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Trabalho similar a escravo faz parte da paisagem rural brasileira 28.07.09
Situação parece normal a quem emprega trabalhares rurais
Por Maurício Hashizume, da ONG Repórter Brasil
Criadores de gado bovino e fazendeiros de soja e algodão que atuam em áreas de expansão (como o Oeste da Bahia) foram incluídos na atualização do cadastro. Entre os incluídos, há grandes usinas e conhecida desmatadora
Grandes produtores de áreas de expansão da fronteira agrícola foram incluídos, na terça-feira da semana passada (21), na "lista suja" do trabalho escravo - cadastro do governo federal que aponta 174 empregadores flagrados na exploração de pessoas em condições análogas à escravidão. Promovida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a atualização semestral confirmou 16 inclusões (13 pela primeira vez e três após suspensão de liminares que as mantinham fora da lista) e 35 exclusões (34 em definitivo e uma temporária devido a liminar judicial). Todas são pessoas físicas e jurídicas responsabilizadas em operações de fiscalização de trabalho escravo. Os nomes vão para a "lista suja" após conclusão de processo administrativo gerado a partir da situação encontrada pelos auditores fiscais do trabalho. Quem aparece na relação tem as portas fechadas para crédito público federal e ainda passa a sofrer restrições comerciais das centenas de empresas signatárias do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo. Rosana Sorge Xavier, da família que controla o Frigorífico Quatro Marcos (empresa com um histórico de problemas trabalhistas), agora faz parte da "lista suja". Entre os 100 maiores desmatadores do país de acordo com ranking do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de 2008, Rosana aparece como segundo maior agente privado devastador do país (e nona na ordem geral), com mais de 12,6 mil hectares de floresta derrubadas - o que lhe rendeu uma multa em torno de R$ 48 milhões. O primeiro entre empreendedores privados é Léo Andrade Gomes, com 15,2 mil hectares desmatados e mais de R$ 32 milhões em multa.
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(conclusão da primeira página)
Entre os incluídos, há mais grandes fazendeiros de gado bovino. E assim como Rosana Sorge Xavier, pelo menos dois deles mantém criações de porte nas franjas da Amazônia: Olavo Demari Webber, do Norte do Mato Grosso; e Aurélio Anastácio de Oliveira, escravagista reincidente e dono da Fazenda Iraque, em Eldorado dos Carajás (PA). Regis Francisco Ceolin, pecuarista do Condomínio Agropecuário Ceolin, atua no Oeste baiano. Além do Condomínio Agropecuário Ceolin, dois outros produtores que entraram para o cadastro de infratores são do Oeste da Bahia, uma das áreas de maior expansão do agronegócio no país. Os dois flagrantes que geraram as inclusões se deram, curiosamente, na área da chamada Fazenda Estrondo, lozalizada no município de Formosa do Rio Preto (BA). Em terras da Companhia Melhoramentos do Oeste da Bahia (CMOB), que atua tradicionalmente com mineração na região, foram libertados 39 trabalhadores que catavam raízes para viabilizar a produção de soja, em outubro de 2005. Na mesma área da Fazenda Estrondo, mas em outra parte conhecida como Fazenda Indiana (sob a responsabilidade de Paulo Kenji Shimohira), houve 52 libertações de pessoas que faziam a capina de algodão.
Outros fazendeiros entraram na "lista suja" em decorrência de flagrantes na fronteira agropecuária: Lírio Antônio Parisotto, produtor de soja em Uruçuí (PI); Adailto Dantas Cerqueira e Salomão Pires Carvalho, donos de áreas no Maranhão; Elizabete Guimarães de Araújo e Ivan Domingos Paghi, cujas propriedades no Tocantins flagradas pelo MTE. Adailto, Elizabete e Ivan, na realidade, foram reincluídos na relação por causa da perda do efeito de liminar que excluía temporariamente os nomes dos proprietários. Usinas e outros casosGrandes usinas de cana-de-açúcar que também já constaram da "lista suja" também foram reinseridas no cadastro. A Agrisul Agrícola Ltda - conhecida como Usina Debrasa, da Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool (CBAA), que faz parte do Grupo José Pessoa (que já teve três de suas unidades sucroalcooleiras denunciadas por escravidão, em menos de dois anos) -, de Brasilândia (MS), e a Agropecuária e Industrial Serra Grande (Agroserra), de São Raimundo das Mangabeiras (MA), voltaram a aparecer na "lista suja". Um dia depois, o MTE retirou a Agroserra do cadastro por causa de liminar da Justiça que já havia sido concedida em favor da empresa. Uma empresa e um fazendeiro do Ceará, juntamente com o dono de um ferro-velho em Várzea Grande (MT), completam o rol dos infratores incluídos. A Mundial Construções e Limpeza Ltda. foi pega quando explorava trabalhadores no serviço de limpeza e roça de linha de transmissão de energia elétrica da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) em Sobral (CE). O fazendeiro José Nilo, por sua vez, entrou na "lista suja" em função de fiscalização ocorrida nas Fazendas Pirangi e Três Marias, em Beberibe (CE). Com a atualização da "lista suja", que vem sendo divulgada desde o final 2003, 35 nomes (veja lista abaixo) também foram retirados. Desses, Gilson Muller Berneck foi excluído por motivo de liminar da Justiça. Todos os outros saíram após o cumprimento de dois anos no cadastro, combinado com o pagamento de todas as pendências relativas às autuações e a não reincidência na exploração do trabalho escravo contemporâneo.
Fonte: Maurício Hashizume, da ONG Repórter Brasil
Dantas tem posse sem registro de fazendas, aponta MP 28.07.09
A Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, controlada pelo banqueiro Daniel Dantas, do grupo Opportunity, não figura como proprietária oficial na maior parte das 27 fazendas que foram sequestradas pela Justiça Federal, dentro da Operação Satiagraha. Em pouco mais de três anos, Dantas criou um império do gado que envolve oficialmente cerca de 500 mil cabeças de boi e 500 mil hectares de terras. Concentradas no Pará, praticamente todas as áreas são consideradas irregulares pelo Ministério Público (MP).
Relatório das investigações federais acusa o empresário de usar as propriedades - 43 ao todo - e os negócios com gado para lavar dinheiro não declarado. O MP e a Polícia Federal (PF) apontam a aplicação de mais de R$ 700 milhões na atividade agropecuária do grupo e começaram a pleitear na Justiça o confisco desse patrimônio. Mas há problemas tanto quanto ao real número de bois espalhados pelos pastos da Santa Bárbara como em relação aos verdadeiros donos das fazendas.
Em pelo menos nove das 27 propriedades rurais sequestradas pela Justiça Federal, os donos definitivos dos imóveis ainda são os antigos proprietários. Em alguns casos os bens estão em nome de empresas ligadas ao grupo, como a Alcobaça Consultoria e Participações. Segundo a PF, a firma teria participação societária na Agropecuária Santa Bárbara e os donos são Dantas e sua irmã Verônica, uma das controladoras dos negócios rurais com o ex-cunhado do banqueiro Carlos Rodenburg.
Estão nessa situação as fazendas Espírito Santo, Castanhais, Vale Sereno, Cedro, Maria Bonita, Santa Ana, Vale do Paraíso, Rio Tigre e Caracol. Juntas, teriam desmatado 51 mil hectares de terras para criação de gado, segundo o Ministério Público Federal do Pará (MPF-PA). No caso da ré Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, o MPF afirma que “apesar de não constar nos documentos de propriedade definitivos dos imóveis rurais, eles aparecem realizando transações comerciais de gado e foi no nome deles que foram lavrados os autos de infração, em virtude da utilização da propriedade para a criação de gado”.
Nas nove ações também há menção aos contratos de compromisso de compra. Neles, a empresa alega que fez uma aquisição a prazo e, assim que forem todas as obrigações cumpridas, o processo de transferência de posse será realizado.
Empresa de Dantas diz que comprou fazendas a prazo
A Agropecuária Santa Bárbara Xinguara informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que adquiriu as propriedades que foram sequestradas pela Justiça Federal, dentro da Operação Satiagraha, mas com contratos de pagamento a prazo e, por isso, ela não figura como dona das fazendas. Na nota, a empresa explica que as propriedades “foram adquiridas a prazo” por um período médio de pagamento em 8 anos e meio. “Portanto, somente após os vendedores e o comprador cumprirem determinadas precondições, as referidas escrituras definitivas passarão para a Agropecuária Santa Bárbara.”
De acordo com o Ministério Público e a Polícia Federal (PF), em pelo menos nove das 27 propriedades rurais sequestradas pela Justiça, os donos definitivos dos imóveis ainda são os antigos proprietários. Em alguns casos os bens estão em nome de empresas ligadas ao grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas.
Dentre as precondições que constam nos contratos de compromisso de compra, estão a certificação do georreferenciamento perante o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), obrigação que deve ser cumprida pelos vendedores das fazendas, e a quitação do preço a ser pago por parte da agropecuária. “Por esse motivo, as propriedades ainda constam nos nomes dos antigos donos”, afirma a empresa.
Quanto à fazenda Rio Tigre, que está entre as nove propriedades alvo de ação cível pública do Ministério Público Federal por crimes ambientais, a Santa Bárbara esclareceu que não pertence ao grupo. Os pastos haviam sido alugados, mas o contrato foi encerrado em abril deste ano. A empresa também nega as acusações de que teria desmatado as propriedades no Estado do Pará.
Fonte: informações do jornal O Estado de S. Paulo. (Agência Estado)
Brasil é o país com maior aumento de produtividade da agropecuária 28.07.09
O Brasil apresentou a maior taxa de crescimento da produtividade da agropecuária no período de 1975 a 2008, com aumento de 3,66% ao ano. A informação é do coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques, e foi divulgada sexta-feira passada (24) pela Assessoria de Imprensa do ministério. A posição brasileira é seguida pela China (3,2%), Austrália (2,12%) e Estados Unidos (1,95%).
O crescimento da agropecuária brasileira no período foi impulsionado principalmente pelas inovações tecnológicas decorrentes da pesquisa. As informações constam do estudo elaborado pela Assessoria de Gestão Estratégica (AGE), do ministério. "O melhoramento genético e a introdução de novas cultivares permitiram maior produtividade em lavouras como as de soja, milho, café e cana-de-açúcar. Também nas carnes, frutas e hortaliças, as inovações foram surpreendentes", diz o documento da Agricultura.
O desempenho brasileiro é resultante, segundo Gasques, dos investimentos na pesquisa agropecuária. O coordenador apresentou alguns exemplos de rendimento: a cana saiu de 49 para 80 toneladas por hectare no período de dez anos. O milho chegou a 12 toneladas por hectare; a soja, a seis toneladas por hectare, e o café, além de incremento na produtividade, obteve ganhos em qualidade.
A nota do ministério informa ainda que a retomada do crédito agrícola nas operações de investimentos refletiu positivamente nos resultados de produtividade agrícola, especialmente no período mais recente. A avaliação é a de que o aumento da produtividade contribuiu para que os preços dos alimentos não pressionassem a inflação nos últimos quinze anos. "A inflação cresceu em média 0,59%, de agosto de 1994 a junho deste ano, e os preços dos alimentos, 0,55%".
Na comparação entre a produtividade da agricultura e a da indústria, o setor agrícola cresceu entre 2002 e 2008 a uma média anual de 4,7%, enquanto a produtividade industrial foi de 3% ao ano. A produção de carne bovina que, em 1997, era de 11 quilos de carcaça por hectare/pastagem subiu para 39 quilos, em 2008. A de aves, que estava em 373 mil toneladas no primeiro ano da pesquisa, atingiu 10 milhões de toneladas em 2008. A do leite saltou de 8 bilhões de litros para 27 bilhões de litros, no mesmo período. O uso de máquinas agrícolas também teve incremento nos últimos anos: o número de tratores cresceu de 335 mil unidades para 502 mil, e o de fertilizantes, de 46 quilos por hectare para 196 kg/ha.
Fonte: Célia Froufe, Agência Estado
Argentina chama ruralistas para reunião na sexta-feira 28.07.09
Buenos Aires- Sob forte pressão dos ruralistas por uma reforma na legislação agrícola e menores taxas de exportação, o governo da Argentina convidou os líderes das quatro principais organizações do setor para um encontro na próxima sexta-feira. "Não há preconceitos, nem uma agenda prévia", afirmou o chefe de gabinete do Governo, Anibal Fernandez, sobre a reunião. O líder da Federação Agrária Argentina, Eduardo Buzzi, disse que os agricultores pretendiam aceitar o convite. Contudo, Buzzi afirmou em discurso realizado hoje que permanecia "cético" e clamou por concessões "concretas".O líder da Confederação Rural Argentina, Hugo Biolcati, foi ainda mais pessimista e crítico quanto ao governo que, segundo ele, "parece viver dentro de uma bolha". "Eles (o governo) não entenderam a mensagem enviada pelas urnas no mês passado", afirmou Biolcati, referindo-se às eleições legislativas em que o partido do governo foi derrotado nas duas casas do Congresso.
Fonte: informações da Dow Jones, com Gerson Freitas Jr., Agência Estado
Indústrias perdem espaço nas exportações 28.07.09
A crise global provocou uma commoditização do ranking das 20 maiores empresas exportadoras do Brasil. Graças ao apetite da China por minério de ferro, a Vale passou a ocupar o primeiro lugar da lista, ultrapassando a Petrobras. As montadoras Ford e General Motors, além da Motorola, fabricante de celulares, e Caterpillar, fabricante de máquinas, cederam suas posições nas exportações do País para mineradoras, tradings de soja e petroquímicas.
Conforme o Ministério do Desenvolvimento, no primeiro semestre, das exportadoras de produtos industrializados, apenas Embraer, Volkswagen e Mercedes-Benz resistiam entre as 20 maiores do ranking. Mas mesmo essas gigantes amargaram queda nas vendas externas, de 25,8%, 22,7% e 37,3%, respectivamente, comparado com o período de janeiro a junho de 2008. No primeiro semestre do ano passado, sete fabricantes de manufaturados faziam parte do ranking.
Pelas estimativas do vice-presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB), José Augusto de Castro, o minério de ferro deve ser o único item que vai superar US$ 10 bilhões de receita de exportação este ano. A participação do produto na pauta de exportação brasileira subiu de 6,9% nos primeiros seis meses de 2008 para 9,4% de janeiro a junho. As compras chinesas garantiram a demanda por minério brasileiro e o atraso nas negociações sustentaram os preços em um patamar melhor no primeiro semestre.
Fonte: informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Conab: chuva e frio no Sul podem afetar trigo e milho safrinha 28.07.09
O aumento da umidade e do frio no Sul do País pode levar à quebra de produção de trigo e também de milho safrinha, disse hoje o gerente de Avaliação de Safras da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Eledon Pereira. Segundo ele, por enquanto as variações climáticas não alteram significativamente os números projetados pela estatal. "Em princípio, os números de agosto da Conab devem ficar muito próximos dos deste mês. Só se a chuva e o frio continuarem é que poderemos verificar quebras maiores", disse.
No último levantamento de safra, divulgado no início deste mês, a Conab projetou um volume de 133,78 milhões de toneladas de grãos em 2008/09. Na avaliação do gerente, o 11º levantamento da Conab, com divulgação prevista para quinta-feira da próxima semana, os números devem ficar relativamente estáveis, pois ainda não refletirão os episódios recentes. Segundo o consultor da Somar Meteorologia, Paulo Etchichury, a massa de ar frio do final de semana passado foi a mais forte do ano. A ocorrência de geadas ficou restrita ao Rio Grande do Sul, Santa Catarina, sul e oeste do Paraná e extremo sul de Mato Grosso do Sul.
"Os técnicos da Conab voltaram do campo agora, e não houve tempo hábil para telefonarmos para as regiões e verificarmos se houve quebras", explicou Pereira. De acordo com ele, o frio pode até ajudar a lavoura de trigo do Rio Grande do Sul. "O que pode ocorrer é uma pequena quebra no Paraná, onde o grão é plantado mais cedo, em maio", comentou. E reiterou que ainda não é possível estimar as perdas. Em relação à safrinha, por enquanto, não há problemas.
Mais do que o recente frio, a chuva no Rio Grande do Sul é um motivo de maior preocupação para o produtor, segundo o gerente da Conab. "A chuva está prejudicando um pouco as lavouras, pois é impossível jogar veneno, porque a água lava tudo", explicou.
Fonte: Célia Froufe, Agência Estado
Crise reduz em 23% área plantada de algodão no país
13.07.09
A crise internacional afetou o setor algodoeiro no Brasil, que sofreu uma redução de 23% na área plantada este ano, o que significa que o país vai deixar de produzir cerca de 400 mil toneladas na produção em relação a 2008. “Pelo menos metade dessa redução é em função da crise e a outra metade em função da queda da produção brasileira”, disse à Agência Brasil o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Haroldo Cunha.
Ele afirmou que o setor está sobrevivendo graças a algumas iniciativas para redução de custos e ao apoio governamental na comercialização. Não há, segundo Cunha, perspectivas de recuperação para a próxima safra, uma vez que a crise externa tem efeitos negativos sobre o consumo de têxteis e isso acaba afetando o preço do algodão.
“Nós temos que trabalhar para criar um cenário favorável e voltar a expandir em 2011”, destacou. No comércio exterior, as perspectivas são de vendas em torno de 400 mil toneladas este ano, contra 530 mil toneladas no ano passado. “Não caem muito porque as exportações são definidas com um ano ou dois de antecedência”, explicou o presidente da Abrapa.
A maior preocupação é com o que ocorrerá em 2010. Cunha afirmou que esse cenário vai depender de alguns fatores que estarão definidos até outubro e que irão mostrar a área a ser plantada, a participação dos produtores nas exportações e os contratos que vão ser feitos.
A expectativa da Abrapa para a atual safra é de cerca de 850 mil hectares plantados, com 1,2 milhão de toneladas. Os números apresentam redução em relação à safra anterior, que atingiu área plantada de 1,077 milhão de hectares, com produção de 1,6 milhão de toneladas. Confirmam também perda de produtividade em alguns estados, como a Bahia.
Cunha informou que, a curto prazo, uma iniciativa que está sendo testada este ano para reduzir o custo da produção é o plantio do algodão adensado, ou seja, o cultivo de um número maior de pés de algodão em menor espaço. “Consiste em dobrar a população de algodão por hectare. Com isso, a gente reduz o ciclo da cultura. E, dessa maneira, você vai reduzir não só fertilizantes, mas também os defensivos que são aplicados”.
A médio prazo, a Abrapa está trabalhando em um programa para controle do bicudo (praga de maior incidência na cultura do algodão), que reduziria o número de pulverizações durante o ano. Outra alternativa está relacionada à aprovação de transgênicos.
O Brasil é atualmente o quarto maior exportador mundial de algodão e o quinto maior produtor. Os países africanos ocupam, em conjunto, a quarta posição no ranking internacional de produtores de algodão.
Fonte: Alana Gandra, repórter da Agência Brasil
Brasil Ecodiesel fecha usina no Ceará 13.07.09
A usina de biodiesel da Brasil Ecodiesel, em Crateús, no sertão central cearense, fechou suas portas por problemas financeiros e ambientais. Inaugurada, em janeiro de 2007, pelo Presidente Luiz Inácio da Silva, a unidade estava parada havia seis meses. Tinha capacidade instalada de produção para 10 milhões de litros de óleo por mês, mas desde sua inauguração apresentava problemas em adquirir matéria-prima. Recentemente, suas ações na Bolsa despencaram.
De acordo com o prefeito de Crateús, Carlos Felipe Saraiva Beserra, a empresa teve seus problemas agravados com a queda do valor das ações na Bolsa de Valores. Começou operando com a ação avaliada em R$ 12 e agora estava em apenas R$ 0,80.
O fechamento da unidade foi anunciado, na última sexta-feira, na Assembleia Legislativa do Ceará, pelo deputado Hermínio Resende. Segundo ele, a empresa estaria inclusive com as contas de água e luz atrasadas.
Amparada no programa do governo federal de desenvolvimento do biodiesel, a usina deveria incentivar a produção de mamona no sertão cearense. O governo cearense destina R$ 200 para cada hectare plantado. Mas, apesar dos subsídios recebidos, a empresa sequer conseguia pagar o preço mínimo do quilo da baga do produto aos pequenos agricultores da região.
Começou a funcionar com 20 mil toneladas de mamona estocadas, quantidade suficiente para somente 80% da capacidade total de produção de um mês. Como o plantio de mamona não deslanchou no município, a unidade passou a adquirir, então, soja e dendê no Piauí e na Bahia.
Na opinião do presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão do Ceará (Ematerce), José Maria Pimenta, o problema financeiro provocou o fechamento da usina. "Nenhuma empresa fecha se estiver dando lucro", comentou.
Fonte: informações do jornal O Estado de S. Paulo, com Carmen Pompeu
Perdigão apela a investidores para cobrir rombo da Sadia e faz oferta de ações de R$ 5 bilhões 13.07.09
A Brasil Foods (BRF), novo nome oficial da Perdigão (que absorveu a Sadia), anunciou ontem que espera captar R$ 4,48 bilhões com uma emissão de ações - contando-se o lote suplementar, esse valor deve superar os R$ 5 bilhões. Cerca de 80% desses recursos serão destinados à liquidação de dívidas da Sadia, que está sendo incorporada à companhia. A BRF fará uma oferta de 115 milhões de novas ações, com possibilidade de mais 17,25 milhões de ações em um lote suplementar, e tomou por base em seus cálculos um preço de R$ 40. O preço final da oferta, no entanto, só será anunciado no próximo dia 21, após o encerramento do período de reserva de ações.
Do total previsto de R$ 4,48 bilhões a ser captado, R$ 3,52 bilhões devem ser destinados ao pagamento de dívidas da Sadia. O restante deve ficar em caixa, "visando equilíbrio de nossa estrutura de capital consolidada", diz o prospecto da oferta publicado no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No prospecto, a BRF demonstra todos os pagamentos que devem ser honrados em 2009 e 2010 utilizando os recursos captados na oferta. Somente para pagamento de Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC), por exemplo, serão utilizados R$ 1 bilhão este ano e R$ 640 milhões em 2010.
Ao final de março, as dívidas da Sadia com instituições financeiras somavam R$ 8 bilhões. Os pagamentos têm vencimentos que variam de um a 132 meses e as taxas de juros vão de 5% a 12,5% ao ano. A empresa viu o seu endividamento crescer após o episódio com derivativos tóxicos, que resultou em perdas de R$ 2,6 bilhões para a empresa no ano passado e foi fator decisivo para o avanço nas negociações para uma associação com a Perdigão.
Esta semana, as duas empresas assinaram com o Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade) acordo para que a união entre elas, no âmbito administrativo e comercial, fique suspensa até o julgamento final da fusão pelo órgão antitruste. Ao mesmo tempo, no entanto, o Acordo de Preservação da Reversibilidade da Operação (Apro) permite à Perdigão fazer a reestruturação financeira da Sadia. E o prospecto divulgado ontem confirma a intenção da companhia de sanar os problemas financeiros da Sadia antes de aprovada a fusão. Os atuais acionistas de Sadia e Perdigão terão prioridade na distribuição. Do total das ações ordinárias ofertadas, 10% serão destinadas ao varejo.
Fonte: informações do jornal O Estado de S. Paulo., com Tatiana Freitas
Trabalhadores em seringal são libertados em fazenda em MT de dono de shopping 13.07.09
Maioria dos empregados estava na área há 4 anos. Eles não tinham carteira assinada e eram submetidos à servidão por dívida. Dono da fazenda encabeça grupo empresarial que mantém o Oeste Plaza Shopping, de Andradina (SP)
Operação do grupo móvel de fiscalização e combate ao trabalho escravo do governo federal libertou 23 seringueiros que eram mantidos em condição análoga à escravidão na Fazenda Santa Isabel, em Pontal do Araguaia (MT), na divisa com o estado de Goiás. A propriedade pertence a Mário Celso Lopes, dono da MCL Empreendimentos, conglomerado empresarial que mantém, entre outros negócios, um shopping center em Andradina (SP). A maioria dos trabalhadores vinha sendo explorada desde 2005. Os trabalhadores, que extraíam látex para a produção de borracha, não tinham carteira assinada, não recebiam regularmente e ainda eram submetidos à servidão por dívida. Os salários eram pagos com cheques e os trabalhadores acabavam descontando os cheques no mercado do primo do gerente da fazenda. "Como eles não recebiam em dinheiro, não tinham a opção de ir a outros estabelecimentos, já que o cheque era de São Paulo e muitos comerciantes não aceitam trocá-lo", explica Fernando Lima Júnior, auditor fiscal do trabalho que coordenou a ação, iniciada em 16 de junho. Além disso, eles recebiam apenas 25% da produção de borracha. Em muitos meses do ano, principalmente de julho a outubro, o salário não chegava nem a um salário mínimo por causa da baixa produção. "Durante esses meses, os empregados acumulavam mais dívidas com o dono do mercado. Era um ciclo sem saída", complementa o coordenador Fernando. Os seringueiros moravam com suas famílias em casas que tinham a estrutura comprometida e instalações elétricas precárias, com fiação exposta. De acordo com o coordenador da operação, uma das casas não tinha uma das paredes. Para se proteger, os empregados colocaram lona e papelão. A fiscalização notou ainda que muitos ratos circulavam pelo local. Os seringueiros aplicavam agrotóxico classe 1 (altamente tóxico) sem qualquer equipamento de proteção individual (EPI). "Havia um risco de contaminação muito alto porque os trabalhadores utilizavam roupas comuns, que depois eram lavadas junto com a de toda a família", relata Fernando. Os agrotóxicos eram armazenados dentro das casas dos trabalhadores, sem nenhuma separação. Nas frentes de trabalho, não havia instalações sanitárias. Após a fiscalização, o empregador assinou a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) dos seringueiros com data retroativa e depositou os valores referentes ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O grupo móvel promoveu a rescisão indireta dos contratos de trabalho e os empregados receberam as verbas da rescisão, no valor total de R$ 292 mil. "O empregador não quis assinar um Termo de Ajuste de Conduta (TAC). Mas conseguimos por via judicial que ele pagasse as verbas referentes ao dano moral individual", explica Paulo Douglas Almeida de Moraes, procurador do Trabalho no Mato Grosso que participou da operação do grupo móvel. O procurador ajuizou uma ação civil pública para requerer o pagamento do dano moral coletivo. "O empresário tinha plenas condições de cumprir a legislação trabalhista, mas manteve esses trabalhadores como escravos durante todo esse tempo", finaliza Paulo Douglas. Os trabalhadores libertados foram orientados a participar de cursos de qualificação profissional organizados pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Mato Grosso (DRTE/MG) para reinserção no mercado em melhores condições. O empresário Mário Celso Lopes encabeça diversos empreendimentos por meio de seu grupo, a MCL Empreendimentos: desde o Oeste Plaza Shopping de Andradina, a Marbran Distribuidora de Bebidas, a Malibu Confinamentos de Bovinos e a Marlin Veículos e Peças. A Florestal Investimentos Florestais, ligada à MCL, é uma das maiores empresas de reflorestamento do país. O site da MCL, que também tem parcerias com os controladores do frigorífico JBS Friboi, informa que a empresa já comercializou 1 milhão de hectares de terra nos estados do Mato Grosso, Roraima, Bahia e São Paulo. A Repórter Brasil entrou em contato com representantes do dono da fazenda, mas não foi atendida até o fechamento desta matéria. A fortuna estimada do empresário Mário Celso Lopes, segundo matéria publicada pelo jornal Valor Econômico em abril do ano passado, chega a R$ 500 milhões.
Fonte: Bianca Pyl, Repórter Brasil
Cerca de 74% da Amazônia Legal são formados por morros e colinas, aponta mapa do IBGE 13.07.09
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou na sexta-feira passada (10) o primeiro banco de dados digital sobre o relevo da Amazônia Legal, região com cerca de 5 milhões de quilômetros quadrados que abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, de Mato Grosso, Pará, de Rondônia, Roraima, do Tocantins, parte do Maranhão e cinco municípios de Goiás. De acordo com o gerente da coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais, Trento Natali Filho, o objetivo do levantamento é oferecer material para novos estudos voltados ao ordenamento territorial e servir de ferramenta para o planejamento de políticas públicas para o desenvolvimento sustentável da região. Ele destacou que com o banco de dados é possível verificar, por exemplo, que a planície amazônica cobre apenas 7% do total da região, enquanto quase 74% do território são formados por relevo visivelmente irregular, como colinas, morros, cristas e tabuleiro (superfície com 20 a 50 metros de altitude, com topo plano, localizada próxima à área costeira). “Percebemos, com esse levantamento, que a Região Amazônica tem uma variedade de relevo muito maior do que pensávamos há alguns anos. Acreditávamos que isso só ocorria na Região Sudeste”, afirmou. Ele destacou ainda que o estudo aponta que cerca de 13% da Amazônia Legal são formados por relevos planos, o que indica uma extensão de terra com maiores possibilidades de ocupação, como o desenvolvimento de agricultura. Segundo Natali Filho, no entanto, os dados isolados não são suficientes para definir as atividades que podem ser desenvolvidas no local. Eles precisam estar associados a outras informações sobre o território, como a qualidade do solo e a altitude, entre outros. “A conclusão a que se chega com um dado como esse é que o relevo recomenda que se trata de uma área agricultável e que se pode utilizar uma mecanização porque é fácil, mas o relevo é só um fator. Uma determinada área considerada agricultável, em função do relevo, por exemplo, pode estar localizada no topo do planalto de Roraima. Teoricamente ela é cultivável, mas alguém vai cultivar lá no alto? Ou então, ela pode ser uma área extrativista ou uma reserva indígena. Cabe ao governo, de posse desses dados, que são apenas parte das variáveis, definir as políticas públicas de ocupação da região”, ressaltou. Ainda de acordo com o levantamento, quase 14% da região representam planícies sujeitas a inundações temporárias. O gerente do IBGE acredita que essa constatação pode ser usada não só para desenvolvimento de políticas de ocupação, mas também econômicas, como para empresas que pretendam se instalar no local. “Esse é um fator restritivo para efeitos de planejamento, porque já se sabe que em um determinado momento a área vai ser alagada. Pode ser daqui a um ano ou a dez, mas isso vai acontecer, então pode haver atividades ali, mas apenas temporárias”, explicou. O banco de dados do IBGE está disponível no sítio do instituto (www.ibge.gov.br), na seção download, na área de geociências.
Fonte: Thais Leitão, repórter da Agência Brasil
Pecuária do Pará assina acordo de conduta 13.07.09
Objetivo é terminar com embargo à carne do Estado, vetada por suspeitas envolvendo desmate ilegal
Para pôr fim ao embargo à carne do Pará, frigoríficos, Faepa (a Federação Estadual da Agricultura e da Pecuária) e assentados assinaram ontem acordos com o MPF (Ministério Público Federal) para tentar regularizar a comercialização de gado no Estado, o segundo maior da Amazônia Legal.Chamados de TACs (Termos de Ajuste de Conduta), os acordos implicam uma série de exigências, mas possibilitam que seus signatários deixem de ser réus nas ações que a Procuradoria move desde junho.Nas ações, foi pedido um ressarcimento total de R$ 2,1 bilhões de empresas que compraram ou venderam bois de 21 fazendas nas quais foi constatado desmatamento ilegal.Com isso, outras 36 empresas, entre elas os maiores supermercados do país, suspenderam a compra de carne do Pará, o que levou pecuaristas a preverem o colapso do setor.Até ontem, haviam assinado o acordo ao menos os frigoríficos Bertin e Minerva, responsáveis pela maior parte do mercado estadual, o que os libera para voltar a vender a carne e seus subprodutos.A Faepa, a Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura) e a Fetraf (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar), principais representantes de pecuaristas e sem-terra no Pará, aderiram como forma de apoio.É um sinal de que seus associados também buscarão chegar a um pacto de regularização, ou ao menos seguir as diretrizes propostas. O MPF espera que, ainda nesta semana, ocorram novas adesões.Entre as obrigações previstas nos TACs dos frigoríficos, estão a de não comprar de áreas com passivo ambiental ou trabalhista, a de exigir que o fornecedor apresente um plano de recuperação da mata desmatada em sua propriedade e que ele a inscreva no CAR (Cadastro Ambiental Rural), no qual está hoje apenas 1% das mais de 111 mil fazendas do Estado.O cumprimento dos termos será, a partir de setembro de 2010, auditado por uma empresa privada, paga com dinheiro estadual e federal.O governo de Ana Júlia Carepa (PT), que intermediou os acordos, também se comprometeu, entre outras ações, a implantar a GTA (Guia de Trânsito Animal) eletrônica, o que deve melhorar a rastreabilidade dos rebanhos.Para a governadora, os acordos marcam um "momento histórico". Para o procurador-chefe do MPF, José Augusto Potiguar, eles são um "ponto de transição". A pecuária é considerada como um dos maiores agentes de destruição da floresta.
Fonte: João Carlos Magalhães, da Agência Folha, em Belém, com o Observatório
Defesa Agropecuária interdita propriedades em Minas Gerais 13.07.09
A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura interditou duas propriedades em Minas Gerais. A portaria foi publicada na sexta-feira passada (10) no Diário Oficial da União.
As fazendas ficam no município de Planura e poderão ficar interditadas por até dois anos. A produção de laranjas foi afetada pelo cancro cítrico e será erradicada, de acordo com as normas de defesa agropecuária do Ministério da Agricultura.
Causado pela bactéria Xanthomonas axonopodis pv. citri, o cancro cítrico ataca todas as variedades e espécies de citros. É uma das doenças mais graves da citricultura brasileira. Por isso, é necessário erradicar as plantas infectadas e eliminar a bactéria da área afetada.
O comércio de frutos cítricos, suco concentrado e seus derivados é regulamentado por legislação internacional e a não adoção de medidas de exclusão/erradicação impede o comércio desses produtos para países livres da doença.
Fonte: Christina Machado, repórter da Agência Brasil
Ibama leiloa carvão apreendido em 10 anos por R$ 1,8 mi 13.07.09
Parte do carvão apreendido nos últimos dez anos pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi leiloado por R$ 1,8 milhão, no Pará, segundo informações do órgão. O leilão do lote de carvão que estava depositado em Marabá aconteceu nos dias 2 e 3 de julho, no mesmo município. Três empresas arremataram cerca de 63,6 mil metros cúbicos do produto florestal. O valor total arrecadado foi de cerca de R$ 1,8 milhão, que será depositado no Fundo Estadual de Meio Ambiente (Fema). O dinheiro será aplicado em projetos destinados ao meio ambiente.
Este procedimento será adotado pelo Ibama até que todo o carvão apreendido pelo órgão nos últimos anos, que estiver em depósitos nos municípios do Estado, seja repassado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). A Secretaria e o Ibama assinaram um acordo de cooperação em 2007, em que o órgão federal se comprometeu a priorizar a doação de produtos e subprodutos florestais apreendidos em operações ao governo do Pará.
Fonte: Solange Spigliatti, Agência Estado
União dos frigoríficos exportadores recusa acordo para combate ao desmatamento 29.06.09
O Ministério Público Federal recebeu documento, no dia 24 de junho pp., da União das Indústrias Exportadoras de Carne, que significa, na prática, recusa ao acordo proposto semana passada pelos procuradores da República que buscam conter os danos ambientais praticados na cadeia produtiva da pecuária. O MPF já respondeu ao documento.
“O que a Uniec propôs não traz nenhuma garantia consistente de busca pela legalidade e sustentabilidade do setor pecuário no estado do Pará, garantia essa imprescindível para justificar a suspensão dos efeitos das recomendações expedidas”, diz a resposta, enviada hoje ao presidente da União, Francisco Victer.
Todos os pontos propostos pelo MPF para efetivas mudanças no controle da atividade pecuária - georreferenciamento, licenciamento ambiental, regularização fundiária e recuperação de áreas degradadas - foram listados pelos frigoríficos como responsabilidade do governo do Pará.
“Essas questões já são responsabilidade legal do Estado, não há nenhuma novidade nisso. O que seria novidade seria o setor produtivo reconhecer o ônus de sua atividade e se comprometer com esses controles, garantir que as compras serão interrompidas se os fornecedores não obtiverem a regularização”, explica o procurador da República Daniel César Azeredo Avelino, um dos responsáveis pela negociação.
Estimativas iniciais apontam que o custo para georreferenciamento não chega a ser significativo, atingindo R$ 3,50 por hectare georreferenciado, com diagnóstico ambiental. Mesmo assim, nem pecuaristas nem indústrias querem se comprometer com o investimento na regularização ambiental.
“A Uniec retirou todos os dispositivos propostos pelo MPF, permanecendo apenas aqueles que já são praticados pelos frigorificos, batizados com o novo nome de projeto de excelência de fornecedores. Se os controles fossem eficientes, não teríamos o aumento do desmatamento visto nos últimos anos. Se os controles tradicionais fossem eficazes, não haveria mais problemas ambientais nas fazendas, mas acontece justamente o contrário”, contesta o procurador Ubiratan Cazetta.
Desmatamento novo
As ações que pedem indenização por danos ambientais contra criadores e frigoríficos foram a maneira encontrada pelo MPF para combater o desmatamento mais recente no Pará, que cresceu de meados dos anos 90 até hoje, período justamente de maior crescimento do rebanho bovino no Estado.
“As empresas processadas pelo MPF não são as que vieram na década de 70 estimuladas pelo Estado. São as que vieram para a Amazônia num período em que as leis ambientais já tinham mudado e estão cometendo crimes ambientais desde que chegaram, sem qualquer controle”, explica o procurador-chefe do MPF, José Augusto Torres Potiguar.
Um dos exemplos do que ele diz é a agropecuária Santa Bárbara, proprietária de 9 das 21 fazendas processadas, pertencentes ao grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, todas compradas há menos de três anos. Apesar de, muito provavelmente, serem áreas desmatadas há mais tempo, a criação de bois impede que a floreste se regenere, o que também representa infração à lei ambiental.
A constatação é dos cientistas das universidades locais: o crescimento desordenado da atividade pecuária, em criações extensivas, usando o modelo de uma cabeça de gado por hectare, é um dos principais incentivos para a derrubada intensiva da floresta amazônica. “Foi a partir da ciência que pautamos nosso trabalho e acreditamos nos resultados dele”, acrescenta o procurador Felício Pontes Jr.
Veto à carne derruba preço e gera reação política no Pará
A redução entre 10% e 15% do preço da arroba da carne no Pará foi a primeira consequência da ação do Ministério Público Federal contra a produção de carne em áreas ilegalmente desmatadas na Amazônia. Com exceção de países da África e do Oriente Médio, destinos de parte da produção, os demais mercados só aceitam a carne do Pará a preços reduzidos, informa o frigorífico Bertin, também autuado como parte da cadeia produtiva do "boi do desmate".
A reação política foi mais rápida do que os efeitos econômicos no Estado movido à pecuária: representantes do agronegócio pressionam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a mudar o código florestal, lei que fixa limites de desmatamento mais rígidos para a Amazônia. Alegam que, sem a mudança, há risco de a pecuária do Pará, com 17% do rebanho nacional, entrar em colapso.
Fontes: Assessoria de Comunicação da Procuradoria da República do Pará e Marta Salomon, enviada especial da Folha de São Paulo a Marabá, Pará.
Frigoríficos exportadores recusa acordo para combate ao desmatamento 29.06.09
O Ministério Público Federal recebeu documento, no dia 24 de junho pp., da União das Indústrias Exportadoras de Carne, que significa, na prática, recusa ao acordo proposto semana passada pelos procuradores da República que buscam conter os danos ambientais praticados na cadeia produtiva da pecuária. O MPF já respondeu ao documento.
“O que a Uniec propôs não traz nenhuma garantia consistente de busca pela legalidade e sustentabilidade do setor pecuário no estado do Pará, garantia essa imprescindível para justificar a suspensão dos efeitos das recomendações expedidas”, diz a resposta, enviada hoje ao presidente da União, Francisco Victer.
Todos os pontos propostos pelo MPF para efetivas mudanças no controle da atividade pecuária - georreferenciamento, licenciamento ambiental, regularização fundiária e recuperação de áreas degradadas - foram listados pelos frigoríficos como responsabilidade do governo do Pará.
“Essas questões já são responsabilidade legal do Estado, não há nenhuma novidade nisso. O que seria novidade seria o setor produtivo reconhecer o ônus de sua atividade e se comprometer com esses controles, garantir que as compras serão interrompidas se os fornecedores não obtiverem a regularização”, explica o procurador da República Daniel César Azeredo Avelino, um dos responsáveis pela negociação.
Estimativas iniciais apontam que o custo para georreferenciamento não chega a ser significativo, atingindo R$ 3,50 por hectare georreferenciado, com diagnóstico ambiental. Mesmo assim, nem pecuaristas nem indústrias querem se comprometer com o investimento na regularização ambiental.
“A Uniec retirou todos os dispositivos propostos pelo MPF, permanecendo apenas aqueles que já são praticados pelos frigorificos, batizados com o novo nome de projeto de excelência de fornecedores. Se os controles fossem eficientes, não teríamos o aumento do desmatamento visto nos últimos anos. Se os controles tradicionais fossem eficazes, não haveria mais problemas ambientais nas fazendas, mas acontece justamente o contrário”, contesta o procurador Ubiratan Cazetta.
Desmatamento novo
As ações que pedem indenização por danos ambientais contra criadores e frigoríficos foram a maneira encontrada pelo MPF para combater o desmatamento mais recente no Pará, que cresceu de meados dos anos 90 até hoje, período justamente de maior crescimento do rebanho bovino no Estado.
“As empresas processadas pelo MPF não são as que vieram na década de 70 estimuladas pelo Estado. São as que vieram para a Amazônia num período em que as leis ambientais já tinham mudado e estão cometendo crimes ambientais desde que chegaram, sem qualquer controle”, explica o procurador-chefe do MPF, José Augusto Torres Potiguar.
Um dos exemplos do que ele diz é a agropecuária Santa Bárbara, proprietária de 9 das 21 fazendas processadas, pertencentes ao grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas, todas compradas há menos de três anos. Apesar de, muito provavelmente, serem áreas desmatadas há mais tempo, a criação de bois impede que a floreste se regenere, o que também representa infração à lei ambiental.
A constatação é dos cientistas das universidades locais: o crescimento desordenado da atividade pecuária, em criações extensivas, usando o modelo de uma cabeça de gado por hectare, é um dos principais incentivos para a derrubada intensiva da floresta amazônica. “Foi a partir da ciência que pautamos nosso trabalho e acreditamos nos resultados dele”, acrescenta o procurador Felício Pontes Jr.
Veto à carne derruba preço e gera reação política no Pará
A redução entre 10% e 15% do preço da arroba da carne no Pará foi a primeira consequência da ação do Ministério Público Federal contra a produção de carne em áreas ilegalmente desmatadas na Amazônia. Com exceção de países da África e do Oriente Médio, destinos de parte da produção, os demais mercados só aceitam a carne do Pará a preços reduzidos, informa o frigorífico Bertin, também autuado como parte da cadeia produtiva do "boi do desmate".
A reação política foi mais rápida do que os efeitos econômicos no Estado movido à pecuária: representantes do agronegócio pressionam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a mudar o código florestal, lei que fixa limites de desmatamento mais rígidos para a Amazônia. Alegam que, sem a mudança, há risco de a pecuária do Pará, com 17% do rebanho nacional, entrar em colapso.
Fontes: Assessoria de Comunicação da Procuradoria da República do Pará e Marta Salomon, enviada especial da Folha de São Paulo a Marabá, Pará.
Grupo A. Maggi anuncia que energia será seu carro-chefe nos próximos anos 29.06.09
O mato-grossense Grupo André Maggi, que já aplicou mais de R$ 900 milhões em Mato Grosso nos últimos dez anos, irá investir até 2012 mais R$ 450 milhões na construção de quatro novas PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas), na região de Sapezal (480 quilômetros ao noroeste de Cuiabá), gerando mais 75 megaWatts (mW) de energia. O anúncio foi feito ontem, em Cuiabá, pelo diretor superintendente da Maggi Energia, Roberto Anselmo Rubert, durante seminário promovido pela Rede Cemat, no auditório do Senai.
O Grupo vai investir também na área agrícola, comercialização e transporte, e na implantação de uma nova indústria de esmagamento de soja na região de Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá). O valor deste investimento, bem como a capacidade de esmagamento da fábrica, não foram revelados por Rubert.
O Grupo conta com duas indústrias de beneficiamento de soja em Mato Grosso, sendo uma em Cuiabá, com capacidade para 1,5 mil toneladas/dia, e outra em Lucas do Rio Verde (360 quilômetros ao norte de Cuiabá), 3 mil toneladas/dia.
O executivo informou que o setor de energia será o carro-chefe dos investimentos do Grupo André Maggi em Mato Grosso nos próximos anos. A Maggi Energia, empresa que explora a energia como negócio e gerencia todo o consumo do grupo, já conta com duas PCHs em funcionamento, também na região de Sapezal, com capacidade de geração de 12,5 mW, que está sendo comercializada e disponibilizada no Sistema Interligado Nacional (SIN).
Das quatro novas hidrelétricas a serem construídas pela Maggi Energia, a primeira, com capacidade de geração de 10,8 mW, começa a ser construída já em agosto deste ano e, as outras, a partir de março de 2010.
Já a fábrica de esmagamento de soja está sendo projetada para 2010, mas sua operacionalização dependerá da chegada dos trilhos da ferrovia até Rondonópolis.
Rubert não informou o valor dos investimentos totais do Grupo Maggi em 2009, preferindo se ater aos percentuais de crescimento. “Projetamos avançar 10% a cada ano até 2014 na agricultura, indústria, comercialização, transporte e produção de energia”, disse ele.
FATURAMENTO
O executivo informou que o faturamento do grupo em 2008 atingiu a cifra de R$ 4 bilhões, crescimento de 58,73% em relação ao ano passado (R$ 2,52 bilhões). Para 2009, o grupo estima repetir o faturamento de R$ 4 bilhões. O setor de grãos responde pelo maior volume de faturamento do grupo, que vem expandindo sua área plantada ano a ano.
Na safra 07/08, por exemplo, o Grupo plantou 180 mil hectares de grãos. Na atual safra (08/09), ampliou a área para 206,5 mil hectares, incremento de 14,72%.
TRANSFERÊNCIA
A partir do próximo mês de julho, a sede administrativa do Grupo Maggi será transferida de Rondonópolis para Cuiabá. Cerca de 300 colaboradores serão deslocados para a Capital em um período de dois anos, prazo que o grupo espera consolidar sua sede na nova cidade.
Rubert explicou que a transferência não se deveu a motivos políticos, “como se chegou a supor”, mas devido à questão de logística e localização. “O grupo está se expandindo para outras regiões do país, exigindo maior interação com outros estados. E a melhor base para a nossa empresa é Cuiabá, devido à facilidade de comunicação, deslocamento aéreo e melhor localização”, explicou.
GRUPO – Fundado há cerca de 35 anos, o Grupo André Maggi se dividiu em várias frentes, formados holdings para atuação setorizada. Entre as principais atividades estão a Originação e Comercialização de Grãos, por meio da Amaggi Exportação e Importação Ltda., a Produção Agrícola, tratada pela Divisão Agro o Grupo André Maggi, Transporte Fluvial, gerenciado pela Hermasa Navegação da Amazônia S.A e o braço energético, com a Maggi Energia.
Fonte: Diário de Cuiabá
Grupo José Pessoa é flagrado pela terceira vez em caso de trabalho escravo 29.06.09
Enquanto o governo federal lança um compromisso para tentar melhorar as condições de trabalho nas lavouras de cana-de-açúcar, empresas de relevo do setor sucroalcooleiro continuam reincidindo na exploração de mão-de-obra análoga à escravidão. O Grupo José Pessoa acaba de se envolver, em menos de dois anos, no seu terceiro caso de flagrante de trabalho escravo.
Desta vez, 280 pessoas - entre elas quatro adolescentes (três com 16 anos e um com apenas 13) e 22 mulheres - foram libertadas de área que produzia para a Usina Santa Cruz, em Campos dos Goytacazes (RJ), no início de junho.
Não havia registro na Carteira de Trabalho e da Previdência Social (CTPS) dos trabalhadores e o pagamento não seguia as normas legais. As centenas de cortadores de cana-de-açúcar vinham atuando há um mês junto à Usina Santa Cruz por intemédio dos chamados "gatos", que aliciaram mão-de-obra em outros estados como Alagoas, Bahia, Pernambuco e Minas Gerais.
Equipamentos de proteção individual (EPIs) não eram fornecidos. O transporte era feito em veículos irregulares. As frentes de trabalho não tinham instalações sanitárias e não havia locais adequados para refeições. Além dos auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Polícia Federal (PF), a Polícia Militar do Rio de Janeiro e o Instituto Estadual do Ambiente participaram da operação do grupo móvel.
De acordo com o procurador do Trabalho José Manoel Machado, o alojamento não estava sendo utilizado porque já havia sido interditado por decisão judicial provocada por ação civil pública ajuizada anteriormente pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que verificara um mês antes (leia histórico abaixo) problemas do ponto de vista das condições trabalhistas.
Cortadores de cana trabalhavam sem equipamentos de proteção individual (EPIs) (Foto: PRT-1)
As 280 pessoas libertadas permanecem no município de Campos dos Goytacazes (RJ), aguardando o pagamento. Eles estão morando em casas que foram alugadas pelo "gato" por causa da interdição do alojamento.
A empresa se nega a pagar as verbas das rescisão dos contratos de trabalho dos empregados, sob alegação de que os trabalhadores estavam sob a responsabilidade de uma empresa tercerizada. O corte de cana-de-açúcar está ligado ao processo produtivo das usinas e pode ser enquadrado como atividade-fim, o que implica em restrições no que se refere à terceirização.
Diante da recusa, o MPT acabou entrando com uma ação cautelar requerendo o bloqueio de recursos para garantir os pagamentos e as despesas da viagem de retorno dos empregados para os estados de origem. Porém, o pedido foi negado pela 1ª Vara do Trabalho de Campos dos Goytacazes. O MPT também está movendo uma ação por danos morais pedindo indenização para o adolescente de 13 anos encontrado no corte da cana e uma ação civil coletiva para que o Grupo José Pessoa pague os trabalhadores.
"A situação é lamentável, a direção da usina não quer pagar nem a passagem de volta dos trabalhadores. Nós soubemos que alguns estão pedindo para as esposas venderem alguns pertences para tentar custear a passagem", desabafa Carlos Eduardo Jacintho Lobo, da secretaria do Ofício de Campos dos Goytacazes, da Procuradoria Regional do Trabalho da 1ª Região (PRT-1).
Nota pública do MPT sobre o caso expôe a contradição: o Grupo José Pessoa veicula em seu site na internet que o presidente da empresa, José Pessoa Queiroz Bisneto, é sócio da Fundação Abrinq, entidade da sociedade civil voltada para os direitos das crianças e adolescentes.
Prenúncio
Sinais das irregularidades flagradas em junho já tinham sido emitidos um mês antes. No dia 16 de abril de 2009, um grupo de 12 trabalhadores da Usina Santa Cruz foi atendido no Pronto Socorro de Garus. Eles apresentavam dores abdominais, vômitos e diarréia por conta da água que consumiram na usina. Preocupada com os casos, uma assistente social da Fundação Dr. João Barcellos Martins decidiu fazer uma denúncia ao MPT alguns dias depois.
Problema com a água foi sinal de irregularidades encontradas na Usina Santa Cruz (Foto: PRT-1)
As autoridades pediram uma análise da água consumida pelos empregados. O resultado da análise detectou que a água continha o índice de 500 coliformes fecais a cada 100 ml - 250 vezes superior ao limite tolerado. Procuradores chamaram a direção da usina para uma audiência e propuseram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para que o problema da potabilidade da água fosse resolvido no mesmo dia, sob pena de multa diária de R$ 100 mil e da rescisão indireta dos contratos de trabalho dos empregados.
O Grupo José Pessoa, todavia, não assinou o acordo. Não houve providências até 11 de maio. Em virtude do grave risco relacionado ao consumo da água, foi ajuizada uma ação para que a situação fosse resolvida.
No dia seguinte (12 de maio), os próprios trabalhadores ligaram para o MPT. Eles denunciaram outras irregularidades referentes ao alojamento Cacomanga, da Usina Santa Cruz. No mesmo dia, auditores fiscais da Gerência Regional do Trabalho e Emprego de Campos dos Goytacazes e procuradores do Trabalho foram verificar as condições de acomodação dos cortadores.
O local não respeitava as normas de higiene e saúde. Não havia armários para guardar ferramentas e pertences pessoais. Quando chovia, o alojamento alagava. Não havia quantidade suficiente de material de higiene pessoal para todos os empregados. O local foi interditado.
Para completar o quadro, os trabalhadores que inciaram o corte no final de março não tinham recebido nada até a data da fiscalização (12 de maio). Na ocasição, os contratos de trabalho dos 160 empregados que estavam abrigados no alojamento foram rescindidos por decisão do Juiz Federal do Trabalho, Cláudio Aurélio Azevedo Freitas. "Os trabalhadores só receberam os valores da rescisão mediante determinação judicial", esclarece o procurador do Trabalho Tiago Oliveira de Arruda.
Respostas e demissões
O presidente do grupo, José Pessoa de Queiroz Bisneto declarou por telefone à Repórter Brasil que as irregularidades encontradas pela fiscalização não se deram exatamente na Usina Santa Cruz, mas numa área gerida por empresa tercerizada. "É comum as usinas da região contratarem esta empresa para intermediar. Nós nunca tercerizamos. Fizemos isso só desta vez, em caráter de urgência, por causa da rescisão indireta dos nossos trabalhadores em maio", disse José Pessoa, sem se importar com os questionamentos sobre as restrições de tercerização nos casos de atividade-fim do negócio.
O empresário relacionou os problemas com a água à greve promovida por trabalhadores "que fecharam o alojamento e impediram que funcionários entrassem para limpar o local e fazer o controle da água".
Segundo o usineiro, a propriedade do Grupo José Pessoa tem 15 mil hectares e que o problema ocorreu em 5 mil hectares. Por conta do tamanho da área, adicionou, fica difícil ter o controle sobre tudo. "Não temos experiência em fiscalizar o trabalho de outra empresa", admitiu.
Nos últimos meses, trabalhadores de outra unidade do Grupo José Pessoa também passam apuros. Em meados de abril, a Usina Santa Olinda, localizada no município de Sidrolândia (MS), a 80 km de Campo Grande, demitiu 150 funcionários que ainda não receberam as verbas rescisórias.
Os demitidos temem não receber os direitos trabalhistas, assim como os que foram desligados pela empresa em agosto de 2008. O presidente do Grupo José Pessoa admite que não efetou o pagamento devidos. "Estamos fazendo os pagamentos aos poucos, mas vamos pagar a todos", prometeu.
O empresário admitiu que o pagamento deste mês foi feito com atraso. "Nós estamos pagando, com algum atraso, mas ainda sim pagamos todos os trabalhadores que ainda estão lá", colocou. Segundo José Pessoa, a atividade da usina está parada por falta de verba.
Desde dezembro de 2007, quem trabalhava na Usina Santa Olinda vinha enfrentando atrasos nos salários e no pagamento das férias. Em abril de 2009, empregados paralisaram o trabalho em protesto ao não pagamento do salário de março e da segunda-parcela do 13º salário de 2008. Segundo eles, nenhum pagamento foi feito de dezembro de 2008 até fevereiro de 2009. Centenas de ações trabalhistas foram protocoladas contra a empresa.
Até a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) está de olho no Grupo José Pessoa. Cerca de 40 pequenos e médios produtores que arrendaram 10 mil hectares para a Santa Olinda não recebem há um ano. Alguns arrendatários também entraram na Justiça: há 41 processos em andamento na Comarca de Sidrolândia (MS) e outros sete tramitam, em fase de recurso, no Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul.
Crescimento e histórico
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área plantada de cana-de-no Mato Grosso do Sul teve o segundo maior crescimento nos últimos 12 meses. São 335,1 mil hectares - 21,5% a mais em relação ao ano passado. Goiás, em primeiro lugar, apresentou 527,6 mil hectares plantados de cana, ou seja, 31,3% a mais que em 2008.
A previsão é de que a produção de cana para o setor de álcool e açúcar no Mato Grosso do Sul passe de 20,7 milhões toneladas, em 2008, para 27,2 milhões de toneladas em 2009 (na melhor das projeções), aumento de 31%.
O Grupo José Pessoa - Agriholding, Agrisul Agrícola Ltda, Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool (CBAA), Debrasa e Jotapar - era signatário do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, mas foi expulso pelo Comitê de Monitoramento por causa da reincidência em casos de trabalho escravidão em suas usinas. José Pessoa também foi afastado do Conselho Consultivo do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social.
O conglomerado mantém cinco unidades de produção de açúcar e álcool no país: em Japoatã (SE), em Campos dos Goytacazes (RJ), em Icém (SP) e duas no Mato Grosso do Sul - nos municípios de Brasilândia e Sidrolândia.
O grupo móvel de fiscalização do governo federal libertou 1.011 trabalhadores em condições extremamente precárias na Fazenda e Usina Debrasa, em Brasilândia (MS). Indígenas de povos da região constituíam a maioria dos envolvidos na ação realizada em novembro de 2007.
Em junho de 2008, outra operação do grupo móvel encontrou 55 cortadores que trabalhavam para a Usina Agrisul, em Icém (SP), próximo à divisa entre São Paulo e Minas Gerais, submetidos à servidão por dívida. Autorizada pela Justiça, diligência composta por representantes do MTE, da PF e do MPT encontrou documentos pessoais (RG, CPF, Título de Eleitor etc.) de empregados ligados à Agrisul retidos numa mercearia da região.
José Pessoa revelou à Repórter Brasil que pretende assinar, na semana que vem, um "grande" TAC com o MPT para "zerar todas as pendências das usinas, não só em Campos dos Goytacazes, mas em todo o Brasil". Depois da sucessão de flagrantes, ele disse que quer "pôr um fim no passado".
Empregadores flagrados explorando mão-de-obra escrava enfrentam um processo administrativo no MTE que pode culminar na inclusão na "lista suja" do trabalho escravo. Caso todos os débitos sejam pagos e não haja reincidência, o nome do empregador é retirado da lista depois de dois anos. Paralelamente, ocorrências de trabalho escravo podem gerar ações civis públicas na Justiça do Trabalho e processos criminais na Justiça Federal.
Fonte: Bianca Pyl, Repórter Brasil
Unidade do Friboi nos EUA expande recall de carne bovina 29.06.09
Washington - A unidade do frigorífico brasileiro JBS Friboi no Colorado (Estados Unidos), a JBS Swift Beef, decidiu expandir uma convocação (recall) para para devolução de produtos de carne bovina, cerca de 190 toneladas, que podem ter sido contaminados por Escherichia Coli, bactéria que causa disfunções intestinais, segundo comunicado divulgado pelo FSIS, serviço de inspeção e segurança alimentar do Departamento de Agricultura dos EUA. Os produtos, que saíram da fábrica em 21 de abril, foram distribuídos tanto nos EUA quanto para outros países.
O recall, anunciado na quarta-feira da semana passada (dia 24.06.09), será ampliado como resultado da cooperação da FSIS com o Centro de Controle de Doenças e Prevenção dos EUA (CDC) numa investigação sobre 24 doenças em vários Estados norte-americanos, 18 das quais parecem estar associadas.
O E. coli é uma bactéria potencialmente fatal que pode causar diarreia, desidratação e, nos casos mais graves, colapso renal. Crianças, idosos e pessoas com fraco sistema imunológico estão mais sujeitos a esse tipo de contaminação.
Fonte: informações da Dow Jones., com Agência Estado
Marfrig quer 1.000 criatórios de suínos em MT, mas investimento de R$ 100 mi virá do Pronaf 29.06.09
Os pequenos produtores que formam a região denominada de Baixada Cuiabana, em Mato Grosso, irão investir R$ 100 milhões na construção de granjas de suínos para atender as necessidades da Marfrig Alimentos. A empresa anunciará hoje, 29.06.09, um investimento de R$ 150 milhões para a construção de um complexo para abate e processamento de carne suína no município de Rosário Oeste, em evento que terá a participação do governador Blairo Maggi e do presidente da Marfrig, Marcos Molina. O investimento dos produtores será feito na construção de 1.000 granjas, que serão responsáveis pela terminação dos suínos que abastecerão a nova fábrica, que deve entrar em operação a partir de 2010.
Em fevereiro do ano passado, a Marfrig adquiriu 100% das ações da Carroll's Food do Brasil, por R$ 42,2 milhões. Com a aquisição, a empresa passou a administrar uma granja de matrizes e uma das maiores fábricas de ração de Mato Grosso, localizada em Diamantino, cidade a pouco mais de 80 quilômetros de Rosário Oeste, onde será construído o novo complexo. Além disso, a prefeitura doou o terreno onde a fábrica será instalada e o governo estadual concedeu uma isenção de 90% do ICMS.
Com a logística instalada, o projeto da Marfrig é produzir os leitões em sua granja de matrizes que comprou da Carroll's, em 2008, para que os pequenos produtores da região façam a engorda, em sistema de integração, dos animais que serão abatidos na nova unidade. "A empresa fornecerá a ração, vacinas e os leitões, enquanto os produtores entrarão com a mão-de-obra e as instalações, que serão financiadas pelo Pronaf", afirma José Aparecido dos Santos, secretário extraordinário de Projetos Estratégicos de Mato Grosso.
Fonte: Alexandre Inacio, Agência Estado, com o Observatório
Operação Abate: MPF denuncia 18 investigados à Justiça Federal 29.06.09
O Ministério Público Federal (MPF) em Rondônia apresentou à Justiça Federal denúncia formal contra 18 pessoas investigadas na Operação Abate, deflagrada na semana passada em conjunto com a Polícia Federal (PF). Nas investigações, o MPF apurou a existência de uma organização criminosa na Superintendência Federal de Agricultura em Rondônia (SFA) que favoreceria frigoríficos em troca do pagamento de propina.
Além de servidores públicos, entre os denunciados estão empresários e funcionários dos frigoríficos Margen, Frigopeixe e do Curtume Nossa Senhora Aparecida, controlado pelo Grupo Bihl. O JBS Friboi e o frigorífico Quatro Marcos também são investigados na operação, mas até o momento o MPF não denunciou nenhum membro dessas empresas.
Os envolvidos podem responder pelos crimes de falsidade ideológica, advocacia administrativa (patrocinar interesse privado perante a administração pública), prevaricação, corrupção ativa ou passiva, concussão (exigir pagamento de vantagens indevidas), condescendência criminosa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, entre outros. De acordo com comunicado encaminhado pelo MPF, se condenados, eles podem cumprir penas que variam de cinco a 107 anos de prisão.
Na semana passada, a Operação Abate resultou na prisão de 22 envolvidos no esquema, além do cumprimento de mandados de busca e apreensão. O foco central da investigação era desarticular o esquema de fraudes instalado na SFA em Rondônia. Mas, durante os trabalhos, o MPF descobriu irregularidades na relação entre o grupo Bihl (sediado em Mato Grosso) e membros da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), do Ministério da Integração Nacional, do Banco da Amazônia e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Segundo o comunicado, as investigações dos fatos relativos ao grupo Bihl serão conduzidas pela unidade do Ministério Público Federal em Mato Grosso.
Fonte: Agência Estado
BNDES estuda lançar produtos ambientais com BM&F 29.06.09
O superintendente da Área de Meio Ambiente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Sérgio Weguelin, disse que o banco está preparando "alguns produtos" ligados aos créditos de carbono em parceria com a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Segundo Weguelin, a ideia da instituição "é fazer no ambiente verde o que a BNDESPar fez" pelo mercado acionário. A BNDESPar é o braço de participações do BNDES em empresas. Ele afirmou que o lançamento poderia ser ainda este ano, mas também disse que nada ainda está definido sobre o assunto e, por esse motivo, não poderia falar sobre isso.
O banco, de acordo com ele, quer estimular que empresas façam projetos que originem créditos de carbono. "No retorno do projeto, está incluído crédito de carbono", disse. Ele lembrou que o banco já tem participação em dois fundos de mecanismos de desenvolvimento limpo (MDL) para atuar nesse sentido e está procurando gestor para um fundo de florestas. Também observou que o BNDES é o gestor do Fundo da Amazônia, para o qual a Noruega entrou com US$ 1 bilhão.
Weguelin disse ainda que o banco está examinando como fazer "o mapeamento do rastro do boi" para evitar problemas de desmatamento causados pela criação agropecuária. "O banco está examinando isso e, quando tiver algo, o presidente anuncia", declarou.
Fonte: Adriana Chiarini, Agência Estado
Freio na devastação na Amazônia 15.06.09
Banco Mundial exige que Frigorífico Bertin quite empréstimo de US$ 30 mi e Supermercados não compram carnes de pastos ilegais
Fontes internas do IFC, em Washington, confirmaram à ONG Amigos da Terra - Amazônia Brasileira que o banco já decidiu cancelar o contrato com o frigorífico - maior exportador do Brasil e segunda empresa do setor no mundo - e solicitar o imediato pagamento do valor ainda pendente, equivalente a US$ 30 milhões. O banco também convocou uma reunião interna no final do mês para avaliar os próximos passos.
De acordo com a ONG, após três anos de acompanhamento, ela conseguiu confirmar, na noite de sexta-feira (13/06), um importante objetivo de sua campanha em defesa da Amazônia: fazer com que a International Finance Corporation (IFC), braço para setor privado do Banco Mundial, voltasse atrás em sua decisão de financiar a expansão na Amazônia do frigorífico Bertin, objeto de um contrato em março de 2007.
Desde 2006 Amigos da Terra tem mantido informada a diretoria do IFC sobre as graves violações de sua política que este empréstimo, de US$ 90 milhões, representava. Junto com as entidades do GT Florestas do Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais, alertou o conselho do banco para a falta de estudos sobre os impactos e para os impactos que seriam gerados pelo aumento de sua capacidade industrial em três estados da Amazônia. Depois, chegou a informar o conselho sobre o fato de que os documentos submetidos para a aprovação interna apontavam para informações substancialmente diferentes da realidade. Mesmo assim, o empréstimo foi assinado.
Sucessivamente, confirmaram-se todos os desdobramentos antecipados pela entidade. A Bertin não só seguiu comprando gado de produtores ilegais, mas ampliou suas compras na região, afetando terras indígenas e florestas de forma crescente. Objeto de multas milionárias por parte do IBAMA, procurou sustá-las até que foram objeto de divulgação pública. Em abril deste ano, no relatório A Hora da Conta, Amigos da Terra denunciou que a Bertin realizava, em sua planta de Tucumã, compra de gado de São Félix do Xingu, algo que contrariava um compromisso assumido com a IFC em janeiro de 2008.
O Ministério Público Federal usou amplas partes de referido relatório de Amigos da Terra para entrar, na semana passada, com uma ação contra a empresa, inclusive com pedido de indenização milionária por danos provocados. Também na semana passada, a Greenpeace divulgou os mapas georeferenciados de diversas fazendas fornecedoras da empresa, todas em condição de ilegalidade.
O diretor de Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, Roberto Smeraldi , comemorou a decisão: "Parabenizamos o IFC pela decisão e esperamos que isso sirva de lição no futuro. Agora o importante é que o BNDES faça o mesmo: como pode um banco público seguir sócio de uma empresa com tamanhos passivos? Na segunda-feira solicitaremos a inclusão dos financiadores no pólo passivo das ações que estão correndo na Justiça Federal". O BNDES, no ano passado, financiou a Bertin com mais de R$ 2,5 bilhões e adquiriu expressiva participação na mesma. Smeraldi concluiu: "conforme alertamos em nosso relatório de abril, chegou realmente a hora da conta: a hora em que os bancos acatem nossa proposta de começar financiar uma drástica redução da área ocupada pela pecuária na Amazônia, para um terço da área hoje utilizada, pondo fim a qualquer expansão."
Supermercados cancelam compras de carne de pastagens ilegais na Amazônia
Na quarta-feira, dia 10, Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart anunciaram que seguem a recomendação de promotores do Pará
Entre os 11 frigoríficos suspeitos de comercializar gado criado em área de devastação na Amazônia estão Bertin e Minerva
Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart suspenderam a compra de carnes de 11 frigoríficos apontados pelo MPF (Ministério Público Federal) do Pará como comercializadores de gado criado em área de devastação da Amazônia. Entre eles estão alguns dos maiores frigoríficos do país, como Bertin e Minerva.
Os supermercados resolveram tomar a atitude em conjunto, após a denúncia do MPF e da ONG Greenpeace. Segundo as redes varejistas, a iniciativa inclui a notificação dos frigoríficos, a suspensão de compras das fazendas denunciadas e exigências de guias de trânsito animal anexadas às notas fiscais dos frigoríficos.
"Como medida adicional, as três redes solicitarão, ainda, um plano de auditoria independente e de reconhecimento internacional que assegure que os produtos que comercializam não são procedentes de áreas de devastação da Amazônia", afirmaram em comunicado, assinado em conjunto com a Abras (Associação Brasileira de Supermercados).
No início do mês, o MPF ajuizou 21 ações civis públicas pedindo indenização de R$ 2,1 bilhões de pecuaristas e frigoríficos que comercializaram animais criados em fazendas desmatadas ilegalmente. Após isso, foram enviadas notificações a 69 empresas que compram insumos dessas áreas da região amazônica.
Fontes: Amigos da Terra- Amazônia Brasileira e Cristiane Barbieri, Folha de São Paulo
Agroindústria é campeã nos valores dos passivos em recuperação judicial 15.06.09
Levantamento da Serasa para a Folha de São Paulo revla que, entre grandes empresas, as do setor são as que mais recorrem à antiga concordata
Empresas exportadoras ligadas ao agronegócio brasileiro, como frigoríficos, usinas de álcool e produtores agrícolas, são as companhias de grande porte que mais apelaram neste ano à recuperação judicial, mecanismo de proteção contra a execução de dívidas por credores, que substituiu a concordata após a Lei de Falências, de 2004.
Neste ano, até o final de maio, 300 empresas de diferentes segmentos recorreram à recuperação judicial -o triplo dos pedidos de 2008. Segundo levantamento da Serasa feito para a Folha, na amostra há 18 frigoríficos ou empresas do setor de carnes e derivados, 11 produtores agrícolas e 10 usinas de álcool, entre outros setores .
Juntos, esses segmentos somam 39 empresas e representam metade do faturamento anual das 300 que buscaram proteção contra credores.
Em comum, essas empresas se beneficiaram do boom no preço de commodities até meados de 2008 e tiveram de se endividar para manter um ritmo frenético de investimentos, compatível com uma promessa que depois foi abortada pela crise. São companhias que dependem quase que integralmente das vendas a alguns dos países mais prejudicados pela recessão, sendo que muitas perderam triplamente: com preços, em quantidades vendidas e por prejuízos financeiros com hedge [proteção] cambial.
"Essa pesquisa mostra onde a crise bateu mais forte: nos exportadores. Tivemos um surto de quebras de usinas de álcool e de exportadores de carne. Por quê? O Brasil é o maior exportador de carne do mundo. Os frigoríficos tinham passado por um processo de consolidação e profissionalização para ganhar escala. As usinas vislumbravam vender álcool para o mundo inteiro. Quando o petróleo saiu de US$ 140 e desabou para US$ 50, todo aquele embasamento que fazia com que investissem se desmontou", disse Marcio Torres, gerente de análise de crédito da Serasa.
Empresas menores
Criada pela Lei de Falências para ajudar empresas a se reerguerem, a recuperação judicial "estreou" em julho de 2005, com a adesão da Varig. Como a economia entrava em um ciclo virtuoso, poucas empresas tiveram interesse no mecanismo. Para os críticos, a regra havia sido criada só para resolver o problema da companhia aérea e dificilmente chegaria a empresas de menor porte.
O levantamento da Serasa mostra que a recuperação judicial chegou a pequenas empresas -180 companhias com faturamento anual de menos de R$ 2,5 milhões deram entrada no pedido em 2009. Porém, as empresas grandes, com receita de mais de R$ 50 milhões, respondem por 85% do volume financeiro envolvido no processo. As 180 menores não chegam a 5% desse volume.
Para especialistas, a recuperação judicial ainda é um processo caro, que envolve a contratação de inúmeros profissionais especializados e de mediadores para fechar acordo de credores em torno da retomada de uma empresa.
"A crise foi o grande teste. As empresas passaram a entender mais os benefícios da recuperação judicial. E os advogados também. A maior dificuldade ainda é cultural. [Muitos empresários] não soltam o osso nunca, até que já é tarde demais [para recuperação]. É difícil crescer nesse mercado, mas estamos conseguindo", disse Eduardo Lemos, presidente da TMA Brasil, associação que reúne profissionais dedicados à recuperação judicial.
Fonte: Toni Sciarretta, Folha de São Paulo
Crise internacional e problemas climáticos devem reduzir a renda agrícola em 3,8% neste ano 15.06.09
A renda agrícola de 2009 deve ficar em torno de R$ 155,2 bilhões. A estimativa, divulgada hoje pelo Ministério da Agricultura, é baseada nos levantamentos da safra feitos em maio e mostram redução de 3,8% em relação a 2008, quando ficou em R$ 161,39 bilhões. Se confirmada, a queda será a segunda maior renda registrada desde quando teve início a série estatística, em 1997.
Segundo o coordenador-geral de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques, a queda de renda se devem a uma combinação de fatores: excesso de chuvas no Nordeste; secas e geadas no Sul e Sudeste; e estiagem e falta de investimentos privados no Centro-Oeste. O investimento menor está relacionado à crise financeira internacional que afetou as tradings (empresas que financiam os produtores).
Apenas a Região Norte deve apresentar crescimento de renda de 8,1%, influenciado principalmente pela valorização das lavouras de mandioca e banana no Acre, Amazonas e Tocantins, que também se beneficiou com a valorização da soja. No Nordeste, a redução de rendimento pode ficar em 3,4%. As maiores quedas devem ocorrer nos estados do Sudeste (-6,1%), Centro-Oeste (-10,9%) e Sul (-11%).
Entre os produtos que tiveram maior aumento de renda estão a uva (202,7%), o cacau (19,7%), o arroz (17,7%), a mandioca (14,6%), o amendoim (11,1%), a cana-de-açúcar (9,8%); a batata inglesa (8%) e a laranja (3,1%). Já entre os que perderam renda os destaques são o milho (-28,1 %), o algodão herbáceo (-27,6%), o trigo (-18,5%), o café (-14 %), a cebola (-14,2%), o feijão (-16,4%), fumo (-4,4%) e a soja (-2,1%)
Fonte: Danilo Macedo, repórter da Agência Brasil
Editorial da Folha prevê que certificação é inevitável para manter exportações de carnes 15.06.09
Carne com garantias
A SUSPENSÃO, por três das maiores redes de supermercados no país, da compra de carne de gado supostamente criado em área de devastação na Amazônia aciona um dispositivo de controle ambiental dos mais eficazes -que tem tudo para proliferar no Brasil.
Com base em denúncias do Ministério Público Federal do Pará e da ONG Greenpeace, as redes, além de cancelar compras, propuseram-se a exigir guias de trânsito animal anexadas às notas fiscais dos produtos.
Decerto o recomendável é que a rede de supermercado busque, antes de tomar esse tipo de decisão, informações fidedignas sobre os fornecedores que serão, ao final, punidos. Satisfeito esse requisito, a pressão, sem dúvida, vai servir como poderoso incentivo para que frigoríficos busquem a regularização de suas criações -pois o cancelamento atinge em cheio o faturamento de empresários e pecuaristas.
Frigoríficos afetados pela decisão das três grandes redes varejistas afirmam que não constam de listas de irregularidades elaboradas pelo Ministério do Trabalho e pelo Ibama. Apesar disso, vale lembrar que os supermercados são empresas privadas e estão livres para eleger seus critérios de aquisição.
Medidas do mesmo gênero já estão difundidas em outras partes do mundo. A resistência, de alguns pecuaristas brasileiros, em aderir ao Sisbov -sistema que rastreia o percurso de cada cabeça de gado, do nascimento ao abate- dificilmente prevalecerá ante uma pressão como essa, feita por grandes compradores e até pelo consumidor final.
Aderir, em larga escala, aos controles de qualidade e às certificações constitui um caminho inevitável para que Brasil mantenha sua posição de maior fornecedor mundial de carne. A adoção desses princípios também no mercado doméstico é sinal de respeito a um consumidor cada vez mais exigente.
Fonte: Folha de São Paulo, Editorial de 14.06.09
Grandes empresas estariam comprando de áreas devastadas na Amazônia 15.06.09
Na lista das notificações do MPF estão as empresas gigantes processadoras de alimentos, como Sadia e Perdigão, e fabricantes de calçados, como a Vulcabras. A partir da notificação (veja matéria da Primeira Página), as empresas devem parar de comprar os produtos de origem na região ou serão corresponsabilizadas por crime de dano ambiental.
De acordo com o MPF, a área desmatada beira os 160 mil hectares. A identificação do gado proveniente das regiões de desmatamento só é possível graças à rastreabilidade.
Outro Lado
A Bertin informou à Folha de São Paulo, por e-mail, que recebeu a comunicação de suspensão de compra por parte do Pão Açúcar, referente a produtos bovinos provenientes do Pará. Diz ter atendido à solicitação da rede, mas que "deve continuar a fornecer itens vindos de outras plantas da companhia".
Segundo o frigorífico, grandes fabricantes de calçados, como Adidas e Timberland, procuraram-na para pedir informações sobre seus procedimentos de compra. A Bertin diz ter informado que todos os fornecedores são legais e não constam das listas do Ministério do Trabalho e do Ibama. Essas listas condenam práticas semelhantes à escravidão e elencam as áreas embargadas por desmatamento. A Bertin diz ter excluído 165 fornecedores que estavam nas listas.
Questionada sobre se não tem responsabilidade sobre as empresas das quais compra, a Bertin respondeu, em e-mail encaminhado pela assessoria de imprensa à Folha, que "a responsabilidade de fiscalização de desmatamento é dos órgãos públicos, e a Bertin utiliza as informações disponibilizadas pelos mesmos para bloquear seus fornecedores".
A Minerva não respondeu ao pedido de entrevista até o fechamento desta edição. A Sadia informou que não havia recebido a notificação, mas que acatará a recomendação do MPF. Procuradas, Perdigão e Vulcabras não responderam até o início da noite do dia 12.06.09.
Fonte: Cristiane Barbieri, Folha de São Paulo, com o Observatório
Preços de alimentos chegam a cair até 60% com a oferta da safra seca 15.06.09
Feijão chega a ser vendido por 60% abaixo do preço do fim do ano passado e o arroz, com redução de 6%
No fim do ano passado, o agricultor Tamoto Chayamiti, de Capão Bonito, no sudoeste do Estado de São Paulo, vendeu a saca de 60 quilos de feijão carioquinha por R$ 160. Na semana passada, ele entregou o último lote colhido na safra da seca por R$ 65 a saca. O produtor não entendia a razão da queda de 60% no preço do grão em tão pouco tempo. "O pior é que o custo de produção aumentou", disse ele.
O feijão não foi o único produto cujo preço caiu recentemente. Em maio, em razão da grande oferta - por causa da colheita do fim de safra no Sul, o arroz foi negociado por um preço 6% abaixo do seu pico neste ano.
Para o engenheiro agrônomo Vandir Daniel da Silva, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, a razão é simples: o feijão (como o arroz) é uma cultura doméstica e os preços são regidos pelo movimento de oferta e procura, por isso sofrem o chamado efeito gangorra. "Quando o preço está alto, todo mundo planta e ele despenca."
O técnico lembra que, em 2007, a saca chegou a ser vendida por R$ 300 na região. Foi o que bastou para que todo agricultor reservasse um pedaço de terra para essa cultura. "Como o mercado todo é interno, hoje está sobrando feijão."
A abundância do grão refletiu no comércio. Consumidores que há dois anos chegaram a pagar R$ 8 pelo quilo de feijão da melhor qualidade encontravam o produto por R$ 2,70 nos supermercados. A safra paulista do ano passado foi de 169,2 mil hectares, 10 mil hectares a mais que a anterior, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA) da secretaria. A produção, de 5,2 milhões de sacas de 60 quilos, cresceu 12% em relação a 2007.
No sudoeste de São Paulo, que responde por mais de 60% da cultura no Estado, agricultores que plantaram a safra da seca, a primeira do ano, tiveram prejuízos. Chayamiti calculava uma perda, por baixo, de R$ 15 por saca. "O clima não ajudou, houve infestação de pragas e a produtividade ficou muito abaixo da esperada", disse.
De acordo com o agrônomo da secretaria, a cultura sofreu com a seca e foi atacada pela mosca branca. Para complicar, o mercado paulista foi inundado pelo feijão de outras regiões produtoras que tiveram supersafras. "Estamos recebendo de Irecê, no oeste da Bahia, Unaí, em Minas Gerais, e de Cristalina, em Goiás", disse Everaldo Fagundes, corretor da Zona Cerealista de São Paulo.
Fagundes acredita que a intervenção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), garantindo o feijão por R$ 80, por meio da Aquisição do Governo Federal (AGF), ajudou a evitar queda maior de preço. A previsão da Conab, de redução de pelo menos 3% na produção nacional este ano, pode ajudar a recompor o valor do feijão no segundo semestre.
A oscilação nos preços não assusta produtores tradicionais, como Ariolvalo Fellet, da fazenda Lagoa Bonita, em Itaberá (SP). Ele vai plantar 500 hectares este ano e a área toda terá pivôs de irrigação. A cultura irrigada tem custo alto - em torno de R$ 3 mil por hectare -, mas reduz o risco de perda.
O agricultor espera colher 57 sacas por hectare. Fellet transferiu para o feijão a tecnologia usada no cultivo de commodities como a soja, trigo e milho. Acostumado à gangorra dos preços - nos últimos dez anos o preço foi R$ 29 a R$ 280 por saca - ele diz que a cultura é uma boa aposta. "Quem produz bem não fica no prejuízo."
Fonte: José Maria Tomazela, jornal O Estado de São Paulo
Petrobras Biocombustível assina contratos de assistência agrícola para plantio de oleaginosas 15.06.09
A Petrobras Biocombustível assinou no dia 10.06, no município de Morro do Chapéu (BA), cinco contratos de assistência técnica agrícola que atenderão a 28,7 mil agricultores familiares da Bahia e de Sergipe e também contratos de aquisição de grãos com três cooperativas.
Os contratos foram assinados durante o Seminário de Assistência Técnica promovido pela subsidiária da Petrobras, em que estiveram presentes mais de 200 técnicos das entidades que mantêm parceria com a empresa e que vão orientar os agricultores familiares no plantio de mamona e girassol.
Segundo nota divulgada pela Petrobras Biocombustível, foram contratadas cinco entidades para fazer o trabalho de assistência técnica. São elas: a Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), a Cooperativa de Trabalho do Estado da Bahia (Cooteba), a Cooperativa de Produção e Comercialização da Agricultura Familiar do Estado da Bahia (Coopaf), a Cooperativa dos Produtores Rurais da Região de Olindina (Coopero) e a Cooperativa Regional dos Assentados de Reforma Agrária do Sertão de Sergipe (Cooprase).
Já para a aquisição de grãos, a parceria foi firmada também com a Coopaf, a Cooperativa Mista dos Agricultores Familiares (Coomaf) e a Cooperativa de Pequenos Agricultores de Una (Cooperuna).
A prestação de assistência técnica aos agricultores familiares é parte das ações da Petrobras Biocombustível para “estimular e qualificar a cadeia produtiva, ampliando a oferta de grãos para atender à demanda de produção de biodiesel na Usina de Candeias na Bahia e às diretrizes do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel e do Selo Combustível Social.”
Segundo a empresa, também serão fornecidas aos agricultores de 94 toneladas de sementes de mamona e 39 toneladas de sementes de girassol para a safra 2008/2009.
O conjunto de ações de apoio aos agricultores envolve, ainda, o recolhimento e o transporte da safra, o apoio à organização dos pequenos agricultores em cooperativas e a garantia de compra da produção com preços previamente negociados com as entidades representativas, com contratos com duração de cinco anos.
“A compra dos grãos é feita com base no preço de mercado, havendo ainda a garantia de um preço básico, estipulado com base no Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar, acrescido do percentual de 10%”, informou a empresa, na nota.
Fonte: Nielmar de Oliveira, repórter da Agência Brasil
Compras de marcas famosas incentivam destruição da Amazônia, diz Greenpeace 01.06.09
Investigações de três anos do Greenpeace sobre a indústria da pecuária brasileira revelam que marcas de fama mundial como Nike, Adidas, BMW, Gucci, Timberland, Honda, Wal Mart e Carrefour impulsionam, involuntariamente, o desmatamento da Amazônia.
A pecuária brasileira é hoje o maior vetor de desmatamento no mundo e a principal fonte de emissões de gases do efeito-estufa do Brasil. O estudo do Greenpeace revela também que, nessa missão de devastação, a pecuária conta com um sócio inusitado, que tem entre suas atribuições zelar pela conservação da floresta amazônica: o Estado brasileiro.
O incentivo de sucessivos governos brasileiros ao desmatamento da Amazônia ganhou impulso durante a ditadura militar, nas décadas de 60 e 70. Mas até recentemente, a substituição de floresta por pasto era financiada por dinheiro público na forma de subsídios. No governo atual, o Estado, através do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), transformou-se em sócio e investidor direto de frigoríficos que, segundo a investigação do Greenpeace, compram sua matéria prima de fazendas que desmatam ilegalmente, põem seus bois para pastar em áreas protegidas e terras públicas e utilizam mão de obra escrava.
O relatório A Farra do Boi na Amazônia rastreou, pela primeira vez, a ligação da carne, do couro e de outros produtos bovinos de fazendas envolvidas com desmatamento ilegal, invasão de áreas protegidas e trabalho escravo com marcas famosas como Adidas/Reebok, Timberland, Carrefour, Honda, Gucci, IKEA, Kraft, Clarks, Nike, Tesco e Wal-Mart.
“Marcas famosas de tênis, supermercados, automóveis e bolsas de grife devem garantir que seus produtos não estão envolvidos com os crimes praticados pela indústria pecuária brasileira”, disse André Muggiati, coordenador da campanha de pecuária do Greenpeace. “Práticas como essa põem em risco o futuro de uma indústria importante para a economia brasileira. Combatê-las é fundamental não apenas para o meio ambiente, mas também para aumentar a competitividade da pecuária nacional aqui e no exterior”.
A investigação do Greenpeace mostra que o atual governo apoia ativamente a expansão de suas empresas no setor pecuário, que buscam dominar o mercado global de produtos pecuários, em geral, e dobrar a participação brasileira no mercado internacional de carne até 2018. Para auxiliar a expansão do setor, o governo federal está investindo em todos os elos da cadeia de abastecimento – desde a produção nas fazendas até o mercado internacional. Em troca do financiamento público, o governo se tornou acionista de três gigantes da indústria brasileira de pecuária – Bertin, JBS e Marfrig, responsáveis por alimentar a destruição de grandes áreas da Amazônia.
“O governo [atual] está cumprindo a profecia do General Garrastazu Médici, que dizia que a Amazônia seria ocupada pela pata do boi”, disse Paulo Adário, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace. “Ao financiar a destruição, o governo dá um sinal claro de que já fez sua opção pelo velho modelo desenvolvimentista de ocupação da região praticado pelos militares durante a ditadura, ao mesmo tempo em que tenta posar de bom-moço nos fóruns internacionais”.
Entre 2007 e 2009, as cinco maiores empresas da indústria pecuária brasileira, responsáveis por mais de 50% das exportações de carne do país, receberam US$ 2,65 bilhões do BNDES. Os três frigoríficos que receberam a maior parte do investimento público foram o Bertin, um dos maiores comercializadoras de couro do mundo; o JBS, o maior comercializador de carne, com controle de pelo menos 10% da produção global; e o Marfrig, o quarto maior comercializador de carne do planeta.
A expansão da pecuária no Brasil está concentrada na Amazônia. O maior incentivo econômico para esta expansão é a falta de governança. A frágil presença do Estado na região significa, na prática, terra e mão-de-obra baratas. O resultado é que a pecuária ocupa, atualmente, cerca de 80% de todas as áreas desmatadas na Amazônia. O país é o quarto maior emissor mundial de gases do efeito estufa, principalmente por causa da destruição da floresta [sem contar, portanto, a emissão de gases efeito-estufa pelo rebanho bovino].
“A expansão do gado na Amazônia está transformando a região num verdadeiro abatedouro de árvores, dificultando a habilidade do país em cumprir sua meta de reduzir em 72% o desmatamento até 2018”, disse Muggiati.
A publicação do relatório do Greenpeace se dá no momento em que a bancada ruralista está encabeçando uma ofensiva no Congresso Nacional para enfraquecer a legislação florestal brasileira e legalizar o aumento do desmatamento. “Não adianta bancar o líder nas negociações internacionais se, dentro de casa, o governo apóia o pacote de maldades do setor do agronegócio, que ainda opõe desenvolvimento econômico à proteção ambiental. É preciso olhar para frente e usar a atual crise climática como a melhor oportunidade de construir uma economia de baixo carbono para o Brasil”, completou Adario.
Durante as próximas duas semanas está sendo realizada em Bonn (Alemanha) a segunda rodada de negociações internacionais que vão culminar na conferência do clima da ONU, a ser realizada em dezembro, em Copenhague (Dinamarca), quando líderes mundiais devem fixar metas para reduzir drasticamente as emissões globais de gases do efeito estufa.
Fonte: Greenpeace
CEPAL prevê retração de 1% no PIB brasileiro em 2009 01.06.09
A economia da América Latina e do Caribe deve recuar 0,3% em 2009, a primeira retração em seis anos de crescimento. A taxa de desemprego regional aumentará em cerca de 9%. As projeções foram divulgadas no último dia 1º pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo a Cepal, os países mais afetados devem ser México (-2,0%), Brasil (-1,0%), Costa Rica (-0,5%) e Paraguay (-0,5%), enquanto que Panamá, Peru, Cuba y Bolívia manteriam um crescimento igual ou superior a 3%. Já o Equador e o Chile não teriam crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos nesses países, em 2009.
De acordo com a Cepal, os efeitos negativos também devem ser observados no comércio exterior e na redução dos preços das commodities (produtos primários). Haverá redução das exportações, o que afetará principalmente a economias abertas como México, além de redução das remessas internacionais e de ingresso de recursos por meio do turismo, principalmente no Caribe. Também deve haver redução nos fluxos de investimento estrangeiro direto (caracterizado pelo interesse duradouro do investidor na economia).
“Isso se dá em um contexto de crescente incerteza em nível regional e global que afeta as expectativas do setor privado, com conseqüências negativas sobre o investimento e o consumo”, diz nota da Cepal.
Outra expectativa da Cepal é a redução do financiamento internacional. Apesar disso, a Cepal considera que as economias da região têm solidez para enfrentar os impactos financeiros, porque aproveitaram a bonança de anos anteriores para acumular reservas e diminuir o endividamento.
Fonte: Agência Brasil
Soja: após 5 anos, RTRS consegue aprovar seus “Princípios e Critérios de Soja Responsável” 01.06.09
Em Campinas, a Assembléia Geral da RTRS aprovou o documento internacional que estabelece o padrão global de soja responsável.
Produtores de MT discordam e saem da Mesa Redonda (veja mais abaixo)
Campinas (Brasil), 29.05.09 - Durante a terceira Assembléia Geral da RTRS, após cinco anos de sua criação, em 2004, foi aprovado o documento Princípios e Critérios de Soja Responsável, que estabelece a base para desenvolver um padrão para a produção, comércio e transformação de soja responsável. A Assembléia é composta por membros de diferentes países do mundo, reunidos de acordo com o seu papel na indústria de soja: produtores, indústria e sociedade civil, que são representados de forma igual.
Durante os últimos 18 meses, a RTRS e diversos especialistas da indústria trabalharam no desenvolvimento do documento, que também foi apresentado para consulta pública, e que engloba cinco importantes princípios: cumprimento legal e melhores práticas empresariais; condições do trabalho responsável; relações responsáveis com a comunidade; responsabilidade ambiental; e melhores práticas agrícolas.
Este documento inclui o ponto 4.4, também dentro da Declaração de Campinas, que afirma que a "expansão para o cultivo de soja durante o período de teste não pode acontecer em terras desmatadas do habitat nativo após maio de 2009. Nesse caso, existe exceção para os produtores que desejam ou planejam limpar o habitat nativo após a data-limite de maio de 2009. Eles devem apresentar provas científicas a partir de uma abrangente e profissional avaliação de terceiros, que identifique a ausência de: todas as florestas primárias; outras áreas de alto valor de conservação (HCVAs) ; terra da população local . Pagamento por Serviços Ambientais será explorado durante o período de teste , começando após a data-limite de maio de 2009 " .
O consenso, alcançado na última quinta-feira, permite que a RTRS comece a desenvolver cada aplicação nacional e experiências nos países produtores, por um ano. Além disso, o código de conduta também foi igualmente aprovado por unanimidade. Este código é um mecanismo para promover a responsabilidade partilhada em toda a cadeia de soja.
Ainda durante o encontro, foram eleitos os novos membros da Comissão Executiva: presidente , Jeroen Douglas (Solidariedade), da Holanda ; vice-presidentes: Guillermo Terol (DAP), Paraguai, pelos produtores; Carlo Lovatelli (Abiove), Brasil, pela indústria, comércio e finanças; Cassio Moreira Franco (WWF), Brasil, pelas ONGs ; tesoureiro, Christopher Wells (Banco Santander ), Brasil.
O restante da Comissão Executiva é formada por: Guillermo Prone (ACSOJA), Argentina; Alvaro Dilli (SLC Agrícola), Brasil; João Shimada (Grupo André Maggi), Brasil; Ashis Mondal (Ação para Promoção Social), Índia; Jan Nicolai (Nutreco), Holanda, Jan Kees Vis (Unilever), Holanda; Caio Magri (Instituto Ethos), Brasil; Yan Speranza González (Fundación Moisés Bertoni), Paraguai; Antonio Wünsch (Cotrimaio), Brasil.
Fonte: Notícias Agrícolas, com o Observatório
Outro lado: Falta de consenso leva produtores de Mato Grosso a sairem da RTRS
A Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja/MT) não participa mais da Mesa Redonda da Soja Responsável (RTRS, sigla em inglês). A decisão foi tomada na quinta-feira (28.05), após a aprovação, em assembléia, do estabelecimento de áreas de alto valor de conservação sem nenhuma especificação de definições e critérios de preservação ambiental.
“Na terça-feira ficou decidido pelos integrantes da diretoria executiva que emitiríamos uma carta comunicando que ainda não tínhamos chegado a um critério ambiental e que os princípios continuariam sendo discutidos pelo grupo técnico. Depois de se chegar a um consenso, seriam colocados em consulta pública. Nada do que foi combinado pelo grupo foi levado em consideração”, afirma o vice-presidente Oeste da Aprosoja, Ricardo Arioli Silva, que representa a entidade na diretoria da RTRS.
A Aprosoja não concorda que um critério tão importante como o ambiental não passe por uma discussão técnica pelo grupo de desenvolvimento. Aceitar um texto de última hora, imposto pelas ONGs, e sem poder avaliar se realmente haverá ganhos ambientais, seria irresponsável. “A Aprosoja quer contribuir com resultados positivos no que diz respeito à preservação ambiental e da biodiversidade, e não apenas com a imagem da RTRS. Sem a continuidade do diálogo e da cessão das partes, o ritual de discussão foi quebrado e perdemos a confiança em participar do processo de certificação da produção sustentável junto à RTRS”, pondera Arioli.
A Aprosoja decidiu participar da Mesa Redonda porque os produtores associados à entidade estão decididos a melhorar ainda mais a produção sustentável para atingir o equilíbrio necessário entre a preservação ambiental e a biodiversidade. “E vamos continuar em busca desse equilíbrio, mesmo estando fora da RTRS”, frisa Arioli, ao lembrar que em Mato Grosso existem 5 mil sojicultores produzindo 30% da produção nacional e 8% da produção mundial de soja em apenas 6% do território mato-grossense.
Até o momento, a RTRS aprovou apenas restrições ao desenvolvimento da produção agrícola, que é o principal motor da economia de vários países produtores de soja. No Brasil, é o setor agrícola que vem sustentando o superávit das balanças de pagamento e comercial, mesmo após o desencadeamento da crise mundial no segundo semestre de 2008.
A Aprosoja agradece o apoio enquanto participou da mesa-redonda, os convites para palestras e a oportunidade de mostrar que os sojicultores do estado de Mato Grosso têm um compromisso com a produção sustentável. A busca deste compromisso continuará, mas ficou claro que este não é o fórum ideal de discussão, não há nenhum argumento favorável para trazer os produtores para a negociação e nem convencê-los a participar deste processo.
“Precisamos eleger com urgência mecanismos de incentivo, compensação e premiação de forma clara e com data para começar e apresentá-los aos produtores antes dos testes de campo para atraí-los para o processo de certificação da produção sustentável”, avalia o vice-presidente da Aprosoja.
Para tanto, a Aprosoja/MT continuará na busca da certificação e continuará com as portas abertas para o diálogo. A entidade participa da Aliança Internacional dos Produtores de Soja (ISGA, sigla em inglês), do Projeto Soja Mais Verde – que tem como parceiros o governo do Estado e a ONG The Nature Conservancy (TNC) -, do Instituto para o Agronegócio Responsável (Ares) e Instituto Ação Verde.
Fonte: Agronotícias
Justiça flagra 154 operários em trabalho escravo em MG 01.06.09
Uma operação da Polícia Federal, do Ministério Público do Trabalho e do Ministério do Trabalho libertou, no final da semana passada, 154 operários em situação de trabalho escravo numa carvoaria em Várzea da Palma, em Minas Gerais. Eles trabalhavam para a Rotavi, fabricante de ferro ligas e ligas à base de silício. Segundo o auditor do Ministério do Trabalho, Klinger Moreira, a operação foi montada a partir de uma denúncia.
Quando chegaram ao local, os policiais constataram a situação degradante de trabalho. "Eles estavam em dois alojamento em péssimas condições e trabalhavam sem nenhum equipamento de proteção individual", disse Moreira. Eles deveriam usar capacetes, luvas, filtros e roupas que os protegessem contra o calor dos fornos da carvoaria."
Além disso, relatou Moreira, eles não recebiam salário, apenas pequenos adiantamentos, e eram obrigados a comprar alimentos e outros produtos de uso pessoal com ágio de 30% a 50%.
Esta semana o Ministério Público e o Ministério do Trabalho irão concluir o processo de libertação dos trabalhadores, obrigando a empresa a arcar com os custos trabalhistas, para só então definir a multa e os crimes praticados e oferecer a denúncia (acusação formal).
A Rotavi tem sede em São Paulo e está em nome do empresário Sidênio Joaquim Ferreira Costa, que não foi localizado pela reportagem do Estado.
Fonte: Fabiana Cimieri, Agência Estado
TCU condena ex-presidente do Sindicato Rural em Mato Grosso 01.06.09
O Tribunal de Contas da União (TCU) condenou Silval Moreira da Cunha, ex-presidente do Sindicato Rural de Campinápolis, ao pagamento de R$ 73.588,65, valor atualizado, por não prestar contas de recursos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) repassados ao sindicato para a realização de cursos, com o objetivo de apoiar o Programa de Capacitação de Produtores em Agropecuária. As metas previstas no plano de trabalho só foram alcançadas parcialmente.
Cunha também foi multado em R$ 2,8 mil. O TCU autorizou a cobrança judicial das dívidas. Cabe recurso da decisão. Cópia da documentação foi encaminhada à Procuradoria da República no Mato Grosso. O ministro Benjamin Zymler foi o relator do processo.
Fonte: Agronotícias
Prorrogação de dívidas de produtores custará R$ 700 milhões a todos nós 01.06.09
A prorrogação das dívidas dos produtores rurais afetados pela seca na Região Sul e pelas enchentes no Norte e no Nordeste custará aos contribuintes cerca de R$ 700 milhões, informou o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt. Ele explicou que, na reunião desta quinta-feira, o Conselho Monetário Nacional (CMN) "apenas" estendeu à agricultura comercial o benefício concedido à agricultura familiar há duas semanas.
Para os estados do Sul e o Mato Grosso do Sul, será prorrogado para 15 de agosto o prazo para o pagamento das parcelas que venceram entre 1º de janeiro e 28 de maio. Para os municípios do Norte e do Nordeste, as parcelas que venceram entre 1º de abril e 14 de outubro poderão ser pagas até 15 de outubro.
Assim como na renegociação das dívidas dos agricultores familiares, a prorrogação só vale para quem estivesse com as prestações em dia antes de janeiro, no caso dos produtores afetados pela seca, ou antes de abril, para os agricultores atingidos pelas enchentes. O benefício só vale para os municípios que decretaram estado de emergência ou de calamidade pública entre 1º de dezembro do ano passado e 13 de maio deste ano.
O CMN autorizou ainda os produtores a adiar o pagamento das parcelas que vencem de 15 de outubro até o final do ano. Para as operações de custeio da safra 2007/2008 ou de culturas com mais de uma safra anual, o prazo foi estendido em três anos. No caso de empréstimos para investimento ou de linhas de custeio das safras plantadas entre 2003 e 2006, a prorrogação será de um ano.
De acordo com Bittencourt, somente a prorrogação das operações não amparadas por seguros agrícolas, como o Proagro, trará custo para o Tesouro. Para os demais empréstimos, explicou, o impacto do adiamento das parcelas já está previsto no risco do seguro.
Nos municípios do Centro-Sul, as operações de custeio sem seguro no Banco do Brasil com vencimentos previstos neste ano somam R$ 400 milhões, enquanto as operações de investimento totalizam R$ 100 milhões. Nos municípios do Nordeste, os empréstimos para custeio e investimento totalizam R$ 188 milhões. Segundo Bittencourt, o governo ainda não levantou os valores para a Região Norte.
O conselho também aprovou a liberação adicional de R$ 70 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para os municípios de Santa Catarina atingidos pelas chuvas. Os recursos serão usados para a reconstrução de rodovias.
Fonte: Agência Brasil
Embrapa inaugura laboratório de nanotecnologia para o agronegócio 01.06.09
Desenvolvimento de filmes comestíveis, de plástico biodegradável de fonte renovável, entre outras, são algumas das pesquisas que já são desenvolvidas no Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA), que foi inaugurado ontem (28/5), na Embrapa Instrumentação Agropecuária, em São Carlos (SP).
Foram investidos no Laboratório recursos da ordem de R$ 10 milhões, sendo R$ 4 milhões provenientes da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), destinados à aquisição de equipamentos importados e outros fabricados no Brasil especificamente para o LNNA.
O laboratório ocupa uma área de 700 metros quadrados e é uma iniciativa pioneira nesta linha de pesquisa. Após o seu lançamento em abril de 2006, foi criada a Rede de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio no final deste mesmo ano, na qual estão envolvidos 64 pesquisadores de 28 instituições, sendo 19 unidades da Embrapa e 17 centros acadêmicos de excelência no País. A Rede atuará em três linhas de pesquisa: sensores e biossensores para monitoramento de processos e produtos; membranas de separação e embalagens biodegradáveis, bioativas e inteligentes; e, novos usos de produtos agropecuários.
O chefe-geral da Embrapa Instrumentação Agropecuária, Álvaro Macedo da Silva, considera o LNNA um marco na consolidação da infraestrutura de equipamentos avançados e dedicados a Nanotecnologia. "O laboratório colocará o Centro em posição ímpar no País em um tema de destaque como o agronegócio e no qual já vem realizando pesquisa desde 1997, com a aquisição do Microscópio de Força Atômica, avaliado em cerca de US$ 160 mil".
Para o coordenador da Rede e chefe de P&D da unidade da Embrapa, Luiz Henrique Capparelli Mattoso, a nanotecnologia permite não só conhecer a matéria em sua forma estrutural mais elementar, aquela em que os átomos e as moléculas interagem e se organizam, mas também ter acesso à escala de alguns milionésimos de milímetros para entender as leis que governam este mundo invisível, onde a lei gravitacional, por exemplo, não é dominante, e poder usufruir de propriedades excepcionais no mundo macroscópico, visível.
"O agronegócio é uma área onde o Brasil pode ter maior competitividade em nanotecnologia, graças às especificidades da agricultura tropical. A Embrapa tem um grupo de excelência de pesquisadores altamente capacitados para acompanhar e promover avanços do conhecimento neste tema".
No LNNA podem ser desenvolvidas pesquisas para aplicação de novas ferramentas para biotecnologia e nanomanipulação de genes e materiais biológicos; desenvolvimento de catalisadores mais eficientes para produção de biodiesel e utilização de óleos vegetais e outras matérias-primas de origem agrícola para produção de plásticos; tintas e novos produtos, produção de nanopartículas para liberação controlada de nutrientes, pesticidas e drogas; nanopartículas e nanodeposição de filmes bioativos para biofiltros, membranas e embalagens biodegradáveis e/ou comestíveis para alimentos.
Mattoso acredita que os desafios nesta nova área de fronteira do conhecimento estão na capacidade do País reconhecer o potencial desta tecnologia e conseguir, rapidamente, priorizar investimentos significativos em nanotecnologia para o agronegócio, integrando esforços das mais variadas instituições de pesquisa e empresas do setor. "As oportunidades são imensas e altamente promissoras, e espera-se que o Brasil não perca o bonde da inovação em uma área em que o País tem demonstrado vocação, capacidade e competência: o agronegócio".
Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia
União anuncia reforço de R$ 2 bi ao crédito rural da nova safra 01.06.09
O governo federal anunciou nesta quinta-feira (28), um reforço de R$ 2 bilhões para o crédito rural.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) aumentou a exigência de direcionamento dos depósitos da poupança rural para os empréstimos a produtores. A medida, que entra em vigor em 1º de julho, fará com que 68% do saldo das cadernetas sejam destinados ao financiamento rural. Antes, a exigência era de 60%.
A alteração tem como objetivo reforçar o volume de recursos disponível para a safra 2009/10. A poupança rural é operada principalmente pelo Banco do Brasil, mas também por outras instituições públicas, como o Banco da Amazônia e o Banco do Nordeste.
O secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, informou que haverá uma reunião extraordinária do CMN, que deve acontecer entre os dias 10 e 15 de junho, para aprovar medidas relativas ao Plano de Safra (PAP 2009/10).
Segundo ele, o PAP está sendo concluído e o governo está em fase de consolidação das propostas. Durante a semana, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, informou que devem ser destinados R$ 93 bilhões para a agricultura comercial e cerca de R$ 15 bilhões para a agricultura familiar.
O CMN também anunciou que será proibido resgatar antecipadamente depósitos a prazo - os RDB - feitos com a garantia especial de até R$ 20 milhões dada pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). A medida vale apenas para as novas aplicações. As garantias foram instituídas em março passado para ajudar bancos pequenos e médios que não vinham conseguindo captar recursos.
A decisão anunciada ontem visa impedir o "descasamento" entre os depósitos e os empréstimos realizados com esses recursos.
Fonte: Diário de Cuiabá
Fusão de Perdigão e Sadia preocupa órgãos de defesa do consumidor 19.05.09
A fusão das empresas Perdigão e Sadia, concretizada na noite de ontem (18), foi anunciada às 10h30 de hoje, em São Paulo, na entrevista coletiva dos presidentes do Conselho Administrativo da nova empresa, Nildemar Secches e Luiz Fernando Furlan.
Para o assessor técnico do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Marcos Pó, a fusão pode provocar aumento dos preços e queda na qualidade dos produtos, já que diminui a concorrência. “As empresas não se juntam para o bem do consumidor, elas se juntam para ter lucro”, afirmou.
As experiências de fusão anteriores demonstram que o consumidor não costuma ser beneficiado com esse tipo de operação, de acordo com Pó. Para ele, a concorrência é a única maneira de garantir que as empresas forneçam serviços de qualidade e preços razoáveis.
O professor de marketing da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA USP), Marcos Campomar, é “otimista” com os possíveis resultados da união das duas empresas. Segundo ele, a nova companhia terá condições de oferecer produtos de melhor qualidade com preço menor.
A melhoria dos serviços seria consequência da melhor utilização dos equipamentos e da mão de obra das indústrias pertencentes a ambas as marcas. Na avaliação de Campomar, a unificação também permitiria "nivelar por cima" os padrões de qualidade.
O professor não descarta a possibilidade da existência de monopólio, pois a fusão irá combinar a força de penetração no mercado das duas empresas. “O que fará pressão sobre as empresas menores”, alertou Campomar. Nesse cenário, ele acredita que as outras empresas só teriam espaço entre as pessoas de renda mais baixa.
No que diz respeito aos fornecedores, Marcos Campomar prevê uma situação mais complicada. Segundo ele, com a concentração de mercado decorrente da fusão, a nova empresa teria mais poder de negociação e poderia exigir melhores condições de compra. “ Quando um comprador é forte, ele pode forçar o preço que ele quiser”, explicou.
Para o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Wolmir de Souza, a situação dos produtores não deve mudar. “A política deles é igual, não muda nada”, afirmou. Segundo Souza, muitos produtores apenas prestam serviço para as grandes empresas do ramo de alimentos, que são donas dos produtos e dos insumos.
Souza se diz favorável à fusão, por acreditar que a nova empresa terá mais condições de abrir espaço no mercado internacional. “Nós precisamos ser competitivos no exterior”. Ele espera que os novos ganhos, obtidos com as possíveis exportações “sejam distribuídos com os produtores”.
A Perdigão e a Sadia juntas são responsáveis pela absorção de cerca de 35% da produção de suínos de Santa Catarina, estado de origem das empresas.
Fonte: Danilo Macedo, repórter da Agência Brasil
Fusão fortalece nova empresa no mercado internacional 19.05.09
A Brasil Foods, empresa resultante da fusão da Sadia e Perdigão, em operação anunciada hoje (19), foi criada para salvar a Sadia da falência e, também, com objetivo de ser uma companhia com força para abrir as portas do mercado externo. “O projeto é de uma grande empresa, que tivesse musculatura para competir em nível internacional”, disse o presidente da Sadia, e copresidente da Brasil Foods, Luís Fernando Furlan.
A combinação dos mercados, onde já estão presentes as duas companhias originais, permitirá que a nova empresa comece suas atividades atuando em 110 países, com a previsão de exportar cerca de 42% da produção.
Os mercados dos Estados Unidos e da China são os próximos alvos da nova empresa, de acordo com o presidente da Perdigão, e também copresidente da Brasil Foods, Nildemar Sanches. “Nos Estados Unidos, nós vamos fazer um esforço para superar as barreiras protecionistas”, afirmou.
Atualmente, o Oriente Médio é o maior consumidor externo dos produtos tanto da Sadia como da Perdigão. Os países dessa região absorvem as exportações de 26% e 27% das duas empresas, respectivamente. O segundo maior destino é a Europa, com 22% de participação nas vendas externas de ambas companhias.
Em relação à participação das empresas originais na Brasil Foods, ficou acertado um percentual de 32% para os acionistas da Sadia e de 68% para os controladores da Perdigão. O conselho será formado por representantes de ambas companhias e copresidido por Luís Fernando Furlan e Nildemar Sanches. Entre os dois maiores acionistas da Brasil Foods está o fundo de pensão da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) e a família Furlan, com aproximadamente 12% de controle acionário, cada um.
A fusão das duas empresas ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)
Fonte: Danilo Macedo, repórter da Agência Brasil, com o Observatório
Bancada ruralista pede mais crédito do BNDES para o agronegócio 18.05.09
Parlamentares da bancada ruralista criticaram a participação da agropecuária nos empréstimos e financiamentos com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), durante audiência pública das comissões especiais de acompanhamento da crise econômica com o presidente do banco, Luciano Coutinho.
"Nós temos os menores valores [em comparação com outros setores] e somos responsáveis por um terço dos empregos nesse País", disse o deputado Waldemir Moka (PMDB-MS).
O relator da comissão especial de acompanhamento da crise para a área da agricultura, deputado Abelardo Lupion (DEM-PR), afirmou que o setor da pecuária, por falta de opções, já até se acostumou à falta de fontes de financiamento.
Luciano Coutinho reconheceu que o BNDES tem uma atuação mais forte em outros setores do que na agropecuária. Segundo ele, esse ramo de atividade é muito importante e é priorizado pelo Banco do Brasil. "A economia não pode nem pensar em sobreviver sem o agronegócio. É ele que sustenta o superávit da balança comercial brasileira", disse.
Abelardo Lupion pediu ainda uma solução para o frigorífico Independência, que demitiu milhares de trabalhadores e fechou várias unidades. O parlamentar lembrou que a empresa entrou em recuperação judicial pouco depois de receber empréstimo vultoso do BNDES e "deu calote" em pecuaristas de todo o País, que eram seus fornecedores.
Fonte: Agência Brasil
Ruralistas querem R$ 120 bi de crédito público para financiar a safra 2009/10 18.05.09
(da série "Todos querem dinheiro da Viúva")
A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), entregou ontem ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, as proposições da entidade para o Plano Agrícola e Pecuário 2009/2010. O documento, com mais de 40 páginas, conclui que serão necessários R$ 120 bilhões de crédito público para o financiamento da safra.
Na safra 2008/2009, o governo federal disponibilizou R$ 65 bilhões aos produtores rurais que não estão enquadrados na agricultura familiar. O aumento da necessidade de empréstimos governamentais, segundo a senadora, se deve principalmente ao desaparecimento das tradings – empresas que financiavam cerca de um terço da produção pela compra antecipada e fornecimento de insumos – no mercado de crédito.
A senadora pediu mais sensibilidade ao governo para resolver os problemas enfrentados pela agricultura nacional. Segundo ela, o setor está entre dois vendavais: um, do endividamento, causado pelas quebras em safras passadas, e outro provocado pela crise mundial. E ambos enxugaram o crédito destinado aos produtores rurais, disse Kátia Abreu.
Apesar das dimensões do agronegócio brasileiro, que representa cerca de um terço do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) e dos postos de trabalho do país, a senadora disse que, dos R$ 357 bilhões que o governo colocou à disposição para ajudar todos os setores da economia a enfrentar a crise mundial, apenas R$ 17 bilhões foram destinados à agropecuária.
Kátia Abreu ressaltou que a quebra das safras 2003/2004, por problemas climáticos, 2004/2005 e 2005/2006, devido à variação no câmbio e à ferrugem asiática, causou prejuízos que vêm atrapalhando o desenvolvimento do setor. “A perda de R$ 23 bilhões no PIB do agronegócio nas quebras das três safras está empatando a rentabilidade dos R$ 200 bilhões, que é a safra brasileira”, afirmou.
Fonte: Agência Brasil
Ruralistas querem R$ 120 bi de crédito público para safra 2009/10 18.05.09
(da série "Todos querem dinheiro da Viúva")
A presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), entregou ontem ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, as proposições da entidade para o Plano Agrícola e Pecuário 2009/2010. O documento, com mais de 40 páginas, conclui que serão necessários R$ 120 bilhões de crédito público para o financiamento da safra.
Na safra 2008/2009, o governo federal disponibilizou R$ 65 bilhões aos produtores rurais que não estão enquadrados na agricultura familiar. O aumento da necessidade de empréstimos governamentais, segundo a senadora, se deve principalmente ao desaparecimento das tradings – empresas que financiavam cerca de um terço da produção pela compra antecipada e fornecimento de insumos – no mercado de crédito.
A senadora pediu mais sensibilidade ao governo para resolver os problemas enfrentados pela agricultura nacional. Segundo ela, o setor está entre dois vendavais: um, do endividamento, causado pelas quebras em safras passadas, e outro provocado pela crise mundial. E ambos enxugaram o crédito destinado aos produtores rurais, disse Kátia Abreu.
Apesar das dimensões do agronegócio brasileiro, que representa cerca de um terço do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) e dos postos de trabalho do país, a senadora disse que, dos R$ 357 bilhões que o governo colocou à disposição para ajudar todos os setores da economia a enfrentar a crise mundial, apenas R$ 17 bilhões foram destinados à agropecuária.
Kátia Abreu ressaltou que a quebra das safras 2003/2004, por problemas climáticos, 2004/2005 e 2005/2006, devido à variação no câmbio e à ferrugem asiática, causou prejuízos que vêm atrapalhando o desenvolvimento do setor. “A perda de R$ 23 bilhões no PIB do agronegócio nas quebras das três safras está empatando a rentabilidade dos R$ 200 bilhões, que é a safra brasileira”, afirmou.
Fonte: Agência Brasil
Bancada ruralista pede mais crédito do BNDES para o agronegócio
Parlamentares da bancada ruralista criticaram a participação da agropecuária nos empréstimos e financiamentos com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), durante audiência pública das comissões especiais de acompanhamento da crise econômica com o presidente do banco, Luciano Coutinho.
"Nós temos os menores valores [em comparação com outros setores] e somos responsáveis por um terço dos empregos nesse País", disse o deputado Waldemir Moka (PMDB-MS).
O relator da comissão especial de acompanhamento da crise para a área da agricultura, deputado Abelardo Lupion (DEM-PR), afirmou que o setor da pecuária, por falta de opções, já até se acostumou à falta de fontes de financiamento.
Luciano Coutinho reconheceu que o BNDES tem uma atuação mais forte em outros setores do que na agropecuária. Segundo ele, esse ramo de atividade é muito importante e é priorizado pelo Banco do Brasil. "A economia não pode nem pensar em sobreviver sem o agronegócio. É ele que sustenta o superávit da balança comercial brasileira", disse.
Abelardo Lupion pediu ainda uma solução para o frigorífico Independência, que demitiu milhares de trabalhadores e fechou várias unidades. O parlamentar lembrou que a empresa entrou em recuperação judicial pouco depois de receber empréstimo vultoso do BNDES e "deu calote" em pecuaristas de todo o País, que eram seus fornecedores.
Fonte: Agência Brasil
Agricultura entre os setores que mais empregaram em abril, mas soja desemprega 18.05.09
Os setores de serviços, agricultura e construção civil foram os que mais contribuíram para o saldo positivo de 106,2 mil mil novas vagas com carteira assinada criadas no mercado de trabalho.
O número foi registrado em abril pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. O estudo foi divulgado hoje (18) pelo ministro, Carlos Lupi.
Na agricultura, os 22.684 postos de trabalho criados deram continuidade à recuperação iniciada em fevereiro. Mas o desempenho ainda é menor do que o registrado em 2008, que foi de 38.627 postos. "A agricultura está voltando a ficar forte e a tendência é de que cresça mais, até em função da sazonalidade", disse o ministro.
Entre os desempenhos positivos apontados pelo Caged foi dado destaque para o cultivo de cana-de-açúcar, com saldo de 26.831 postos, e café, com 7.120. O destaque negativo ficou com o cultivo de frutas cítricas (-4.226) e soja (-3.001).
No setor serviços, foram criados 59.279 novos postos de trabalho. O desempenho positivo foi registrado em cinco dos seis ramos que integram o setor: alojamento, alimentação e reparação (15.249 novos postos); comércio e administração de imóveis (12.424 novos postos); transportes e comunicações (12.381 postos); ensino (10.056); médicos e odontológicos (9.606). O segmento das instituições financeiras foi o único do setor a apresentar saldo negativo, com diminuição de 437 postos de trabalho.
A construção civil gerou 13.338 postos e apresentou o quarto mês consecutivo de crescimento. É o segundo melhor desempenho registrado pelo setor em 2009, superado apenas pelo desempenho de março, quando 16.123 postos foram criados. "As vagas de empregos geradas pela construção civil deverão crescer mais a partir de maio, em consequência dos investimentos no setor e do plano habitacional do governo", disse Lupi.
Fonte: Pedro Peduzzi, repórter da Agência Brasil
Petrobras quer estar entre 5 maiores empresas de etanol 18.05.09
A Petrobras pretende ser um participante global na área de biocombustíveis, na qual investirá US$ 3,3 bilhões entre 2009 e 2013, disse hoje o diretor da Petrobras Biocombustíveis, Ricardo Castello Branco. Ele explicou que 80% desses investimentos estarão voltados para o álcool combustível (etanol).
Castello Branco afirmou que a Petrobras se prepara para "um mundo sem petróleo" e o objetivo da empresa é figurar entre os cinco maiores produtores de biocombustíveis do mundo até o fim de 2020. Ele adiantou que a Petrobras está "em discussões" para a produção de biodiesel na África e lembrou que a empresa já tem negócios em desenvolvimento, na área de etanol, em alguns países da América Latina. "A estratégia da Petrobras é ser um player global, participando de forma relevante no mercado mundial de biodiesel e etanol", disse o executivo, durante seminário internacional de energia realizado nesta segunda-feira no Rio.
Segundo ele, o etanol no Brasil tem preço competitivo em relação ao barril equivalente de petróleo cotado em torno de US$ 40, mas no caso do biodiesel "a sociedade vai ter de pagar mais caro se quiser essa alternativa e o Brasil está disposto a isso". Ainda de acordo com Castello Branco, alguns pontos-chave para a Petrobras, no que diz respeito aos biocombustíveis, são o desenvolvimento da agricultura familiar de forma sustentável e com retorno econômico e evitar a competição com a produção de alimentos.
Fonte: Jacqueline Farid, Agência Estado
Frigorífico Independência retoma abate em unidade de RO 18.05.09
Ribeirão Preto, SP - O Frigorífico Independência informou hoje, por meio de comunicado ao mercado, a retomada das atividades de abate na unidade de Rolim de Moura (RO), fechada desde 25 de março de 2009, após o pedido de recuperação judicial. A reabertura da planta, que abaterá inicialmente 500 cabeças de gado por dia, já estava prevista para ocorrer na próxima sexta-feira (dia 22), mas o processo foi antecipado após uma reunião, na última sexta-feira (dia 15), da diretoria da empresa com um grupo de pecuaristas.
"A reabertura da unidade foi possível mediante o apoio oficial de uma comissão formada por pecuaristas da região dado à companhia, após o Independência reafirmar seu compromisso com a cadeia da carne e a intenção de quitar seus débitos junto aos pecuaristas, demais fornecedores e demais credores, da melhor forma possível. Este apoio demonstra um voto de confiança dos pecuaristas da região no trabalho e respeito ao fornecedor que vem sendo demonstrado pelo Independência desde 2006", informa o comunicado.
Além de Rolim de Moura, o Independência já reabriu a unidade de Janaúba (MG), entre as 14 unidades fechadas pela companhia, que tem dívida superior a R$ 3 bilhões e enfrenta um processo de recuperação judicial, deferido na última semana pela Justiça de Cajamar (SP). O Independência previa ainda retomar as atividades em Nova Andradina (MT), no dia 30 de abril, o que, no entanto, não ocorreu.
A companhia espera também que no fim de maio haja uma decisão final sobre o futuro das plantas das cidades mato-grossenses de Ponte, Lacerda, Juína e Colíder. De acordo com o cronograma da empresa, o Independência espera apresentar um plano de recuperação judicial entre o fim de deste mês e o início de julho e que uma assembleia de credores para a aprovação da proposta ocorra entre meados de agosto e o início de outubro.
Fonte: Gustavo Porto, Agência Estado
PI: Cerca de 46 mil toneladas de soja deixam de ser colhidas 18.05.09
A Emater, em conjunto com a Comissão Municipal de Defesa Civil, de Santa Filomenna, reconhece haver perdas consideráveis para a agricultura no município.
Segundo informações colhidas junto aos próprios empresários rurais, os prejuízos chega próximo a um terço da safra. Apesar de toda a tecnologia empregada nos Cerrados, o excesso de umidade impede a colheita mecanizada, fazendo com que milhares de hectares de soja estejam se estragando. Por conta disso, cerca de 46 mil toneladas de grãos deixarão de ser colhidas.
Os produtores estão enfrentando problemas com mofo e ferrugem, pois o mês de maio está apresentando grande volume de chuvas, fato que não acontecia há três décadas.
A previsão inicial era que 154 mil toneladas de grãos seriam colhidas somente na região de Santa Filomena. Porém, em decorrência da anomalia climática, a previsão de perdas é da ordem de 46.200 toneladas, quase um terço da produção regional mas apenas 4,62% da produção agrícola do Piauí.
Mas os transtornos dos sojeiros não param por aí. Grande parte da soja já colhida está sendo recusada pelas tradings – empresas que financiam os agricultores com a compra antecipada da produção e fornecimento de insumos – devido à perda na qualidade do produto, causada exclusivamente pelo prolongamento do período de chuvas.
Em síntese, aproximadamente 30% da safra ainda se acham no campo, e essa invernada atípica está impedindo a conclusão da colheita de grãos. Como o quadro é praticamente irreversível, significa dizer que algo em torno de 12 mil hectares da área plantada não será sequer colhida.
Prejuízos também na agricultura familiar
O alto volume de chuvasl ocorrido nos últimos sete meses, especialmente entre fevereiro e maio, culminando inclusive com inundações nos vales do Riozinho e Taquara, também ocasionou danos à agricultura de subsistência no município de Santa Filomena.
Com base nos índices pluviométricos e na comprovação ‘in loco’, através da visitação em regiões de várzeas, a Emater constatou a ocorrência de perdas significativas em praticamente todas as culturas anuais, além da mandioca. Assim, o órgão governamental de assistência técnica estimou os seguintes percentuais de perdas: arroz – 34%; feijão – 75%; milho – 32%; e mandioca – 56%.
Por outro lado e, devido ao alto índice de perdas na cultura do feijão, a Emater sugere ao governo o envio de sementes da leguminosa, visando o aproveitamento das áreas alagadas durante as enchentes. Propõe, ainda, a destinação de cestas básicas, bem como ajuda financeira destinada ao preparo das áreas, tendo em vista a notória descapitalização desses agricultores familiares.
Fonte: TV Canal13, com o Observatório
Exportação de carne é principal ponto da agenda do Presidente brasileiro na China 18.05.09
Pequim, 18 - A abertura do mercado chinês para carnes brasileiras é o principal ponto da agenda comercial que será discutida na visita do presidente Luiz Inácio da Silva a Pequim, e o embaixador do Brasil na China, Clodoaldo Hugueney, acredita que serão anunciados avanços nessa área. "Acho possível termos resultados positivos em relação às três carnes - de frango, suína e de boi. Não sei se liberalização total de todas elas, mas avanços significativos", avaliou Hugueney. Na sexta-feira, o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Célio Porto, teve mais uma rodada de negociação com autoridades chinesas antes da visita presidencial. As negociações foram retomadas ontem e os sinais eram de que caminhavam de maneira satisfatória.
Em tese, os embarques de carne de frango estão liberados e o governo chinês já habilitou 22 unidades brasileiras para exportação. Mas as autorizações de compra não estão saindo. A carne de boi teve a importação suspensa depois de surtos de febre aftosa. Em abril, autoridades chinesas disseram a Porto que não havia mais problemas na importação do produto de regiões livres da doença. Mas, na prática, ela não está ocorrendo ou avança lentamente. A negociação para vender carne de porco é a mais atrasada e também a que pode trazer mais volume de comércio. A China é o maior consumidor mundial do produto, com cerca de 40% do mercado global.
Fonte: Cláudia Trevisan, Agência Estado
Agronegócio quer eleger seus membros para o Congresso argentino 18.05.09
Buenos Aires - O agronegócio argentino está decidido a ter seus próprios membros como representantes no Congresso Nacional. Pela primeira vez, os líderes do setor fazem campanha para tentar formar um bloco ruralista a partir das eleições de 28 de junho, quando serão renovadas metade das vagas da Câmara (127 de 257) e um terço do Senado (24 de 72). A disputa pelo parlamento é mais uma etapa da briga do setor com a presidente Cristina Kirchner, que se recusa a rever os altos impostos e as restrições às exportações de produtos agropecuários.
Os principais líderes do setor, que levaram os produtores de todo o país às rodovias durante o locaute histórico realizado no ano passado, não irão disputar as eleições. Da lista de candidatos constam os vice-presidentes das entidades de representação nacional e algumas lideranças do interior. Ulises Forte, segundo vice-presidente da Federação Agrária Argentina (FAA), é um dos poucos que ganhou notoriedade durante a mobilização do ano passado.
"É um momento propício para cumprir as reivindicações (de produtores) feitas nas assembleias, que reclamam por não termos representação política", justificou Forte, que é candidato a deputado na província de La Pampa. O primeiro vice-presidente da FAA, Pablo Orsolini, também candidato a deputado em Chaco, afirma que "há muito tempo a entidade discute a importância de participar da política partidária, para conseguir realizar mudanças".
Candidato por Formosa, o segundo vice-presidente de Confederações Rurais Argentinas (CRA), Ricardo Buryaile, explica que os produtores tentam, sem sucesso, mudar as regras impostas pelo governo para o setor há mais de um ano. "Se queremos mudar algo, temos que fazê-lo estando dentro do Legislativo", argumenta Buryaile. Os candidatos fazem parte da aliança de centro-esquerda formada pela Unión Cívica Radical (UCR), Coalición Cívica e Partido Socialista, denominada Acuerdo Cívico y Social (ACYS).
Havia expectativa sobre a candidatura de líderes como Alfredo De Angeli, o presidente da FAA de Entre Ríos e mais popular no país; de Luciano Miguens, ex-presidente da Sociedade Rural; Eduardo Buzzi, presidente da FAA; ou ainda de Mario Llambias, presidente da CRA. Mas nenhum deles se apresentou. "Foi uma decisão baseada na necessidade de fortalecer o Comitê de Negociação", explicou Forte.
O Comitê de Negociação conta com a participação dos presidentes e vice-presidentes das quatro principais entidades rurais e foi criado durante os protestos de 2008 para organizar a mobilização dos produtores e negociar com o governo. Entre os outros cinco candidatos estão duas mulheres: Laura Fernández Cagnone, produtora de Chivilcoy; e Hilma Ré, delegada da Sociedade Rural pela província de Entré Ríos.
Outros quatro candidatos se destacam: Jorge Solmi, integrante da mesa diretora da FAA é candidato a vereador pelo município de Pergamino, na província de Buenos Aires. Jorge Srodek, diretor da CARBAP (Confederações Rurais de Buenos Aires e La Pampa), é o único que já foi candidato em 2007, para deputado federal. Sem êxito, agora se postula a uma vaga de deputado provincial por Unión-Pro aliança de centro-direita entre a corrente dentro do governista Partido Justicialista (PJ), denominado PJ dissidente, e Proposta Republicana (PRO). O ex-presidente da Sociedade Rural, Lucio Aspiazú, também é candidato, mas por ACYS, em Corrientes.
Fonte: Marina Guimarães, Agência Estado
Canavieiros nordestinos receberão subvenção do governo 05.05.09
Da série "Todos querem dinheiro da Viúva"
Os produtores de cana-de-açúcar do Nordeste já podem, desde hoje (5), solicitar às superintendências regionais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) o pagamento de subvenção da colheita da safra 2008/09. O benefício, de até R$ 5 por tonelada vendida à indústria, limitado a R$ 50 mil por agricultor, será dado quando o preço líquido mensal pago pela tonelada do produto for inferior a R$ 40,92.
A subvenção será concedida para a colheita comercializada entre agosto de 2008 e o final de junho deste ano. Pegando como exemplo o preço médio da cana em novembro do ano passado, que era de R$ 36,07, cada canavieiro terá direito a receber R$ 4,85 por tonelada comercializada naquele mês.
Para ter acesso ao dinheiro, o produtor deve entregar os documentos que comprovem os valores das vendas até 30 de junho. Depois de conferir a documentação, a Conab tem 30 dias para fazer o pagamento ao canavieiro.
“O governo está preparado para atender todos os produtores que procurarem as regionais da Conab e que cumpram as condições definidas no regulamento”, explicou, em nota, o superintendente de Operações Comerciais da estatal, João Paulo de Moraes.
Segundo a Conab, o Nordeste foi a região mais afetada com a queda nos preços do álcool e do açúcar, na medida em que tem o menor índice de produtividade do país. Essa característica acaba aumentando os cursos de produção. Enquanto os produtores das regiões Sul e Sudeste conseguem uma produtividade entre 70 e 80 toneladas de cana-de-açúcar por hectare, no Nordeste esse índice cai para 56 toneladas por hectare, em média.
Na safra 2008/09 os agricultores nordestinos produziram 74,29 milhões de toneladas de cana em 1,31 milhão de hectares. Apenas dois dos nove estados nordestinos, Alagoas e Pernambuco, produzem 66% do total, com 28,9 e 20,3 milhões de toneladas, respectivamente.
Fonte: Danilo Macedo, repórter da Agência Brasil
Comentário do editor: a R$5 por tonelada, a Viúva pode chegar a desembolsar, do nosso dinheiro, mais de R$370 milhões, com o perigo de surgir a "cana-papel"...
Acordo para acabar com “gatos” no corte da cana 05.05.09
Usineiros, trabalhadores e governo anunciaram que vão fechar um acordo para o fim da terceirização no corte da cana-de-açúcar. O acordo é um dos principais pontos do protocolo Compromisso Nacional, que será oficializado no fim deste mês, em São Paulo.
Pelo acordo, as usinas passarão a contratar os cortadores diretamente por meio do Sistema Nacional de Emprego (Sine) ou pelo departamento de recursos humanos de cada empresa. O objetivo da medida é acabar com a figura do atravessador, o chamado gato, que ganha com a contratação.
“Prometemos que não haveria nenhum ganho de terceiros em relação ao trabalho dos cortadores de cana. Nenhuma forma de pagamento para transporte, para quem comanda a turma, para quem está fiscalizando. O salário irá integralmente para o trabalhador”, disse o presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank. A entidade é responsável por 60% da produção de cana do país.
A adesão ao acordo é voluntária. As usinas que aderirem receberão uma espécie de certificado por boas práticas e a contratação direta começará a valer de imediato. Não está previsto incentivo fiscal ou outro tipo de benefício, mas usineiros e trabalhadores acreditam que o fim da terceirização melhorará a imagem do setor. “As empresas vão ganhar mais prestígio na sociedade e melhor condição de enfrentar o mercado internacional, além de mais eficiência”, afirmou o presidente da Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (Feraesp), Hélio Neves.
Os usineiros e o governo também implantarão programas de alfabetização e requalificação profissional para os desempregados. O setor tem hoje 500 mil trabalhadores. O ministro Luiz Dulci, secretário-geral da Presidência da República, não antecipou o custo para os cofres públicos, porém afirmou que existe recurso no orçamento dos ministérios para a parceria.
Foi acertada ainda a criação de um grupo, formado por representantes dos cortadores, empresários e governo, para implementar o protocolo e o cumprimento dele.
O protocolo é resultado da Mesa de Diálogo para Aperfeiçoar as Condições de Trabalho na Cana-de-Açúcar, instalada em julho de 2008 e coordenada pela Secretaria-Geral da Presidência da República.
Fonte: Carolina Pimentel, repórter da Agência Brasil
China supera EUA como maior parceiro do Brasil 05.05.09
A China passou a ser maior parceiro comercial do Brasil em abril, ocupando o lugar dos Estados Unidos (EUA). A corrente de comércio com o país asiático atingiu US$ 3,2 bilhões em abril, enquanto que com os Estados Unidos a cifra foi de US$ 2,8 bilhões.
Porém, segundo o Secretário de Comércio Exterior, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Welber Barral, há necessidade de diversificar e agregar valor às vendas de produtos para a China.
Por conta da crise, o Brasil reverteu o superávit que tinha com os Estados Unidos e o déficit com a China, na balança comercial. As exportações para a China somaram US$ 5,627 bilhões entre janeiro e abril, sendo que as importações chinesas para o Brasil foram de US$ 4,616 bilhões no mesmo período, gerando superávit de US$ 1 bilhão para os brasileiros.
Enquanto isso, as vendas externas para os Estados Unidos atingiram US$ 4,925 bilhões, ao passo que o Brasil importou US$ 6,841 bilhões, no mesmo período. Isso gerou déficit de US$ 1,9 bilhão para os brasileiros.
Apesar de o crescimento do comércio com a China ser importante para o Brasil, a perda de espaço como os americanos é negativa porque são eles que, tradicionalmente, são os principais compradores de produtos manufaturados brasileiros, enquanto a China concentrada suas compras em produtos básicos, o que preocupa o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
Por essa razão, o presidente Luiz Inácio da Silva viajará para o país asiático, no dia 18 deste mês, na tentativa de agregar valor a pauta de exportação brasileira.
"Essa é uma mudança histórica, em primeiro lugar, e, ao mesmo tempo, é uma fonte de preocupação, porque não queremos só aumentar as exportações para China, mas também diversificar e agregar valor a essas exportações", disse.
"Os cálculos dos organismos internacionais são que os países asiáticos terão uma recuperação mais rápida do que o resto do mundo. Provavelmente, a Ásia será um novo centro dinâmico da economia internacional e é necessário que o Brasil tenha uma presença mais importante ali (China)", declarou.
Porém, a tendência é de que o Brasil volte a recuperar o espaço perdido com Estados Unidos em 2010, quando a crise começar a dissipar, avaliou Barral.
Apesar de crescentes, as exportações nacionais para China representam pouco nas compras do gigante asiático. Segundo Barral, as exportações anuais brasileiras para a China são de US$ 15 bilhões, o que representa menos de 1% do total de US$ 1,3 trilhão anuais.
Barral disse que o Brasil se tornou grande fornecedor de produtos para China por conta dos produtos básicos "competitivos", beneficiados pelo real depreciado sobre o dólar. Além disso, a demanda pelos produtos industrializados caiu de forma acentuada.
No primeiro quadrimestre, os produtos básicos subiram 8,7%, para US$ 17,243 bilhões, ante US$ 16,059 bilhões em igual etapa de 2008. Já os produtos semimanufaturados despencaram 21,5%, para US$ 5,741 bilhões. Na mesma tendência, os manufaturados caíram 28,7% para US$ 19,595 bilhões.
Com isso, a participação dos produtos básicos atingiram 39,6% das exportações totais no quadrimestre, um dos maiores da história.
Fonte: Viviane Monteiro, Gazeta Mercantil
Estudo prevê que Brasil perderá participação em exportações mundiais até 2030 05.05.09
O Brasil deve perder participação nas exportações mundiais entre 2007 e 2030. A previsão consta do estudo Brasil Sustentável: Horizontes da Competitividade Industrial, realizado pela Ernst & Young e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) Projetos.
Divulgado hoje (5) em São Paulo, o estudo mostra que as exportações mundiais crescerão 3,7% ao ano e as exportações brasileiras, 1,8% ao ano, chegando aos US$ 182,67 bilhões.
De acordo com o estudo, o baixo desempenho projetado para o país é consequência do aumento insuficiente de competitividade, causado pelo custo crescente da energia, pelos gargalos da infraestrutura, pela estrutura tributária que encarece o preço final dos bens e da mão de obra e os investimentos insuficientes em pesquisa e desenvolvimento.
“O Brasil nunca teve liderança tecnológica. Tem hoje liderança tecnológica em algumas áreas da biotecnologia que são importantes, mas o grande capital internacional que lidera esses movimentos tecnológicos dissemina esse movimento tecnológico dentro de suas multinacionais”, afirmou o coordenador do Núcleo de Economia da FGV Projetos, Fernando Garcia.
Segundo o estudo, mesmo com um cenário que conte com avanços, o desempenho do país no mercado mundial de bens manufaturados será modesto, chegando a 2,7%.
A pesquisa mostra ainda que o comércio internacional de mercadorias está aumentando em ritmo maior do que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. O total de mercadorias comercializadas cresceu 5,3% entre 1990 e 2007 e o de manufaturas, 5%. Já o PIB mundial cresceu 3,7%. “O crescimento é comandado pelos países em desenvolvimento. O comércio cresce mais do que a economia mundial porque é dinâmico”, disse Garcia.
Segundo Garcia, o Brasil dependerá, no período estimado no estudo, da exportação de bens primários e precisa melhorar a exportação de produtos com valor agregado. “Isso não depende só de nós, mas do que os outros países querem. Nossas limitações também são desenhadas pela estratégia dos outros.”
O estudo indicou que, embora as exportações de aço, de máquinas e equipamentos de escritório e de telecomunicações tenham peso menor no comércio exterior brasileiro, o crescimento anual dessa pauta, no país, será satisfatório.
Segundo Garcia, o ponto favorável para a produção industrial e a expansão de negócios é a escala de produção do Brasil, que acaba atraindo o investimento estrangeiro. Ele disse que, nos próximos 22 anos, o crescimento da indústria brasileira será voltado mais para o mercado doméstico do que para as exportações. Calcula-se que a indústria crescer 4% nesse período.
“O Brasil tornou-se, na América do Sul e no Hemisfério Sul, um polo disseminador de produtos que têm um mercado doméstico grande e crescente. A dinâmica do consumo das famílias e a aquisição de bens vão ser mais importantes para o crescimento do que o setor exportador”, concluiu o coordenador da FGV Projetos.
Fonte: Flávia Albuquerque, repórter da Agência Brasil
Suzano quer desmatar 6.000 hectares no Piaui para plantar eucalipto 05.05.09
Trabalhadores rurais no municipio de Santa Quitéria, Baixo Parnaíba maranhense, comunidades agroextrativistas montam barricadas para impedir a entrada do maquinário pesado da Suzano Papel e Celulose que pretende desmatar mais de seis mil hectares de florestas de bacurizeiros e pequeizeiros para plantar eucalipto na bacia do rio Preguiças, área de proteção ambiental. As comunidades consideram essa área terra devoluta e pretendem resistir a qualquer entrada do agronegócio na região.
Nas audiências públicas do empreendimento da empresa Margusa, em 2007, para quem a Suzano arrendava as terras, na época, foram cobradas informações do Estado maranhense sobre essa terra que a Suzano se arvora a posse. O orgão fundiário realizou vistorias nas áreas, mas nada foi divulgado. As comunidades querem essa terra para continuarem colhendo seus frutos e plantando suas culturas. É bem possível se a Suzano continuar avançando haver conflito armado entre as comunidades e os funcionários da empresa.
Fonte: Mayron Régis, Fórum Carajás
Agricultores familiares pedem medidas emergenciais para atingidos pela seca no Sul 05.05.09
Representantes dos agricultores familiares e dos ministérios do Desenvolvimento Agrário, da Agricultura e da Secretaria-Geral da Presidência da República reúnem-se amanhã (6) para discutir um plano de socorro aos agricultores familiares atingidos pela seca no sul do país. A informação foi dada pelo coordenador-geral da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf-Sul), Altemir Tortelli.
Os trabalhadores encontraram-se hoje (5) com os ministros Guilherme Cassel, do Desenvolvimento Agrário, e Luiz Dulci, secretário-geral da Presidência, para pedir medidas emergenciais. Eles defendem a prorrogação por 90 dias dos contratos de financiamento com vencimento neste mês e o pagamento de um salário mínimo por seis meses às famílias afetadas, cerca de 250 mil.
“Temos municípios onde as vacas estão morrendo por falta água e de comida. O agricultor não terá condições de pagar o financiamento, a não ser que se desfaça de terra, do maquinário e dos animais”, disse Tortelli. Ele espera que a ajuda esteja definida até a próxima quarta-feira (13).
Segundo a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, 162 municípios decretaram situação de emergência por causa da estiagem.
Os agricultores entregaram aos ministros Dulci e Cassel também a pauta de reivindicação da 5ª Jornada Nacional de Lutas.
Fonte: Carolina Pimentel, repórter da Agência Brasil
Produtividade da soja ´encolhe´ no ciclo 2008/09 em MT 05.05.09
O uso reduzido de fertilizantes, aliado às irregularidades climáticas em algumas regiões produtoras contribuíram para o ‘encolhimento’ da média.
A produtividade da safra de soja 2008/09 em Mato Grosso foi menor se comparada ao ciclo anterior. Quem descreve é o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), vinculado à Federação da Agricultura do Estado. O Imea apurou que a média estadual foi de 3.041 quilos por hectare, ou seja, 50,68 sacas. Na safra passada os produtores haviam atingido a marca dos 3.148 quilos.
O uso reduzido de fertilizantes, aliado às irregularidades climáticas em algumas regiões produtoras contribuíram para o ‘encolhimento’ da média. O destaque individual ficou com Sorriso, que manteve a liderança na produtividade colhendo 53 sacas por hectare. Ainda assim, houve queda pois em 2007/08 foram verificadas 55,5 sacas/ha. Conforme o Imea, no ano passado o município também obteve o melhor rendimento médio do Estado.
No quesito preços, no Médio-Norte, a oleaginosa reportava cifras de R$39,50 em Nova Mutum, na terça-feira passada, configurando poucos volumes. Já em Lucas do Rio Verde, na quarta-feira, a saca era negociada a R$39,10, encerrando a semana em R$40,10. Em Sorriso a soja chegou a ser trabalhada em até R$39,70 durante a semana.
No Oeste, poucos negócios no spot. Em Sapezal, segunda-feira (27), a soja foi cotada a R$38, chegando a R$38,50 a saca. Em Campo Novo do Parecis o grão foi negociado de R$38 a R$39. No Sudeste, os produtores de Primavera do Leste mostraram-se animados em comercializar a oleaginosa com preços entre R$41,30 e R$42,20 a saca. Em Alto Araguaia, na quarta-feira, o reporte era de R$41,50.
Em Canarana, região Nordeste, na última segunda-feira de abril, o preço praticado na saca foi de R$39,50, sendo que na quinta-feira a saca foi negociada a R$40, não sendo reportados negócios expressivos. Em Diamantino, no Centro-Sul, na quinta-feira, a saca de soja foi comercializada por R$39,20. Já em Tangará da Serra, na segunda-feira, os preços foram cotados por R$37,90, sendo trabalhados na quinta com saca valendo R$40.
Fonte: Leandro J. Nascimento, Só Notícias
Seminário debate alternativas para agricultores de tabaco no Brasil 05.05.09
Curitiba - A expectativa que o consumo de fumo caia em todo o mundo nos próximos anos e que o Brasil, maior exportador mundial, encontre dificuldades para escoar a produção é um dos assuntos em debate no seminário Diversificação na Agricultura Familiar. O encontro reúne até amanhã (6) agricultores familiares dos três estados da Região Sul, em Curitiba.
Segundo o Secretário Nacional da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Adoniram Sanches Peraci, existem no país mais de 200 mil famílias que vivem dessa atividade. Estima-se que existam cerca de 160 mil famílias fumicultoras só na Região Sul, distribuídas em 700 municípios.
De acordo com o secretário, o que precisa ser enfatizado é que não é proibido produzir tabaco e que não há nenhum constrangimento legal para exportar, mas que o Brasil é um dos 146 países signatários da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que faz a adoção gradativa de restrições ao fumo. Com esse cenário, irreversível, a preocupação agora é conscientizar os produtores, a maioria de agricultores familiares, sobre a necessidade de buscar a reconversão para outras lavouras. “Desde 1985, o consumo de tabaco entre a população adulta brasileira caiu de 35% para 14%.”
Peraci ressalta que seminários como esse abrem o processo de discussão, pois o que o governo pretende é buscar alternativas ao tabaco de forma gradativa. A Secretaria da Agricultura Familiar, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, por meio do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural coordena, desde 2005, o Programa de Diversificação em Áreas Cultivadas com Tabaco. Além disso, o agricultor está sendo esclarecido também neste encontro sobre o direito de acessar linhas de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
“Estamos com 56 projetos inscritos, de biodiesel, sistemas florestais, pecuária de leite, entre outros. A diversificação, combinada com as políticas públicas dos governos federal e estadual pode ser até mais vantajosa que plantar fumo”, afirmou Sanches.
O Paraná é o terceiro maior produtor de fumo do país, com cerca de 35 mil agricultores na atividade, o que justifica, segundo o secretário de Agricultura e Abastecimento,Valter Bianchini, a preocupação do estado em buscar alternativas de diversificação nas lavouras. Bianchini enfatiza que a produção de fumo é de alto risco à saúde, não só para a do produtor, mas também do consumidor.
“Estamos mostrando nesse seminário as experiências já colocadas em prática com as alternativas para o setor, seja na fruticultura, pecuária de leite, avicultura, entre outros, que podem dar maior e melhor sustentabilidade ao agricultor.”
Fonte: Lúcia Norcio, repórter da Agência Brasil
100 mil empregos foram abatidos no setor de frigoríficos 20.04.09
Os 21 maiores frigoríficos do País - entre eles os sete que já pediram recuperação judicial - já demitiram 52 mil trabalhadores em consequência da crise, segundo a Associação Brasileira dos Exportadores de Carne (Abiec). Se incluídos os 15 mil funcionários dispensados pelas empresas filiadas à Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) e as demissões nas empresas ligadas ao setor, o número de empregos perdidos pode chegar a 100 mil, na avaliação das duas entidades.
Embora as exportações de carne bovina tenham reagido no mês passado, o volume exportado nos três primeiros meses deste ano ainda é 20% menor que o do mesmo período de 2008. Os abates caíram na mesma proporção. No ano passado, os 750 frigoríficos com inspeção federal abateram 38,5 milhões de bovinos. Para o presidente da Abrafrigo, Péricles Salazar, uma ação efetiva do governo pode evitar que haja mais desemprego.
"Acredito que, com a ajuda do governo, algumas plantas podem voltar a operar." Salazar ressalva que o governo deve exigir garantias reais das empresas que pretendem receber novos créditos. "Existem empresas cujo passivo é muito maior que os ativos e não se justifica colocar mais dinheiro." O Estado com maior número de frigoríficos fechados é Mato Grosso do Sul, onde 22 das 36 empresas pararam de funcionar. Em Mato Grosso, pelo menos 15 frigoríficos de médio e grande portes estão com as operações suspensas.
No município de Vila Rica, a 1.259 quilômetros de Cuiabá, pecuaristas bloqueiam desde a semana passada o acesso ao frigorífico do grupo Quatro Marcos. Eles exigem o pagamento de boiadas que já foram entregues e concordam com o parcelamento da dívida em duas vezes. A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) interveio na negociação, mas ainda não conseguiu um acordo.
Fonte: jornal O Estado de S.Paulo.
Indústria da soja não vai comprar de quem desmatou a Amazônia 20.04.09
O monitoramento da safra 2008-2009 descobriu soja plantada em áreas recém-desmatadas: a boa notícia é que as empresas do setor reafirmaram seu compromisso com a floresta, anunciando boicote a essa produção e corte de crédito de quem desafiou a moratória em vigor desde julho de 2006.
As principais empresas comercializadoras de soja ligadas à Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove) e à Associação Nacional das Empresas Exportadoras de Cereais (Anec) anunciaram na semana passada que não vão comprar soja da safra 2008-2009 que tenha provocado desmatamento na Amazônia. E mais: não haverá crédito para os fazendeiros que desafiaram a moratória, em vigor desde julho de 2006. A reação da indústria é uma resposta clara aos resultados do segundo monitoramento do Grupo de Trabalho da Soja (GTS), que detectou fazendas que plantaram o grão em áreas recém desmatadas na Amazônia.
O anúncio das empresas foi feito durante evento no Ministério do Meio Ambiente (MMA), em Brasília, e contou com a presença do ministro Carlos Minc, do presidente da Abiove, Carlo Lovatelli, de representantes da indústria da soja – como Bunge, Cargill, ADM e Amaggi –, do presidente da Anec, Felício Aguiar, e também das organizações não-governamentais que compõem o Grupo de Trabalho da Soja.
“Quem achou que a moratória não era para valer vai perder dinheiro e mercado. A indústria da soja está dando um exemplo de respeito à floresta e aos consumidores, que não querem ser co-autores da destruição da Amazônia”, disse Paulo Adário, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace. “A medida é ainda uma grande notícia para o governo, que assumiu metas para reduzir drasticamente o desmatamento, e para o mundo, assustado com as mudanças climáticas”.
Fonte: Greenpeace
Presidente tem pressa em irrigar a agroindústria com apoio financeiro 20.04.09
veja mais abaixo:
- Crédito subsidiado para agroindústria agrada ao setor, mas produtores temem burocracia no acesso a recursos
- CMN aprova subsídio em novas regras de crédito para setor rural
O presidente Luiz Inácio da Silva reuniu-se sexta-feira passada (17) com ministros para pedir agilidade na liberação dos recursos da linha de crédito para a agroindústria, no valor de R$ 10 bilhões, aprovada no dia anterior (16) pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Ao saírem da reunião os ministros da Agricultura, Reinhold Stephanes, e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disseram que a grande preocupação do presidente da República é reduzir o tempo entre a decisão de liberar o recurso e o dinheiro chegar à ponta. O valor servirá para financiamento de capital de giro a agroindústrias, indústrias de máquinas e equipamentos agrícolas e a cooperativas agropecuárias.
“Eu diria que nesse caso o presidente chamou a atenção de todo mundo. Ele quer que as coisas fluam, porque acontecer depois não adianta”, disse Stephanes.
Para cumprir essa ordem, o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) irá se articular com o Banco do Brasil, Banco do Nordeste e Banco da Amazônia para que os R$ 10 bilhões sejam distribuídos com agilidade.
“O presidente deixou muito claro que não estamos em um período de normalidade, que temos que agir como se estivéssemos em guerra, as coisas tem que ser mais ágeis, temos que ser um pouco mais agressivos no sentido de irrigar a agroindústria”, acrescentou Reinhold Stephanes.
Segundo Paulo Bernardo, os ministros explicaram ao presidente que a liberação de recursos dependia de aprovação de lei pelo Congresso, o que já ocorreu. Aos ministros e técnicos que participaram da reunião, o Presidente deu o prazo de 60 dias para que recurso esteja disponível aos produtores.
“O presidente estava impaciente porque certamente tem chegado ao gabinete dele algumas reclamações, mas nós explicamos que dependíamos da sanção da lei e o Congresso nos mandou, fizemos a análise rapidamente e agora os bancos vão começar operar”, disse Bernardo.
Além dos R$ 10 bilhões, na quinta-feira (16) o CMN também aprovou uma linha de crédito, de R$ 2,3 bilhões, que será destinada a um programa de financiamento para estocagem de álcool e elevou em R$ 300 milhões o volume de recursos do Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop). No total, o Conselho liberou R$ 12,6 bilhões para o setor agropecuário.
Fonte: Yara Aquino, repórter da Agência Brasil, com o Observatório
Crédito subsidiado para agroindústria agrada ao setor, mas produtores temem burocracia no acesso a recursos
O anúncio das linhas de crédito para a agroindústria, que totalizam R$ 12,6 bilhões e já foram aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), foi bem recebido pelos representantes do setor. “Essa medida me agrada, porque mostra que o governo federal está preocupado com o setor do agronegócio”, afirmou o presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho.
O grande desafio “é fazer o dinheiro chegar aonde precisa chegar", pois, muitas vezes, o excesso de burocracia dificulta o acesso ao financiamento, ressaltou Ramalho em entrevista, por telefone, à Agência Brasil.
Ramalho disse que muitos dos que precisam dos recursos estavam “alavancados” – tinham feito bons investimentos para execução de seus empreendimentos, mas acabaram afetados pela crise financeira internacional. O presidente da SRB destacou que a escassez de crédito tem dificultado sobretudo a situação no setor sucroalcooleiro, que fez grandes investimentos nos últimos anos e agora sofre com a falta de capital de giro.
Segundo Ramalho, houve queda de demanda no mercado externo, atingindo em especial os frigoríficos, em que o recuo no volume exportado ficou em torno de 50%. “Entre os principais compradores que reduziram encomendas está a Rússia. É um dos países que enfrentam mais dificuldades, porque tinha o seu fluxo de caixa apoiado na conta petróleo”, afirmou.
Já a indústria processadora de carne, que tem negócios mais voltados ao mercado interno, não vem enfrentando problema de vendas. De acordo com Ramalho, os ruralistas aguardam com expectativa o anúncio dos recursos destinados ao financiamento da safra 2009/2010 e, apesar dos efeitos da crise, acreditam que possa haver aumento do crédito em torno de 15 a 20%.
Para a economista Amarilis Romano, da empresa Tendências Consultoria Integrada, o crédito anunciado ajudará a minimizar o problema da falta de liquidez no mercado.
Para Amarilis, a eficácia depende da forma como serão distribuídos esses valores. “A oferta de crédito é boa se for dirigida a todos os que necessitam de recursos na área da agroindústria, sem detrimento deste ou daquele segmento”, destacou a economista. Ela disse ainda que as empresas do setor não têm enfrentado queda de demanda no mercado interno.
Fonte: Marli Moreira, repórter da Agência Brasil
CMN aprova subsídio em novas regras de crédito para setor rural
Novas regras de crédito para o setor rural foram definidas na reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN) da quinta-feira passada (16). Entre os votos aprovados sob indicação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está criação de uma linha de financiamento de até R$10 bilhões - com taxa de juros de 11,25% ao ano – para incrementar o capital de giro das cooperativas agropecuárias, agroindústrias e indústrias de máquinas e equipamentos agrícolas.
Com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a linha de crédito será subsidiada pela União, sob a modalidade de equalização de taxas de juros. O prazo de reembolso é de até 24 meses, com até 12 meses de carência.
Para evitar a interrupção nas contratações ao amparo dos programas de investimento na virada do Plano Safra, uma nova resolução autoriza a concessão de crédito após a data-limite de 30/6/2009, conforme as condições estabelecidas para a safra 2008/2009.
Outra medida importante é a autorização para que cooperativas tomem emprestado até R$ 20 milhões para fins de capital de giro não associado a projetos de investimento, não deduzido do limite fixado pelo Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop). A regra, que vale apenas na safra 2008/2009, estipula que esse limite pode ser elevado em até 100% quando destinado a empreendimentos das cooperativas centrais ou que tenham unidades em outros estados. O prazo máximo de reembolso é de 24 meses. Com a alocação adicional de R$300 milhões para essa finalidade, o total de recursos no Prodecoop aumenta de R$ 1,7 bilhão para R$ 2 bilhões.
Para os médios produtores, que se enquadram como beneficiários do Proger Rural, foi elevado o volume de recursos para financiamento no âmbito Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota). O valor subiu dos atuais R$ 500 milhões para R$ 550 milhões.
Sete feridos em conflito armado na fazenda de banqueiro 20.04.09
Um conflito armado entre trabalhadores sem terra e seguranças da fazenda Espírito Santo, propriedade do banqueiro Daniel Dantas, no sul do Pará, na sexta-feira passada (17), deixou pelo menos sete pessoas feridas.
Segundo uma das coordenadoras do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Pará Maria Raimunda, os trabalhadores se dirigiram a um palmeiral para retirar folhas e madeiras e arrumar os barracos do acampamento, "quando um deles foi preso e levado a um retiro da fazenda Espírito Santo pelos seguranças da fazenda".
Ainda de acordo com Maria Raimunda, pessoas que estavam no acampamento resolveram seguir o trabalhador preso e, nesse momento, um dos seguranças deu a ordem para atirar. No incidente, segundo ela, dez trabalhadores ficaram feridos. Oito deles foram atendidos no hospital de Xinguara. Dois trabalhadores que estavam em estado mais grave foram encaminhados para o hospital de Marabá e para o hospital de Redenção.
Até o momento, a polícia de Xinguara confirma que ficaram feridas no confronto sete pessoas: seis delas ligadas ao MST e um segurança da fazenda. De acordo com o delegado Luiz Paulo Galrão Filho, coordenador da equipe de policiais que está no local para fazer uma inspeção, a situação é tranquila. Segundo ele, entretanto, ainda não é possível determinar o que ocorreu na fazenda na noite de ontem.
Maria Raimunda informou que depois do incidente os trabalhadores retornaram para o acampamento, que fica próximo à entrada da Fazenda Espírito Santo, de propriedade do banqueiro Daniel Dantas. O acampamento foi formado em fevereiro deste ano e é composto por cerca de 200 pessoas, entre homens, mulheres e crianças.
“O pessoal da fazenda está falando que os trabalhadores estão mantendo os empregados da propriedade em cárcere privado, mas, na verdade, depois do confronto, os trabalhadores do MST voltaram para o acampamento na entrada da fazenda. A situação está calma”, disse.
Fonte: Iolando Lourenço, repórter da Agência Brasil, com o Observatório
Lei paulista proíbe venda de frituras, balas e refrigerantes em todas as escolas no Estado 20.04.09
São Paulo - A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou na quarta-feira (15), por acordo de liderança, projeto de lei que proíbe a venda de lanches, bebidas e outros alimentos de alto teor calórico e que tenham gordura “trans” pelas lanchonetes de escolas públicas e particulares no Estado, tais como coxinhas, balas e refrigerantes. O projeto vai agora para o gabinete do governador José Serra (PSDB), que poderá sancioná-lo ou vetá-lo. De autoria da líder do PR na Assembleia Legislativa, Patrícia Lima, a proibição inclui também - entre outros produtos com poucos nutrientes -, salgados de massas e folhados, frituras em geral, biscoitos recheados, salgadinhos e pipocas industrializados, sucos artificiais, pirulitos e gomas de mascar.
Segundo Patrícia, "o cardápio inadequado nas escolas pode repercutir negativamente na saúde dos alunos, contribuindo para o desenvolvimento do sobrepeso, obesidade, dislipidemia (presença de níveis elevados ou anormais de lipídios e/ou lipoproteínas no sangue), diabetes, hipertensão, problemas hepáticos, doenças arteriais, sem falar na baixo autoestima, discriminação social, entre outros vários problemas".
A proposta determina também que as lanchonetes das escolas deverão vender ao menos dois tipos de frutas. Os estabelecimentos dentro de colégios deverão ainda fixar em local próprio e visível um mural com informações sobre os benefícios da medida. Quem não cumprir a lei (caso o projeto seja sancionado na íntegra pelo governador) poderá ter o estabelecimento fechado, temporariamente, até a regularização, e pagar multa no valor de 3 mil Unidades Fiscais de Referência (Ufirs).
Fonte: Daniel Galvão, Agência Estado
General Mills fecha Forno de Minas e demite 500 20.04.09
A empresa norte-americana de produtos alimentícios General Mills anunciou na semana passada a reestruturação de seus negócios no Brasil e o encerramento das atividades voltadas ao segmento de massas e pães no País. Com isso, a fábrica da empresa em Contagem (MG), Forno de Minas e Frescarini, que produzia pão de queijo e massas frescas, será fechada e 500 funcionários serão afetados pela decisão, de acordo com informações do sítio da companhia.
Por meio de um comunicado, a empresa disse que encerrará a produção e a comercialização das marcas Forno de Minas e Frescarini e se concentrará em outros negócios que apresentam crescimento mais rápido. "Isso nos permitirá aumentar os investimentos em nosso principal foco, incluindo a expansão dos negócios voltados para linha de sorvetes premium Häagen-Dazs e para as barras de cereais Nature Valley," explicou Pablo Pla, diretor-geral da General Mills Brasil. A General Mills comprou as marcas Forno de Minas e Frescarini em 2001, quando adquiriu a Pillsbury Company.
De acordo com a agência de notícias Dow Jones, comunicado enviado pela empresa ao órgão regulador do mercado mobiliário nos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês), informa que a General Mills terá custos antes de impostos de cerca de US$ 20 milhões por conta da reestruturação.
Com sede em Minneapolis, a General Mills opera em mais de 100 países e possui mais de 100 marcas, incluindo Cheerios, Häagen-Dazs, Nature Valley, Betty Crocker, Progresso, Muir Glen, entre outras. A companhia fechou o ano de 2008 com faturamento global de US$ 14,9 bilhões.
Fonte: informações da Dow Jones e do sítio da companhia, com Ana Conceição, Agência Estado, e o Observatório.
Participação da Argentina na produção mundial de grãos cai para 2,9% 20.04.09
Buenos Aires - A colheita de 70 milhões de toneladas nesta safra deve reduzir a participação da Argentina na produção mundial para 2,9%, bem abaixo dos 4,2% observados na safra passada, segundo estudo da consultoria Fundação Mediterrânea. Esta perda amplia a distância em relação ao Brasil, que em função da quebra de safra irá colher 135 milhões de toneladas e reduzir sua produção mundial de 6% para 5,5%. Há dez anos a diferença entre os dois países era mínima: a participação do Brasil na produção global era de 4% e da Argentina 3%. O estudo leva em consideração os quatro cultivos básicos: soja, trigo, milho e girassol.
Para os analistas do Instituto de Estudos Econômicos sobre a Realidade Argentina e Latino-americana (Ieral), da consultoria Fundação Mediterrânea, a retração argentina foi causada pela forte estiagem que castigou as plantações locais, provocando perdas na safra. Desde então, as estimativas de safra foram revisadas para baixo inúmeras vezes. Na quinta feira passada (16), a Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu novamente sua estimativa sobre a produção de soja, de 39 milhões para 37 milhões de toneladas. Cerca de 45% das lavouras da oleaginosa já foram colhidas no país.
Fonte: Marina Guimarães, Agência Estado
Crise argentina pode mudar "mix" de exportacão de soja do Brasil
A acentuada quebra da safra de soja 2008/09 da Argentina e um possível agravamento dos problemas decorrentes da política tributária no País vizinho podem, no curto prazo, mudar a composição das exportações dos produtos da oleaginosa do Brasil, avaliou na quinta-feira passada (16) a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
"O Brasil vai procurar aproveitar. No curto prazo, pode ocorrer uma mudança de mix na exportação brasileira", declarou o secretário-executivo da Abiove, Fábio Trigueirinho, comentando os problemas argentinos antes de um evento do setor em São Paulo.
Na quarta-feira, a Bolsa de Cereales da Argentina previu que a safra argentina de soja 08/09 não passará de 37 milhões de t, ante previsão inicial de mais de 50 milhões.
Essa menor produção poderia permitir ao Brasil, com a safra atual estimada em 57,6 milhões de t, o segundo produtor mundial da oleaginosa, ganhar mercado do grão da Argentina.
Mas a indústria brasileira também está de olho nas vendas de derivados, um setor dominado pela Argentina.
"Uma parcela da soja que iria in natura (para exportação) poderia ser processada (e exportada), se a Argentina não conseguir manter a eficiência que ela tem", ressaltou Trigueirinho, citando que frequentemente os produtores argentinos realizam manifestações contra o governo e paralisam suas vendas, o que já tem favorecido o Brasil especialmente nas vendas do grão.
A Argentina, diferentemente do Brasil, tem uma política para promover as exportações do produto com maior valor agregado, taxando as vendas de soja em 35%, enquanto o farelo e o óleo ficam em 32 por cento. A queixa dos agricultores é que, desde o ano passado, essas taxas ficaram mais elevadas.
Já o Brasil isenta de impostos a exportação de soja em grãos, taxando os derivados com o ICMS em 12%.
A Argentina, entretanto, leva vantagem nos custos de produção mais baixos e na logística e infra-estrutura privilegiadas devido à proximidade dos portos de unidades processadoras.
Entretanto, na opinião de Trigueirinho, se os preços dos derivados subirem, até por conta de uma menor oferta argentina, podem criar uma situação de permitir vendas externas de farelo e óleo do Brasil, mesmo diante de condições tributárias não consideradas favoráveis para exportação do produto processado.
"Pode melhorar a margem bruta das empresas, e estimular o Brasil a exportar mais farelo e óleo, não obstante as nossas dificuldades tributárias."
Nos três primeiros meses do ano, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques de soja do Brasil aumentaram 62% ante 2008, para 3,94 milhões de t. As exportações de farelo no trimestre cresceram quase 300 mil t, para 2,34 milhões de t. Já as de óleo estão inferiores em mais de 100 mil t, para 246 mil t.
Fonte: Invertia
Paraná lidera o ranking dos estados de melhor sanidade avícola 20.04.09
Curitiba - O Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso são os três estados brasileiros considerados referências na área de sanidade avícola, dentre os 22 que participam do Plano Nacional de Prevenção à Influenza Aviária e Doença de Newcastles.
O anúncio nacional da classificação dos estados foi feito sexta-feira passada (17), em Curitiba, por Inácio Kroetz, secretário nacional de Defesa Agropecuária, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Ele participou do encontro promovido pela Federação da Agricultura do Paraná (Faep) que reuniu 1,5 mil pessoas sob o tema Sanidade: Garantia de Desenvolvimento.
É a segunda auditoria realizada e os resultados servirão de base para o setor público e a iniciativa privada de cada estado para que adotem medidas corretivas necessárias para melhorar a capacidade de gerenciamento e reação em caso de detecção de alguma doença no plantel.
“Com o relatório em mãos é mais fácil saber quais os pontos fortes e fracos da atividade em cada região. A classificação é específica para regionalizar o risco”, afirmou Kroetz.
A criação do sistema de classificação, de acordo com o secretário, atendeu a uma reivindicação do setor produtivo, dentro do programa de regionalização da avicultura brasileira.
Ele explicou ainda que o plano nacional tem o objetivo de fortalecer a estrutura de defesa sanitária e dar garantias aos consumidores sobre a qualidade dos produtos avícolas brasileiros. “O frango é, em termos de volume, a carne com maior exportação do Brasil. Atualmente, o país responde por cerca de 30% de participação na produção e exportação de frango de corte no mundo”,disse.
O secretário também anunciou a criação, no Paraná, de um laboratório público credenciado para diagnósticos de doenças aviárias. “A instrução normativa criando o laboratório deverá ser assinada até o final do mês de maio. Atualmente temos cerca de 800 laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura”, informou.
Fonte: Lucia Norcio, repórter da Agência Brasil
Governo quer mudar Código Florestal para plantar de dendê na Amazônia 06.04.09
Uma área equivalente a quase sete vezes a cidade de São Paulo com plantações de dendê na Amazônia. Essa é a dimensão estimada da primeira etapa do programa de cultivo da palma em larga escala, que ganha os últimos retoques no governo, adiantou o ministro Reinhold Stephanes (Agricultura).
A área total projetada para a expansão do cultivo de dendê na floresta amazônica é dez vezes maior: ela equivale ao tamanho do Estado de Pernambuco. Segundo o ministro, 10 milhões de hectares poderão ser ocupados pela "prima-irmã das palmáceas amazônicas".
A denominação "prima-irmã" usada por Stephanes faz parte da estratégia contra o principal obstáculo ao projeto: a mudança no Código Florestal, lei que proíbe a recomposição de áreas desmatadas da Amazônia com espécies exóticas à floresta, como é o caso do dendê, originário da África.
A mudança é objeto de um lobby de quase quatro anos no Congresso e ganhou alento com o aval do ministro Carlos Minc (Meio Ambiente), dado no ano passado. Na ocasião, Minc ponderou que, por rígidas, as regras em vigor condenariam a Amazônia a não recompor imensas extensões de áreas já degradadas. E sentenciou: "Quem tudo quer, tudo perde", para espanto de parcela dos ambientalistas.
A ideia tem aval mais entusiasmado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sobretudo pela perspectiva de abertura de postos de trabalho. Para cultivar 1 milhão de hectares de dendê são necessários 100 mil trabalhadores, estima-se.
Biodiesel
O projeto do governo está diretamente ligado ao programa brasileiro de biodiesel.
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Planta típica da zona tropical, o dendê hoje tem participação nula no programa brasileiro do biodiesel. E vice-versa. A maior parte da produção, liderada pela empresa Agropalma, assim como a maior parte do óleo de dendê importado, se destina à indústria de alimentos. Em segundo lugar vem a indústria de cosméticos.
Sem pancada
Instalada no Pará, onde produz 150 mil toneladas de óleo ao ano, a Agropalma mandou fazer estudos sobe o potencial de expansão do cultivo do dendê na região. As conclusões divergem das do governo. Em vez dos 10 milhões de hectares citados pelo ministro da Agricultura, a empresa fala em 6,2 milhões de hectares, o equivalente a quase três vezes o tamanho do Estado do Sergipe.
Marcello Brito, diretor da Agropalma, diz que o estudo leva em conta critérios ambientais internacionais: "Isso é fundamental para que o Brasil não tome pancada da sociedade internacional, como a Malásia e a Indonésia (os dois maiores produtores mundiais, que vêm sistematicamente arrasando suas florestas para plantar dendê)".
Segundo Britto, sem os devidos cuidados com o licenciamento ambiental, por exemplo, o cultivo pode fazer aumentar o desmatamento.
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A proposta de um acordo de mudança no Código Florestal prevê o uso de espécies exóticas, como o dendê, em até 50% de áreas já desmatadas e que ultrapassem o limite de 20% de abate de florestas nas propriedades. O lobby em favor da mudança começou com projeto de lei apresentado pelo senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) em 2005. "O dendê é o petróleo verde", insiste o senador.
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Fonte: Marta Salomon, da sucursal de Brasilia da Folha de São Paulo. Veja reportagem completa (para assinantes da Folha e do UOL) em
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ciencia/fe0504200901.htm
Deputados ruralistas vêm Mangabeira como aliado para mudar Código Florestal 06.04.09
Uma comitiva de parlamentares se reuniu com o ministro Extraordinário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Mangabeira Unger, na quinta-feira passada (02.04), para solicitar a contribuição dele nas discussões da reforma do Código Florestal em andamento no Congresso Nacional e nos Ministério da Agricultura e do Meio Ambiente.
O deputado federal Homero Pereira (PR-MT) afirmou acreditar na influência científica de Unger em prol do projeto. “Em todas suas ações Mangabeira demonstra privilegiar o pensamento técnico, lógico e equilibrado”, observou o deputado.
De acordo com o ministro Mangabeira, está em fase de desenvolvimento um trabalho que prioriza basicamente quatro eixos de ação: projetos estratégicos de país; medidas emergenciais para enfrentar a crise e assegurar a manutenção do crédito e da renda; recuperação de áreas degradadas e organização da indústria e da produção de agrocombustíveis.
Ele já tem reunião agendada com o ministro da Agricultura, Reinhod Stephanes, para a quarta-feira (8), para o qual apresentará suas propostas e espera poder construir um projeto com metas definidas. A expectativa de Unger e concluí-lo neste mês.
Mangabeira prioriza hidrovia no Centro-Oeste
O Centro-Oeste está na mira de Mangabeira. Ele destaca que o governo pretende fazer um “choque de logística”. “Estudo mostra que o problema de logística e transporte causa prejuízo de três bilhões anuais ao país”, adverte o ministro.
Segundo ele, será prioridade melhora primeiro o modal rodoviário viabilizando as BR’s 163 e 158. Outras duas plataformas de intervenção serão a hidrovia e a rede ferroviária Norte-Sul. Além disso, as reformulações também passarão pela diversificação da produção e desconcentração das oportunidades.
Para todos esses projetos, ele afirma, dependera muito da construção de unidade política e convergência de idéias.
Fonte: Joana Dantas, Agronotícias
EUA irão liderar esforços contra mudança climática 06.04.09
Praga - O presidente norte-americano, Barack Obama, prometeu neste domingo (05.04) que os Estados Unidos irão liderar esforços globais para lidar com a mudança climática. "Para proteger nosso planeta, agora é a hora de mudar o modo como utilizamos energia", disse ele em discurso público, em Praga.
"Devemos lutar juntos contra a mudança climática, acabando com a dependência mundial dos combustíveis fósseis e utilizando energia de fontes como vento e sol, e pedindo que cada nação faça sua parte", acrescentou. "E prometo a vocês que os EUA agora estão prontos para liderar esse esforço global", disse Obama.
Fonte: informações da Dow Jones, com Agência Estado
Pagamento de Serviços Ambientais será regulamentado por lei 06.04.09
As discussões sobre o pagamento de serviços ambientais avançam, mas o que é e como funcionará? Quem será remunerado e de que forma? Respostas a esses questionamentos poderão ser definidas e regulamentadas por lei. Já são seis projetos de lei em tramitação no Congresso tratando do assunto e o Poder Executivo enviará uma nova proposta. O assunto foi abordado pelo diretor de Políticas de Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, Mauro Pires, durante a participação no painel ‘Propostas do Governo Brasileiro’, no segundo dia do Katoomba Meeting Brasil, em Cuiabá.
A intenção do governo brasileiro é ter a aprovação desse projeto para apresentá-lo na COP 15, a conferência mundial sobre mudanças climáticas que ocorrerá em dezembro deste ano, na cidade de Copenhagen, Dinamarca. Mauro Pires defende que o Brasil ganhará força e avançará nas discussões internacionais sobre o tema, ao chegar na COP 15 com o projeto aprovado.
O Fundo Amazônia, criado no final de 2007, a partir de uma proposta apresentada em Bali, na Indonésia, é um dos mecanismos de pagamento por serviços ambientais. O fundo já conta com participação da Noruega e está em discussão acordos com o governo da Alemanha. A principal bandeira é fazer com que outros países contribuam com a preservação das florestas e recursos naturais.
Dentro do debate, Mauro Pires levantou a provocação se realmente a preocupação deva ser somente com as florestas tropicais ou se nessa discussão se inclua o cerrado, a caatinga e as demais vegetações. Além de argumentar que a ousadia do Brasil não deve se restringir ao Fundo Amazônia. "Deve ser remunerado os Estados que têm maior área preservada, como é o caso do Amazonas que tem 98% do território preservado? ou casos de Estados que mais conseguiram reduzir a degradação e desmatamento? enfim são questionamentos que precisam ser esclarecidos", destacou.
O representante do Ministério do Meio Ambiente apresentou rapidamente a criação do plano nacional de mudanças climáticas, lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em dezembro. O plano estabelece metas até 2017. “É um avanço essa discussão o que elva a ter metas é o desejo de redução, o fato de termos esse plano é uma evolução”, ressaltou.
O Ministério do Meio Ambiente elaborou um livro em que explica a proposta pagamento por serviços ambientais - perspectivas para a Amazônia Legal. O exemplar foi distribuído no estande do Governo do Estado.
Mauro Pires participou do painel com Valmir Ortega, secretário de Meio Ambiente do Pará; Eduardo Bandeira de Melo, do BNDES; Paulo Motinho do Ipam e Adriana Ramos, do Instituto Socioambiental.
Fonte: Agronotícias
Petrobras inaugura hoje usina de biodiesel em Montes Claros -MG 06.04.09
O presidente Luiz Inácio da Silva inaugura hoje (06) a terceira usina de biodiesel da Petrobras, no município mineiro de Montes Claros. As primeiras unidades foram inauguradas em Candeias (BA) e Quixadá (CE). A cidade foi escolhida para sediar a usina devido à sua “excelente logística rodoviária e ferroviária”, disse o presidente da Petrobras Biocombustível, Alan Kardec, durante coletiva na cidade mineira.
Kardec informou que a capacidade de processamento da nova usina, batizada com o nome do educador Darcy Ribeiro, deverá ser ampliada dos atuais 57 milhões de litros de biodiesel anuais para 80 milhões de litros/ano até 2013.
A construção da nova usina envolveu investimentos de R$ 95 milhões. Sua capacidade de produção corresponde a 33% da necessidade de consumo de B3 de Minas Gerais.
O B3 é a adição de 3% de biodiesel ao diesel. O funcionamento da unidade foi iniciado em janeiro deste ano. Kardec disse que já foram produzidos até agora três milhões de litros de biodiesel. No leilão realizado em março passado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), a usina vendeu a sua produção para a entrega prevista nos próximos três meses.
A usina possui um grande diferencial, que é o elevado sistema de automação, afirmou Alan Kardec. “Ela possui 3.500 pontos de controle, que nos permitem acompanhar em tempo real todas as fases do processamento, até a saída do caminhão carregando biodiesel”.
Para o presidente da Petrobras Biocombustível, “o Brasil está à frente do mundo na questão do biodiesel, que ajuda na redução do aquecimento global e, consequentemente, na preservação da vida. É uma questão de vida”.
A estatal quer firmar contratos de cinco anos de duração visando estimular o desenvolvimento sustentável dos pequenos agricultores e gerar emprego e renda no campo. “No caso especial de Montes Claros, há uma meta nossa de atingir 20 mil agricultores familiares. Já temos contratados 8.200 agricultores familiares”, afirmou.
Os pequenos produtores rurais vão garantir o suprimento de matéria-prima para a Usina de Biodiesel Darcy Ribeiro, destacou Kardec. Foram distribuídas 100 toneladas de sementes de mamona e girassol aos agricultores.
A empresa está em negociações com o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) com o objetivo de dar agilidade ao acesso dos agricultores rurais ao crédito de custo agrícola. O Plano Estratégico da Petrobras para o período 2009/2013 destina à Petrobras Biocombustível US$ 2,4 bilhões.
Fonte: Alana Gandra, repórter da Agência Brasil
Ipam apoia proposta de Mato Grosso para pecuária concentrada 06.04.09
A proposta mato-grossense de ampliar as áreas destinadas para agricultura sobre as hoje utilizadas para a pecuária extensiva recebeu apoio nesta quinta-feira do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). O coordenador de Políticas Públicas da instituição, André Lima, um dos palestrantes do Katoomba Meeting Brasil 2009, destacou que a iniciativa irá ampliar tanto a produção agrícola quanto a pecuária no Estado, indo assim em encontro com o Pacto Nacional pela Valorização da Floresta e o Fim do Desmatamento na Amazônia.
Para o ambientalista é necessário que todos que partirem para esta linha deixem de lado a ganância. “O objetivo é concentrar a pecuária em áreas menores e ampliar a produtividade da agricultura, assim teremos áreas novas disponíveis inclusive para o reflorestamento”. A preocupação é que passado o processo tecnológico que garantirá aumento da produtividade e consequente lucratividade, os produtores partam para uma nova abertura de fronteiras.
É para combater esta possibilidade que se enquadra o Pacto Nacional, tema da palestra apresentada durante o Katoomba. O Pacto propõe a redução do desmatamento na Amazônia a zero até 2015, adotando-se um sistema de metas anuais. “Qual é a meta que o Governo, que a sociedade, que os produtores estão assumindo? Todos estão cientes que os investimentos não podem partir somente do Estado, todas as partes terão que contribuir”.
O pacto foi elaborado pelo conjunto de sociedade civil organizada, Governo e ONG’s. O Katoomba Meeting Brasil 2009 é realizado em Mato Grosso pelo Grupo Katoomba, Forest Trends e Governo do Estado, em parceria com Organizações Não Governamentais ligadas ao Meio Ambiente.
Fonte: Daniel Dino, Agronotícias
Banco Central diz que analistas preveem que não haverá crescimento econômico neste ano 23.03.09
A economia brasileira deve crescer 0,01% neste ano na projeção de analistas de mercado consultados pelo Banco Central. Segundo o boletim Focus, divulgado todas as semanas, a estimativa anterior para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no país, era de 0,59%. Essa expectativa está em queda há três semanas. O menor crescimento do PIB é resultado dos efeitos da crise financeira internacional no Brasil.
Para 2010, os analistas prevêem uma recuperação da economia, com crescimento de 3,5%, a mesma estimativa da semana anterior.
Na projeção do governo, divulgada na semana passada, a estimativa de crescimento da economia neste ano é de 2%, apesar das expectativas menos otimistas do mercado financeiro.
Em 2008, o país cresceu 5,1% em relação ao resultado de 2007, mas com queda de 3,6% do PIB no último trimestre do ano em comparação com terceiro trimestre, o maior recuo registrado desde 1996. Em setembro do ano passado, houve o agravamento da crise financeira internacional.
Para a produção industrial, os analistas prevêem uma queda de 2%. Na semana anterior, a projeção de recuo era de 1,59%. Para 2010, foi mantida a estimativa de crescimento de 4%.
A expectativa para a relação entre dívida líquida do setor público e PIB subiu de 36,40% para 36,50%, neste ano, e de 35,30% para 35,50% em 2010. Quanto menor esse relação, maior é a confiança do investidor estrangeiro de que o país é capaz de honrar seus compromissos.
Para o déficit em conta corrente (todas as operações do Brasil com o exterior), a estimativa passou de US$ 24,5 bilhões para US$ 24,7 bilhões neste ano. Em 2010, a previsão permanece em US$ 26,19 bilhões.
A previsão dos analistas para o superávit comercial (saldo positivo de exportações menos importações) é de US$ 13,02 bilhões, contra os US$ 13 bilhões previstos na semana anterior. Para 2010, a estimativa subiu de US$ 13 bilhões para US$ 13,35 bilhões.
A projeção para a entrada de investimento estrangeiro direto no país (caracterizado pelo interesse duradouro do investimento do empreendimento) permanece em U$S 22 bilhões neste ano e em US$ 25 bilhões em 2010.
A estimativa para a taxa de câmbio foi mantida em R$ 2,30 o final de 2009 e de 2010.
Fonte: Kelly Oliveira, repórter da Agência Brasil
Governo subsidia transporte de grãos do Centro Oeste em 1 bi anuais 23.03.09
O governo federal gasta todos os anos no Brasil R$ 1 bilhão para subsidiar o transporte e compensar a deficiência da infraestrutura de escoamento da produção no Centro Oeste brasileiro. A informação é do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, em entrevista exclusiva para a Folha de São Paulo, embora não tenha deixado claro como e a quem o Tesouro Nacional entrega essa quantia.
Segundo Stephanes, o governo subsidia indiretamente o custo do transporte, paga “uma espécie de equalização direto aos produtores”. Esse valor é pago pela diferença do preço de venda nas cidades produtoras do Centro Oeste e o das outras regiões. Diz ele que “não é que vamos pagar toda a diferença, mas se gasta alguma coisa para viabilizar o transporte” (para a entrevista completa do Ministro da Agricultura, vá a http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2203200923.htm, para assinantes do UOL e da Folha de São Paulo).
Comentário do editor:
Creio que o Ministro deve mais explicações, mais detalhes de como essa operação é feita, e como o dinheiro sai do Tesouro e chega às mãos do produtor ou do comercializador (é provável que seja para este último, pois o produtor sempre perde margens para o sistema de comercialização).
Bancada Ruralista no Congresso vai decidir sobre Código Florestal 23.03.09
Limites e punições ao desmatamento, Áreas de Reserva Legal e de Proteção Permanente estão sob ameaça
Integrantes das comissões de Agricultura possuem, juntos, o equivalente a 40% da cidade de SP em propriedades rurais
O rebanho do grupo reúne 37 mil cabeças; comissões vão debater mudanças em Código Florestal, que define limites de desmatamento
Os integrantes das comissões de Agricultura da Câmara e do Senado, que analisam mudanças nos limites de desmatamento no país, detêm, juntos, o equivalente a pelo menos 40% do território da cidade de São Paulo em terras: 604 km2.
A Folha considerou apenas as propriedades que tiveram o tamanho detalhado nas declarações apresentadas pelos deputados e senadores. O rebanho do grupo reúne 37 mil cabeças.
"A maioria aqui é proprietária de terras", calcula a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e integrante da comissão.
No Senado, 8 dos 17 titulares se declaram donos de terras. Na Câmara, a proporção cresce: 21 dos 36 deputados titulares da comissão se apresentam como produtores rurais e apenas 5 como agricultores.
Ruralistas empatam o jogo na Comissão de Meio Ambiente da Câmara
"Agricultura é a comissão mais disputada do Congresso", atesta o deputado Abelardo Lupion (DEM-PR), um de seus integrantes, além de coordenador da bancada ruralista da Câmara, tida como a maior das bancadas informais: tem mais deputados que PMDB e PT juntos (os dois maiores partidos na Câmara) e só perde em número de senadores para o PMDB. "Como somos muitos ruralistas, a disputa para integrar a Agricultura é muito grande", diz. A renovação dos integrantes foi pequena neste ano: 30% na Câmara e 35% no Senado.
A orientação dos ruralistas foi emplacar parte de seus representantes também nas comissões de Meio Ambiente da Câmara e do Senado, que também terão papel importante no debate dos limites de desmatamento. Segundo cálculo da frente, os ruralistas controlam entre 80% e 85% das vagas nas comissões de Agricultura e metade das vagas nas comissões de Meio Ambiente.
Código Florestal
O principal assunto das comissões de Agricultura neste ano é definir mudanças no Código Florestal. Alterado por medida provisória em 2001, após onda de desmatamento na Amazônia, o código reduziu o limite de desmatamento de propriedades na Amazônia Legal (20% nas áreas de floresta e 35% nas de cerrado).
Decreto editado em 2008 pelo presidente Lula fixou prazo até o final deste ano para começar a punir proprietários rurais pelo descumprimento dos limites de reserva legal. Daí a pressa em mudar as regras do jogo.
As negociações começaram no ano passado. Mas chegaram a um impasse depois de atritos entre os ministros Reinhold Stephanes (Agricultura) e Carlos Minc (Meio Ambiente). O pivô foi uma proposta de anistia a desmatadores.
Uma nova versão de acordo ainda em negociação, a que a Folha teve acesso, prevê uma moratória de cinco anos para novos desmatamentos, mas admite o uso de espécies exóticas na recuperação de áreas desmatadas. Também seria tolerada a recomposição da reserva legal fora da propriedade e, eventualmente, até em outro Estado ou bioma.
A contabilidade das terras dos integrantes da Comissão de Agricultura é subestimada. Fábio Souto (DEM-BA), que preside a comissão na Câmara, por exemplo, declara ser proprietário de cinco fazendas, cujos tamanhos não são declarados. O maior rebanho declarado pertence ao deputado Tatico (PTB-GO): 25 mil cabeças.
A Folha identificou entre os doadores de campanha das bancadas, contribuições em maior número dos frigoríficos Friboi e Marfrig, das produtoras de insumos Ultrafértil, Nortox e Bunge e da Sadia.
Fonte: Marta Salomon, da sucursal da Folha de São Paulo em Brasília
Produtores de MT estão receosos de calote dos frigoríficos 23.03.09
Segundo estudos feitos pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), entidade ligada ao Sistema Famato, 35% da capacidade de abate de bovino de corte estão paralisados. Este percentual corresponde à paralisação de 15 unidades frigoríficas no Estado. Segundo o Imea, Mato Grosso possui hoje 50 unidades frigoríficas com capacidade de abate de 37.154 cabeças/dia. Deste montante 38 unidades estão habilitadas para exportar carne, o que representa uma capacidade de abate de 34 mil cabeças/dia, e 15 plantas estão paralisadas por situações de recuperação judicial. Essas 15 unidades abatem em média 13 mil animais, ou seja, 35% da capacidade de abate do Estado.
Seneri explica que a suspensão das atividades dos quatro grupos frigoríficos que pediram a recuperação judicial (Arantes, Margem, Independência e Quatro Marcos) reflete diretamente em vários setores do Estado. Um deles está na arrecadação de impostos. Só de ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, são 19% que deixam de ser arrecadados de uma perda de R$ 37 milhões.
Outro reflexo da crise está relacionado às questões sociais. As demissões nos 15 já atingem 4,8 mil funcionários registrados. Ainda há mais 4,2 mil funcionários que estão suscetíveis de serem demitidos. Com base em estudos econométricos, o Imea chegou a um número de 39 mil trabalhadores indiretos que serão afetados com a crise.
Diante desta conjuntura econômica, lideranças do setor produtivo veem com muita preocupação a crise dos frigoríficos em Mato Grosso. O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, acredita que possa estar ocorrendo um esquema por parte dos donos dos frigoríficos com relação ao pedido de recuperação judicial. “Estou crendo que os donos dos frigoríficos estão mal-intencionados em tirar proveito dos benefícios da lei e para dar o calote nos pecuaristas e trabalhadores”, alertou.
Fonte: Flávia Porfírio/Famato
Até Embrapa está contra arroz transgênico 23.03.09
A audiência pública sobre o arroz transgênico realizada esta semana em Brasília deixou claro que não há espaço no Brasil para a semente da empresa Bayer. Embrapa, Farsul, Irga e Federarroz se posicionaram oficialmente contrárias à liberação da variedade modificada para tolerar aplicações do herbicida glufosinato de amônio, também da Bayer.
Os motivos apresentados foram técnicos e econômicos. Flávio Breseghello, do centro de pesquisa em arroz e feijão da Embrapa, levou à audiência a posição da Empresa “autorizada pela presidência”. O pesquisador frisou que a empresa não é contra os trangênicos (pelo contrário, faz pesquisas na área) e nem contra a modificação genética do arroz, mas que neste caso o produto da Bayer “agravará os problemas já existentes”. “Não devemos usar tecnologias que terão validade de poucas safras”, disse Breseghello.
O principal entrave técnico enfrentado pelos produtores de arroz é o controle do arroz vermelho, espécie ancestral do arroz comercial, que compete com a cultura. A preocupação é a constatação de que a planta transgênica inevitavelmente cruzaria com sua parente vermelha e daria origem ao arroz vermelho transgênico resistente a herbicida. Também foi exposto durante a audiência que o arroz vermelho, pelas características que apresenta de planta não domesticada, produz sementes com dormência (que ficam armazenadas no solo por anos à espera de condições propícias para germinar).
Também falou-se da tecnologia chamada de ClearField, da também alemã Basf. A semente desse tipo de arroz tem sua genética modificada por meio de mutações induzidas. O resultado é uma planta resistente ao herbicida Only (do grupo das Imidazolinonas), produzido pela Basf.
O produtor gaúcho e engenheiro agrônomo Cláudio Escosteguy, de Santana do Livramento, apresentou fotos de lavouras de arroz ClearField nas quais o veneno aplicado já não controla mais o arroz vermelho. A vida útil da tecnologia não passa de 3 anos. Em compensação, deixa para trás arroz vermelho que incorporou a resistência ao produto e que ninguém sabe como controlar.
Breseghello foi enfático ao afirmar que “a contaminação é irreversível”, destacando que as áreas que apresentam problemas com a tecnologia ClearField são justamente as mais propensas a adotar o arroz transgênico da Bayer. 70% das amostras de arroz vermelho colhidas em 2007 no Rio Grande do Sul apresentaram resistência ao Only. Como arroz vermelho e cultivado crescem juntos nas mesmas áreas, a combinação daria origem a plantas de arroz vermelho resistentes a dois tipos diferentes de herbicidas. “Não há como fazer recall” [da contaminação]”, completou o pesquisador da Embrapa. “O Rio Grande do Sul produz 70% do arroz brasileiro. Trata-se, portanto, de uma questão de segurança alimentar”, acrescentou.
Os produtores de arroz manifestaram forte preocupação do ponto de vista comercial. Receiam perder mercado interno e externo com a eventual liberação da variedade transgênica. “Considerando que não existe consumo corrente nem mercado global para o arroz transgênico, concluímos que a entidade não é favorável nesse momento à liberação”, disse Renato Caiaffo Rocha, em nome dos produtores reunidos na Farsul e na Federarroz e do Instituto Rio Grandense do Arroz - Irga.
As críticas disparadas pela maioria dos palestrantes da audiência parecem ter incomodado o presidente da CTNBio, que em dado momento demonstrou certa indignação pelo fato de serem feitas tantas cobranças em relação ao arroz transgênico, uma vez que produto mutagênico da Basf foi liberado sem passar pela sabatina. No dia seguinte, durante a reunião plenária da CTNBio, Colli afirmou que cabe à Comissão avaliar os aspectos de biossegurança do arroz e que se os produtores perderem mercado “o problema é deles”.
João Batista Volkman, produtor e engenheiro agrônomo, expôs durante a audiência que colhe 8 toneladas de arroz por hectare com base nos métodos da agricultura biodinâmica, sem usar nenhum agroquímico. A média da produtividade do arroz no Rio Grande do Sul, estado de Volkman, gira entre 6 e 7 toneladas. O produtor levantou a questão da contaminação: “quem se responsabilizará caso meu arroz seja contaminado e eu perca meus selos de qualidade orgânica e biodinâmica?”
Para se ter uma idéia dos estudos apresentados pela Bayer à CTNBio, um dos que pretende comprovar a segurança alimentar do produto foi feito com frangos. O auditório não conteve os risos quando perguntaram ao representante da Bayer porque usar frangos nos testes se estes não se alimentam de arroz.
Sarah Agapito, do Programa de Recursos Genéticos Vegetais da Universidade Federal de Santa Catarina, apresentou uma crítica aos dados da Bayer sobre a descrição molecular da modificação genética promovida no arroz. Há análises apresentadas que se baseiam na amostragem de uma única planta. “Ora, amostragem de uma planta só não é amostragem, disse Agapito”. Segundo ela, é explícita a falta de rigor científico, e os estudos não seriam aceitos para publicação por nenhuma revista científica. Algumas afirmações foram feitas sem as devidas análises laboratoriais que poderiam comprová-las, como por exemplo o número de cópias do transgene inseridos na planta, que a Bayer afirma ser apenas um, conforme previsto na teoria. Sarah também informou que a modificação genética acarretou na deleção de um nucleotídeo (que formará os aminoácidos, que formarão proteínas - saindo um da seqüência pode-se obter diferentes combinações de aminoácidos e de proteínas, por conseqüência) e que o fato não é citado pela empresa. O representante da Bayer, presidente da comissão interna de biossegurança da empresa, não soube explicar o porquê de tamanho “desencontro” de informações.
Outras exposições reforçaram a ausência de dados ambientais e de saúde gerados no Brasil que possam subsidiar a tomada de decisão pela CTNBio.
O presidente da CTNBio anunciou que aguarda os pareceres a serem elaborados por membros da Comissão e a análise dos dados apresentados durante a audiência. Toda a sociedade deve fiscalizar a decisão da CTNBio. Será um grande escândalo caso esta dê sinal verde ao arroz transgênico.
Fonte: Por um Brasil Livre de Transgênicos
Novas regras de exportação para a Europa entram em vigor mês que vem 23.03.09
O secretário de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Welber Barral, e representantes do Decex participaram dos debates para a definição das regras que regulam os 30% das cotas no sistema "first come first served" para exportações destinadas à União Européia. O encontro ocorreu na sede da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (ABEF), em S. Paulo.
Barral anunciou na ocasião que a partir de 1 de abril, o sistema de protocolo dos pedidos de embarque para a União Européia se dará por meio eletrônico como forma de garantir acesso, em igualdade de condições, para todos os exportadores habilitados a vender para a Europa. A nova forma de habilitação visa também dar maior transparência a todo o processo.
O secretário do Ministério do Desenvolvimento informou, ainda, que já foi encaminhada emenda à MP 451, que regulariza a utilização do drawback integrado pelos setores de criação de animais.
Fonte: Gazeta Mercantil
Mercado especula sobre associação da Sadia com outra empresa do setor 23.03.09
Uma associação da Sadia pode preservar 60 mil empregos diretos, além de 100 mil produtores integrados.
Fragilizadas por problemas financeiros ou instáveis diante dos solavancos da crise global, empresas procuram reforços. É com expectativa que se aguarda a definição da situação da Sadia, mais uma candidata a protagonizar esse tipo de transação.
Nesta semana, a companhia deve divulgar os resultados de 2008. No mercado, já se sabe que o prejuízo será bilionário - a dúvida é se passará pouco da cada de R$ 1 bilhão ou se alcançará mais de R$ 5 bilhões.
Grandes negócios entre empresas, designados como “fusões e aquisições” no mundo empresarial, têm chamado a atenção dos brasileiros desde o final de 2008. Em janeiro, segundo relatório da PricewaterhouseCoopers, apenas seis transações somaram mais de R$ 16 bilhões.
Se o amálgama da Sadia será com a Perdigão, originando a maior processadora de frango do mundo, ou com outra empresa ainda é uma dúvida, é quase certo que a companhia terá de fundir seus cobres com os de um parceiro mais robusto. "Com falta de dinheiro e crédito difícil, situações específicas fazem com que empresas precisem tomar iniciativas. Foi o caso da Aracruz, é o caso da Sadia, ambas afetadas por perdas com operações no mercado financeiro", observa Alexandre Pierantoni, sócio da Price.
Preservação de 60 mil empregos
Para Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Frangos (Abef), uma associação da Sadia pode preservar 60 mil empregos diretos, além de 100 mil produtores integrados. "Em situação normal, uma concentração deste tamanho preocuparia. Agora, o maior interesse é salvar o negócio. Com tantas unidades, não há temor de grande enxugamento, e um grupo fortalecido poderia retomar investimentos. Sem contar que a marca é valiosa em todo o mundo".
José Roberto Martins, da GlobalBrands, concorda, mas adverte que o valor de uma marca não é estático. Evolui com o tempo e os incidentes que envolvem uma empresa. O desgaste com as notícias negativas em torno da Sadia afeta de forma diferente o público institucional e o de varejo:
Para o comprador de presunto, não faz muita diferença. Ele pensa: “O problema é dos caras lá em cima”.
Enquanto os especialistas veem ambiente pouco propício a fusões, Haroldo Mota, da Fundação Dom Cabral, vislumbra um fenômeno totalmente adequado ao momento. "O mercado encolheu com a crise. Como não dá para todo mundo jogar o jogo, vamos nos unir. E não é só por proteção, é por sobrevivência".
Fonte: Diário Catarinense
Mar subirá 1,80 m até 2100, diz estudo 03.03.09
Cálculo de cientista alemão feito com dados mais robustos revê previsão oficial do painel do clima da ONU em 200%
Medições feitas por francesa comprovam que velocidade do fenômeno -alimentado pelo aquecimento global-aumentou para o dobro
A velocidade com que o nível do mar está subindo agora é quase o dobro daquela verificada no século 20. Já se sabia que o fenômeno -alimentado pelo aquecimento global- era grave, mas os dados mais recentes, coletados desde 1993, mostram que a elevação da linha d'água até 2100 será de 1,80 metro, mais do que o dobro da prevista pelo painel do clima da ONU.
"Entre 1993 e 2008, a taxa média global registrada foi de 3,4 mm por ano", disse à Folha a pesquisadora francesa Anny Cazenave, do Centro Nacional de Estudos Espaciais de Toulouse (França). Esse número, obtido por medições de satélite que geraram uma série histórica inédita, ganha um ar de gravidade quando comparado a outro: entre 1950 e 2000, a elevação média do mar era de 1,8 mm por ano, diz a cientista.
"Mas a maior surpresa não é essa", diz Cazenave, que apresentou suas recentes medições -processadas até dezembro- na reunião da AAAS (Sociedade Americana para o Avanço da Ciência), encerrada na semana passada em Chicago.
"As causas dessa aceleração do nível do mar também mudaram", diz. Entre 2003 e 2008, o derretimento das geleiras e dos mantos de gelo (Groelândia e Antártida) contribuiu com 80% da elevação. A expansão térmica -o aumento de volume da água pelo aquecimento- ajudou com cerca de 20%.
Na virada do século, porém, o cenário ainda era diferente. Entre 1993 e 2003, o aquecimento da água do mar explicava 50% do fenômeno, enquanto as massas de gelo respondiam por 40%. (Ainda não existem dados para explicar os 10% que fechariam a conta.)
Para os cientistas, não há dúvida: as atenções devem ser voltadas agora para regiões como o Ártico, a Antártida e as demais geleiras continentais. Entre essas áreas, o norte da Terra é o mais rico em gelo.
Um metro a mais
"Hoje, tanto os mantos de gelo quanto as geleiras continentais [na Antártida, na Groelândia, nos Andes ou no Himalaia] têm igual relevância, mas tudo indica que os primeiros serão cada vez mais importantes daqui para a frente", disse Stefan Rahmstorf, pesquisador da Universidade de Potsdam (Alemanha), que apresentou suas pesquisas no evento da AAAS, às margens do rio Chicago.
As contas do pesquisador alemão sobre o futuro do nível médio do mar indicam que os modelos apresentados até hoje estão otimistas demais. "Em 2100, posso dizer agora, o nível dos oceanos deverá estar aproximadamente um metro acima do que estava previsto pelo modelo [mais pessimista] do IPCC", o painel do clima das Nações Unidas que contou com a participação de Rahmstorf.
Acreditava-se que nível do mar não deveria subir mais do que 60 cm até 2100 (comparado com 1980-1999). Agora, porém, estima-se a marca de 1,80 metro. "E o nível do mar não vai parar de subir em 2100. Ele poderá chegar até 3,5 metros em 2200 e bater os 5 metros em 2300", disse Rahmstorf. No passado, mostrou o pesquisador, o nível do mar atingiu o pico há 40 milhões de anos. As águas estavam mais de 70 metros acima do que estão hoje.
Apesar de um nível do mar elevado não ser novidade para o planeta, a espécie humana, que surgiu há apenas 200 mil anos, nunca viu algo assim.
De acordo com Cazenave, as medições já feitas nestes últimos 16 anos mostram três regiões onde a subida do nível do mar já é realidade. "As áreas mais afetadas são o oeste do oceano Pacífico, o litoral da Austrália e também a Groelândia", diz a cientista.
Como as previsões não são uniformes, e levam em conta valores médios, uma pergunta de interesse pessoal foi feita por um espectador da palestra em Chicago. "Sou da Flórida. Quero saber o que vai ocorrer lá", disse. "Vocês [cientistas] é que têm de dizer onde o mar subirá nos próximos anos."
Mas os cientistas silenciaram, e a questão também continua aberta para quem vive na Califórnia, no Taiti ou no Recife. Diante da dúvida, o melhor que cidades costeiras têm a fazer é se prepararem para o pior.
Fonte: Eduardo Geraque, enviado especial a Chicago (EUA)
Para Ministério da Agricultura, gado de desmatador será ilegal 03.03.09
Reinhold Stephanes afirma que rebanho da Amazônia só poderá ser transportado se produtor preservar ao menos 80% de sua área
Estratégia do ministro é ganhar pontos com o presidente da República para depois propor mudança no Código Florestal
Fiscalização deverá ser feita pela Embrapa;
Para colocar em prática o que chama de "plano de desmatamento zero" nas áreas de pecuária da Amazônia, o Ministério da Agricultura vai considerar ilegal o gado criado em propriedade com desmatamento.
Segundo o ministro Reinhold Stephanes disse à Folha, as GTAs (guias de trânsito animal) somente serão liberadas para as propriedades que não tiverem desmatado ilegalmente nos meses anteriores à solicitação. Sem a GTA, o rebanho torna-se irregular e, portanto, não pode ser transportado da fazenda para o frigorífico.
A legislação determina que o produtor na Amazônia preserve ao menos 80% de sua área.
A intenção do ministro é ganhar pontos "ambientais" com o presidente Lula para propor mudanças no Código Florestal.
Um projeto-piloto será implantado neste ano no Pará e terá monitoramento via satélite da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), subordinada a Stephanes.
Um técnico federal ou estadual irá à propriedade e somente emitirá a guia de trânsito do rebanho caso receba uma autorização on-line da Embrapa de que aquela área não tem desmatado ilegalmente.
Para o Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), o monitoramento por satélite deveria ser feito também pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que já auxilia o Ibama.
"Apesar disso, o plano parece positivo pelo fato de partir do Ministério da Agricultura, que nunca fez nada para conter o desmatamento", disse Adalberto Veríssimo, pesquisador do instituto.
A pecuária tem sido apontada por ambientalistas como o principal vilão da derrubada de árvores na Amazônia. Não há, porém, estimativas oficiais sobre isso. Dados do Inpe colocam o Pará no topo do desmatamento da Amazônia Legal. Dos 11.968 km2 desmatados entre agosto de 2007 e julho de 2008, 5.180 km2 foram registrados no Estado. Segundo o IBGE, o Pará tem o quinto maior rebanho do país.
Antes de o plano entrar em operação, é preciso fazer um mapeamento das áreas e equipar todos os técnicos, pois hoje 90% das GTAs, das informações técnicas sobre os animais e dos cadastros dos produtores são emitidos manualmente.
"Se ele estiver desmatando, não terá mais guia eletrônica, e o frigorífico não vai mais comprar dele também. Se ele vai vender dois ou três bois para clandestino, isso não resolve o problema dele", disse o ministro da Agricultura.
Para Luiz Antônio Nabhan Garcia, presidente da UDR (União Democrática Ruralista), o plano é "típico de ditaduras". "O que o produtor vai fazer com o gado, caso não receba a GTA? O ministro está sem base política e, para resistir, está cedendo", diz o pecuarista.
Fonte: Eduardo Scolese, da Sucursal de Brasília
Obama quer eliminar subsídios a grandes produtores agrícolas 03.03.09
Fazendas com faturamento anual superior a US$ 500 mil não terão mais dinheiro do orçamento federal
O presidente norte-americano, Barack Obama, vai eliminar pagamentos do governo para produtores agrícolas com faturamento superior a 500 mil dólares ao ano e encerrar subsídios para a estocagem de algodão, informou um funcionário de alto escalão do governo dos EUA na quinta-feira, 26 de fevereiro.
Obama, que vai detalhar sua proposta orçamentária nesta quinta-feira, está focando agricultura, procedimentos contábeis e licitações da área militar em seus esforços para reduzir o déficit dos EUA, que a Casa Branca estima que pode atingir US$ 1,75 trilhão em 2009.
"Praticamente um terço dos agricultores recebe pagamentos diretos, não importando se estão produzindo alguma coisa ou não", afirmou o funcionário ao explicar alguns dos cortes que serão divulgados mais tarde.
"Nós vamos propor que para fazendas com uma receita superior a 500 mil dólares ao ano os pagamentos diretos sejam eliminados gradualmente", afirmou o funcionário, que pediu anonimato.
Segundo ele, esses cortes poderiam economizar US$ 9,8 bilhões para o governo em um período de 10 anos.
Segunda classificação da secretaria de Agricultura do governo americano, fazendeiros com ganhos superiores a US$ 500 mil por ano são considerados grandes produtores rurais.
A suspensão de pagamentos para produtores de algodão que recebem recursos para estocar o produto em meio a empréstimos de comercialização resultariam em uma economia adicional de US$ 570 milhões durante o mesmo período, acrescentou.
Fonte: Reportagem de Jeff Mason e Caren Bohan, Reuters, de Washington
Biodiesel: governos da UE apoiam tarifa de importação aos EUA 03.03.09
Bruxelas - Especialistas em comércio do governo dos 27 países da União Europeia (UE) apoiaram nesta terça-feira um plano para impor tarifas temporárias à importação de biodiesel norte-americano, segundo autoridades.
As tarifas devem entrar em vigor em 13 de março e durar quatro meses, enquanto a comissão investiga se tarifas permanentes são necessárias. O objetivo é neutralizar os subsídios oferecidos pelos Estados Unidos, que, segundo produtores europeus, estão inundando o bloco com importações de biodiesel norte-americano.
Fonte: informações da Dow Jones., com Deise Vieira- Agência Estado
Brasil ameaça ir à OMC contra Argentina 03.03.09
A Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicou ontem (02.03) que vai trabalhar, dentro do governo, para que as medidas protecionistas da Argentina sejam contestadas pelo Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC). Também alertou que poderá adotar restrições às importações de leite em pó e de farinha de trigo do país vizinho.
Divulgada ontem, a balança comercial do primeiro bimestre mostra queda de 46,5% nos embarques brasileiros para o vizinho, em relação a igual período de 2008. Segundo o titular da Secex, Welber Barral, esse desempenho refletiu o recuo da demanda argentina e a relação menos favorável de câmbio. Mas foi resultado, sobretudo, das barreiras "conhecidas e ainda desconhecidas" aplicadas por Buenos Aires desde setembro do ano passado. Essas travas afetam 10% da pauta de exportação brasileira para o vizinho, nos cálculos da secretaria.
"O Brasil pode acionar qualquer país na OMC", afirmou Barral, ao ser questionado se o governo poderia abrir uma controvérsia contra a Argentina. Além de exigir licenças de importação para mais de 1.200 itens brasileiros e de não respeitar os prazos para a liberação dessas licenças, a Argentina adotou critérios polêmicos de preço de referência para produtos importados e ampliou os setores afetados por medidas antidumping. A medida mais recente foi a adoção provisória, na semana passada, de sobretaxa de 413% nas importações de talheres da Tramontina, que tinha 20% do mercado argentino. Barral disse que o pior efeito do protecionismo argentino é provocar instabilidade no comércio.
Fonte: informações do jornal O Estado de S. Paulo.
Frigorífico Independência suspende abate em 10 unidades 03.03.09
A rede de frigoríficos Independência, uma das maiores exportadoras de carne bovina do Brasil, anunciou a suspensão dos abates em todas as suas unidades. O motivo, segundo a empresa, é a "falta de fluxo de caixa", situação que gerava atrasos no pagamento a pecuaristas.
As dez plantas fechadas estão nos Estados de Mato Grosso (5 unidades), Mato Grosso do Sul (2), Goiás (1), Minas Gerais (1) e Rondônia (1). Segundo a assessoria da empresa, os animais que estavam na escala de abates foram devolvidos aos fornecedores e não há prazo para a retomada das atividades.
Não foram divulgadas informações sobre o número e o destino dos trabalhadores afetados. Há menos de um mês, a empresa anunciou o fechamento de uma unidade de abates em Campo Grande (MS) e confirmou 400 demissões e o remanejamento de outros cem funcionários para abatedouros localizados em Nova Andradina e Anastácio (MS).
Dados da balança comercial do agronegócio, divulgados pelo Ministério da Agricultura, indicam que o setor de carnes amargou redução de 26% na receita de exportações em janeiro ante o mesmo mês de 2008. No caso da carne bovina "in natura", a queda foi de 53,8%.
Fonte: Rodrigo Vargas, da Agência Folha, em Cuiabá
Sobram vagas em Rio Verde (GO), baseada na indústria de alimentos 16.02.09
Uma lista com ofertas de empregos é atualizada diariamente no site da Prefeitura de Rio Verde, município do interior de Goiás de 149.382 habitantes responsável por 1% de toda a produção nacional de grãos.
Na sexta-feira passada, havia na cidade 462 vagas disponíveis para 102 tipos de profissionais, entre eles caldeireiros, eletricistas, engenheiros, marceneiros, operadores de máquinas, motoboys e até vaqueiros.
Terceiro maior PIB de Goiás (R$ 2,7 bilhões), Rio Verde (241 km de Goiânia) está numa das regiões mais prósperas de um Estado cuja indústria, ancorada na produção de alimentos, conseguiu fechar 2008 em expansão, apesar da crise.
Segundo pesquisa industrial mensal do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Goiás e Amazonas foram os únicos dos 14 Estados analisados a ter crescimento no setor em dezembro em relação ao mês anterior: 0,4%. Goiás foi também o único com variação positiva em comparação a dezembro de 2007 -1,1%, quando a média no país foi de queda de 14,5%- e teve a segunda maior expansão industrial no ano (8,5%), perdendo apenas para o Paraná (8,6%).
A instalação de novas fábricas de processamento de alimentos no interior tem ajudado Goiás a obter resultados positivos na indústria, diz o IBGE.
Em Rio Verde, polo produtor de arroz, algodão, soja, milho e girassol, há hoje seis distritos industriais com 311 unidades instaladas -como a Perdigão.
Efeitos retardados
De acordo com o IBGE, com 66% da indústria ligada a bebidas e alimentação, Goiás deve demorar para sentir os efeitos da conjuntura econômica.
"O mundo está ajustando a sua produção a um novo patamar. Isso provavelmente vai ter algum impacto. Mas até chegar a alimentos há uma distância um pouco maior", afirma a coordenadora da pesquisa do IBGE, Isabella Nunes.
No ano, a indústria de alimentos em Goiás cresceu 9,8%.
"A primeira coisa que se retrai numa crise como essa é o consumo de bens duráveis, que não é o forte da indústria goiana. Temos áreas já em dificuldade, mas o centro da nossa produção é a alimentação", diz o presidente da Fieg (Federação das Indústrias do Estado de Goiás), Paulo Afonso Ferreira.
Segundo a Fieg, o emprego industrial em Goiás cresceu 6,3% ao longo de 2008.
Beneficiado pelo aumento de emprego e renda, o setor de construção civil tem vivido uma explosão de empreendimentos imobiliários e já prevê expansão para este ano -"2008 foi o melhor dos últimos 30 anos para a construção civil em Goiás", diz Roberto Elias Fernandes, presidente do Sinduscon (Sindicato da Industria e da Construção) de Goiás.
Segundo ele, o setor deve passar "incólume" pela crise porque as obras já foram iniciadas, o que deve manter o nível de emprego. O crescimento do setor em 2008 foi de 12%, o que gerou 20 mil empregos locais.
Sinal dessa expansão é o aumento, em 2008, da produção de minerais não-metálicos -como cimento- apontado pelo IBGE em comparação com dezembro de 2007: 15,5%.
Com o aumento da renda das classes populares, que representam 40% do mercado imobiliário, o Sinduscon espera crescer de 5% a 6% neste ano.
Fonte: Matheus Pichonelli e Felipe Bächtold, da Agência Folha
Lavoura transgênica no Brasil avança menos que no mundo 16.02.09
Com um crescimento de 5,3% na safra 2008/2009, o cultivo de variedades transgênicas de soja, algodão e milho responde hoje, respectivamente, por 63,9%, 19,7% e 10,4% das colheitas dessas lavouras no Brasil.
Apesar de o incremento ter sido menor que os 9,4% mundiais, conforme os dados divulgados ontem pela ISAAA (Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia), ele foi suficiente para manter o Brasil em terceiro lugar no ranking das maiores áreas com culturas transgênicas. São 15,8 milhões de hectares com essas variedades no país. Nos Estados Unidos, são 62,5 milhões. Na Argentina, 21 milhões.
No primeiro ano com plantio de milho transgênico no Brasil, a adoção só não foi maior do que os 10,4% por causa de um atraso na liberação da produção das sementes, embargada na Justiça Federal do Paraná em 2007, diz Anderson Galvão, presidente da ISAAA.
Galvão disse não acreditar que a crise de crédito e a descapitalização do agricultor vão atrapalhar o crescimento do uso de variedades geneticamente modificadas. "Temos percebido que em momentos de crise, o agricultor usa a tecnologia que traz mais benefícios."
Para ele, a ampliação da lavoura transgênica se fará agora por sementes combinando genes de resistência a herbicidas e a insetos.
Fonte: Vanessa Correa, colaboração para a FSP
Exportações de carne bovina caem 45% em janeiro 16.02.09
As exportações de carne bovina em valores caíram 45% em janeiro de 2009, em relação ao mesmo período do ano passado. No total do primeiro mês do ano, foram comercializadas no mercado externo US$ 255.689,81 contra US$ 465.378,81 no mesmo mês do ano passado.
Em volume, houve queda de 34%, com 81.812,41 toneladas vendidas ante as 124.696,78 toneladas exportadas em janeiro de 2008. Os dados foram divulgados hoje (12) pela Associação Brasileira das Indústrias Exportações de Carne (Abiec).
A exportação de carne in natura registrou queda de 38% com 56.599,13 toneladas exportadas em janeiro contra 91.891,35 toneladas no mesmo período de 2008. Em valores, as exportações de carne in natura caíram 54%, com o faturamento de US$ 168.463,21 ante os US$ 364.748,35 de janeiro do ano passado.
A carne industrializada totalizou 13.469,10 toneladas exportadas. Em janeiro de 2008, o volume exportado da carne industrializada chegou a 19.169,26 toneladas, representando uma queda de 18%. Em valores, a queda foi de 45%, com US$ 54.747,33 vendidos em janeiro, ante US$ 69.511,99 no mesmo mês do ano passado.
Segundo o diretor executivo da Abiec, Otávio Hermont Cançado, a queda de janeiro deste ano se deve à antecipação das exportações promovida pelos empresários em janeiro de 2008. O movimento se deu em decorrência das restrição da carne bovina brasileira por parte da Europa. Com isso, o primeiro mês do ano alcançou números recordes em 2008, o que foi totalmente atípico para o período. “O outro fator é a crise de fato, a falta de crédito". Para Hermont, a comparação pode até ser injusta, mas os números são um fato, conforme ressaltou.
O diretor da Abiec afirmou que, até março, o setor deve passar por uma readequação de mercado e, no segundo trimestre, será possível ter uma prévia de como vai caminhar o setor. Hermont acredita que, no segundo semestre, o setor deve recuperar seus índices, chegando em níveis iguais ou um pouco inferiores aos registrados no segundo semestre de 2008. “Assim, poderemos voltar a exportar em 2010 em franca ascensão, normalmente, com todos os mercados abertos e gerar toda renda, emprego e saldo na balança comercial”.
Na sua avaliação, a recuperação do preço dependerá da demanda dos países importadores, que queimaram estoque no final do ano passado e, agora, estão voltando a comprar do Brasil.
Segundo Hermont, as indústrias estão trabalhando com volume maior para manter a mesma renda, mas a tendência é a de que ocorra um ajuste de preços. “Isso tudo depende da demanda e da volta do crédito tanto para o exportador quanto para o importador da carne brasileira. O problema do setor não é de demanda, é de crédito, ou seja, faltou crédito no mundo e no Brasil”.
Hermont explicou que o preço das carnes nobres tem caído no mercado interno nos últimos meses devido a um reflexo da crise econômica global e da queda das exportações. É que, com a previsão de exportações não confirmada, o excesso de produção foi desviado para o mercado interno, que ficou superaquecido.
O diretor executivo ressaltou que já se enxerga a possibilidade de protecionismo com relação ao setor da carne bovina brasileira, mas que a Abiec fará articulações com o governo e também procurará os países que insistirem em adotar qualquer medida restritiva.
Fonte: Flávia Albuquerque, repórter da Agência Brasil
Coperfrango atrasa pagamento de salários em SP 16.02.09
Ribeirão Preto, SP - Sem obter crédito para injetar R$ 3 milhões em capital de giro, a Coperfrango, maior cooperativa avícola de São Paulo, atrasou os salários de janeiro, ainda não pagou o décimo-terceiro salário de 2008 e informou os cerca de 2 mil funcionários que sequer tem dinheiro para pagar rescisões contratuais em possíveis demissões. Ontem, os funcionários da cooperativa, em Descalvado (SP), paralisaram as atividades pela manhã e só voltaram ao trabalho após a promessa do presidente da Coperfrango, Carlos Garcia, que iriam receber parte dos salários.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Alimentação de Porto Ferreira e Região, Orlando dos Santos, disse que a situação na Coperfrango é tão crítica que a empresa pediu aos trabalhadores que quisessem ser demitidos a devolução da multa de 40% para um reembolso futuro em quatro parcelas. "Liguei no Ministério do Trabalho para saber a legalidade desse procedimento", disse Santos. "É muito triste a situação na empresa", completou. A Coperfrango não estaria recebendo mais insumos para a nutrição animal e teria fechado a fábrica de rações, de acordo com o sindicalista.
O presidente da Coperfrango afirmou que trabalha em outras linhas para conseguir recursos para a cooperativa, já que as ações junto à Nossa Caixa e ao Banco do Brasil não obtiveram sucesso. Sem o dinheiro para o capital de giro a Coperfrango trabalha em outras frentes: obter mais recursos dentro da linha de R$ 700 milhões, anunciada pelo governo federal às cooperativas, liberar créditos retidos de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e de PIS/Cofins junto aos governos estadual e federal e ainda se desfazer de algum dos seus ativos.
No fim de janeiro, representantes da cooperativa pediram que o secretário da Agricultura, João Sampaio, intercedesse junto às instituições financeiras para a liberação da linha de capital de giro de R$ 3 milhões. "Não obtivemos os recursos, seguimos trabalhando para contornar a situação e esperamos ter uma definição em 20 ou 30 dias", afirmou Garcia. Ele admitiu que cortes de funcionários são analisados e que o abate está até 30% abaixo das 150 mil aves processadas pela Coperfrango diariamente. "Ainda temos frango no campo e segue o abate", concluiu Garcia.
O fechamento da Coperfrango poderia causar um colapso em Descalvado, cidade de 30 mil habitantes no interior paulista. Além dos empregos, a empresa é responsável por 35% do recolhimento do ICMS do município.
Fonte: Gustavo Porto, Agência Estado
Exportações chinesas têm maior queda em dez anos 16.02.09
EUA registram menor déficit comercial desde 2003
As exportações chinesas tiveram no mês passado a maior queda em dez anos, mostrando a queda no apetite global pelos produtos do país asiático e o impacto da crise em uma das economias que mais têm crescido nos últimos anos e que vê agora milhões de trabalhadores perdendo os seus empregos.
Segunda maior exportadora mundial, a economia chinesa em janeiro vendeu para o exterior 17,5% menos que no mesmo mês do ano passado, a maior queda desde pelo menos 1998. O resultado foi afetado, segundo analistas, pelo feriado do Ano Novo Lunar, o mais importante do país e que neste ano ocorreu na última semana de janeiro, o que diminuiu o número de dias trabalhados.
Porém, janeiro foi o terceiro mês seguido de contração nas exportações chinesas, indicando que, se o feriado prejudicou o resultado, já existe uma tendência de queda. O dado do mês passado também chama a atenção pela intensidade da retração, já que em dezembro a queda nas exportações foi de 2,8%.
Mas a queda não ficou restrita à venda de bens e serviços para o exterior. As importações recuaram 43,1%, sinalizando não só a queda na demanda interna mas a menor procura pelos produtos chineses em outros países, já que cerca de 50% do que a China compra de fora, como matérias-primas (minério de ferro, por exemplo), é usado na fabricação de bens que são reexportados. A China foi em 2007 o terceiro país que mais importou, atrás apenas dos EUA e da Alemanha.
Com as importações caindo ainda mais que as exportações, o país teve um superávit comercial no mês passado de US$ 39,1 bilhões, o segundo maior da série, perdendo apenas para os US$ 40,1 bilhões registrados em novembro de 2008.
A crise também teve impacto no saldo comercial dos EUA, que, em dezembro, registraram em dezembro o menor déficit em seis anos. Com exportações e importações caindo pelo quinto mês seguido, o déficit recuou 4% ante novembro, para US$ 39,9 bilhões.
Fonte: Folha de São Paulo com agências internacionais
Crise encurrala governos europeus 16.02.09
A crise que fustiga sem tréguas a economia mundial está promovendo protestos sociais em toda a Europa, de Reykjavik a Sofia. E os políticos começam a tremer. As turbulências financeiras já derrubaram os governos da Bélgica e da Islândia e começam a passar a fatura da instabilidade em outros países europeus, como França e Reino Unido, e especialmente no antigo bloco comunista, onde houve algumas das maiores mobilizações dos últimos 20 anos.
O desastre econômico, que provoca um constante aumento do desemprego e uma deterioração das condições de trabalho, a frustração por parte da opinião pública e a perda de confiança nos políticos alimentam os protestos, segundo especialistas. "A situação é preocupante e pode piorar nos próximos meses", advertiu o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn. A crise ameaça provocar protestos "quase em todos os lugares", ele acrescentou.
As economias da Europa Ocidental não estão imunes. Houve manifestações na França, com uma greve geral na semana passada, e protestos no Reino Unido.... Outros países, como a Espanha, com o recorde de desemprego da União, e a Irlanda, com as contas públicas destroçadas ..., enfrentam sérios desafios políticos. A Alemanha, maior economia europeia, sofre a pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial.
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Mas se algo ficou claro na reunião do Fórum Econômico Mundial, que terminou ontem em Davos, Suíça, é que a crise ameaça gerar reações sociais violentas em todo o mundo e um ressurgimento do protecionismo e do nacionalismo.
Evitar que se amplie o clima de revoltas populares e manifestações de protesto será um dos principais objetivos da cúpula de chefes de estado ou de governo da UE, que se realizará em março. "O que fizemos até agora não é suficiente para recuperar a estabilidade do sistema financeiro", indica uma fonte da Comunidade europeia. "Os bancos continuam sem querer dar informação e ainda não sabemos os ativos tóxicos que possuem", acrescenta. Na opinião dele, "o que está em jogo não é uma recessão de 2%, mas de 15 ou 20%". "Os economistas não se atrevem a dizer até onde chegará o caos", explica.
A maior angústia deriva da incessante cadeia de anúncios de fechamento de empresas e expedientes de regulação de emprego que elevaram o número de desempregados na UE a 17,4 milhões, 1,6 milhão a mais que um ano atrás.
Poul Nyrup Rasmussen, presidente do Partido dos Socialistas Europeus, declarou: "A Europa deveria tomar novas e excepcionais medidas para evitar a perda de 3,5 milhões de empregos prevista para este ano". "A UE não pode permanecer passiva e aceitar que o desemprego aumente ano após ano", ele acrescentou. A Organização Internacional do Trabalho prognosticou a perda de 51 milhões de empregos em todo o mundo.
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O Reino Unido é, sem dúvida, o mais atingido pela crise, com previsões de redução da atividade para este ano de 2,8%, entre as piores da União. ... As últimas medidas do governo britânico para salvar a indústria do automóvel, especialmente a garantia de empréstimos no valor de 2,5 bilhões de euros, foram recebidas com absoluta frieza pela população. Em geral, as ajudas maciças aos bancos com dinheiro público criaram um crescente mal-estar entre os cidadãos, ao comprovarem que não se recuperava a economia nem o emprego, mas que se dava dinheiro aos banqueiros, os verdadeiros culpados pela crise.
A França viveu na última quinta-feira uma jornada de importantes manifestações, das quais participaram 2,5 milhões de trabalhadores, segundo os sindicatos, que a polícia diminuiu para 1 milhão. A greve geral só teve um sequência significativa no setor público, e os transportes cumpriram os serviços mínimos. Apesar da impressão geral de que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, aguentou este primeiro empurrão, também é verdade que o protesto maciço paralisou por enquanto as reformas previstas pelo governo, que os trabalhadores rejeitavam. Sarkozy deu a entender que havia captado a mensagem e se ofereceu para iniciar negociações com sindicatos e empresários.
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Fonte: Andreu Missé e Cristina Galindo -El País (Bruxelas e Madri)
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
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Agroindústria encolhe 3,1% no último trimestre, e fecha 2008 com crescimento de 1,8% 06.02.09
Em bases trimestrais, após crescer 6,1% no primeiro trimestre, a agroindústria desacelerou nos dois trimestres seguintes (2,6% e 2,4%) e inverte o sinal no quarto trimestre (-3,1%). A perda de dinamismo no último trimestre, influenciada pela alteração no cenário econômico mundial, levou a uma menor demanda pelos principais produtos agropecuários exportados. Nos noves primeiros meses do ano, o desempenho positivo da agroindústria foi impulsionado pelo crescimento da safra, o aumento do consumo no mercado interno, por conta da expansão na renda familiar e o avanço nas exportações de alguns produtos.
Como resultado final, em 2008, a agroindústria brasileira cresceu 1,8%, ritmo inferior ao assinalado em 2007 (5,0%) e abaixo do registrado pela média da indústria nacional no ano (3,1%). A expansão dos setores associados à agricultura (0,8%), de maior peso na agroindústria, ficou abaixo da observada em relação aos setores vinculados à pecuária (1,6%). O grupo inseticidas, herbicidas e outros agrotóxicos de uso agropecuário apresentou forte acréscimo (20,5%), impulsionado, principalmente, pelo aumento da produção de soja, de cana-de-açúcar e de milho, lavouras intensivas no uso destes insumos. O segmento de madeira recuou 27,7%, influenciado pela queda nas exportações.
O resultado anual da agricultura foi influenciado positivamente pelas condições climáticas favoráveis ao longo do ano e pelo maior uso de agrotóxicos, que contribuíram para o aumento da produtividade e da produção (segundo dados do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA-IBGE)). Conforme dados do LSPA, a safra de grãos de 2008 atingiu produção recorde de 145,8 milhões de toneladas de grãos, resultado 9,5% superior ao de 2007 (133,1 milhões de toneladas), com destaque para a produção de soja, de milho e de arroz, que representam cerca de 90% da safra.
As exportações também contribuíram para o resultado positivo da agroindústria. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX/MDIC), em 2008, o volume exportado dos principais produtos da agroindústria apresentou as seguintes variações: pedaços e miudezas de aves (4,9%), carne de aves não cortados em pedaços (14,5%), álcool (47,2%), açúcar (9,5%) e celulose (8,6%). Por outro lado, houve resultados negativos em carnes de bovinos congeladas (-16,1%), carnes de suínos congeladas (-13,4%), fumo (-7,6%) e suco de laranja congelado (-20,2%). No complexo da soja, as exportações de grãos (3,3%) e de óleo de soja em bruto (2,9%) cresceram, enquanto a de bagaços (sic) e outros resíduos da extração do óleo de soja (-1,5%) recuou. Vale acrescentar que as receitas com as exportações destes derivados da soja, em função do aumento das cotações médias internacionais em relação a 2007, foram ampliadas em, respectivamente, 63,2%, 62,4% e 47,5%.
Produtos Industriais Derivados da Agricultura
O setor de produtos industriais derivados da agricultura avançou 0,6%, com resultados positivos em cinco dos oito subsetores pesquisados. O desempenho positivo dos derivados da soja (2,6%) deve-se ao crescimento da safra e ao aumento dos preços, em razão tanto da maior demanda externa como da interna. Vale lembrar que essa oleaginosa é utilizada como insumo para a fabricação de rações e óleo comestível e também para a produção de biodiesel. O crescimento dos derivados da cana-de-açúcar (2,5%) é explicado pelo direcionamento da safra para a produção de álcool, que cresceu 11,2%, já que a produção de açúcar cristal recuou 6,0%. A produção de álcool foi impulsionada pela maior demanda interna, em virtude do aumento da frota de veículos bicombustíveis, e pelo incremento das exportações (47,2%)(segundo dados da SECEX/MDIC), para atender o aumento do consumo de álcool como combustível alternativo ao petróleo. Outros impactos positivos vieram de celulose (8,4%), produto com forte demanda externa, arroz (11,0%), tipicamente de consumo doméstico, e milho (3,9%), insumo básico para a fabricação de rações para avicultura e suinocultura. Por outro lado, as retrações vieram de fumo (-6,6%) e laranja (-17,3%), influenciados pela queda nas exportações (7,6% e 20,2%, respectivamente -fonte: SECEX/MDIC), e trigo (-12,0%).
Produtos Industriais Utilizados pela Agricultura
O setor dos produtos industriais utilizados pela agricultura mostrou incremento de 2,1%, impulsionado pelo aumento na produção de máquinas e equipamentos agrícolas (35,4%), já que adubos e fertilizantes recuou 12,2%. O bom desempenho de máquinas agrícolas foi influenciado pelo aumento da renda agrícola, em função das elevadas cotações das commodities agrícolas até o primeiro semestre de 2008 e da safra recorde de grãos de 2007. Com isso, os agricultores puderam investir em máquinas e equipamentos, itens fundamentais para o crescimento da produtividade agrícola. Vale destacar que as exportações também foram importantes para o crescimento deste setor, como apontam as estatísticas da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA). Segundo esta fonte, a quantidade exportada de colheitadeiras e de tratores de rodas cresceu, respectivamente, 28,2% e 14,6%.
Produtos Industriais Derivados da Pecuária
O setor de produtos industriais derivados da pecuária avançou 1,5%. Os derivados de aves cresceram 5,4%, influenciados pelas exportações para Ásia e União Européia. Os derivados da pecuária bovina e suína recuaram 2,8% em razão da queda na exportação com o embargo realizado pela União Européia, sob a alegação de falta de condições sanitárias. A produção de leite, produto direcionado ao mercado interno, cresceu 1,6%, enquanto a de couros e peles apresentou retração de 1,1%.
Produtos Industriais Utilizados pela Pecuária
O setor de produtos industriais utilizados pela pecuária cresceu 2,0%, com o grupo rações, de maior peso, avançando 3,0%, e o de produtos veterinários recuando 2,9%.
Fonte: Comunicação Social IBGE, com o Observatório
Investimentos em usinas devem cair 40% neste ano 06.02.09
Depois de dois anos de robustez, os investimentos do setor sucroalcooleiro devem cair para algo próximo de R$ 7 bilhões em 2009, com perspectiva de serem ainda menores em 2010. O volume é 40% mais baixo do que os cerca de R$ 12 bilhões por ano aplicados em 2007 e 2008. "Teremos em 2009 um ano de inércia, apenas de continuidade de projetos já iniciados. Será também um ano de ‘não-decisão’ de investimento que vai se refletir em baixos recursos aplicados em 2010", avalia Júlio Maria Borges, da JOB Consultoria.
Em torno de 15 das 35 usinas previstas para entrar este ano em operação no Centro Sul já adiaram seus projetos, e, muitas, previstas para inaugurar na safra 2010/11, também já anunciaram seus adiamentos. A mais recente foi a do projeto da Sucral Bioenergia com a Greentech, dos empresários Ana Maria e Paulo Diniz, filhos do empresário Abílio Diniz, presidente do Conselho de Administração do grupo Pão de Açúcar. O projeto era de construir quatro usinas em Mato Grosso do Sul, das quais duas deveriam ser inauguradas em 2010/11. Mas, Ricardo Caiuby Farias, diretor da Sucral Bioenergia, explica que adiou, por enquanto, o início da operação em um ano e que busca um outro sócio para compor o capital do projeto, orçado em R$ 2,8 bilhões. "Vamos ter de rever nossas participações, de 50% para Sucral e de 50% para a Greentech. A estimativa é de que o novo investidor possa entrar com 33% de participação no negócio", explica Farias. Sem citar nomes, ele afirma que o novo sócio em negociação é de fora do setor. A expectativa é de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financie 60% do projeto. "Já temos implantados apenas viveiros de mudas e aguardamos as licenças ambientais", acrescenta Farias.
Outros projetos, como o da Adecoagro, que tem como acionista o megainvestidor George Soros, também teve atraso e adiamento de usinas. No plano original, uma das usinas do grupo, a Angélica (MS), deveria entrar em operação em 2009, com parte da capacidade instalada prevista. Mas, com a escassez de crédito, a opção foi destinar todo o recurso para esta usina operar com capacidade total e adiar por um ano o início da operação da segunda e da terceira indústrias. O projeto da Adecoagro é de atingir processamento de 11 milhões de toneladas de cana em 2015.
Somente as 15 usinas que não vão iniciar as operações na safra 2009/10 representam, cada uma, de US$ 200 milhões a US$ 300 milhões de investimento. "Essas 15 indústrias vão adiar com certeza, mas se este número será maior dependerá de como for a liberação de recursos", afirma Pádua.
Por enquanto, eles continuam crescendo, pelo menos, nas instituições financeiras oficiais. Segundo o BNDES, em dezembro de 2008 foram desembolsados R$ 766,6 milhões ao setor sucroalcooleiro. No acumulado de 2008, foram R$ 6,5 bilhões, aumento de 85% em relação aos R$ 3,56 bilhões de 2007.
Como a expansão da área plantada de cana desses projetos praticamente já ocorreu, é possível que haja disparidade entre o adicional de cana e a capacidade de industrialização, segundo Borges. Boa parte dessas 15 usinas que não vão entrar em operação em 2009 já implantaram canavial. "Estamos falando de um sinal amarelo, pois o real volume de cana disponível ainda vai depender do rendimento agrícola, resultado, em grande parte, das chuvas de verão", explica Borges.
O forte recuo do setor em 2009 e em 2010 deve comprometer as metas de expansão da capacidade de moagem. Antes da crise, a Unica estimava que em 2015 o Brasil estaria moendo 830 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para fazer frente à demanda também em expansão. "Adicionamos 130 milhões de toneladas ao sistema em dois anos. Em 2009 e ainda mais em 2010, deve haver retração. Mas, se o cenário voltar a ser positivo, com crédito e preços remuneradores, a expansão pode ser retomada", diz o diretor-técnico da Unica, Antônio de Pádua Rodrigues.
Antes da crise, havia cerca de 60 projetos para entrar em operação. Não há, segundo Pádua, uma estimativa de quantos devem, de fato, sair do papel. "Mas, quem ainda não começou aplicar o recurso, não vai iniciar em 2009. Pode haver alguma retomada em 2010, o que refletirá em aumento da capacidade instalada apenas nos anos de 2011 e 2012", avalia Borges, da JOB Consultoria.
José Carlos Toledo, presidente da União dos Produtores de Bioenergia (Udop), que representa as usinas do Oeste Paulista, região que mais tem novos projetos, acredita que provavelmente o setor não conseguirá atingir os investimentos anteriormente previstos. "Não temos preço remunerador e nem crédito", resume Toledo. Alguma alteração pode ocorrer, sobretudo com a entrada de grupos estrangeiros, que estão de olho nas oportunidades surgidas com a desvalorização dos ativos do setor. "Há um ano e meio, o patamar negociado por uma usina era de cerca de US$ 120 por tonelada, valor que atualmente está entre US$ 30 e US$ 40. O endividamento está corroendo o patrimônio das usinas", compara Toledo. Borges, da JOB, pondera que é preciso considerar nessa comparação que neste período o câmbio saiu do patamar de R$ 1,60 para o de R$ 2,40.
Fonte: Gazeta Mercantil
Com preço melhor, sojicultor acelera venda para fazer caixa 06.02.09
A restrição na oferta de crédito já faz com que os produtores de soja intensifiquem a comercialização do produto para cobrir as despesas com a safrinha.
Ainda que os preços não estejam em patamares considerados remuneradores pelos sojicultores, a cotação média do produto na Bolsa de Chicago em janeiro, de US$ 10,02 a saca (vencimento em maio de 2009), trouxe o produtor do grão de volta à mesa de negociações. A cotação média no último mês foi a maior desde outubro de 2008, registrando uma alta de 5% na comparação entre os dois meses.
Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), órgão da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato), até o último dia 20 de janeiro os volumes de soja negociados no Estado atingiram 45% da produção da safra 2008/2009.
O levantamento da Cerealpar mostra avanço significativo nas negociações de soja em todo o País durante o mês de janeiro, reflexo da melhora nos preços nos últimos 60 dias. Aproximadamente 17,1 milhões de toneladas da safra brasileira de soja já foram negociadas.
"O ritmo de negócios continua bem mais lento que no mesmo período no ano passado e na média dos últimos 5 anos", afirmou. "A comercialização está mais adiantada nos estados do Centro-Oeste, reflexo de uma disponibilidade mais cedo do produto novo e necessidade maior de caixa", avalia. Em 2008, os sojicultores mato-grossenses já haviam vendido cerca de 70% da safra até o final de janeiro.
De acordo com Glauber Silveira, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado do Mato Grosso (Aprosoja), houve uma melhora na liquidez durante o mês de janeiro, mas apenas para o mercado spot ou para vendas futuras do primeiro vencimento. "O mercado melhorou, mas no curto prazo, para receber em abril, maio", disse.
Segundo Silveira, as empresas não estão negociando. "Nem todas estão realizando [os negócios], estão fazendo compras realizadas, com o produtor que já está colhendo", afirma.
O produtor destaca ainda a redução da liquidez nessa safra. Em safras anteriores era possível verificar negócios nos quais os agricultores comprometiam até duas safras a frente. "Hoje as empresas não querem comprar muito para não ter que fazer o reembolso. Ninguém sabe o que o mercado vai virar e elas também estão sem caixa", avalia.
Fonte: Priscila Machado, DCI - Diário do Comércio & Indústria, com o Observatório
Safra agrícola brasileira diminui 7,6% neste ano, prevê IBGE 06.02.09
A primeira previsão da safra agrícola brasileira para este ano, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra uma queda de 7,6% em relação à colheita do ano passado, de 145,8 milhões de toneladas. De acordo com os dados divulgados ontem (5) pelo IBGE, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas deverá ser de 134,7 milhões de toneladas.
Ainda segundo o IBGE, a área plantada deve chegar a 47,6 milhões de hectares, 0,8% maior que a de 2008 (47,2 milhões de hectares).
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola prevê queda na produção nas Regiões Sul (-12,7%), Centro-Oeste (-6,3%), Sudeste (-3,5%) e Norte (-1,8%). Apenas para o Nordeste (4,7%) a previsão é de alta.
Entre os 25 produtos pesquisados, apenas sete apresentam alta na estimativa de produção em relação a 2008: amendoim em casca 2ª safra (15,0%), arroz em casca (2,2%), cana-de-açúcar (0,6%),cebola (4,0%), feijão em grão 1ª safra (17,7%), mamona em baga (14,8%) e mandioca (1,4%).
O estudo do IBGE prevê ainda quedas para os 18 produtos restantes: algodão herbáceo em caroço (-16,8%), amendoim em casca 1ª safra (-6,9%), aveia em grão (-5,1%), batata-inglesa 1ª safra (-9,9%), batata-inglesa 2ª safra (-12,8%), batata-inglesa 3ª safra (-1,6%), cacau em amêndoa (-5,2%), café em grão (-15,9%), cevada em grão (-13,0%), feijão em grão 2ª safra (-0,7%), feijão em grão 3ª safra (-6,5%), laranja (-1,0%), milho em grão 1ª safra (-14,8%), milho em grão 2ª safra (-10,6%), soja em grão (-3,6%), sorgo em grão (-8,0%), trigo em grão (-15,5%) e triticale em grão (-17,0%).
Fonte: Cristiane Ribeiro, repórter da Agência Brasil
Queda generalizada da produção industrial no país em dezembro de 2008, segundo IBGE 06.02.09
A produção da indústria brasileira recuou em 12 dos 14 locais pesquisados em dezembro de 2008, em relação ao mês anterior. As quedas mais acentuadas ocorreram em Minas Gerais (-16,4%), na Bahia (-15,6%) e em São Paulo (-14,9%). Os números são da Pesquisa Industrial Mensal por Regiões, divulgada hoje (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O estudo mostra que as demais localidades registraram recuos menores que a média nacional, de 12,4%: Ceará (-4,1%), Pernambuco (-5,7%), Pará (-6,7%), Santa Catarina (-7,5%), Espírito Santo (-7,9%), Rio de janeiro (-8,2%), região Nordeste (-8,9%), Rio Grande do Sul (-10,0%) e Paraná (-11,3%).
De acordo com IBGE, os últimos três meses de 2008 foram positivos para todos os locais, que fecharam o ano de 2008 com crescimento. A exceção, segundo a pesquisa, foi Santa Catarina (-0,7%), em razão dos prejuízos causados pela chuva que atingiu o estado no final do ano passado.
Os parques industriais do Amazonas (0,9%) e Goiás (0,4%) foram os únicos que registraram desempenho positivo na comparação de dezembro com novembro.
Ainda segundo a pesquisa, os efeitos da crise financeira internacional que eclodiu em setembro passado são evidenciados na constatação de que todos os locais pesquisados tiveram perda de ritmo no quarto trimestre e ficaram abaixo do acumulado até setembro.
Também na comparação do último trimestre de 2008 ante igual período de 2007, 11 locais registraram redução na produtividade em 2008. Os únicos estados que sustentaram taxas positivas no quarto trimestre de 2008 foram Pará (1,6%), Goiás (1,4%) e Paraná (1,0%).
Fonte: Flávia Villela, repórter da Agência Brasil
Vendas do varejo paulistano têm sua primeira queda trimestral 05.02.09
Em dezembro, supermercados venderam
quase 10% menos que no último mês de
2007
As vendas do comércio varejista na região metropolitana de São
Paulo sofreram queda de 7,4% no último trimestre do ano passado, na
comparação com o mesmo período de 2007. Esse foi o primeiro índice
trimestral negativo apurado pela Pesquisa Conjuntural do Comércio
Varejista desde 2002, informou ontem (04) a Federação do Comércio
do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP).
Apesar da expressiva queda, o faturamento do setor registrou nos 12
meses de 2008 crescimento de 1,7% em relação a 2007. Para o
presidente da entidade, Abram Szajman, o desempenho mostra que os
impactos da crise financeira mundial afetam todos os setores
produtivos com intensidade e rapidez "muito além da prevista". "O
ciclo de prosperidade vivenciado nos últimos anos chegou ao fim",
declarou. Para 2009, a expectativa da Fecomercio-SP é de um volume
de vendas inferior ao do ano passado.
No último mês do ano, as vendas do comércio varejista apresentaram
queda de 6,8% no contraponto com o mesmo mês de 2007. O setor que
mais influenciou a retração mensal foi o de Concessionárias de
Veículos, com -13,7%, embora a queda registrada por Supermercados
(-9,5%) tenha sido determinante para o resultado negativo por conta
da grande participação do segmento no varejo.
Fonte: Ana Luísa Westphalen, Agência Estado
Veja também: Consumo
de carne bovina no varejo paulista cai 10%
India Pareci é morta em fazenda de MT e ruralistas pedem proteção contra retaliações 05.02.09
O conflito teve início no mês passado com a morte de uma índia pareci que teria invadido uma fazenda para pescar. Em represália, mais de 100 índios de Sapezal invadiram a propriedade, destruíram as instalações hidráulicas, depredaram, roubaram móveis e utensílios e mataram mais de 1,3 mil suínos.
Reunidos na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), representantes dos produtores rurais, da Fundação Nacional do Índio (Funai), Secretaria de Segurança Pública, Casa Civil e da prefeitura de Diamantino, discutiram e definiram algumas medidas a serem adotadas com o intuito de pacificar a situação de tensão existente em Diamantino, devido a conflitos entre os índios da etnia Pareci e os produtores.
As fazendas da região continuam sendo ameaçadas pelos indígenas, que prometem invadir outras propriedades para atear fogo na produção da soja (que está no início da colheita) e nos maquinários agrícolas.
Produtores já encaminharam aos órgãos competentes, um pedido de providência, para que a segurança das pessoas e do patrimônio delas, seja garantida.
A Famato protocolou um documento relatando a situação e também pedindo providências junto ao governo do Estado, Funai, Ministério Público e Polícia federal.
Porém, durante a reunião na Famato, uma informação repassada pelo administrador do escritório da Funai em Tangará da Serra, Carlos Marcio Vieira Barros, preocupou ainda mais os produtores. Segundo ele, os estudos para a demarcação da área indígena “Estação Pareci” já estão concluídos e que a proposta de homologação da área deverá ser enviada para assinatura do ministro, nas próximas semanas.
“Estamos em situação de eminente perigo e insegurança jurídica. Estamos vivendo sob ameaças e não conhecemos os limites dos índios”, disse o produtor de Diamantino Gildo Capeletto, que participou da reunião. Ele lembrou que os produtores da região não irão armar e nem promover “guerrilha”, porém, a situação é tensa e o Estado precisa agir. “Não dá para entender como o governo promove uma política de ocupação da região, política da qual nós somos os frutos, e agora, depois de décadas trabalhando, produzindo e promovendo o desenvolvimento do estado, o próprio governo chega e diz, nada disso é nosso, que a terra, simplesmente não nos pertence, mas sim, aos índios”, desabafou o produtor.
O setor produtivo sugeriu três medidas para pacificar a região: um acordo de paz com os índios, através da Funai, para garantir o andamento normal da colheita; a manutenção da tranqüilidade na região e um período de trégua, até a votação do projeto do deputado federal Homero Pereira, repassando o Congresso Nacional a responsabilidade sobre a demarcação de áreas indígenas.
“Nós respeitamos o patrimônio alheio. O que é terra indígena, deve ser respeitada, porém nós queremos que as nossas propriedades também sejam respeitadas. Nós somos a favor da legalidade e do que é justo”, disse o diretor secretário da Famato Valdir Correa.
O representante da Funai se comprometeu em falar com índios sobre a proposta de trégua.
Os produtores também solicitaram a presença de uma viatura da Polícia Militar no local, a fim de evitar possíveis incidentes que possam agravar ainda mais a situação. O presidente da Famato, Rui Prado, se comprometeu em viabilizar o pedido junto ao governo do estado já que, os produtores garantiram o custeio da viatura e dos PMs que permanecerão no local.
Rui Prado falou sobre as providências que já foram tomadas junto ao Ministério da Justiça, a fim de equacionar os 21 casos de impasse devido à demarcação ou ampliação de áreas indígenas em Mato Grosso. “Um dos pontos definidos com o Ministro Tarso Genro, foi a criação de um Grupo de Trabalho, composto por representantes dos segmentos envolvidos, para fazer a discussão sobre essas demarcações, já que até agora, apenas a Funai decide sem ouvir ninguém”, disse Prado. Este grupo deverá fazer, ainda neste mês sua primeira reunião.
Nesta quarta-feira, a Famato realizará uma nova reunião na sede do sindicato rural de Diamantino para dar prosseguimento a discussão.
Fonte: Agronotícias, com o Observatório
Exportação de farelo de soja cresce 36,4% em receita e supera grão 05.02.09
As vendas externas de óleo de soja foram o destaque negativo de janeiro.
As exportações brasileiras de farelo de soja tiveram um desempenho considerado muito bom no mês passado e superaram os embarques de soja em grão, tanto em receita quanto em volume. Os embarques geraram uma receita de US$ 299,5 milhões, resultado 36,4% superior a janeiro do ano passado e 22,7% maior do que dezembro.
Em volume o desempenho do mês passado também foi positivo, com exportações de 937 mil toneladas, crescimento de 39,7% em relação a janeiro e 19,7% superior a dezembro de 2008.
No caso da soja em grão, as exportações brasileiras foram de US$ 253 milhões no mês passado, resultado que representou um modesto crescimento de 0,92% sobre janeiro de 2008 e uma queda de 23,9% em comparação a dezembro. O volume exportado foi de 614,5 mil toneladas, um crescimento de 2,48% sobre janeiro do ano passado, mas uma queda de 18,1% em comparação a dezembro.
As vendas externas de óleo de soja foram o destaque negativo de janeiro. Os embarques do mês passado somaram US$ 58 milhões, uma queda de 62,1% em comparação a janeiro e de 20% em relação a dezembro do ano passado. O volume de óleo exportado em janeiro foi de 84,6 mil toneladas, uma retração de 47,3% em relação a janeiro de 2008 e 12,3% a menos do que em dezembro.
Fonte: Último Segundo
Soja cai em Chicago, mas continua atrativa no Brasil 05.02.09
As chuvas na Argentina e também a melhora nas condições das lavouras no Sul do Brasil motivaram quedas expressivas dos preços da soja no mercado futuro nos últimos dias.
Nas sessões de segunda e terça-feira, os contratos com vencimento em maio (que atualmente ocupam a segunda posição de entrega, normalmente a de maior liquidez) acumularam queda de 3,69% na bolsa de Chicago, ou 36,50 centavos de dólar, para US$ 9,5025 por bushel. Apesar dos recuos, os negócios com a oleaginosa mostram-se bem mais atrativos neste momento da safra 2008/09 que no fim de 2008.
Em dezembro, os contratos de soja de segunda posição de entrega desceram ao menor nível desde que, em julho, atingiram sua maior cotação na história. Na segunda-feira, em seu relatório semanal, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola (Imea) afirmou que "os preços [da soja] em recuperação trouxeram novo fôlego para os produtores, que agora acreditam na possibilidade de sua margem ficar no azul". Esse cenário era tido como pouco provável por produtores e analistas há apenas dois meses. O Imea ressalva que o preço do grão recuou na semana passada, mas, no acumulado de janeiro, o contrato com vencimento em maio encerrou com cotação média de US$ 10,02 por bushel, uma valorização de 5% desde outubro. As chuvas na Argentina puxaram os recuos recentes.
A alta em janeiro, em contrapartida, teve as "evidências de não-retrocesso da demanda pela oleaginosa" como guia para a alta, segundo o Imea.
Fonte: Valor Econômico
Consumo de carne bovina no varejo paulista cai 10% 05.02.09
Os supermercados do Estado de São Paulo registraram uma queda no consumo de carne bovina da ordem de 10%. O principal motivo para a retração, segundo Martinho Paiva Moreira, vice-presidente de Comunicação da Associação Paulista de Supermercados (Apas), é o elevado preço do produto ao consumidor, consequência da alta nas cotações da matéria-prima. "O consumidor não concorda em pagar um valor tão alto e acaba substituindo a carne bovina por outras proteínas animais", afirma Moreira.
A queda no consumo de janeiro pode não ser a única. De acordo com Moreira, não está descartada uma nova retração na procura por carne bovina nos próximos meses por causa dos preços altos. Ele acredita que os consumidores irão trocar a carne por produtos derivados de suínos e carne de frango. "A expectativa é de que haja uma adequação da renda com o valor dos produtos", afirma Moreira.
A valorização da carne bovina é atribuída ao aumento do boi gordo. O preço médio da arroba medido pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP) passou de R$ 74,61 por arroba em janeiro do ano passado para R$ 84,01 no mês passado, uma valorização de 12,6%. "O supermercado não trabalha com uma margem tão grande quanto se imagina. Eles compram o traseiro com osso, por exemplo, a R$ 6,80 o quilo, têm uma perda de aproximadamente 30% com a desossa, gordura e outros produtos rejeitados pelos consumidores e vende o patinho a R$ 10,90 o quilo", afirma Moreira.
Fonte: Alexandre Inacio, Agência Estado
Indústria de máquinas agrícolas do RS pede socorro ao governo 05.02.09
A indústria de máquinas e implementos agrícolas do Rio Grande do Sul, responsável por 65% da produção nacional deste setor, pediu ontem (04) socorro ao Ministério da Fazenda. Uma delegação empresarial organizada pelo Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do Rio Grande do Sul (Simers) esteve no Ministério da Fazenda e pediu adoção "urgente" de medidas de socorro, afirmando que o setor registra queda de 50% nas vendas desde novembro do ano passado.
O presidente do sindicato, empresário Cláudio Affonso Bier, observou que o setor tem papel importante na economia da região Sul e reclamou da pouca atenção do governo à agricultura neste momento em que o País sofre os efeitos da crise internacional. Bier criticou o fato de a equipe econômica já ter dado ajuda aos setores automobilístico, financeiro e habitacional e, até agora, não ter adotado medidas de apoio à agricultura.
Bier defendeu a necessidade de se expandir para agricultores de médio porte os benefícios do programa Mais Alimento, voltado para pequenos agricultores. O Mais Alimento garante financiamento mais barato na compra de máquinas e implementos agrícolas, o que ajudou o setor a ter um forte crescimento em 2008. Com a crise, observou, as vendas ficaram estagnadas. Bier revelou que há muitos agricultores que, apesar de terem recursos, estão indecisos, com o dinheiro parado, receosos por causa do cenário econômico.
O presidente do Simers afirmou que é necessário um "fato novo" para estimular os agricultores a investir. Disse que o socorro é "urgente" e defendeu a desoneração total de PIS e Cofins para máquinas e equipamentos. Ele disse que a agricultura é importante para o País e que o governo não pode "deixá-la de lado". Bier esteve no Ministério da Fazenda acompanhado de prefeitos e empresários do Rio Grande do Sul. Foram recebidos por uma assessora da Secretaria de Política Econômica.
Fonte: Adriana Fernandes, Agência Estado
Comissão Europeia critica política agrícola dos EUA 05.02.09
Bruxelas - A Comissão Europeia criticou ontem (04) o último pacote de ajuda agrícola dos Estados Unidos, alertando que as medidas podem distorcer o comércio internacional. "A política agrícola dos Estados Unidos mais uma vez parece estar aumentando o componente distorcivo de sua ajuda doméstica", concluiu a comissão em estudo sobre a última Farm Bill, a lei agrícola norte-americana, aprovada em junho.
Em sua análise do pacote de US$ 290 bilhões, a comissão manifestou particular preocupação com o novo programa Average Crop Election, que garante aos produtores os preços máximos registrados nos dois anos anteriores para suas commodities.
Se os fazendeiros aderirem em massa ao programa e os preços se mantiverem nos baixos níveis atuais, a comissão alerta que o "o gasto (em ajuda) poderia aumentar muito em relação aos níveis vistos nos últimos anos". Os comentários da União Europeia foram feitos em meio às crescentes preocupações com o protecionismo dos Estados Unidos.
Ao longo da última semana, a Europa registrou vários protestos contra o novo pacote de estímulo econômico apresentado pelo presidente Barack Obama, que pretende incentivar a compra de produtos norte-americanos.
Fonte: informações da Dow Jones, com Gerson Freitas Jr.-Agência Estado
China emite alerta de seca para áreas produtoras de trigo 05.02.09
Pequim - Uma séria de alertas de seca foram emitidas para partes das regiões central e nordeste da China em meio a piora das condições climáticas. Autoridades da província de Anhui emitiram um alerta vermelho para condições de seca no domingo (01), já que a falta de chuva ameaça 70% das lavouras de trigo, segundo comunicado publicado ontem no site da Administração Meteorológica da China. Os níveis de água são os menores em quase 50 anos.
Na província de Hebei, a seca ameaça 1 milhão de hectares e 400 mil habitantes. Autoridades da província de Henan também emitiram alerta vermelho para seca na quinta-feira passada (29/01), durante o Ano Novo Lunar. Essa foi a primeira vez que a província declarou um alerto vermelho, o mais elevado para situações de seca no país. Segundo o comunicado, condições de seca começaram a aparecer em novembro.
As províncias de Shaanxi, Shandong e Jiangsu também enfrentam tempo extraordinariamente seco, de acordo com a agência de notícias Xinhua. O Ministério das Finanças destinou 100 milhões de yuans (US$ 14,7 milhões) em fundos de emergência para aliviar a seca.
Fonte: informações da Dow Jones, com Deise Vieira-Agência Estado
Perdigão põe 2.780 funcionários no RS em férias coletivas 04.02.09
A Perdigão concederá férias coletivas a 2.780 funcionários em duas unidades do Rio Grande do Sul. Segundo informações da assessoria de imprensa da companhia, cerca de 2,2 mil trabalhadores da unidade de Lajeado entrarão em férias coletivas por 30 dias, a partir de 23 de março. Antes disso, na unidade do bairro Cavalhada, na cidade de Porto Alegre, as atividades devem ser totalmente paralisadas de 9 de fevereiro a 11 de março, medida que deve atingir os 580 funcionários da fábrica. As paradas já eram programadas pela companhia, com o objetivo de adequar os estoques ao nível atual de demanda.
Na unidade de Lajeado, a parada técnica atingirá apenas a produção de aves. Do total de funcionários dedicados a essa atividade, a Perdigão manterá cerca de 8% a 10% para trabalhos de manutenção. A produção de suínos da fábrica seguirá inalterada. No bairro Cavalhada, a Perdigão produz apenas frangos.
As indústrias de aves seguem, neste primeiro trimestre, recomendação da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef) para redução da produção destinada a exportação em cerca de 20%.
Fonte: Tatiana Freitas, Agência Estado
Lamy volta a defender Rodada Doha como remédio contra crise financeira 04.02.09
Apesar do novo governo dos Estados Unidos estar focado em assuntos domésticos, o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, mantém o otimismo quanto à retomada da Rodada Doha. Lamy acredita que um novo impulso às negociações possa ser dado em abril, durante reunião de chefes de Estado e de Governo do G20 financeiro.
“Com a continuidade deste comprometimento em nível ministerial, garantiremos que a Rodada se mantenha entre as prioridades dos líderes mundiais nas próximas semanas. Também esperamos que os líderes do G20 deem ainda maior ímpeto ao nosso trabalho quando se encontrarem em Londres, em abril”, disse Lamy, ontem (03), durante reunião do Conselho-Geral da OMC, em Genebra Genebra
No dia 2 de abril, os chefes de Estado e de governo das principais economias desenvolvidas e em desenvolvimento se encontrarão pela segunda vez para discutir alternativas para a crise financeira internacional. Na reunião anterior, em Washington, em novembro passado, os líderes indicaram o estímulo ao comércio como caminho para impulsionar a atividade produtiva e recolocar a economia mundial nos trilhos.
A mensagem foi reiterada por Lamy ontem (03). “Hoje está claro que o comércio se transformou em uma das vítimas da crise econômica. Já testemunhamos uma queda aguda no comércio mundial. Nosso maior desafio hoje, portanto, é garantir que o comércio seja parte da solução e não agrave ainda mais uma crise que já é séria e corre o risco de se prolongar e se aprofundar”, disse o diretor-geral da OMC, mencionando as previsões negativas de crescimento da economia mundial para 2009.
O temor geral, já manifestado inclusive pelo governo brasileiro, é de recrudescimento do protecionismo - e consequente redução do comércio internacional - como resposta imediata à crise financeira. Alerta nesse sentido foi feito por diversos líderes no Fórum Econômico Mundial, encerrado no último domingo (01) em Davos, na Suíça. O tema também foi tratado por Lamy, chanceleres e ministros de Comércio em jantar na última sexta-feira (30), na Suíça, paralelamente ao Fórum Econômico. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, participou do jantar.
A conclusão do encontro foi que a retomada das negociações depende de vontade política e demanda o engajamento não apenas de governos mas, também, da comunidade empresarial, do meio acadêmico, de organizações não-governamentais e de trabalhadores e consumidores.
Em uma clara mensagem ao novo governo norte-americano, os ministros envolvidos nas negociações alertaram que o que está sobre a mesa hoje, na Rodada, é resultado de sete anos de intensas articulações e deve ser respeitado. Na avaliação dos negociadores, quaisquer tentativas de novas concessões demandariam novas barganhas, representando um retrocesso de sete anos. “Uma avaliação serena e objetiva do pacote que temos hoje mostrará, inevitavelmente, que há ganhos significantes para cada país, ainda que estes ganhos sejam menores que nossas expectativas iniciais”, afirmaram os ministros.
Pascal Lamy também mandou, ontem (03), um recado para os Estados Unidos e para outros países que, em meio a processos eleitorais, endureceram posição na Rodada – é o caso da Índia, por exemplo. “Muitos membros [da OMC] passaram recentemente por mudanças políticas e outros terão eleições em breve. Isso não pode ser motivo para atrasarmos nossos trabalhos”, disse o diretor-geral da OMC.
Fonte: Mylena Fiori, repórter da Agência Brasil
China reduz ritmo e corta US$ 1,5 bi de importação do Brasil 04.02.09
Um dos países mais beneficiados pelo apetite chinês por commodities, o Brasil vai sofrer com a desaceleração do gigante asiático.
O país deve perder pelo menos US$ 1,5 bilhão em vendas de apenas três produtos - soja, minério de ferro e petróleo - para os chineses este ano.
Especialistas em comércio exterior acreditam que a China está trocando os banquetes de commodities por uma dieta mais equilibrada. Por isso, além desta perda, investimentos futuros com alvo no mercado chinês devem ser bem estudados, dizem os analistas.
Conforme a estimativa do Conselho Brasil-China, as exportações para o país asiático de soja, minério de ferro e petróleo vão cair 12%, de US$ 12,7 bilhões em 2008 para US$ 11,2 bilhões em 2009.
Essas commodities representam 77% da pauta de exportação do Brasil para a China. As projeções apontam queda de 19,4% nas vendas de soja para a China em 2009, 46,4% no petróleo, e alta de 13,7% no minério de ferro.
O conselho parte da premissa que as exportações serão prejudicadas apenas pela queda de preços, porque os volumes de soja e petróleo vão se manter constantes, enquanto o do minério pode subir 10% graças ao pacote de estímulo fiscal chinês . A hipótese é considerada otimista por outros analistas, para quem a queda das exportações para a China pode ser ainda mais significativa.
"A corrente comercial entre os dois países inevitavelmente vai cair. Vamos enfrentar uma redução substancial em valor com a queda dos preços das commodities, mas o volume dificilmente será afetado", disse Rodrigo Tavares Maciel, secretário-executivo do conselho.
Maurício Moreira Mesquita, economista do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), discorda e avalia que a tendência é de queda para as exportações brasileiras para a China, não apenas em preço, mas também em volume. "Se a desaceleração da economia chinesa se aprofundar, o impacto para a América Latina vai ser severo", ponderou.
Em seis anos, os chineses quintuplicaram a compra desses produtos no Brasil. As exportações brasileiras de soja para a China saltaram de US$ 1,3 bilhão em 2003 para US$ 5,3 bilhões em 2008.
No minério de ferro, as vendas saíram de US$ 765 milhões para US$ 4,9 bilhões no período. O petróleo - que sequer aparecia entre os principais produtos de exportação para a China em 2003 - rendeu US$ 1,7 bilhão ao país em 2008.
Dois fatores aplacaram a demanda dos chineses por commodities brasileiras: a desaceleração do crescimento da economia do país - provocada pela crise global e pela fraqueza das exportações - e a consolidação da sua indústria pesada.
O ritmo de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China desacelerou de 13% em 2007 para 9% em 2008 e deve ficar em 8% em 2009, nas expectativas otimistas. A indústria pesada chinesa está contaminada pelo excesso de produção, o que vai exigir a consolidação em empresas maiores e mais competitivas, e limitar a construção de novas plantas. A preocupação do país com a poluição também deve desestimular investimentos.
"A posição de exportadores de commodities como o Brasil é mais forte que uma década atrás, mas planos de expansão baseados no ritmo de crescimento dos últimos anos têm que ser revistos", disse ao Valor Arthur Kroeber, diretor-executivo da Dragonomics, consultoria especializada em economia chinesa, sediada em Pequim. Kroeber avalia que a "chave" é que a demanda da China por commodities brasileiras vai seguir forte, mas a taxa de crescimento será bem menor, derrubando preços.
É o contrário do ciclo que levou as commodities às alturas. Entre 2003 e 2007, o crescimento da China saltou de 8% para 12% e a capacidade da indústria intensiva em recursos naturais aumentou muito.
Como resultado, os preços de commodities como soja e petróleo saltaram 115% e 213%, respectivamente, entre 2003 e 2007, mas parte desses ganhos já foi devolvida. Desde 2008, as cotações da soja e do petróleo caíram 20,5% e 58,2%.
No minério de ferro, que subiu mais de 70% só no ano passado, as siderúrgicas chinesas e a mineradora brasileira Vale estão travando uma queda-de-braço para definir o preço de 2009. A expectativa é de pelo menos 30% de queda.
O minério de ferro é bom exemplo das mudanças que estão ocorrendo na China e vão atingir o Brasil. Em 2000, a China produzia 100 milhões de toneladas de aço. Graças ao forte crescimento da economia local, chegou a um ritmo anualizado de 570 milhões de toneladas no início de 2008, quatro vezes mais do que em 2000.
Preocupado com a inflação, o governo chinês introduziu medidas para desacelerar a economia. Em conjunto com a crise global, as medidas derrubaram a produção de aço para 420 milhões de toneladas no fim de 2008.
Os analistas estimam que a China vai seguir produzindo entre 420 milhões e 450 milhões de toneladas de aço por ano, volume acima do de 2000, mas praticamente estável na comparação com o fim de 2008.
A demanda chinesa por soja - outro importante item da pauta de exportação do Brasil pela China - deve ser menos afetada. Para Trevor Houser, pesquisador do Instituto Peterson para Economia Internacional, o consumo de commodities agrícolas não sofre como as metálicas, já que a dieta alimentar da população varia muito menos que os ciclos de investimento.
A soja é um produto importante na alimentação chinesa e sua substituição por outros alimentos é complicada. Os preços do grão, porém, devem permanecer baixos por conta da crise financeira, que reduziu a liquidez dos mercados.
O pacote de estímulo fiscal da China e a recuperação do mercado imobiliário local podem ajudar a sustentar o consumo de aço, cimento e cobre em 2009, evitando uma queda mais brusca da demanda pelo minério de ferro brasileiro. Mas o tamanho do impacto depende da eficácia do pacote, o que divide os analistas.
O governo chinês anunciou US$ 586 bilhões em gastos para estimular a economia. Boa parte do investimento será destinado à infraestrutura, à recuperação das áreas afetadas pelo terremoto de Sichuan e à construção de casas populares.
"O declínio da demanda chinesa não será tão forte quanto alguns especulam, mas não é razoável esperar que os preços permaneçam no mesmo patamar dos últimos anos, porque os fundos de investimento inflaram as commodities", disse Li Gang Liu, economista-chefe do BBVA do departamento de pesquisa econômica da China e ex-funcionário do Banco Central de Hong Kong.
Para Houser, o Brasil deve se preocupar mais com o colapso dos preços nos últimos seis meses do que com uma eventual queda de demanda, que levaria à redução do volume exportado. "Os preços devem continuar fracos até que o apetite chinês se recupere, o que ainda pode demorar um ano."
Fonte: Raquel Landim, Valor Econômico
Exportação russa de grãos quase dobra de julho a janeiro 04.02.09
Moscou - A Rússia exportou 12,96 milhões de toneladas de grãos desde 1º de julho de 2008 até 30 de janeiro de 2009, informou ontem (03) o Ministério da Agricultura. O volume representa quase o dobro do exportado no mesmo período da temporada anterior, e inclui 11,40 milhões de toneladas de trigo.
Entre 1º e 30 de janeiro, as exportações alcançaram 830 mil toneladas, incluindo 758 mil toneladas de trigo. Segundo projeção do ministério, as exportações de grãos em 2008/09 devem totalizar entre 20 milhões e 25 milhões de toneladas.
Fonte: informações da Dow Jones, com Deise Vieira- Agência Estado
Gecex reduz pouco a taxa antidumping sobre as importações de glifosato chinês 04.02.09
Os membros que integram o Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) reduziram ontem (03), de 2,9% para 2,1% a alíquota antidumping aplicada sobre as importações brasileiras de glifosato originárias da China. A decisão tem caráter definitivo, podendo vigorar até cinco anos, e foi tomada durante reunião realizada no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O glifosato é uma matéria-prima usada na fabricação de defensivos agrícolas.
Em 2003, a Camex aplicou antidumping de 35,8% sobre importações de glifosato chinês. O direito vigorou até 2008, quando foi aberta nova revisão. Em fevereiro do ano passado – ainda durante o processo de investigação –, o órgão reduziu, temporariamente, a sobretaxa para 11,7% (Resolução Camex nº 9 de 2008). Posteriormente, em julho de 2008, devido à correção de dados, houve novo ajuste para 2,9% (Resolução Camex nº 42 de 2008).
Ao longo do ano passado, o Grupo Técnico de Defesa Comercial (GTDC) analisou o caso, decidindo encerrar a investigação, prorrogando o direito antidumping por até cinco anos. A decisão contempla as importações brasileiras de glifosato (N-fosfonometil glicina), em suas diferentes formas (ácido, sais e formulado) e graus de concentração (NCM 2931.00. 32, 2931.00.39 e 3808.93.24).
Fonte: Aline Cruz Moura, Assessoria de Comunicação Social do MDIC
Governo vai apoiar comercialização de 38 milhões de litros de vinho 04.02.09
Cooperativas e indústrias de vinho do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina vão receber apoio do governo federal para a comercialização de 38 milhões de litros da bebida nesta safra. O primeiro edital, para 16 milhões de litros, deve ser publicado pela Conab ainda nesta semana. A negociação será por meio de Prêmio para o Escoamento do Produto (PEP).
Diferentemente de 2008, a emissão da nota fiscal da indústria para o produtor poderá ocorrer durante a comercialização e o pagamento, realizado após a industrialização. O novo regulamento foi publicado no Diário Oficial da União de ontem (03). Segundo o diretor de Logística e Gestão Empresarial da Conab, Sílvio Porto, “a atuação do governo permitirá uma equalização do volume em estoques, abrindo espaço para que as cooperativas e indústrias cumpram o valor do preço mínimo, de R$ 0,46”.
A mudança atende orientação da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Viticultura, Vinhos e Derivados. O assunto foi discutido no ano passado pelo governo e representantes do setor, que reclamavam do acesso às operações. Para receber o PEP o arrematante precisa apresentar à Conab duas notas fiscais: a primeira deve ser emitida pelo produtor, garantindo que ele foi remunerado pelo preço de referência e, a outra, expedida pelo próprio arrematante do prêmio, comprovando o escoamento para as regiões determinadas no edital.
No ano passado, a Companhia ofertou subvenções para o escoamento e destilação de 177 milhões de litros de vinho. Indústrias e cooperativas arremataram prêmios para 26,6 milhões de litros.
Fonte: Willians Fausto/Conab
ADM tem perdas com etanol, mas aposta no longo prazo 04.02.09
Nova York - A executiva-chefe da norte-americana Archer Daniels Midland (ADM), Patricia Woertz, admitiu que a maior processadora mundial de grãos em termos de receita e uma das maiores produtoras de etanol do mundo teve perdas significativas no segmento de biocombustível. No entanto, Woertz disse que, no longo prazo, o negócio de etanol faz sentido economicamente e que a ADM não vai desacelerar suas operações, apesar das condições ruins do mercado.
"Acreditamos que o etanol é um mercado de longo prazo atraente para a ADM", disse a executiva durante conferência sobre os resultados da empresa no segundo trimestre fiscal, encerrado em 31 de dezembro. A divisão de produção de bioprodutos da ADM, que inclui etanol, registrou US$ 111 milhões em perdas no período, em comparação com o lucro de US$ 125 milhões no mesmo período do ano anterior.
Toda a indústria de etanol está enfrentando dificuldades com a queda da demanda por combustíveis, tanto gasolina quanto o biocombustível de milho. As companhias de petróleo também estão misturando menos etanol à gasolina, o que ajuda a reduzir esse mercado.
A ADM anunciou ontem (03) que teve lucro líquido de US$ 585 milhões (US$ 0,91 por ação) no segundo trimestre fiscal, um aumento de 24% sobre o mesmo período do ano anterior, quando o lucro atingiu US$ 473 milhões (US$ 0,73 por ação). O avanço foi estimulado por bons resultados nos serviços agrícolas e de processamento de oleaginosas.
Fonte: informações da Dow Jones, com Danielle Chaves- Agência Estado
Exportações do agronegócio tendem a cair pela primeira vez em 10 anos 03.02.09
As exportações do agronegócio brasileiro deverão cair para 63,4 bilhões de dólares em 2009, ante 71,8 bilhões em 2008, o que seria a primeira queda em valores do setor no período de dez anos, de acordo com projeções do Ministério da Agricultura divulgadas ontem (02).
O menor valor em dólares é resultado de preços internacionais mais baixos, de maneira geral, para as principais commodities exportadas pelo Brasil, segundo o ministério.
"Estimamos, exceto para um ou outro setor, que as quantidades exportadas deverão se manter. Os preços é que não chegarão aos patamares de 2008, os maiores dos últimos 10 anos", afirmou a jornalistas Célio Porto, secretário de Relações Internacionais do ministério, após apresentação na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
As exportações de commodities agrícolas do Brasil responderam no ano passado por 36 por cento do total exportado pelo país. Em reais, graças à recente desvalorização da moeda brasileira em meio à crise econômica global, os valores ainda ficarão superiores aos registrados em 2008.
"Historicamente, a agricultura sempre responde bem com o câmbio desvalorizado, como é o caso", disse ele, apontando para a previsão de aumento da receita com exportação em reais.
A projeção de Porto levou em consideração uma previsão do mercado de câmbio de 2,30 reais para este ano.
Ele disse também que num mercado com cotações mais depreciadas, o Brasil tende a levar vantagem em relação a seus concorrentes, o que pode amenizar os efeitos da crise, pois o país estaria menos propenso a perder vendas num ambiente de recessão internacional.
"Com os preços internacionais muito elevados como estavam no ano passado, qualquer país é competitivo. Agora, quando os preços caem, os mais competitivos apenas é que sobrevivem, e o Brasil é um deles", declarou Porto.
Fonte: Roberto Samora, Agência Reuters
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Nortão de MT: Sema flagra desmate ilegal e apreende máquinas 03.02.09
Fiscais da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) estão localizando e autuando proprietários de várias áreas de desmatamento recentes em Cláudia, Vera, Nova Ubiratã, Sorriso e Sinop. Em Nova Ubiratã aproximadamente 2 mil hectares foram verificados. Na operação foram apreendidos sete tratores de esteira e um caminhão, encaminhados para o quartel da Polícia Militar de Sinop.
Os fiscais checavam pontos detectados pelo Sistema de Alerta de Desmatamento. Segundo José Carlos Guimarães, outras duas áreas desmatadas recentemente já foram localizadas, de aproximadamente 600 hectares e 200 hectares de extensão. Ele acredita que novos desmatamentos possam ser localizados na região. “Como se trata de uma área onde a vegetação permite o uso de correntão, os proprietários aproveitam as chuvas para derrubar as arvores”, explicou.
A operação começou sexta-feira. Agentes confirmaram também queimadas e desmatamentos em assentamentos do Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra), nesse caso, uma área de aproximadamente 1 mil hectares.
José Carlos contou que a área, a maior localizada até agora, tem pelo menos 5 quilômetros de extensão ao longo da estrada e mais de 400 m de largura. Fiscais da Sema constataram, semana passada, grande quantidade de árvores derrubadas e ainda amontoadas na esplanada. Dois tratores de esteira e um caminhão carreta foram apreendidos no local. Na quinta-feira passada os fiscais retornaram ao local acompanhados de policiais militares. O caminhão teria sido escondido na mata sendo localizado depois pela equipe da Sema que estava no helicóptero.
Na região de Tabaporã, outra equipe da Sema detectou novo desmate, de aproximadamente 550 hectares. Nesse local foram apreendidos quatro tratores e uma pá carregadeira, que foram encaminhados ao quartel do Comando Regional da Polícia Militar de Sinop. Na fazenda, foram encontrados também madeira em toras, prontas para serem transportadas para madeireiras da região. Nesse caso já foi expedida multa no valor de R$ 300 por metro cúbico de madeira derrubada. Segundo os técnicos da Sema, por se tratar de desmate seletivo será necessária a ajuda do helicóptero para determinar o tamanho exato da área explorada.
Além de checar pontos detectatos pelo SAD as equipes da Sema estão percorrendo a região para verificar denúncias protocoladas na ouvidoria do órgão. Segundo o superintendente de Fiscalização da Sema Major PM Jonas Duarte de Araujo as equipes continuarão em campo por dias indeterminados com objetivo principal de fiscalizar os desmatamentos ilegais.
Além da multa aplicada pela Sema e da apreensão dos produtos e equipamentos, um relatório juntamente com cópia da multa é encaminhado a delegacia da Polícia Civil para abertura de um procedimento criminal, sendo posteriormente encaminhado para o judiciário onde o infrator responde a um processo crime. A documentação também é encaminhada ao Ministério Público para auxiliar na propositura da ação civil pública, que visa obrigar o infrator a recuperar a área degradada.
Fonte: Só Notícias, com Assessoria
Melhoram condições de exportação de carne bovina in natura para a União Europeia 03.02.09
No último dia de trabalho da missão europeia que avaliou o sistema de defesa agropecuária do Brasil, a equipe de inspetores encontrou-se com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, ontem (2). “A União Europeia, ao adquirir a confiança no serviço brasileiro, permite ao Ministério da Agricultura pleitear a flexibilização dos procedimentos de importação de carne do Brasil, levando em consideração a melhoria do status sanitário e os controles implantados pela Secretaria de Defesa Agropecuária relacionados à certificação das carnes exportadas para o bloco”, destacou o ministro.
Na manhã de ontem (02), durante reunião final com representantes da Secretaria de Defesa Agropecuária, os inspetores do Escritório de Alimentação e Veterinária da União Europeia (FVO, sigla em inglês) já haviam confirmado a qualidade do trabalho realizado pelo setor, ao implementar as exigências de rastreabilidade e certificação do rebanho e da carne nacionais.
A missão deixou claro, ao término do encontro, que melhoras significativas foram verificadas desde a última inspeção do FVO, em março de 2008. Quanto à inspeção nos frigoríficos, consideraram a situação amplamente satisfatória, assim como para a certificação da carne bovina in natura a ser importada pela UE. Além disso, a equipe afirmou que melhoras significativas foram adotadas em relação à supervisão e auditoria nas propriedades aprovadas para aquele mercado. Essas foram as primeiras impressões da missão que deve, em um mês, enviar relatório da inspeção.
A vinda da missão europeia teve o propósito de verificar o cumprimento das garantias dadas pelo Brasil na certificação da carne bovina in natura exportada ao bloco. Em 12 dias de auditoria, dez inspetores visitaram estados habilitados e não habilitados a exportar carne bovina in natura para aquele mercado. O trabalho iniciou no órgão central e foi desenvolvido em Estabelecimentos Rurais Aprovados no Sisbov (Eras), frigoríficos, portos, escritórios locais de atenção veterinária e laboratório.
Trabalho intenso
O trabalho realizado em parceria com serviços estaduais de Defesa Agropecuária foi intensificado em 2008. Técnicos brasileiros receberam treinamento de representantes da Diretoria-Geral para Saúde e Consumidores da União Europeia (DG-Sanco), e as auditorias do Ministério, em conjunto com os estados, foram intensificadas no sistema de certificação das propriedades rurais.
Comércio
Atualmente, 814 propriedades estão habilitadas a fornecer bovinos aos estabelecimentos exportadores de carne bovina in natura para a UE. Nove estados compõem a área habilitada: Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Mapa
Adição de biodiesel ao diesel pode subir para 4% ainda em 2009
O percentual de biodiesel adicionado ao óleo diesel pode ser aumentado em 1% ainda este ano. O diretor geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Haroldo Lima, informou ontem (2) que o governo federal estuda ampliar de 3% (B3) para 4% (B4) a mistura com o combustível renovável.
“As análises mostram que teríamos condições de antecipar, eventualmente, o B4 para esse ano. Conversamos sobre o assunto com o ministro [de Minas e Energia, Edson Lobão], que pediu um estudo mais aprofundado para examinar todas as alternativas e o risco”, afirmou Lima. “Estamos nesse pé”, completou.
Segundo o diretor, o país é capaz de produzir matéria prima suficiente para dar conta da nova demanda. Na estimativa da agência, o Brasil pode produzir até 3 bilhões de litros de biodisel, mais que o dobro da quantidade consumida em 2008 (1,1 bilhão de litros). “A decisão agora é do ministério”, reforçou Lima.
O superintendente de abastecimento da ANP Edson Silva também disse que a mudança pode reduzir a importação de diesel. Embora a dependência externa tenha subido de 9,8% em 2007 para 12,7% no ano passado, a adição de 3% representou uma economia de U$ 1 bilhão.
Ainda de acordo com o diretor geral da ANP, o B4 ficará de fora do próximo leilão de biodisel, previsto para depois do carnaval. No entanto, pode entrar na segunda concorrência, sem data marcada.
O consumo de combustíveis bateu recorde em 2008, com crescimento de 8,4% em relação ao ano anterior. O consumo de álcool (etanol) puxou o resultado. O Brasil consumiu 19,5 bilhões de litros do produto. O montante representa um crescimento de 28,8% na comparação com o ano de 2007.
Fonte: Isabela Vieira, repórter da Agência Brasil
MDIC: retração mundial é o grande desafio para exportadores brasileiros 03.02.09
O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Welber Barral, disse ontem (02) que a retração da demanda mundial é o grande desafio para exportadores brasileiros em 2009 e que eles precisam manter os mercados já conquistados porque retomar um mercado perdido é muito difícil. O comentário foi feito durante a entrevista coletiva, no MDIC, sobre o desempenho da balança comercial brasileira em janeiro deste ano. No mês, as exportações brasileiras chegaram a US$ 9,788 bilhões e as importações a US$ 10,306 bilhões, o que resultou num déficit comercial (diferença entre o valor exportado e o importado) de US$ 518 milhões.
Em relação aos números de janeiro de 2008, as exportações brasileiras – pela média diária – apresentaram decréscimo de 22,8%. Por fator agregado, as exportações de produtos básicos caíram 6,5% e as de produtos industrializados 29,4%, sendo que os manufaturados apresentaram decréscimo de 34% e os semimanufaturados 13,7%.
Segundo Barral, a queda das quantidades exportadas foram maiores que a observada na média dos preços dos produtos. “A manutenção dos preços das principais commodities agrícolas e minerais e aumento da quantidade embarcada de alguma delas fizeram com que a queda das exportações de produtos básicos fosse menor que as dos produtos industrializados”. Como exemplos ele citou milho em grão (+254,9%), açúcar (+68,2,1%), celulose (+33,6%), café em grão (+18,8%) e soja em grão (+7,4%).
No mês de janeiro 09 foram observados aumentos nos valores embarcados de alguns produtos como milho em grão (+154%), açúcar (+90,1%), farelo de soja (+42,9%) minério de ferro (+12,1%) e fumo em folha (+7,3%).
Para Welber Barral, a queda das exportações verificada em combustíveis e lubrificantes está muito relacionada com a retração mundial dos preços do petróleo. Na contramão, entretanto, ele disse que, no geral, está havendo uma queda da quantidade importada, mas os preços em dólar estão mais altos, o que vem impactando o valor dos bens desembarcados no país como algumas máquinas e insumos industriais.
Fonte: Rachel Porfírio, Assessoria de Comunicação Social do MDIC
EUA: clima inverte tendência das commodities agrícolas 03.02.09
A perspectiva de que o retorno das chuvas nas regiões produtoras de grãos do Sul do Brasil, da Argentina e Uruguai poderiam atenuar os efeitos da seca de quase três meses derrubaram os preços nas bolsas internacionais na semana passada. As cotações da soja caíram 2,9% entre os dias 23 e 30 de janeiro. Nesse período, o valor do milho recuou 2,8% e o do trigo, 2,4%.
No mês de janeiro, a cotação da soja acumulou alta de 0,9%, segunda alta mensal consecutiva, após atingir seu pior nível em 18 meses no dia 5 de dezembro a US$ 7,7625. Na sexta-feira, estava sendo cotada a US$ 9,86 o bushel, depois de ter alcançado US$ 10,36 o bushel no dia 9 de janeiros. Os preços do milho também recuaram nesse período. Durante o mês passado a cotações do grão caiu 7,6% e chegou a 390,25 centavos de dólar por bushel na última sexta-feira.. Em 6 de janeiro, o grão chegou ao pico do mês, sendo cotado a 438 centavos de dólar o bushel.
O ajuste ocorrido no mercado, diante das previsões de um prejuízo menor nas lavouras dos três países grandes produtores de grãos não deverão se sustentar, segundo prognóstico dos analistas.
O volume de chuva naquelas regiões não deverá ser suficiente para repor a umidade necessária para a recuperação das lavouras afetadas pela estiagem. A maioria das plantações na Argentina deverá receber menos de 13 milímetros de chuva nos próximos cinco dias, bem abaixo do esperado, disse Donald Keeney, meteorologista do estado de Maryland.
A colheita de milho na Argentina deve cair 40% em relação ao ano anterior e a produção de soja deve sofrer uma queda de 25%, informou a Bolsa de Cereais de Buenos Aires.
"Os preços subiram após a divulgação de previsões de climas mais secos", disse Christian Mayer, analista de mercado e corretor da Northstar Commodity Investments em Minneapolis. "As previsões mais recentes apontam maior escassez de chuva nas áreas mais secas."
Fonte: Gazeta Mercantil
Justiça nega plantio de transgênico próximo a Parque de Iguaçu 02.02.09
Porto Alegre - A 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (RS,SC,PR) negou pedido de um agricultor para plantar soja transgênica em propriedade localizada no raio de dez quilômetros do Parque Nacional de Iguaçu (PR). O plano de manejo do parque estabelece uma zona de amortecimento de dez quilômetros, na qual são definidas normas para regular atividades de forma a atenuar impactos sobre a unidade de conservação.
O produtor foi multado por fiscal do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por causa do plantio de soja transgênica e moveu ação na 1ª Vara de Cascavel (PR) solicitando que o cultivo fosse permitido. O pedido foi negado e ele recorreu ao TRF.
O relator do processo no TRF, Edgard Antônio Lippmann Júnior, citou trechos de parecer do Ministério Público Federal ao analisar o caso. O MPF entende que o plantio de transgênicos em zona de amortecimento configura infração ambiental, como prevê a lei 11.460/07, caso sejam descumpridos requisitos nela previstos.
Fonte: Sandra Hahn, Agência Estado
Mil fornecedores de cana de 10 usinas de SP ficam sem pagamento 02.02.09
Dez usinas pediram prazo extra para pagar a cana-de-açúcar colhida no fim da safra.
Usina está renegociando pagamentos para março; fornecedores se dizem preocupados por causa dos custos da próxima safra
Pelo menos dez usinas da região de Ribeirão Preto pediram prazo extra para o pagamento da cana-de-açúcar colhida no final da última safra, por causa da crise econômica.
A medida atinge cerca de mil produtores, de acordo com Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores da Região Oeste do Estado de São Paulo), entidade que congrega fornecedores em 45 municípios da região.
Todos os anos, cerca de um quinto da cana colhida no final da safra é pago em quatro parcelas, entre janeiro e abril, mês em que o preço da tonelada da planta é definido pelo conselho dos produtores, o Consecana.
"Algumas usinas estão renegociando o pagamento para março e abril. Nossa preocupação é com o início da próxima safra, quando os custos são muito altos", afirmou Ortolan, que não fala em valores nem cita nomes de usinas.
Segundo a Folha apurou, no entanto, a renegociação do pagamento da cana colhida na última safra entre usinas e produtores pode atingir até 30% do total fornecido na região Centro-Sul do país, responsável pela maior parte da produção brasileira. Nesse caso, o valor da "inadimplência" chegaria a cerca de R$ 1 bilhão.
"Quando havia oferta de recursos, não havia essa restrição de crédito, as usinas conseguiam administrar os preços baixos [de álcool] e não precisavam vender seus estoques a qualquer preço", afirmou Ismael Perina Júnior, presidente da Orplana (Organização de Produtores da Região Centro Sul do Brasil).
Na microrregião de Araraquara, a situação é mais séria e os pagamentos estão sendo renegociados para até o final de julho, segundo Luiz Eugênio Arnoni, presidente da Canasol (Associação dos Fornecedores de Cana de Araraquara). De acordo com Arnoni, a medida atinge 300 fornecedores, de um total de 460 associados.
Procurado pela Folha, o diretor regional da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) em Ribeirão, Sérgio Prado, disse que a situação de renegociação de pagamentos é exceção e não a regra neste ano. E que, ao contrário do que dizem os fornecedores, o cenário não é pior. "A entidade não pode se pronunciar sobre uma situação que é particular e não setorial."
Fonte: Veridiana Ribeiro, da Folha Ribeirão
Autoridade chinesa relaciona defeitos congênitos a poluição 02.02.09
Aumento de número de bebês com defeitos seria causado por poluição
Uma alta autoridade do setor de planejamento familiar na China disse que a poluição ambiental no país está provocando um aumento no número de nascimentos de bebês com defeitos congênitos, segundo informações do jornal China Daily.
Em uma conferência em Pequim, a vice-presidente da Comissão Nacional de População e Planejamento Familiar, Jiang Fan, disse que a cada 30 segundos uma criança nasce com defeitos físicos na China.
"O número de recém-nascidos com defeitos vem aumentando constantemente tanto em áreas urbanas quanto rurais", disse Fan. "E esse crescimento alarmante nos forçou a lançar um plano de prevenção de alto nível", afirmou.
A comissão implantou um programa de exames pré-natal gratuitos nas oito províncias com a maior taxa de bebês nascidos com defeitos, conforme Fan.
"Custo humano"
Um pesquisador citado pelo jornal, Hu Yali, da Universidade de Nanjing, disse que a poluição ambiental é responsável por "10% das causas" dos defeitos físicos em recém-nascidos na China.
Segundo a comissão, a província de Shanxi, rica em carvão e com uma grande indústria química, registrou a maior taxa de nascimento de bebês com defeitos congênitos.
Pesquisadores também atribuem o aumento à exposição a dióxido de nitrogênio e monóxido de carbono.
De acordo com correspondentes, esses dados sugerem que há um custo humano para o rápido desenvolvimento econômico da China.
Fonte: BBC-Brasil
Irlanda do Norte sacrifica 7 mil bovinos por risco de contaminação com a dioxina 02.02.09
A Irlanda do Norte vai sacrificar 7 mil bovinos de 10 fazendas do país devido ao risco de contaminação com a dioxina, informam a imprensa especializada e a local.
Os animais foram alimentados com ração contaminada com a substância cancerígena, assim como rebanhos de suínos do país. O sacrifício, que custará até 4 milhões de libras, tem o objetivo de evitar que a carne desses animais entre na cadeia alimentar.
Fonte: Valor Econômico
Estiagem castigou centro e sudeste do RS durante 55 dias 02.02.09
O pesquisador Ivan Rodrigues de Almeida, da Embrapa Clima Temperado, de Pelotas (RS), informa que ao longo de janeiro, apenas as regiões leste e nordeste do Rio Grande do Sul apresentaram excedentes de chuva e as demais tiveram chuvas abaixo do volume esperado. A estiagem castigou as regiões centro e sudeste durante 55 dias, de acordo com dados do Sistema de Monitoramento Agrometeorológico (Agritempo).
Almeida ressalta que não há sinal claro de influência do fenômeno climático El Niño ou La Niña nesta safra, e por isso a quantidade e distribuição regional das chuvas fica mais irregular. Assim, destaca a vantagem do cultivo de arroz irrigado, que apesar do longo período de estiagem, ainda não apresenta a produção prejudicada na maioria das regiões e continua sendo, no momento, a cultura com a melhor situação. As recentes chuvas na região norte do Estado também contribuíram para as lavouras de soja. Já a do milho foi prejudicada pela estiagem e as do fumo, pelas chuvas de granizo.
A Embrapa Clima Temperado é responsável pelo aperfeiçoamento das culturas e realização dos zoneamentos agroclimatológicos de diversas fruteiras de clima temperado como pêssego, nectarina, pera e citros, além de arroz irrigado, eucalipto e mamona.
Fonte: Assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura, com Agência Estado
Suíno termina janeiro com desvalorização de 31% em São Paulo 02.02.09
O mercado brasileiro de suíno terminou janeiro com queda generalizada de preços. Diferente do início do mês, quando a boa demanda de dezembro ainda manteve a carne suína valorizada, favorecendo praças como São Paulo e Minas Gerais, o mercado chegou na sexta-feira (31) sem suporte para reação, pelo menos no curtíssimo prazo. Em São Paulo, a arroba do suíno foi cotada a R$ 37 na quinta (29) – CIF/Frigorífico, para pagamento em 30 dias – contra R$ 54 de início de janeiro.
– A oferta é superior à demanda e há forte pressão de baixa – comenta Rafael Blaca, analista da agência Safras e Mercado.
Nas previsões dele, nem mesmo a demanda de virada de mês deve reverter o quadro de queda do momento.
– A expectativa é que o mercado só passe a ganhar suporte a partir do final das férias escolares, com o início do ano letivo – diz Blaca.
No Rio Grande do Sul, o quilo vivo do suíno foi cotado a R$ 1,70 nesta quinta, dia 29, na integração, para pagamento em 14 dias, contra R$ 1,90 de início do mês. No interior do Estado, o preço recebido pelos produtores independentes ficou em R$ 1,85, patamar que repete a primeira semana de janeiro.
Em Santa Catarina, o preço praticado na integração ficou em R$ 1,70 por quilo, enquanto produtores independentes receberam R$ 1,85 pelo quilo, ante patamares de R$ 1,90 e R$ 1,80 de abertura de janeiro, respectivamente.
No Paraná, o quilo do suíno na região oeste ficou em R$ 1,85 quilo na quinta, contra R$ 1,80 da primeira semana do mês. Em Arapoti, o preço fecha o mês em R$ 1,73 para pagamento à vista, contra R$ 1,90 de abertura, enquanto no mercado livre o suíno é cotado a 1,70, queda de R$ 0,20 em relação à semana do dia 8 de janeiro.
Em Mato Grosso, o quilo vivo do suíno é cotado a R$ 2,05 em Rondonópolis, para pagamento em 30 dias.
A grande notícia para o setor no primeiro mês do ano foi o anúncio da retomada do embarque de carne de suína para o Chile. A Coopercentral Aurora divulgou nesta quinta, dia 29, que sua unidade de Joaçaba (SC) embarcará 50 toneladas do produto no dia 5 de fevereiro para aquele país. O frigorífico Mabella também teria fechado negócios por meio de sua unidade em Itapiranga (SC), mas ainda não havia divulgado até esta quinta a data do envio da mercadoria. Santa Catarina – único Estado livre de aftosa sem vacinação – reabre mercado após 30 anos de suspensão nos negócios. O Brasil recuperou a habilitação em outubro de 2008, mas somente para essas duas empresas catarinenses.
Fonte: Agência Safras
Cooplantio faturou R$ 297 mi em 2008 e prevê alta de 20% este ano 02.02.09
A Cooperativa dos Agricultores de Plantio Direto (Cooplantio), do Rio Grande do Sul, faturou R$ 297 milhões no ano passado, 61% acima do resultado de 2007, puxada pelo desenvolvimento de três unidades de negócios, além dos agroquímicos. Com os novos segmentos, a Cooplantio passou a atuar na distribuição de agroquímicos, sementes, fertilizantes e grãos. Com isso, conseguiu fornecer um número maior de insumos aos associados nos três Estados da Região Sul, explicou seu presidente, Daltro Benvenuti. Em 2008, a cooperativa forneceu insumos para uma área cultivada de 640 mil hectares na Região Sul, ante 400 mil hectares atendidos na safra anterior.
A previsão para 2009 é ampliar o faturamento para R$ 357 milhões, quando a comercialização terá o reforço de duas unidades de recebimento e beneficiamento de grãos. A Cooplantio arrendou uma unidade que pertence à Cooperativa Agrícola Mista Santo Isidoro (Coopsil) em Faxinal do Soturno, no centro do Rio Grande do Sul, com capacidade para 400 mil sacas. Também comprou uma instalação de beneficiamento de arroz e soja da De Grano em Pelotas, com capacidade para 350 mil sacas. A cooperativa também planeja iniciar exportações de arroz neste ano.
A meta de faturamento para 2010 é de R$ 500 milhões. Benvenuti avaliou que o setor sentiu a crise a partir dos sinais de estiagem no final do ano passado no Rio Grande do Sul, mas considerou que a turbulência que afeta os mercados está mais na área financeira. Entre os aspectos positivos, lembrou que o preço de grãos como soja e arroz continua sustentado.
Fonte: Sandra Hahn, Agência Estado