente em práticas seus ambiciosos planos, que incluem três usinas de etanol, açúcar e geração de energia.

Enquanto mantém mistério sobre os investimentos no Tocantins, a Bunge acelera outros projetos envolvendo açúcar e álcool. No fim de setembro, anunciou uma parceria com a japonesa Itochu para desenvolver em conjunto dois projetos sucroalcooleiros no Brasil. No total, os investimentos deverão somar US$ 800 milhões nos próximos quatro anos. A Bunge deverá aportar US$ 640 milhões e a trading Itochu, os US$ 160 milhões restantes. A primeira joint venture envolve a usina Santa Juliana, na cidade mineiro de mesmo nome.

Comprada pela múlti em setembro de 2007, a unidade tem capacidade para processar 1,6 milhão de toneladas de cana por ano. A partir dos aportes programados, o volume chegará a 4,2 milhões de toneladas. Os novos parceiros também pretendem construir, juntos, uma nova usina, em outros projeto ainda mantido em sigilo. Também em setembro, a Bunge anunciou a aquisição da usina Monte Verde, situada em Ponta Porã (MS).
Fonte: Valor Econômico, com o Observatório

Produtor de grãos planeja tirar ferrovia do papel 03.10.08

03.10.08

Ja no MT, produtores de grãos resolveram entrar na disputa pela concessão da futura ferrovia Leste-Oeste, cujos estudos de demanda e viabilidade estão a cargo da estatal Valec Engenharia.

Os produtores rurais de Mato Grosso resolveram entrar na disputa pela concessão da futura ferrovia Leste-Oeste, cujos estudos de demanda e viabilidade estão a cargo da estatal Valec Engenharia, Construções e Ferrovias. A estrada de ferro deve ligar Uruaçu, no norte de Goiás, a partir dos trilhos da ferrovia Norte-Sul, ao coração da mais importante área de produção agrícola de Mato Grosso, em Lucas do Rio Verde, até a região produtora de Vilhena, no sul de Rondônia.

Um consórcio de 21 cooperativas agropecuárias do Centro-Oeste criará uma sociedade de propósito específico (SPE) em associação com megaprodutores rurais, tradings e empresas operadoras de ferrovias para tirar do papel o sonho de uma alternativa logística de escoamento da produção rural via portos da região Norte do país.

O consórcio estima capitalizar em até R$ 1,5 bilhão a nova empresa que administraria esse trecho da ferrovia. O plano dos produtores é aportar cinco sacas de soja por hectare para criar a empresa. As cooperativas ofereceriam parte de seus ativos (produtos em estoques) como recebíveis futuros para as empresas associadas na operação da estrada de ferro. Estima-se uma carga potencial inicial de 10 milhões de toneladas de grãos pela ferrovia. "Vamos dar a garantia de escoamento. E isso vai crescer muito porque a ferrovia acaba viabilizando as áreas de pastagem degradadas da região", diz o presidente do Consórcio Cooperativo Agropecuário Brasileiro (CCAB), Gilson Pinesso. Dono de 80 mil hectares em Mato Grosso, Pinesso diz que os produtores já fizeram mais de 2 mil quilômetros de rodovias em parceria com o governo do Estado. "É mais caro fazer ferrovia, mas não é difícil. Sem logística, não teremos futuro no médio prazo". A CCAB reúne 15 mil produtores espalhados por 6 milhões de hectares de soja, milho e algodão. Neste ano, devem produzir juntos 16 milhões de toneladas de grãos.

A nova ferrovia custaria, em seus 1,5 mil quilômetros, algo próximo a R$ 6 bilhões ao longo de dez anos. Mas o trecho Uruaçu-Lucas, considerado o "filé mignon" de 1 mil quilômetros no traçado, poderia ser feito por até R$ 4 bilhões. E poderia começar a funcionar em 2012. "Com a ferrovia, teríamos uma economia de US$ 1 bilhão só no frete de caminhão até o porto de Paranaguá", diz o presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), Glauber Silveira da Silva. Estima-se custo inferior a R$ 3,5 milhões por quilômetros da ferrovia. "Somos os maiores produtores de grãos, quem mais usa fertilizantes, mas ainda temos a pior logística do país", diz. O Estado produz 25 milhões de toneladas de grãos por ano.

As negociações para a composição da nova empresa já começaram. Estão nas conversas a Louis Dreyfus Commodities (LDC), a Companhia Vale do Rio Doce e uma grande empresa especializada em logística no Meio-Oeste dos Estados Unidos, segundo apurou o Valor. Fundos de hedge e empresas chinesas, japonesas, canadenses e européias também têm conversado sobre o tema. O BNDES também já teria demonstrado interesse em financiar a empreitada. "Vamos parar de esperar e agir. Seremos donos de uma parte da ferrovia que transportará nossa produção", entusiasma-se Gilson Pinesso, também presidente da Associação Mato-Grossense de Produtores de Algodão (Ampa).

A ferrovia também ajudaria a escoar a futura produção de fosfato e potássio, situadas próximas do traçado da linha, na região Centro-Oeste. Os produtores têm a concessão para explorar uma mina de rocha fosfática em Santa Rita do Trivelato (MT) e outra de potássio em Bonito (MS). Os produtores sabem que, sem opções logísticas, ficarão "ilhados" no Centro-Oeste e podem inviabilizar a produção na região. "Essa vai ser uma solução definitiva para o Centro-Oeste", aposta o megaprodutor Otaviano Pivetta, controlador do grupo Vanguarda, com sede em Cuiabá (MT). "A ferrovia torna viável várias regiões daqui, mas também ajuda Rondônia, Goiás, Tocantins e Bahia". O grupo de Pivetta, que deve faturar US$ 322 milhões neste ano, administra 280 mil hectares em 12 propriedades de Mato Grosso e Bahia. "Aquela região da ferrovia tem um passivo ambiental grande, não tem produtividade nem função social relevante", avalia. "Por isso, essa iniciativa é ainda mais inteligente porque recupera áreas fora do sistema produtivo como essa."

Pivetta avalia um potencial produtivo de até 20 milhões de toneladas de grãos para o escoamento via ferrovia Leste-Oeste em três ou quatro anos de operações. "Se investir em tecnologia no nível que temos hoje nas melhores áreas, podemos elevar esse volume a quantidades bastante atrativas para quem for investir na ferrovia", diz. "Para quem chegou aqui há 20 anos, quando precisávamos andar 200 quilômetros para fazer uma ligação para o Sul, as coisas parecem muito mais fáceis hoje", diz o produtor gaúcho.
Fonte: Valor Econômico

Receita Federal recebeu 5 milhões de declarações do ITR 03.10.08

03.10.08

A Receita Federal recebeu 5,07 milhões de declarações do Imposto Territorial Rural (ITR). O prazo para envio das informações terminou na terça-feira (30). No ano passado, foram entregues 4,8 milhões de declarações no prazo

Os proprietários rurais que não declararam no prazo pagarão multa de 1% ao mês, calculada sobre o total do imposto devido, não podendo o valor ser inferior a R$ 50. Para os isento ou imunes, a multa é de R$ 50.

A entrega da declaração deve feita pela internet, na página da Receita Federal, ou em disquete nas agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal e ainda em formulário nos Correios, ao custo de R$ 3,40. São obrigados a enviar informações os contribuintes que têm imóveis rurais com área igual ou superior a 200 hectares.
Fonte: Daniel Lima, repórter da Agência Brasil

Pará exporta cacau orgânico para Áustria 03.10.08

03.10.08

Segundo maior produtor do Brasil, o Pará exportou a primeira safra de cacau orgânico, em setembro. Ao todo, foram comercializadas, com a Aústria, 48 toneladas produzidas nos municípios de Pacajá, Anapú, Vitória do Xingu, Brasil Novo, Medicilândia e Uruará. Em 2007, o estado colheu 45 mil toneladas e espera-se que, neste ano, atinja 50 mil toneladas.

De acordo com a coordenadora da Comissão da Produção Orgânica no Pará (CPOrg-PA), Martha Parry, o cultivo do cacau orgânico beneficia tanto o produtor quanto o consumidor, devido à baixa agressão ao meio ambiente e à alta produtividade.Para a coordenadora, essa exportação orgânica constitui um marco para a cacauicultura do estado e do Brasil.

“Essa foi a primeira safra vendida com selo orgânico, emitido por certificadora privada e credenciada por instituições oficiais da Europa, e também a primeira com o selo Fair Trade do Brasil (de mercado justo), também emitido por certificadora particular. Os selos garantem ao consumidor europeu a conformidade da produção orgânica da região amazônica”, informou Martha Parry.

O sucesso da negociação com a Áustria é resultado do empenho dos produtores paraenses, que se organizaram em cooperativas. A organização não-governamental Fundação Viver Produzir e Preservar apoiou a formação das cooperativas na região. A Comissão do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e a Superintendência Federal de Agricultura no Pará (SFA/PA) entraram com suporte técnico e logístico.
Fonte: Cristiane Araujo, Mapa

Esclarecimento do MST sobre lista de maiores desmatadores do Ministério do Meio Ambiente 03.10.08

03.10.08

1- Nenhum dos oito assentamentos da lista dos maiores devastadores da Amazônia, divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente, localizados no Mato Grosso, é coordenado pelo MST. A presença de supostos assentamentos na lista dos maiores devastadores da Amazônia é conseqüência da política do governo federal, tanto na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso quanto do presidente Lula, de regularizar a posse de áreas sem critérios adequados para inflar os números da Reforma Agrária.

2- A pilhagem de madeira foi travestida de assentamento, como denunciamos ao lado do Greenpeace, em 2007. Foram criados assentamentos ilegais em benefício de madeireiras na Amazônia Legal. Investigações do MPF (Ministério Público Federal) e do Greenpeace identificaram a falta de laudos e licenciamento ambiental, além de cadastros adulterados, para criação formal dos chamados “assentamentos fantasmas", destinados ao desmatamento de áreas florestais para extração de madeira.

3- A Reforma Agrária está parada em todo o país. Os assentamentos realizados não atacaram o latifúndio e a concentração de terras aumentou no país durante os últimos governos. Cerca de 70% dos assentamentos dos governos FHC e Lula foram criados em terras públicas, por meio da regularização fundiária na região da Amazônia Legal.

4- Participamos da campanha “Desmatamento Zero”, em defesa da Amazônia, ao lado de diversas entidades da sociedade civil. Exigimos a rejeição do Projeto de Lei 6.424/05, do senador Flexa Ribeiro (PSDB), que diminui a área de reserva legal florestal da Amazônia, e a Medida Provisória 422/08, conhecida “PAG (Plano de Aceleração da Grilagem)”, que possibilita a legalização da grilagem na Amazônia.

5- O Ministério do Meio Ambiente deve rejeitar esses projetos devastadores e tomar medidas rígidas para impedir a expansão do agronegócio na Amazônia, que é o principal responsável pelo processo de devastação. Nos últimos cinco meses de 2007, a pilhagem da madeira, a expansão da pecuária e da soja para exportação causaram a devastação de até 7.000 km2, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente.
Fonte: Coordenação Nacional do MST

Commodities seguirão em alta, diz Fundo Monetário Internacional 03.10.08

03.10.08

Mesmo cogitando uma recessão nos Estados Unidos, com impactos sobre toda a economia global, o FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê que os preços das commodities agrícolas e minerais não devem cair no médio prazo. Ao contrário.
(nota do editor: o FMI não tem acertado muito, é preciso cautela na aceitação de suas análises...)

Segundo o Fundo, os preços devem continuar sua trajetória de alta por dois motivos principais: crescimento das economias emergentes acima da média mundial e falta de maior capacidade de oferta desses produtos nos próximos anos.

Em relatório divulgado ontem, o Fundo prevê a manutenção, em economias como China, Índia e Brasil, de melhora nas condições de vida da população. Isso precisará ser atendido com mais produtos manufaturados e mais alimentos.
O outro lado da moeda é que as commodities no atual patamar e com tendência de elevação vão continuar pressionado os índices de inflação nos países emergentes. Nas economias mais maduras, o peso do custo da alimentação, principalmente, é bem menor do que nas em desenvolvimento.

Para o Brasil, que é grande produtor de alimentos e exportador de commodities, as previsões do Fundo são uma boa notícia, apesar do impacto relativo que os preços desses produtos podem ter sobre a inflação.
O impacto dos preços dos alimentos, no entanto, é muito maior entre os países com renda mais baixa, especialmente os africanos e alguns asiáticos.
O FMI destaca ainda que os alimentos continuarão pressionados pela busca, nos biocombustíveis, de alternativas ao petróleo.
"Apesar de algum retrocesso nas últimas semanas, os preços das commodities devem continuar em patamares elevados em relação aos níveis históricos. Por isso, os riscos inflacionários persistem, especialmente pelo fato de muitos desses preços (das commodities) ainda não terem sido inteiramente repassados às cadeias produtivas", diz o relatório do Fundo.
Fonte: Fernando Canzian, enviado especial da Folha de São Paulo a Nova York (USA)

Ameaça de queda na safra faz governo antecipar liberação de R$ 5 bilhões para o crédito rural 02.10.08

02.10.08
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem (1º) que o Banco do Brasil começou a antecipar a liberação de R$ 5 bilhões em crédito para a agricultura, afetada pela crise financeira internacional. "O banco antecipou o cronograma e está liberando mais crédito, remanejando recursos de alguns fundos para dar mais crédito para a agricultura", declarou o ministro.

Antes da divulgação da medida, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) havia divulgado que a falta de crédito para o setor poderia causar queda na safra que se inicia, com agricultores plantando menos, ou até utilizando menos insumos.

A medida foi discutida em reunião da coordenação política do governo, ontem pela manhã. No encontro, o ministro enumerou ao presidente Luiz Inácio da Silva as providências para conter as restrições de crédito para determinados segmentos da economia brasileira. "O governo não está de braços cruzados. A determinação do presidente é que vamos dar sustentação para todos os investimentos", declarou.

Mantega, no entanto, negou a elaboração de qualquer pacote. "Quem precisa de pacote são os Estados Unidos. Estamos apenas tomando medidas específicas para problemas específicos", explicou.

Em relação à falta de crédito para os exportadores, o ministro disse que o governo está vendendo dólares para manter a liquidez dos bancos e ampliando as linhas de crédito para o setor. Mantega, no entanto, admitiu que a ajuda pode ser intensificada caso os problemas continuem. "Se isso não for suficiente, novas medidas serão tomadas para irrigarmos essas linhas de crédito para exportação", afirmou.

Para combater as restrições de crédito para os bancos médios, o ministro ressaltou que a medida de redução do compulsório para operações de leasing, tomada na semana passada, está ajudando a dar mais liquidez a essas instituições.

O ministro admitiu que o país crescerá menos em 2009, tanto por causa do desaquecimento da economia mundial, como dos reflexos das recentes altas de juros pelo Banco Central. Ele, porém, disse que o Brasil continuará em expansão sustentável.

Mantega rechaçou as alegações de especialistas de que a economia cresceria apenas 2% no próximo ano. "Se ficarmos com os braços cruzados e não tomarmos nenhuma providência, a economia crescerá pelo menos 2,5% apenas com o impulso de 2008 para 2009."

Para tentar mostrar a solidez da economia brasileira, o ministro citou ainda o fato de que, em setembro, as reservas internacionais, atualmente em R$ 207 bilhões, não sofreram queda. "Na crise da Rússia em 1998, que era muito menor que a atual, nossas reservas evaporaram em poucas semanas porque o câmbio era fixo", concluiu.
Fonte: Wellton Máximo, repórter da Agência Brasil

Câmara de Carne Bovina diz que melhor estratégia para o setor passa por desmatamento zero 02.10.08

02.10.08

“Não precisamos derrubar mais nenhuma árvore no Brasil para termos pecuária moderna e produtiva. Estamos estabelecendo diretrizes para melhorar a sustentabilidade da pecuária brasileira e a imagem no mercado internacional”, ressaltou o presidente interino da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Carne Bovina, Sebastião Costa Guedes, na reunião do setor, ontem (01), em Brasília.

O professor da Escola Superior de Agricultura, da Universidade de São Paulo (USP), Sérgio De Zen, apresentou pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), indicando que a intensificação e a recuperação de pastagens degradadas são as melhores estratégias para aumentar a produtividade da pecuária e reduzir o impacto ambiental. “Precisamos ter linhas especiais de crédito para melhorar o sistema produtivo, aumentando os investimentos em reforma e manutenção de pastagens”, explicou.

A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Carne Bovina promoverá, até o fim deste ano, Workshop para uniformizar dados e aumentar investimentos em pesquisa na pecuária brasileira. Participarão do evento, os ministérios da Agricultura, do Meio Ambiente e das Relações Exteriores, bem como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) e demais entidades ligadas ao setor.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Mapa

Custos crescentes reduziram confinamento de bois em MT 02.10.08

02.10.08

Estudos feitos pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (IMEA) juntamente com a Famato, Fabov, Acrimat, Assocon, Cepea/Esalq e Empaer, de abril a junho, constatou que no Mato Grosso existem 169 confinamentos com capacidade estática de 462 mil cabeças/ ano. A previsão de confinamento para o ano chega a casa de 455 mil cabeças, representando somente 49% do potencial de produção.

Durante os dois meses de análise, dos 92% dos confinadores que concordaram em participar da pesquisa, afirmaram que a intenção era levar para o cocho neste ano, cerca 626 mil cabeças, em torno de 68% da capacidade instalada, mas, dois fatores retraíram a intenção dos pecuaristas. O fator primordial foi a alta dos custos – que inclui uma alimentação mais concentrada e volumosa -, e o segundo foi a estabilização do preço da arroba que gira em torno de R$ 80.

De acordo com o analista de pecuária de corte do IMEA, Otávio Celidonio, com o reflexo dos dois fatores, Mato Grosso deve confinar durante 2008, cerca de 450 mil cabeças, utilizando apenas 49% do potencial de produção, queda de 27,3%.

O analista explica que a capacidade de armazenamento dos confinamentos, durante todo o ano, corresponde a 924 mil cabeças/ ano. Este número só é possível devido a realização de dois giros no período da seca. Ele explica que o tempo de confinamento varia de 60 a 90 dias, isso possibilita os pecuaristas a fornecerem animais com mais rapidez. “É é considerado o momento histórico da pecuária, pois os preços são mais elevados motivado pela seca nos pastos e com isso a oferta de animais caem”.

Conforme dados da pesquisa a intenção atual de entrega de bovinos confinados até dezembro é de que Mato Grosso deva repassar para os frigoríficos aproximadamente 421.246 mil cabeças de gado. A região Médio Norte aponta como a mais promissora. A intenção de entrega de animais gira em 110.847 mil cabeças. A pesquisa revela que, no início e foi em abril, o número de animais na mesma região, era de 4.784, se comparado com o mês de setembro, saltou para 24.256, representando 22% do total confinado.

A região Sudeste se classifica como a segunda maior na intenção de entrega de animais para abate. No mês de maio o número de animais foi menor de todas as regiões de Mato Grosso com 174 cabeças, mas no mês de setembro este número saltou para 26.158, a previsão para outubro é de que este número aumente 2.957 cabeças totalizando 29.115 exemplares.

Otávio afirma que o abate de bovinos vindos dos confinamentos deve concentrar-se nos meses de setembro e outubro, período em que os preços dos animais são mais elevados devido a pastagem seca e a queda na oferta de animais. E os dados comprovam que no mês de setembro as indústrias frigoríficas devam completar 17% da sua capacidade diária de abate com bois confinados.

Para o superintendente do IMEA, Seneri Paludo, o censo do confinamento de Mato Grosso teve dois objetivos específicos: primeiro foi traçar o perfil dos confinadores do Estado buscando determinar os fatores técnicos do sucesso ou insucesso e o segundo ponto é apurar as informações de entrega de gado e subsidiar os pecuaristas com informações estratégicas para a comercialização de seus animais.

“Na maioria das vezes os pecuaristas do Estado não são detentores deste tipo de informação. Este estudo é fundamental para que ele possa se organizar, ou até mesmo, se antecipar das oscilações do mercado”, destacou afirmou Seneri.
Fonte: Famato

Número de fazendas habilitadas a vender para UE dobrou em setembro com relação a agosto 02.10.08

02.10.08

O Brasil incluiu 35 novas fazendas na lista de propriedades habilitadas a exportar carne bovina para a União Européia. Com a última atualização feita pela Comunidade Européia, a lista de fazendas conta agora com 364 propriedades certificadas, número duas vezes superior ao registrado no final de agosto. Na última semana do mês passado, o Brasil possuía 180 propriedades cadastradas em apenas cinco Estados. Nos últimos 30 dias, o número de fazendas dobrou e o Brasil conta agora com o credenciamento de produtores de sete Estados.

De acordo com a última atualização, das 35 novas fazendas, 10 estão localizadas em Minas Gerais, 8 no Rio Grande do Sul, 7 em Mato Grosso, 5 em São Paulo, 4 no Paraná e uma em Goiás. O Estado do Espírito Santo não incluiu mais nenhuma fazenda na lista e segue com 16 propriedades certificadas.

Com a nova lista, Minas Gerais permanece como Estado que possui o maior número de fazendas habilitadas, 184 propriedades e participação de 50,5% do total. Em segundo lugar aparece Goiás, com 63 (17,3%), seguido por Mato Grosso e Rio Grande do Sul, com 62 e 26 fazendas, respectivamente. Nas três últimas posições estão os Estados do Espírito Santo (16 fazendas), São Paulo (8 fazendas) e Paraná (5 fazendas).
Fonte: Alexandre Inacio, Agência Estado

Por enquanto, crise não afeta balança comercial brasileira 02.10.08

02.10.08

A balança comercial brasileira não sentiu até agora quaisquer efeitos da crise financeira internacional em relação ao crédito ou à redução de demanda no mercado externo, de acordo com o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Welber Barral.

Segundo Barral, a maior expectativa reside na possibilidade de restrições no crédito, embora grande parte dos exportadores brasileiros usem recursos de fundos nacionais. Apenas uma pequena parte do financiamento das exportações é feita com recursos externos, conforme o secretário.

A balança comercial só deverá sentir algum efeito da crise em 60 ou 90 dias, caso o Congresso americano não aprove o pacote financeiro para salvar os bancos quebrados, destaca Barral. Boa parte dos contratos de importação e de exportação do Brasil para os próximos meses já foram firmados. Essa, segundo ele, seria a razão do país ainda não sofrer os efeitos da crise detonada pelos Estados Unidos.

Barral lembrou que, atendendo determinação do presidente da República, feita ontem (01/10), os Ministérios do Desenvolvimento e da Fazenda,juntamente com o Banco Central, vão monitorar a crise internacional para a eventualidade de terem que tomar medidas emergenciais em relação aos exportadores, quando o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderia participar com oferta de crédito.

Ao mesmo tempo, destacou Barral, o governo está desenvolvendo medidas facilitadoras para as pequenas e micro empresas, na área da logística e da desburocratização, levando em conta que esse segmento tem participação importante na balança comercial.
Fonte: Lourenço Canuto, repórter da Agência Brasil

Copersucar vira S.A. e a maior empresa do setor do País 02.10.08

02.10.08

Ribeirão Preto, SP - A Copersucar consolidou o processo, iniciado em 2006, de transformação da cooperativa de usinas em uma sociedade anônima e criou a Copersucar S.A., maior empresa sucroalcooleira do País, com 33 unidades em São Paulo, Minas Gerais e Paraná, ultrapassando a Cosan. Com a comercialização de açúcar e álcool, deve faturar R$ 5,7 bilhões no período entre 2008 e 2009, 28% superior aos R$ 4,5 bilhões na safra anterior, de acordo com a companhia.

A nova holding que irá administrar a Copersucar S.A, fará o comércio de 14% do açúcar e de 14% da oferta de álcool no Brasil e informa que pretende triplicar sua produção até 2018, quando estima comercializar volumes equivalentes a cerca de 200 milhões de toneladas de cana, ante o processamento de 70 milhões de toneladas da safra atual.

A Copersucar S.A. também deve adquirir açúcar e álcool de produtores independentes para comercializar no Brasil e no exterior. Na safra 2008/2009, o negócio representa cerca de US$ 200 milhões, com a comercialização de 590 mil toneladas de açúcar e 40 milhões de litros de álcool, com previsão para dobrar em 2009/2010.

Na safra 2008/2009, a Copersucar S.A. prevê a comercialização de 4,3 milhões de toneladas açúcar, crescimento de 22% em relação à safra 2007/2008, e de 3,8 bilhões de litros de álcool, aumento de 18%. A empresa prevê exportar 3 milhões de toneladas de açúcar, crescimento de 25%, e de 1 bilhão de litros de álcool, aumento de quase 50%, em relação à safra anterior.

Contratos de Longo Prazo nas exportações

Em 2008, a empresa fechou contrato de longo prazo com o Japão, para fornecimento anual de 200 milhões de litros de álcool. Trata-se do primeiro e até agora exclusivo contrato de longo prazo para fornecimento de álcool com fim combustível para aquele mercado, de acordo com a Copersucar. A empresa possui ainda o Terminal Açucareiro Copersucar (TAC), no Porto de Santos (SP) para o embarque de 5 milhões de toneladas por ano, uma estrutura de transporte ferroviário que responde por 40% da movimentação de açúcar para o porto e deve atingir 60% nos próximos três anos.

A Copersucar S.A. fará, segundo a própria companhia, cerca de 5% de todas as transações de açúcar do mundo. Em relação ao álcool, a empresa informa ter escritórios e unidades de armazenamento em Roterdã, na Holanda, onde concentra a distribuição do combustível exportado para 10 países da Europa.

Na safra 2008/2009 deve vender cerca de 300 milhões de litros de álcool carburante no padrão europeu. Com tanques em Houston e Nova York, nos Estados Unidos, colocará ainda cerca de 600 milhões de litros na América do Norte. A empresa também exporta para Japão, Índia, Coréia, Nigéria e países do Golfo Pérsico, entre outros.
Fonte: Gustavo Porto, Agência Estado

Novas regras para a vacina contra aftosa entram em vigor em novembro 02.10.08

02.10.08

Os estabelecimentos que fabricam ou importam vacinas contra a febre aftosa deverão seguir novas regras de controle de qualidade, a partir de novembro deste ano. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou, no dia 24 pp., no Diário Oficial da União (DOU), a Instrução Normativa nº 50, que atualiza o Regulamento Técnico para a Produção, Controle da Qualidade, Comercialização e Emprego de vacinas destinadas à imunização de bovídeos contra a febre aftosa.

“A atualização foi feita com base nas novas metodologias disponíveis para realização do controle da qualidade da vacina e visa aprimorar as avaliações da eficiência e segurança desses produtos”, afirmou o chefe da Divisão de Produtos Biológicos, do Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários, da Secretaria de Defesa Agropecuária (DFIP/SDA), Ricardo Pamplona.

A novidade, segundo Pamplona, é a implantação do controle das proteínas não estruturais atendendo recomendações de organismos de referência, como a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e o Centro Pan-Americano de Febre Aftosa (Panaftosa). Dessa forma, a margem de dúvida nos resultados de inquéritos sorológicos é reduzida, devido à maior purificação dos antígenos, componentes responsáveis pela imunização.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Mapa

Confira a íntegra da Instrução Normativa nº 50.

Governo estuda reforçar caixa do BNDES e do Proex para ajudar exportadores 01.10.08

01.10.08

Para driblar a escassez de recursos para financiamentos no mercado internacional, o governo federal deve reforçar os caixas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Programa de Crédito à Exportação (Proex).

As medidas de apoio ao setor exportador estão em estudo pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ministério da Fazenda e Banco Central e serão apresentadas ao presidente Luiz Inácio da Silva na próxima semana.

Outra medida que está sendo analisada é a ampliação das linhas de Adiantamento sobre Contratos de Câmbio. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, o pacote para o setor exportador foi solicitado pelo presidente em reunião de avaliação dos diferentes setores da economia brasileira, na manhã de segunda-feira (29), no Palácio do Planalto.

Após a reunião, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a conclusão é de que a economia brasileira vai bem. Mantega garantiu que o setor exportador está funcionando normalmente, mas comentou sobre a escassez de recursos para financiamento. “Evidentemente falta um pouco de crédito em dólares, porém isto não está impedindo o setor exportador de funcionar”, afirmou. Mantega não quis comentar, porém, a necessidade de medidas adicionais em razão da crise no setor financeiro norte-americano.

O anúncio de um possível pacote de apoio aos exportadores foi feito ontem (30) pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, em solenidade na Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.
Fonte: Mylena Fiori, repórter da Agência Brasil

Desvalorização da soja acumula 25,3% em Mato Grosso 01.10.08

01.10.08

A grave crise mundial, que teve ontem seu ápice, já está provocando reflexos na economia mato-grossense. A mais visível é a vertiginosa queda no preço da soja, cuja saca caiu de US$ 22,50 para US$ 16,80, o que representa uma desvalorização de 25,3% em menos de 15 dias.

A depressão sobre a cotação da commodity é resultado das baixas registradas na Bolsa de Chicago (Cbot), esta provocada pela saída de investidores dos negócios e pelas inseguranças estabelecidas pelo atual contexto. Somente no pregão de ontem, a saca perdeu 65,75 pontos em Cbot, o que em cifras representa perdas de US$ 1,44 por cada 60 quilos do grão. A baixa reduziu a cotação ao menor patamar registrado para nova safra, os US$ 16,80.

Porém, as más notícias que parecem estar longe do fim para o segmento revelam outros efeitos diretos para o sojicultor mato-grossense que está em campo cultivando a nova temporada, a safra 08/09. Com as perdas do mercado de ontem, o produtor acumula prejuízo de US$ 110 por hectare, já que a saca atingiu cotação de US$ 16,80, enquanto o custo de produção está entre US$ 19 e US$ 20, ou US$ 950 por hectare.

“As perdas são sem dúvida reflexos da crise norte-americana, mas temos de lembrar que o segmento vem sendo atingido por uma série de fatores externos. Essas perdas refletem também os custos de produção que tiveram seus valores influenciados pelo momento de euforia do mercado, no qual os fertilizantes em 12 meses triplicaram os preços, e agora, na hora de comercializar a saca no mercado futuro, há a depressão”, explica o diretor-executivo da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), Marcelo Duarte Monteiro.

Duarte frisa: “hoje se perde dinheiro e o produtor, por saber disso, não está vendendo e, mesmo que quisesse vender, não teria para quem ofertar. O pânico que se estabeleceu no mercado aponta a cada dia para mais uma safra de prejuízos, pois o nervosismo está derrubando as commodities, as Bolsas, e traz muitas incertezas, pois não sabemos até onde a crise pode avançar”, avalia.

A crise do sistema financeiro dos Estados Unidos não podia chegar em pior momento para os produtores brasileiros que se prepararam para a nova temporada agrícola, especialmente para os sojicultores mato-grossenses que estão em pleno cultivo e vêem as suas chances de obter rentabilidade mais longe do que nunca. Como resume o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), órgão ligado à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), Seneri Paludo, “a única certeza que o momento nos revela agora são as incertezas!”.

Duarte lembra que as incertezas em geral são provocadas por um efeito cascata. A crise afugenta os investidores. Os fundos de investimento que estavam ajudando a sustentar a euforia das cotações foram os primeiros a sair de cena. “Neste momento, os investidores saíram de suas posições, ou para focar em algo mais sólido ou para cobrir perdas em outras aplicações, e isso faz com que a soja vá acumulando perdas”.

O diretor da Aprosoja/MT destaca que apesar do momento, não é hora para pânico. “O produtor deve ter cautela, fazer contas e criar estratégias para ultrapassar esse período de volatilidade, de sobe e desce. O produtor precisar conhecer o seu limite e vender quando achar que está seguro. A estratégia deve ser conservadora”.

A incerteza generalizada sobre a reprovação pelo Congresso do pacote norte-americano anticrise de US$ 700 bilhões levou a taxa de câmbio para seu valor mais alto desde setembro de 2007. Mesmo com a reação da moeda utilizada pelo agronegócio, Paludo explica que o mercado futuro - aquele em que o produtor vende a soja que ainda vai plantar para entrega pós-colheita como forma de segurar bons preços – não está acontecendo no Estado, pois “as incertezas estão freando negócios. Muita água ainda deverá passar por baixo da ponte e todo mundo espera para ver o que vai ocorrer a seguir”.
Fonte: Diário de Cuiabá, com Agronotícias

FAO firma acordo de cooperação na agricultura com o Brasil 01.10.08

01.10.08

A FAO (Organização da Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) assina hoje, 1º de outubro, no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), três acordos de cooperação com o Governo Brasileiro. Um deles será executado no Brasil e os outros têm como objetivo prover assistência técnica, capacitação e transferência de tecnologia para países da América do Sul, África e o Haiti.

Os convênios serão um incremento aos esforços da FAO para aumentar a produção e a produtividade agrícola, em particular dos pequenos agricultures, pela intensificação dos sistemas de produção sustentáveis.

O acordo entre a FAO e a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) se baseia no Tratado Internacional em Recursos Genéticos para a Alimentação e a Agricultura. Inclui, entre outras atividades, a formulação de planos de ação para criação de melhores sementes, compartilhamento e adaptação de recursos genéticos vegetais; capacitação em produção, pós-colheita e armazenamento de sementes; difusão de conhecimentos e adaptação de boas práticas de cultivo e de pós-colheita; e apoio na expansão da produção local de sementes e fertilizantes orgânicos. Também prevê a orientação técnica no desenvolvimento da pesquisa agrícola nacional e de políticas e estratégias de inovação.

O ministro interino da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Silas Brasileiro, e o representante da FAO no Brasil, José Tubino, participarão como testemunhas de honra do acordo, que será assinado pelo Diretor Assistente do Departamento de Cooperação Técnica da FAO em Roma, José Maria Sumpsi, e pelo presidente da Embrapa, Sílvio Crestana.

Durante a cerimônia será assinado um protocolo entre a FAO e o MAPA para a formulação de um programa estratégico no Brasil de desenvolvimento sustentável da pecuária, recuperação de pastagens degradadas e intensificação sustentável da produção com sistemas integrados agrícola-pecuário-florestais. Esse programa terá como prioridades a Amazônia e o cerrado.

Também será assinado o acordo de cooperação entre a FAO e a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), nos setores de política agrícola e abastecimento, agrobiodiversidade e sistemas de informação agrícola.

Esse acordo prevê o intercâmbio de conhecimentos sobre experiências relacionadas à formulação e à gestão de políticas públicas de abastecimento, com destaque para a formação de estoques reguladores e estratégicos e instrumentos de escoamento da produção agrícola. E ainda a cooperação para a capacitação de agentes públicos sobre o Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar e o desenvolvimento de políticas, programas de apoio e equipamentos adaptados à comercialização direta, como feiras livres.
Fonte: FAO Brasil

CMN prorroga prazo para o pagamento de dívidas agrícolas 01.10.08

01.10.08

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou segunda-feira (29), em reunião extraordinária, a prorrogação do prazo para o pagamento das dívidas agrícolas de investimento. A resolução nº 3.611, assinada pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, autoriza os bancos a concederem prazo até o dia 15 de outubro para o pagamento das prestações que venceriam entre 1º e 14 de outubro.

A medida contempla as operações contratadas com o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), grupos “C”, “D” ,“E” e de linhas especiais, linhas de crédito Finame Agrícola Especial e recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) administrados ou repassados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Agência Especial de Financiamento Industrial (Finame).

O CMN também decidiu pela manutenção da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) para o último trimestre de 2008 em 6,25% ao ano.
Fonte: Agência Brasil

No último dia do prazo, 200 mil proprietários rurais ainda não tinham enviado declaração do ITR 01.10.08

01.10.08

Aproximadamente 200 mil proprietários rurais tinham até as 20h (horário de Brasília) de ontem (30) para entregar a Declaração do Imposto Territorial Rural (DITR) à Receita Federal. Até a segunda-feira (29) 4,7 mil contribuintes enviaram as informações. A estimativa do órgão é receber entre 4,8 milhões e 4,9 milhões de documentos.

Todos contribuintes com imóveis rurais com área acima de 200 hectares estão obrigados a fazer a entrega pela internet por meio do programa de computador específico disponível no site da Receita.

Quem não se enquadra nessa situação pode utilizar os formulários disponíveis no site e entregá-los nos Correios ao custo de R$ 3,5.

Se a declaração for armazenada em disquete de computador, as informações devem ser encaminhadas ao Banco do Brasil ou à Caixa Econômica Federal, obedecendo ao horário de funcionamento das agências.

A entrega da declaração deve ser feita por todos os proprietários de terras, mesmo os isentos. Quem não entregar a declaração está sujeito à multa de pelo menos R$ 50 ou de 1% ao mês sobre o total do imposto devido, além de juros e correção monetária. Para os isentos do ITR, a multa é de R$ 50.
Fonte: Daniel Lima, repórter da Agência Brasil

Produtores rurais argentinos iniciam novo locaute até 8 de outubro 01.10.08

01.10.08

Buenos Aires - Os produtores rurais da Argentina vão entrar em greve novamente a partir de sexta-feira, informaram os líderes das quatro maiores entidades agrícolas do país. No sexto dia da paralisação, em 8 de outubro, eles voltarão a se reunir para definir a continuidade ou não do movimento. A partir de sexta-feira, os produtores não vão vender ou comprar grãos e gado vivo, mas não bloquearão as estradas, como fizeram durante as paralisações realizadas no início deste ano.

O presidente da Sociedade Rural Argentina (SRA), Hugo Biolcoti, disse que a venda de produtos provenientes das áreas agrícolas que vivem uma forte estiagem neste ano não serão bloqueadas. O motivo do protesto é o mesmo das greves anteriores: os produtores criticam as altas taxas cobradas sobre as exportações de produtos agrícolas, assim como as limitações ao embarque de produtos como carne bovina, milho e trigo.
Fonte: informações da Dow Jones, com Ana Conceição, Agência Brasil

Agronegócio defende autonomia estadual para definir reserva legal 01.10.08

01.10.08

Representantes do agronegócio defenderam ontem (30) que os Estados sejam os responsáveis pela definição do porcentual e da localização das reservas legais. Hoje, essa atribuição é do governo federal, que definiu que na Amazônia a reserva é de 80%. No Cerrado, o porcentual é de 35%; e de 20% em outros Estados. "Os Estados precisam definir os critérios para definição da reserva legal, de acordo com as características de cada região e o potencial econômico", defendeu Samanta Pineda, especialista em direito ambiental da Frente Parlamentar da Agropecuária.

A proposta será oficializada pela frente e por representantes do agronegócio e encaminhada aos Ministérios da Agricultura, do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário. O governo prometeu formar um grupo de trabalho para estudar o assunto. A iniciativa privada também pretende encaminhar sugestões sobre as Áreas de Preservação Permanente (APP). Hoje, há um critério único para definição de uma APP - rios com 30 metros de largura. "É preciso considerar as características de cada região", disse. Não foi definida a data de uma nova reunião.
Fonte: Fabíola Salvador, Agência Estado