CTNBio adia decisão sobre liberação comercial de feijão transgênico
(http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-08-11/ctnbio-adia-decisao-sobre-liberacao-comercial-de-feijao-transgenico)

Por Luana Lourenço, repórter da Agência Brasil

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) adiou a votação da liberação comercial de feijão geneticamente modificado. A decisão estava prevista para a sessão di dia 11 pp., mas o item foi retirado de pauta a pedido de um dos membros da comissão, Antônio Euzébio, da Universidade Federal de Alagoas.

O feijão transgênico foi desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Emprapa) e é resistente ao vírus do mosaico dourado, principal praga da cultura do grão no Brasil e na América do Sul. A proposta deve ser votada na próxima reunião do colegiado, marcada para os dias 14 e 15 de setembro.

Na mesma sessão, a CTNBio aprovou, 16 votos a 6, a liberação comercial de um milho geneticamente modificado resistente a ataques de insetos, produzido pela Du Pont do Brasil.
Edição: Lana Cristina
Valor bruto das 20 maiores lavouras deve chegar a R$ 198 bilhões este ano

(
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-08-12/valor-bruto-das-20-maiores-lavouras-do-brasil-deve-chegar-r-198-bilhoes-este-ano)

Por Danilo Macedo, repórter da Agência Brasil

As 20 principais lavouras do Brasil deverão gerar este ano faturamento de R$ 198 bilhões. A informação foi divulgada no dia 12 pp. pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com base em dados apurados até julho. O resultado do Valor Bruto da Produção (VBP), se confirmado, será 10% maior que o do ano passado, quando alcançou R$ 180 bilhões.

O resultado poderia ser melhor, não fossem o excesso de chuvas, a seca e as geadas na Região Sul, principalmente no Estado do Paraná, que, segundo levantamento do ministério, prejudicaram as lavouras de inverno e as que têm segunda safra, como o milho. Apesar disso, o milho teve aumento de 24,4% no VBP e está entre os destaques de crescimento, assim como o algodão (63,6%), o café (40,7%), a uva (47,3%), a soja (17,0%) e a mandioca (10,7%).

“Preços mais elevados neste ano e maior produtividade têm garantido o bom desempenho”, explicou o coordenador de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura e responsável pelo levantamento, José Garcia Gasques. O café, uma cultura bianual, alternando anos de alta e baixa produtividades, é um caso à parte, e seu aumento do VPB é conseqüência apenas da elevação dos preços, já que este ano o volume produzido será menor que o de 2010.

Entre os produtos que tiveram queda no VBP estão a cebola, com redução de 62,5%, a batata inglesa, com -26,2%, e o trigo em grão, com -19,7%. Entre as regiões, a única que não teve crescimento foi a Região Norte, com perda de 1,93% em relação ao ano passado. A Região Sudeste teve aumento de apenas 1,49%, por causa da quebra de safra da cana-de-açúcar, e a Sul, de 7%.

Graças aos bons resultados conseguidos nas lavouras de feijão, milho e algodão, a Região Nordeste teve crescimento de 18,8% no Valor Bruto de Produção. O Centro-Oeste, no entanto, foi ainda melhor, com resultado 40,1% superior ao de 2010, principalmente por causa do aumento de 57,5% do VBP de Mato Grosso.
O estudo sobre o VBP leva em conta os preços de mercado das 20 maiores lavouras do país, correspondendo ao faturamento dentro da propriedade.

Os produtos pesquisados são: soja, cana-de-açúcar, uva, amendoim, milho, café, arroz, algodão, banana, batata-inglesa, cebola, feijão, fumo, mandioca, pimenta-do-reino, trigo, tomate, cacau, laranja e mamona.
Edição: Nádia Franco
Moçambique oferece terras a produtores brasileiros
(http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me1408201102.htm)
Agricultor do Brasil poderá usar terras por 50 anos, pagando R$ 21 por hectare ao ano
Produtor brasileiro de algodão diz que a “terra é de graça e sem tanto impedimento ambiental...”

Por Patrícia Campos Mello, Folha de São Paulo

O governo de Moçambique está oferecendo uma área de 6 milhões de hectares -equivalente a três Sergipes- para que agricultores brasileiros plantem soja, algodão e milho no norte do país.
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As terras são oferecidas em regime de concessão -os brasileiros podem usá-las por 50 anos, renováveis por outros 50, mediante um imposto módico de 37,50 meticais (R$ 21) por hectare, por ano.

"Moçambique é um Mato Grosso no meio da África, com terra de graça, sem tanto impedimento ambiental e frete muito mais barato para a China", diz Carlos Ernesto Augustin, presidente da Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa). "Hoje, além de a terra ser caríssima em Mato Grosso, é impossível obter licença de desmate e limpeza de área."
Augustin organizou a missão de agricultores para ir ao país em setembro ver as terras. Um consultor da Ampa já está no país contatando autoridades e preparando a viagem. "Quem vai tomar conta da África? Chinês, europeu ou americano? O brasileiro, que tem conhecimento do cerrado", diz Augustin.

"Os agricultores brasileiros têm experiência acumulada que é muito bem-vinda. Queremos repetir em Moçambique o que eles fizeram no cerrado 30 anos atrás", afirma o ministro da Agricultura de Moçambique, José Pacheco. "A grande condição para os agricultores é ter disposição de investir em terras moçambicanas", diz Pacheco. É preciso empregar 90% de mão de obra moçambicana.

CONCESSÃO
A terra em Moçambique é propriedade do Estado e pode ser usada em regime de concessão, que está aberto a estrangeiros. O governo busca agricultores brasileiros por causa da experiência no cerrado, que tem características climáticas e de solo muito semelhantes à área oferecida.
As terras oferecidas aos brasileiros estão em quatro províncias da região Norte:
Niassa, Cabo Delgado, Nampula e Zambézia. A região é superior a toda área cultivada de cana-de-açúcar no Estado de São Paulo (cerca de 5 milhões de hectares).
Os produtores vão a reboque da Embrapa, que mantém na área o projeto Pro-Savana, com a Agência Brasileira de Cooperação e a Jica (Agência de Cooperação Internacional do Japão).
O projeto de cooperação técnica em Moçambique é o maior da Embrapa fora do Brasil -terá 15 pessoas a partir de outubro. Em duas estações no norte do país, eles estão testando sementes de algodão, soja, milho, sorgo, feijão do cerrado brasileiro, para adaptá-las ao norte moçambicano.
"Nessa região, metade da área é povoada por pequenos agricultores, mas a outra metade é despovoada, como existia no oeste da Bahia e em Mato Grosso nos anos 80", diz Francisco Basílio, chefe da Secretaria de Relações Internacionais da Embrapa.
O governo vai dar isenção fiscal para importar equipamentos agrícolas.
Ipea: valorização do real anula proteção comercial da OMC e prejudica exportações

(http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2011-08-11/estudo-do-ipea-mostra-que-valorizacao-do-real-anula-protecao-comercial-negociada-na-omc-e-prejudica-e)

Por Bruno Bocchini, repórter da Agência Brasil

Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que a desvalorização cambial constatada em alguns países, como a China e os Estados Unidos, pode afetar o Brasil e anular as tarifas de proteção comercial negociadas na Organização Mundial do Comércio (OMC).

“As tarifas, instrumento básico de proteção comercial negociado ao longo de décadas, acabam sendo anuladas pelos efeitos dos desalinhamentos cambiais. Mais ainda, os desalinhamentos cambiais afetam diretamente os níveis de concessões oferecidos nas negociações e os níveis de abertura comercial negociados na OMC”, diz o Ipea, no estudo divulgado dia 11pp., na capital paulista.

O Ipea aponta que a desvalorização cambial acaba também servindo como subsídios às exportações desses países e como sobretaxas às suas importações, transformando-se “em barreiras ao comércio muito mais eficazes que as tarifas aplicadas”.

Os entraves da Rodada Doha, por exemplo, de acordo com o estudo, podem estar sendo causados pela questão cambial. “A OMC precisa enfrentar a questão dos efeitos do câmbio sobre o sistema de regras desenvolvido nas últimas décadas. Diante da atual situação da Rodada Doha, pode-se perguntar se a questão cambial não estaria por trás do impasse enfrentado”.

O estudo mostra, por exemplo, que uma desvalorização de 30% no câmbio da China representaria subsídio às suas exportações e traria efeitos danosos ao Brasil. Essa desvalorização não só anularia as tarifas consolidadas e negociadas pelo Brasil na OMC, como também transformaria as tarifas aplicadas em incentivos às importações chinesas.

"Em síntese, para o Brasil, a valorização da sua moeda praticamente anula o instrumento das tarifas e representa incentivo às importações em geral”.
Edição: Lana Cristina