Notícias de SETEMBRO 08 -Clique no título para ler e para fechar janela

Transgênicos perdem espaço em Mato Grosso 30.09.08

30.09.08

“O produtor está fazendo as contas antes de plantar e está chegando à conclusão de que trabalhar com OGMs hoje sai muito caro

Vedete das lavouras nas safras de 2004, 2005 e 2006, os transgênicos ou OGMS (organismos geneticamente modificados) começam a perder espaço para a soja convencional em Mato Grosso, principalmente na região oeste e noroeste, em lavouras localizadas em Campos de Júlio e Sapezal, por exemplo, onde a presença do grão OGM recua para cerca de 5% da área plantada. A informação é do Diário de Cuiabá.

A elevação de até 70% nos preços do litro do glifosato – químico específico para este tipo de variedade – e a logística favorecida por meio dos portos de Itacoatiara e Santarém, fizeram com que os sojicultores retrocedessem no planejamento da cultura e optassem pela soja convencional, a isenta de trangenia.

Os portos que embarcam soja para Europa, localizados no Amazonas e Pará, respectivamente, só movimentam variedade convencional, obedecendo a exigência do seu mercado consumidor.

Por conta destes fatores, a soja geneticamente modificada vem sendo gradativamente substituída pela convencional, fenômeno que há dois anos não se observava em Mato Grosso. Hoje, apenas 5% do plantio na região oeste/noroeste são de soja transgênica. Nas regiões norte e leste, este percentual chega a 40% e, no sul, 75%.

“O produtor está fazendo as contas antes de plantar e está chegando à conclusão de que trabalhar com OGMs hoje sai muito caro”, aponta o diretor-executivo da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), Marcelo Duarte Monteiro.

Aliada a este fator está a estratégia das tradings responsáveis pelo escoamento da produção das regiões oeste e noroeste de Mato Grosso – a Amaggi e a Cargill – que possuem um nicho de mercado bem pontual: o europeu, que via de regra, paga um pouco mais pela soja convencional a estas empresas exportadoras.

Entretanto, o produtor não vê a cor do ‘dinheiro a mais’ pago pelos europeus. Quem ganha mesmo são as tradings, que criaram um sistema de escoamento próprio para o transporte da soja convencional.

Normalmente, essas empresas não compram produtos OGMs para não misturá-los aos não-transgênicos (convencionais) e, assim, evitar a contaminação e o comprometimento da carga.

A via de escoamento, denominada “Corredor de Exportação Noroeste”, sai da região do Parecis por caminhão até Porto Velho (RO) e vai de balsa até ao porto de Itacoatiara, no Amazonas.

Os portos de Itacoatiara, da Amaggi, e Santarém, controlado pela Cargill, por exemplo, são exclusivos para o transporte de soja não-transgênica. Por isso, quem tem terra nas regiões oeste e noroeste de Mato Grosso acaba optando pelo plantio de não-transgênicos e vendendo para essas duas empresas, pela facilidade de escoamento.

Segundo dados da Aprosoja/MT, através desse corredor são transportados cerca de três milhões de toneladas por safra, para atender basicamente o mercado europeu, que tem preferência pela soja não-transgênica.

Nesta transação, a trading recebe um ‘prêmio’ de US$ 60 a US$ 80 por tonelada, ‘faturamento extra’ de até US$ 240 milhões por safra. Mas o produtor não tem qualquer participação nesta diferença paga às empresas. Muito pelo contrário: se a soja for transgênica, o produtor é que tem de pagar um deságio de US$ 2 por saca às tradings.

A reportagem procurou a Cargill e a Amaggi, mas as tradings se negaram a dar informações, alegando ‘questões estratégicas’. A Amaggi, via assessoria de imprensa, informou que o presidente do grupo, Pedro Jacyr Bongiolo, “não gostaria de falar sobre este assunto, pois são informações estratégicas do Grupo que não podemos divulgar”.

FATORES

Para o presidente da Aprosoja/MT, Glauber Silveira, o cultivo de soja transgênica depende de três fatores básicos: preço do glifosato, variedades adaptadas à região e produtividade.

“Os produtores estão colocando tudo isso na balança”, conta, apontando que a transgenia é vantagem do ponto de vista da operacionalidade, pois facilita o controle e manejo da lavoura. “Mas o problema é na hora de comprar o glifosato”.

Glauber informou que apesar do alto custo do glifosato, 40% da soja produzida em Mato Grosso é transgênico. “Mato Grosso ainda é um dos poucos estados que têm grande área de plantio de soja convencional. No Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, mais de 90% das áreas utilizam sementes transgênicas”.
Fonte: Agronotícias

Prazo para aderir à renegociação de dívidas rurais termina hoje 30.09.08

30.09.08

Os produtores rurais, agricultores familiares e beneficiários da reforma agrária têm até hoje (30) para aderir à renegociação das dívidas de operações de crédito rural, do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Programa Especial de Crédito para Reforma Agrária (Procera).

Eles devem preencher o pedido e entregá-lo formalmente o pedido ao banco. Também é preciso solicitar um documento que comprove a adesão.

Segundo informações do Ministério do Desenvolvimento Agrário, os bancos vão formalizar as propostas de renegociação até 31 de março de 2009. As prestações das dívidas que vencem em 2008 não estão incluídas nessa renegociação.

Agricultores esperam prorrogação no prazo de pagamento de dívida agrícola

Uma das pautas mais aguardadas pelos produtores esteve relacionada à discussão sobre a crise de crédito e sobre as novidades em relação ao endividamento. O presidente do Sindicato Rural de Rondonópolis e diretor administrativo da Aprosoja em Mato Grosso, Ricardo Tomczyk, alertou que a situação chegou ao limite. “Infelizmente o produtor está sem saída, ele está tendo que escolher, ou paga as dívidas ou planta. Por mais que as entidades de classe e a bancada ruralista tenham se esforçado, chegamos ao nosso limite. Precisamos que essa crise generalizada que está desenhada seja menos impactante e somente ações do governo estadual junto ao governo federal podem minimizar esses efeitos".

O presidente da Aprosoja Glauber Silveira, reforçou o entendimento do setor sobre o assunto. “O cenário é de menos renda, menos rentabilidade e temos um absurdo de parcelas para renegociar. Está faltando mais de R$ 2 bilhões em crédito para custear a safra 2008/2009, que não serão liberados pelos bancos de fábrica, e muito menos pelas tradings. As dívidas vencem em setembro, época que ninguém tem caixa”.

Já o presidente da Famato, Rui Prado prevê um cenário de inadimplência. “A partir do dia 1º, acredito que haverá uma inadimplência de mais ou menos 50%, e não podemos esquecer que isso no início da safra gerará problemas de todas as ordens, pois os produtores estarão descapitalizados”.

O deputado federal Homero Pereira admitiu que a Medida Provisória 432 (transformada na lei 11.755), que trata da repactuação das dívidas rurais, não resolveu o problema. “Tudo que conseguimos até agora é melhor do que o contrato que cada um tem com os agentes financeiros. Proporcionou mais prazos, redução de taxa de juros em algumas linhas de crédito, porém, pela falta de liquidez, de crédito generalizada, as medidas não são suficientes”.

Ele adiantou durante a reunião em Rondonópolis que há grandes chances da dívida ser prorrogada. “A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) repassou a informação de que o Conselho Monetário Nacional estará reunido na próxima amanhã e que é muito provável que haja uma prorrogação por mais 30 dias”. Pereira explicou, porém, que o pagamento dos 40% irá continuar, mas a adesão será adiada por mais 30 dias.

O deputado defendeu que a causa do endividamento deve tomar uma dimensão política. “Acredito que os produtores devem escrever as cartas, inclusive há modelos de cartas nos sites das entidades-irmãs. É vital argumentar que não há dinheiro, o que é a mais pura realidade. Produtores, vocês devem enviar essas cartas para os órgãos financiadores, para o Ministério da Agricultura, para todos. Só assim, daremos dimensão política para a questão”.

Homero adiantou ainda que na terça-feira a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff visitará Cuiabá. “Acho que é uma questão de ajustar a agenda do governador para levarmos todas as nossas demandas à ministra”.

Silveira pontuou que os cálculos foram feitos e que quem plantar a safra 2008/2009 terá um prejuízo de R$ 100 por hectare. “Se plantarmos a safra já estaremos com um prejuízo de 1 bilhão. Porém, se não plantarmos, teremos mais prejuízos ainda. Estamos sem saída”.

Glauber Silveira defendeu que é possível que as dívidas sejam prorrogadas para a próxima safra. “Tenho a convicção de que por meio da vontade política do governo estadual, 100% dessa dívida serão prorrogados para abril do ano que vem. É uma questão de oportunidade, tenho certeza a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, se convencerá de que os produtores estão sem crédito e endividados e, por isso, não terão como pagar as parcelas deste ano. Não é uma questão de calote, é uma questão de caixa”.

O presidente da Famato, Rui Prado, reforçou a necessidade de subvenções pelo governo federal. “Em todos os países, a renda do agricultor é oriunda de subsídios. Por exemplo, nos Estados Unidos o subsídio chega a compor 70% da renda. E, por isso, se não acharmos mecanismo de apoio para a agropecuária, a crise irá tomar cada vez mais corpo”.

O governador Blairo Maggi argumentou que irá articular junto ao governo federal para provar que a crise não é só de Mato Grosso. “Nós fizemos análises e vamos mostrar para o Governo Federal que não há crédito na praça, principalmente em função da crise americana. Hoje a crise se alastra como em um efeito dominó. Isso porque os bancos americanos é que emprestavam dinheiro para os bancos brasileiros”.

Maggi acenou que para o próximo ano é provável que a crise da falta de crédito continue. “O Banco do Brasil informou que não tem dinheiro para financiar as operações agrícolas em Mato Grosso e que só existe dinheiro para tocar até dezembro, ou seja, para o ano que vem não há recursos. O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) também informou que não há dinheiro. Então, a situação está complicadíssima. Hoje está tudo parado, o governo federal pegou dinheiro para segurar a inflação e agora não há crédito”.

O governador disse que irá se embasar em dados concretos para convencer o governo. “Eu não tenho dúvidas de que o problema do produtor é um problema do governo do Estado, afinal, se os produtores não gerarem renda, o governo também terá um déficit enorme de arrecadação. Queremos convencer politicamente o Governo Federal de que o problema dos produtores mato-grossenses é um problema do país. O efeito dominó impactará no PIB (Produto Interno Bruto). Munidos de dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agrícola (Imea) nós iremos provar que o déficit na produção mato-grossense irá impactar na economia brasileira”.

Ricardo Tomczyk, reforçou a necessidade de que todos os produtores enviem suas cartas aos órgãos financiadores. “Nós precisamos resolver esse problema de endividamento rapidamente, por isso temos que adotar uma linha de conduta única. Quem não tem os 40% para pagar, deve enviar as cartas aos órgãos financiadores e aos órgãos do governo para que, politicamente, nossas demandas sejam acatadas em Brasília”.
Fonte: Agronotícias

Desmatamento na Amazônia cresce 134% em agosto 30.09.08

30.09.08

O desmatamento na Amazônia em agosto foi 134% maior que em julho, de acordo com os números do Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter) divulgados ontem (29) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em agosto, os alertas registraram 756 quilômetros quadrados de novas áreas desmatadas, em comparação com os 323 quilômetros quadrados detectados no mês anterior.

Se comparado com o mesmo período de 2007, quando o Inpe registrou 230 quilômetros quadrados no mês de agosto, o crescimento chega a 228%.

Pelo terceiro mês consecutivo, o Pará foi indicado como o estado com maior devastação. Em agosto, o Inpe registrou 435,27 quilômetros quadrados de desmatamento no estado, 57% do total. Mato Grosso aparece em seguida, com 229,17 quilômetros quadrados de novos desmates, seguido por Rondônia, com 29,21 quilômetros quadrados.

Cálculo do Deter considera as áreas que sofreram corte raso (desmatamento completo) e as que estão em degradação progressiva.

A cobertura de nuvens sobre os estados da Amazônia Legal no período impediu a visualização de 26% da área, principalmente nos estados do Amapá e de Roraima, que “não puderam ser monitorados adequadamente”, de acordo com relatório do Inpe.

A taxa anual de desmatamento, medida pelo Programa de Cálculo do Desflorestamento da Amazônia (Prodes) deve ser divulgada até o fim do semestre. O número é calculado com base no acumulado de novos desmatamentos verificados pelo Deter entre agosto de 2007 e julho de 2008. No período, o desmate chegou a 8,1 mil quilômetros quadrados, 64% maior que nos 12 meses anteriores.
Fonte: Luana Lourenço, repórter da Agência Brasil

Assentamentos do Incra lideram desmatamento na Amazônia

Os assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) lideram a lista dos 100 maiores desmatadores da Amazônia, divulgada ontem (29) pelo Ministério do Meio Ambiente. As seis primeiras posições do ranking, que classificou os desmatadores pelo tamanho da área derrubada, são de assentamentos de reforma agrária, todos no Estado de Mato Grosso.

Juntos, os assentamentos do Incra foram responsáveis por mais de 220 mil hectares de devastação da Amazônia, área equivalente a 220 mil campos de futebol.

Entre as propriedades particulares, o maior desmatador é o produtor Léo Andrade Gomes. De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), ele é responsável por 12,5 mil hectares de destruição de floresta nativa sem autorização dos órgãos ambientais no município paraense de Santa Maria das Barreiras. O nome do produtor também aparece na lista pela destruição de mais 2,6 mil hectares da reserva legal de outra propriedade, em Santana do Araguaia, também no Pará.

Na comparação por estados, Mato Grosso reúne o maior número de desmatadores listados pelo Ibama, 50 dos 100. O Pará está em segundo lugar, com 37 campeões de desmatamento, seguido por Rondônia, com 7. Quatro outros produtores citados são do Amazonas, um de Roraima e um do Acre.
Fonte: Luana Lourenço, repórter da Agência Brasil

Um dos "outros lados"

Presidente do Incra diz que órgão foi "injustiçado” na lista de desmatadores

O presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, questionou a lista dos 100 maiores desmatadores divulgada ontem (29) pelo Ministério do Meio Ambiente, que aponta os assentamentos da reforma agrária como líderes de devastação da Amazônia. “O Incra está sendo injustiçado”, afirmou.

De acordo com a lista do MMA, oito assentamentos do Incra, todos em Mato Grosso, foram responsáveis por mais de 220 mil hectares de devastação da Amazônia. O total de multas para o órgão federal é de mais de R$ 250 milhões.

Segundo Hackbart, as imagens de satélite utilizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para as multas são antigas, e alguns assentamentos foram criados quando a legislação permitia desmatamento de até 50% das propriedades, e não os atuais 20%, de acordo com as regras de reserva legal.

“A maioria das fotos [que deram origem às multas] é de 1997, mas o Ibama até agora não nos informou de quando, de fato, é o desmatamento”, apontou. O Incra já recorreu de todas as multas, segundo Hackbart.

De acordo com o presidente do órgão fundiário, em uma das multas, as coordenadas de satélite do Ibama não coincidem com a localização do assentamento citado na lista. Hackbart disse que tem “conversado sempre” com representantes do Ibama e que se surpreendeu com o ranking divulgado hoje.

“Senti falta [na lista] dos grandes grileiros, que não aparecem porque não têm as propriedades regularizadas. São os desmatadores invisíveis. Não se pode mascarar o desmatamento como se fosse responsabilidade da reforma agrária”, ponderou.

Hackbart reconheceu que há desmatamento em alguns assentamentos, mas minimizou as proporções. “Em um assentamento às vezes vivem milhares de famílias; a própria lista cita proprietários que, sozinhos, desmataram mais de 12 mil hectares”, comparou.

O presidente do Incra informou que o órgão está investindo na elaboração de planos de manejo e “em vários estados” já firmou Termos de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público Federal para reparação e compensação de danos ambientais causados pelos assentamentos.
Fonte: Luana Lourenço, repórter da Agência Brasil

Setor de açúcar indiano não requer liberalização agora 30.09.08

30.09.08

Nova Déli - A indústria e as cooperativas de açúcar na Índia não necessitam de liberalização no momento, afirmou ontem (29) o ministro da Agricultura, Sharad Pawar. Segundo ele, as usinas de açúcar do país registraram grandes perdas devido ao enfraquecimento dos preços, que resultaram em um acúmulo de dívidas dos produtores. As dívidas aumentaram para 38 bilhões de rupias no dia 15 de julho, em comparação a 28 bilhões no mesmo período do ano passado.

O governo federal tem ajudado a indústria de açúcar com incentivos que custam cerca de 13,55 bilhões de rupias. O governo tornou obrigatória desde outubro de 2007 uma mistura de 5% de etanol à gasolina. Em outubro de 2008 a mistura passa a ser de 10%.

Estima-se que a indústria de petróleo precise de 600 milhões de litros de etanol para implementar a mistura. Essa necessidade pode crescer posteriormente para 1,2 bilhão de litros. Segundo Pawar, o governo tomará medidas positivas para resolver a questão, tendo em mente os interesses do país e das usinas de açúcar.

Na manhã de ontem (29) o ministro estimou a produção de açúcar da Índia em 2008/09 em 22 milhões de toneladas. Segundo ele, os estoques em 1º de outubro de 2009 podem ficar em torno de 11 milhões de toneladas. "O país não enfrentará nenhum problema no que diz respeito à oferta de açúcar", afirmou Pawar, acrescentando que não será necessário importar a commodity no ano que vem.
Fonte: informações da Dow Jones, com Deise Vieira, Agência Estado

Fiscais resgatam 150 trabalhadores em situação análoga à escravidão no Pará 30.09.08

30.09.08

Uma operação realizada no município de Placas (PA) resgatou 120 trabalhadores rurais e 30 crianças vítimas de trabalho análogo à escravidão em uma empresa de produção de cacau. A ação do grupo de fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Pará começou no último dia 17 e segue até 3 de outubro.

As vítimas trabalhavam na colheita do cacau e foram encontradas em situação precária, com péssimas condições de habitação, alimentação e higiene. A maioria das crianças estava doente e uma delas ficou cega em um acidente durante o trabalho.

Segundo os ficais, os compradores de cacau forneciam equipamentos de trabalho e outros bens de necessidade básica aos trabalhadores, que pagavam esse fornecimento com a produção do fruto. Assim, já iniciavam suas atividades devendo à empresa.

Como não conseguiam pagar as dívidas, os agricultores colocavam toda a família para trabalhar no campo, inclusive as crianças. Quando o débito ficava fora de controle, era feito um empréstimo ao trabalhador, o que o mantinha ainda mais preso à situação.

Segundo informações do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), os trabalhadores que não atendiam às determinações da empresa eram ameaçados de morte. A Perfil Agroindústria Cacaueira será obrigada a pagar indenização de aproximadamente R$ 600 mil aos trabalhadores.
Fonte: Amanda Cieglinski, repórter da Agência Brasil

Hoje termina prazo para entregar declaração do ITR 30.09.08

30.09.08

Os proprietários de imóveis rurais têm até hoje (30) para entregar a declaração do Imposto Territorial Rural (ITR) sem pagar multa. O documento pode ser enviado pela página da Receita Federal do Brasil na internet, em disquete nas agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, ou em formulário nos Correios, ao custo de R$ 3,40.

São obrigados a declarar pela internet ou em disquete os contribuintes que têm imóveis com área igual ou superior a 1.000 hectares na Amazônia Ocidental, Pantanal Matogrossense e Sul-Matogrossense, 500 hectares no Polígono das Secas e Amazônia Oriental e 200 hectares nos demais municípios.

Até a última sexta-feira (26), a Receita Federal do Brasil havia recebido 4,046 milhões de declarações, mas espera a apresentação de mais 800 mil.
Fonte: Agência Brasil

Governo leiloa mais arroz para equilibrar preços 30.09.08

30.09.08

A Conab vai realizar hoje (30) leilão para venda de cerca de 60 mil toneladas de arroz. Serão 50,04 mil t do Rio Grande do Sul e 9,79 mil t de Santa Catarina. Esta é a terceira oferta de cereal dos estoques públicos em setembro. Nas outras duas operações foram negociadas 108,02 mil t.

Desde maio, a estatal vem realizando leilões para estabilizar o preço do arroz no mercado interno. A quantia ofertada é discutida mensalmente em reunião entre governo, produtores, indústrias e comerciantes.

Em 2008, foram vendidas 685,74 mil t do produto, sendo 87,21% do Rio Grande do Sul, 12,18% de Santa Catarina e o restante de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Paraná.

Expulsão do embaixador faz Bush retaliar ameaçando suspender as preferências comerciais concedidas à Bolívia 29.09.08

29.09.08

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, quer suspender as preferências tarifárias oferecidas a produtos bolivianos sob a justificativa de que o governo da Bolívia não está colaborando com a luta contra o narcotráfico. A decisão foi anunciada na sexta-feira (26) pela Representante de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, 16 dias após a expulsão do embaixador americano na Bolívia, Philip Goldberg, acusado de conspiração contra o governo de Evo Morales.

“O fracasso da administração de Evo Morales para cooperar nos esforços antinarcóticos nos últimos 12 meses indica que a Bolívia não está cumprindo com os requisitos para beneficiar-se da Lei de Preferências Tarifárias Andinas (ATPDEA)”, justificou Schwab, segundo a Agência Boliviana de Informação.

A ATPDEA prevê tarifa zero para a entrada de 6 mil produtos no mercado americano em troca da erradicação de drogas na Comunidade Andina. O programa foi implementado em 1991, como um reconhecimento dos Estados Unidos ao combate às drogas do Peru, Colômbia, Bolívia e Equador.

O governo boliviano garante que está cumprindo sua parte. Segundo a Agência Boliviana, entre janeiro e setembro deste ano foram erradicados 4,1 mil hectares de coca ilegal no país – a meta anual é de 5 mil hectares. Também foram apreendidas 23 toneladas de cocaína e maconha.

Em coletiva à imprensa em La Paz, na quinta-feira (25), o ministro boliviano de Relações Exteriores e Culto, David Choquehuanca, avaliou o corte dos benefícios à Bolívia como “vingança” pela expulsão do embaixador americano e assegurou que continuará negociando com os Estados Unidos e com a Comunidade Andina para que a proposta não seja levada adiante. A suspensão da Bolívia da ATPDEA ainda precisa passar pelo Congresso americano.

Segundo dados da Câmara de Exportadores de La Paz, divulgados pela BBC Brasil, a Bolívia exportou US$ 377 milhões para o mercado americano em 2007. Os produtos com preferências representado por produtos com preferências tarifárias.
Fonte: Mylena Fiori, repórter da Agência Brasil

Candidatos à Presidência americana defendem uso do etanol e fim dos subsídios agrícolas 29.09.08

29.09.08

Nova York (Estados Unidos) - O uso do etanol como alternativa energética para os Estados Unidos foi um dos assuntos tratados pelos candidatos à Presidência norte-americana no debate realizado ontem (26) na Universidade de Mississipi (EUA). O candidato republicano, John McCain, defendeu o fim dos subsídios agrícolas para o etanol.

Questionado sobre que medidas adotaria se vencesse a disputa, ele disse que eliminaria a ajuda dada pelo governo aos produtores do país.

O democrata Barack Obama defendeu que os Estados Unidos sejam independentes na área energética, investindo em energias alternativas como solar, eólica e biodiesel. Ele disse que se for presidente, vai garantir que em dez anos o país se libere da dependência do petróleo do Oriente Médio, aumentando a geração energética local.

Apesar do momento político conturbado, o primeiro debate entre os candidatos não teve fortes embates. Os principais pontos abordados por eles, especialmente na primeira parte do programa, foram o pacote do governo americano para solucionar a crise financeira dos Estados Unidos e a necessidade de cortes de gastos nas finanças públicas.

Outro ponto foi a política externa, prevista inicialmente para ser o principal assunto do debate. McCain defendeu a permanência das tropas americanas no Iraque e disse que os Estados Unidos estão vencendo a guerra por causa de uma estratégia bem sucedida.

Obama disse que é preciso reavaliar a aproximação dos Estados Unidos com a Rússia, devido às recentes ações militares na Geórgia. "Não se pode ser uma superpotência e agir como ditador”, criticou.

Os dois candidatos condenaram a utilização de armas nucleares pelo Irã. Para McCain, elas são uma ameaça ao Estado de Israel e podem encorajar outros países. Obama disse que isso poderia desencadear uma corrida armamentista no Oriente Médio.
Fonte: Sabrina Craide, Enviada especial da Agência Brasil

EPE realiza na terça-feira Leilão de Energia Nova 29.09.08

29.09.08

Somente 28 geradoras a bagaço de cana, com 1.410 MW foram habilitadas, dentro de 25.252 MW que participarão do leilão


A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) promove amanhã (30) o Leilão de Energia Nova A-5. Os projetos inscritos totalizam uma capacidade instalada de geração de 25.252 megawatts (MW) e somente pouco mais de 5% dessa energia virá de usinas geradoras de energia elétrica a base de bagaço de cana.

A EPE, no entanto, estimou que a quantidade real que poderá ser posta à venda na licitação – chamada de garantia física – equivale a 15.232 megawatts médios que estarão disponíveis para o mercado nacional a partir de 2013.

De acordo com informações divulgadas pela empresa, no início do mês 146 usinas foram habilitadas para participar do leilão. Para o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, isso demonstra, mais uma vez, que existem diversas empresas dispostas a investir no setor elétrico brasileiro, o que “dá tranqüilidade e garantia de que não faltará oferta para atender ao crescimento do mercado”.

O conjunto de usinas habilitadas inclui 11 diferentes tipos de fontes de energia, com destaque para as termelétricas movidas a óleo combustível. Foram habilitadas 63 usinas que utilizam esse tipo de combustível, com capacidade de geração de 11.537 megawatts – também o maior volume de energia a ser gerada.

Embora com menor potência instalada (1.410 MW), os empreendimentos movidos a bagaço de cana-de-açúcar ficaram com o segundo lugar: 28 usinas.

Já as térmicas movidas a gás natural regaseificado (que se beneficiarão do gás natural liquefeito - GNL – que a Petrobras está inserindo na matriz energética brasileira) totalizaram 17 empreendimentos, com potência instalada de 5.011 MW.

Foram habilitadas ainda sete usinas movidas a carvão mineral importado (3.550 MW) e apenas uma usina hidrelétrica, a do baixo Iguaçu, no Paraná, com 350 MW de potência e 172 MW médios de garantia física.

O leilão A-5/2008 será feito na internet e terá como objetivo atender ao mercado das empresas distribuidoras de energia elétrica – que participarão como compradoras – a partir de 2013.

A EPE informou ainda que o teto do preço para a energia foi definido em R$ 123 por megawatts/hora (MWh) para a fonte hídrica e de R$ 146/MWh para as outras fontes.

Os contratos de Comercialização de Energia Em Ambiente Regulado (CCEAR), a serem firmados entre as distribuidoras e os empreendedores que vencerem o leilão, terão prazo de validade de 30 anos para as usinas e pequenas centrais hidrelétricas e 15 anos para os empreendimentos que utilizarem outras fontes de energia ofertadas.
Fonte: Nielmar de Oliveira, repórter da Agência Brasil

Brasil lança primeiro chip de rastreabilidade bovina 100% nacional 29.09.08

29.09.08

O Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), apresentou esta semana o primeiro chip 100% brasileiro para rastreabilidade bovina. Segundo o ministério, o aparelho foi desenvolvido pelo Ceitec com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pretende consolidar o Brasil como maior exportador mundial de carne bovina. Este ano, o país chegou a ter o produto embargado pela União Européia por falhas no sistema de rastreabilidade.

A identificação eletrônica possibilita o acompanhamento de informações genéticas, zootécnicas e sanitárias de cada animal, desde o nascimento até o abate. O chip nacional deve ter o preço como grande diferencial aos pecuaristas, na medida em que eliminará o pagamento da validação no exterior e de royalties.

Dados do Ministério da Agricultura contabilizam em aproximadamente 210 milhões de cabeças o rebanho bovino nacional, considerado o maior do mundo. As exportações do setor chegam a R$ 2,5 bilhões. A nova tecnologia pode contribuir para que a credibilidade e a competitividade do produto brasileiro aumentem e, conseqüentemente, as vendas externas.

O ministério estima ainda que até o início do próximo ano os primeiros chips já estejam no mercado. Este é o primeiro dispositivo de uma linha completa de produtos de rastreabilidade animal chamados de ATD (Animal Tracking Device). Posteriormente, deverão ser desenvolvidos também chips para as cadeias de suínos e aves. A capacidade de fabricação da Ceitec, localizada em Porto Alegre, é de 1 milhão de chips por ano.
Fonte: Danilo Macedo, repórter da Agência Brasil

UE suspende importação de leite proveniente da China 20.09.08

29.09.08

BRUXELAS, Bélgica - A União Européia suspendeu, neste sábado (27), todas as importações de produtos lácteos para crianças e bebês provenientes na China, enquanto o governo de Pequim segue em sua luta para conter o escândalo da contaminação dos produtos no país. "Os Estados membros estão proibidos de importar para a comunidade produtos compostos contendo leite ou derivados de leite para uso nutricional em crianças e bebês", informa um comunicado publicado no site oficial da UE. A suspensão das compras tem vigência imediata.

Embora os produtos lácteos chineses, como leite e iogurte, estejam há muito tempo proibidos para as 27 nações da União Européia, o bloco decidiu que os consumidores precisavam de mais precauções em relação ao produto.

Cerca de 53 mil crianças ficaram doentes e quatro morreram na China após ingerirem leite contaminado por melamina, um composto químico com alto teor de nitrogênio que perturba o funcionamento do sistema renal.
Fonte: Patricia Lara, Agência Estado

Com clima seco, produção de trigo deve cair até 25% na Argentina 29.09.08

29.09.08


Buenos Aires - A falta de chuvas deve provocar uma redução de até 25% na safra argentina de trigo, segundo relatório da Bolsa de Cereais de Buenos Aires. No ano passado, o país colheu 16 milhões de toneladas do grão. "O clima persistentemente adverso pode provocar uma queda ainda maior", alertou a bolsa.

Com altas temperaturas e céu claro ao longo da semana, as condições das lavouras deterioraram-se. A previsão é de chuvas em todo o cinturão do trigo durante o final de semana, o que deve amenizar o problema. Contudo, a avaliação é que a chuva chegou tarde demais em várias regiões.

O clima seco impediu o plantio em muitos casos, o que provocou uma queda de 18,5% na área plantada, estimada em 4,48 milhões de hectares.
Fonte: informações da Dow Jones, com Gerson Freitas Jr., Agência Estado

Incra determina saída da Monsanto de assentamento no Mato Grosso 26.09.08

26.09.08

O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) determinou a saída da empresa Monsanto de uma área de 26 hectares (equivalente a 26 campos de futebol), que está situada dentro de um assentamento de Reforma Agrária em Campo Verde (MT) e foi comprada ilegalmente pela companhia para a realização de experimentos com transgênicos.

Em 2 de setembro, o Incra deu prazo de cinco dias para que a empresa deixasse a área. A transnacional estadunidense não cumpriu a determinação legal e continua no assentamento. Com o descumprimento da lei pela transnacional, o órgão federal deverá acionar o Ministério Público Federal e a Polícia Federal.

“Queremos que o Incra retome a área e construa junto com os trabalhadores assentados e com os movimentos sociais um centro de experimentos para o desenvolvimento de sementes nativas da região, com o apoio dos prefeitos”, afirma Itelvina Masioli, da direção nacional do MST.

O assentamento é formado por 60 famílias e foi conquistado há 10 anos, a partir da mobilização do MST. Com o avanço do agronegócio e da monocultura da soja na região, a área passou a ser cobiçada pelo agronegócio por ter clima favorável ao plantio.

O processo começou com a denúncia apresentada pelo MST e por outros movimentos sociais à Superintendência Regional do Incra, ao presidente nacional, Rolf Hackbart, e ao Ministério Público. “A ação do Incra foi uma boa notícia, resultado da nossa articulação”, afirma Itelvina.

Com a denúncia, os planos da Monsanto de se estabelecer no lote, avançar sobre outras áreas da Reforma Agrária e tomar o assentamento foram por água abaixo. Segundo a dirigente do MST, a estratégia da empresa indica que a agronegócio está disputando terras com trabalhadores rurais Sem Terra e avançando até sobre assentamentos, causando a reconcentração de terras.

“A atitude da Monsanto está dentro da nossa análise da disputa geral de terras. A crise na agricultura e a falta de incentivo do governo federal para os camponeses abrem espaço para que as empresas façam pressão para comprar áreas de assentados”, avalia Itelvina.

A coação sobre assentados e a compra de áreas da Reforma Agrária por grandes empresas não é um caso isolado no Mato Grosso. A empresa de mineração Onça Puma, de propriedade da Vale, comprou lotes de 83 famílias, nos assentamentos Campos Altos e Tucumã, nos municípios de Ourilândia do Norte, Tucumã e São Félix do Xingu, próximas das jazidas de Níquel, localizadas nas serras Onça e Puma, e proibiu as famílias de permanecerem na área.

Fonte: www.mst.org.br

Índia acusa Brasil de flexibilizar posições em Doha para ganhar mercado de etanol 26.09.08

26.09.08

Amorim nega venda de posição em Doha


O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, rechaçou ontem (25) informações divulgadas de que o governo da Índia teria remetido ao diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, uma carta na qual insinua que o Brasil estaria vendendo sua posição nas negociações da Rodada Doha em troca de acesso aos mercados americanos e europeus para o etanol, produto que é o carro chefe da política comercial do País.

Amorim, que continua em Nova Iorque participando de diversas reuniões bilaterais e almoçou com os representantes dos BRICs (Russia, Índia e China, além de Brasil), disse que o governo brasileiro não tem nada a flexibilizar em relação à Rodada Doha, e mostrou-se otimista em relação à possibilidade de as negociações prosseguirem e serem concluídas, embora não possa prever quando.

"Não há o que o Brasil possa flexibilizar, isso é uma visão incorreta. O que o Brasil pode fazer neste momento é ajudar a encontrar uma solução", desabafou o ministro. E explicou: "o problema que ocorreu foi entre certos países, de um lado, entre eles a Índia, que talvez seja o mais militante deles, e também a China, e os Estados Unidos do outro".

Segundo Amorim, o que o Brasil quer é que se chegue a um acordo. "O que o Brasil tinha de flexibilizar já flexibilizou. Havia uma demanda em relação a produtos industriais e o Brasil negociou, dentro do que era possível e aceitável, pela indústria brasileira. Agora, não há o que o Brasil possa flexibilizar. O que o Brasil pode fazer neste momento é ajudar a encontrar uma solução".

Amorim acrescentou que "não é o Brasil que tem de flexibilizar". Para ele, a questão das salvaguardas especiais para produtos agrícolas em países em desenvolvimento é um ponto sobre o qual o G-20 nunca chegou a um acordo preciso. E insistiu: "então não há o que flexibilizar".

Questionado sobre a possibilidade de flexibilizar em relação aos subsídios, em troca de mercado para os biocombustíveis nos Estados Unidos e Europa, o ministro respondeu: "não tem o que flexibilizar. Nós vamos discutir e, ao discutir as coisas são reabertas e esta questão que está mencionada ainda não foi discutida". O ministro Amorim disse ainda que no encontro que teria com os integrantes dos BRICs, que inclui a Índia, não iria tratar deste assunto, nem apresentar nenhuma queixa.

"Rodada não morreu"

O ministro demonstrou otimismo em relação à retomada das negociações para a rodada Doha, de livre comércio. "Em sempre disse que Doha nunca morreu. A questão toda é saber o tempo que vamos levar", afirmou.

Segundo ele, "se a negociação avançar ainda este ano, com um acordo de modalidade, a próxima administração americana, qualquer que seja, já vai ter algum modelo pronto com apoio de muitos países que será difícil ser alterado".

Amorim lamentou que, se não for fechado um acordo logo, e demorar mais dois ou três anos, as pessoas vão continuar morrendo enquanto as negociações não caminham. "Enquanto isso, pessoas morrem de fome na África, produtores de algodão continuarão a enfrentando grandes subsídios norte-americanos, e a Índia não vai dispor do mecanismo que ela quer criar, que hoje não existe", disse.
Fonte: O Estado de São Paulo, com o Observatório

Raiva: doença mata 40 mil bovinos por ano, no Brasil 26.09.08

26.09.08

Uma das zoonoses de maior importância na saúde pública no Brasil será lembrada no próximo domingo (28). O Dia Mundial da Raiva foi instituído há dois anos, para conscientizar as pessoas sobre a necessidade de prevenção, vigilância e o controle da doença, que pode atacar animais herbívoros, como bovinos, caprinos, ovinos e pessoas. Dados do Programa Nacional de Controle da Raiva em Herbívoros, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (PNCRH/Mapa), apontam que, no Brasil, a raiva é responsável pela morte de aproximadamente 40 mil bovinos por ano.

A doença é letal e acarreta prejuízos da ordem de US$ 200 milhões por ano à cadeia produtiva de bovinos. A morte do animal ocorre em aproximadamente dez dias do contágio. Há risco para a saúde pública, pois a doença pode atingir humanos que lidam diretamente com o rebanho.

Para evitar a raiva nos herbívoros, é preciso, mais do que vacinar periodicamente os animais, controlar o agente transmissor. O principal é o morcego vampiro Desmodus rotundus, que se alimenta com o sangue de bois, cabras, ovelhas e cavalos. O animal agredido apresenta um pequeno ferimento, com uma marca de sangue escorrido. O controle da população do morcego é uma das principais formas de evitar a contaminação dos rebanhos.

Ações

Como medidas para prevenção da doença nos herbívoros, em 2007, foram treinados mais de 600 profissionais do Mapa, de Órgãos Executores Estaduais de Defesa Sanitária Animal, do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais de Saúde. Na ocasião, foram distribuídos 140 kits com equipamentos para controle dos morcegos e os resultados desse trabalho já podem comprovados.

No primeiro semestre deste ano, aumentou 26,71% o número de morcegos hematófagos capturados, com redução de 18% na ocorrência de focos da doença, em comparação com os seis primeiros meses do ano passado. Além disso, até o mês de setembro de 2008, foram comercializadas cerca de 66 milhões de doses de vacina anti-rábica para animais no País.

Sintomas

Algumas características identificam o animal doente, que se isola do rebanho, saliva excessivamente, não bebe e não come, apresenta andar cambaleante e dificuldade para ficar em pé. Na fase final, a doença paralisa os quartos posteriores e o animal não consegue mais se levantar.

O Mapa elaborou o Manual Técnico de Controle da Raiva dos Herbívoros, que padroniza as ações para o controle da doença. O documento está disponível no site www.agricultura.gov.br. Os interessados em obter mais informações sobre a raiva dos herbívoros devem solicitar pelo e-mail pncrh@agricultura.gov.br ou ligar para a Central de Relacionamento do Ministério pelo telefone 0800 704 1995. A ligação é gratuita.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Mapa

Brasil terá etanol de segunda geração em um ano e meio 26.09.08

26.09.08

Empresas devem comercializar as enzimas capazes de hidrolisar o bagaço de cana.

A sonhada produção do álcool de segunda geração, o combustível verde obtido a partir de resíduos como bagaço de cana-de-açúcar ou de qualquer outro vegetal, está mais próxima do que se imagina. Quem garante é o presidente para a América Latina da empresa dinamarquesa Novozymes , Pedro Luiz Fernandes. Para ele, "dentro de um ano e meio o país poderá iniciar a produção deste tipo de álcool em escala comercial".

No ano passado, em 13 de setembro, a Novozymes, maior produtora de enzimas industriais do mundo, e o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), de São Paulo, assinaram acordo para selecionar a enzima mais adequada para a hidrólise do bagaço da cana-de-açúcar entre os organismos existentes no acervo da empresa. Com essa tecnologia, o Brasil poderá triplicar a produção de etanol sem necessidade de ocupar novas áreas agrícolas. A sede da empresa na América Latina é em Araucária (PR) e, ao final do projeto, ela vai comercializar as enzimas capazes de hidrolisar o bagaço de cana.

"Nós já encontramos o que em química se costuma denominar "mistura óptima". Desde a assinatura do acordo, a pesquisa evoluiu para a utilização de dois tipos de enzimas e estamos na etapa em que estudamos se a melhor forma é utilizar uma enzima em cada etapa de produção ou uma associação das duas", informou. Segundo Fernandes., a tecnologia da empresa aponta para uma solução, cujo custo será inferior ao da produção de álcool a partir do açúcar. "Com certeza, na medida que ganhar escala, o álcool de celulose será mais barato que o produto atual".

Fernandes adiantou também que a Novozymes está prestes a assinar um acordo de fornecimento dessas enzimas para a produção em escala piloto "com uma grande empresa brasileira". Sabe-se que a Petrobras está pesquisando essa tecnologia assim como pelo menos três universidades brasileiras. A importância de se dominar o processo fez a CTC procurar a Novozymes para fazer o acordo que foi assinado simbolicamente pelo presidente Lula numa viagem à Dinamarca no ano passado.

Técnicamente, a hidrólise é o processo que busca extrair glicose do material celulósico para que, depois, se possa obter etanol por fermentação. Como todos os vegetais contêm celulose, quem dominar o processo poderá produzir etanol de quaisquer resíduos agrícolas ou florestais como palha de milho, de trigo e cavacos de madeira. O bagaço de cana, por exemplo, contém ainda um terço da energia armazenada na planta. Sobre os direitos de propriedade intelectual da pesquisa, a Novozyme informa que serão compartilhados entre os parceiros, mas não há governos envolvidos.

Além da Nonozymes, o Brasil está procurando por estas enzimas através do Programa Bioetanol, projeto nacional financiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) que estuda o processo de hidrólise enzimática. Com isso se pode antever que, no futuro, poderão existir dois ou três fornecedores dessa tecnologia. Mas só a escala comercial é que apontará as melhores enzimas.
Fonte: Gazeta Mercantil

BB já liberou R$ 6,7 bilhões para a safra agrícola 2008/2009 26.09.08

26.09.08

Do início de julho até o último dia 15, o Banco do Brasil desembolsou R$ 6,7 bilhões para financiamento e custeio da safra agrícola 2008/2009. Desses recursos, R$ 5,5 bilhões foram destinados à agricultura empresarial, o que representa expansão de 43,2% em relação a igual período da safra anterior, e R$ 1,2 bilhão foram para a agricultura familiar, com aumento de 6,1%.

A informação foi divulgada ontem (25) pela assessoria de imprensa do BB, em nota, e revela que os desembolsos até agora cresceram 34%, comparados aos créditos realizados no início da safra 2007/2008. O maior volume, no valor de R$ 4,1 bilhões, foi para atender operações de custeio, contra R$ 2,4 bilhões no mesmo período de 2007.

Esse aumento foi necessário, principalmente, por causa dos elevados preços de adubos e fertilizantes, que tiveram aumento médio de 120% nos últimos 12 meses, de acordo com dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

A maior demanda por crédito agrícola ocorre tradicionalmente nos meses de setembro e outubro, e a expectativa do BB é de que até o final do ano sejam liberados R$ 11,4 bilhões, ou 15% a mais em relação ao período de julho a dezembro do ano passado. Só para o mês de outubro está previsto o aporte de mais R$ 2,7 bilhões.

Além dos recursos garantidos para custeio e investimento da safra agrícola, o BB promete acompanhar o comportamento dos saldos de depósitos à vista e da caderneta de poupança para, se necessário, disponibilizar mais recursos para atender eventual aumento da demanda por crédito agropecuário.
Fonte: Stênio Ribeiro, repórter da Agência Brasil

Fiscais do Trabalho resgatam dez trabalhadores em área de cultivo de erva-mate 26.09.08

26.09.08

Curitiba - Dez trabalhadores que extraíam erva-mate nativa em condições degradantes foram restados por fiscais da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Paraná (SRTE/PR), no município de General Carneiro, no sudeste do estado.

Segundo a assessoria da SRTE/PR, a ação foi concluída ontem (dia 25), com o pagamento de todas as verbas rescisórias, num total de R$ 26 mil. O trabalho de rastreamento teve início na semana passada.

Entre os resgatados, informou a assessoria, havia quatro trabalhadores pertenciam à reserva indígena de Ipuaçu(SC) e os demais eram de Clevelândia, no Paraná.

Os fiscais que participaram do resgate encontraram os trabalhadores em condições insalubres – sem água potável, instalações sanitárias, alojados embaixo de lona plástica e sem carteira de trabalho assinada. Foram emitidos 12 autos de infração contra o empregador.

Os trabalhadores receberam os salários que estavam atrasados, férias e 13º salário proporcional e Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Fonte: Lúcia Norcio, repórter da Agência Brasil

Mudança de posição da Rússia pode afetar exportadores brasileiros de carnes 26.09.08

26.09.08

A Rússia informou aos EUA, UE e outros parceiros que quer renegociar o tamanho das cotas de carnes que ofereceu em troca de apoio para entrar na Organização Mundial do Comércio (OMC).

A Rússia planeja reduzir a importação de carne de frango e dar início à exportação da ave, o que poderá atropelar a demanda de produtores brasileiros para o Itamaraty renegociar um acordo com Moscou e obter mais acesso àquele mercado.

As autoridades russas têm planos de reduzir pelo menos 200 mil toneladas na cota de importação de frango, de um total de 1,05 milhão, que entra com tarifa mais baixa e beneficia, sobretudo, os Estados Unidos. Moscou argumenta que, quando ofereceu as cotas, acreditava que poderia baixar as importações em 30%. Só que os EUA aumentaram em 15% suas vendas para o mercado russo.

Agora, além da tensão com os EUA por causa do conflito na Geórgia, Moscou estima que terá produção suficiente, inclusive, para exportar. A União Russa de Frangos estima que sua produção alcançará 2,2 milhões de toneladas, 15,8% maior do que em 2007. As projeções são de alta para 3,2 milhões de toneladas até 2012.

A expectativa da Rússia é exportar 600 mil toneladas/ano até 2015, com investimentos que serão feitos nos próximos quatro anos. A produção interna atende atualmente 60% da demanda nacional. Em dois anos, passará para 80%. O Ministério da Agricultura daquele país diz que a decisão sobre o tamanho do corte nas cotas de frango será anunciada até o final de novembro.

A Rússia informou aos EUA, UE e outros parceiros que quer renegociar o tamanho das cotas de carnes que ofereceu em troca de apoio para entrar na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Fonte: Valor Econômico

Canaviais no Brasil cobrirão área superior a Portugal, informa estudo da EPE 25.09.08

25.09.08

Comentário do editor, apenas lembrando Chico Buarque; "Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal, ainda vai tornar-se um imenso Portugal (canavial)..."

A produção brasileira de álcool combustível vai mais que dobrar nos próximos dez anos e a área plantada com cana-de-açúcar para fabricação do produto chegará a quase dez milhões de hectares. A informação foi divulgada ontem (24) pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, que apresentou a projeção do mercado de etanol até 2017.

Para suprir esse crescimento no mercado de álcool, a EPE projeta aumentar em 246 o número de usinas, somadas às 393 em operação hoje, o que vai impulsionar a área plantada de cana. Atualmente, são 3,5 milhões de hectares de canaviais somente para a produção de álcool, número que vai quase triplicar em uma década, chegando a 9,7 milhões de hectares, o que representa 97.000 quilômetros quadrados - tamanho superior ao território de Santa Catarina (95.442 quilômetros quadrados) ou à área de Portugal (92.389 quilômetros quadrados).

Apesar do aumento expressivo da área plantada, Tolmasquim acha que isso não vai impactar sobre as regiões da Amazônia ou do Pantanal. “Não existe hipótese de o etanol atingir a Floresta Amazônica. Existem hoje solos muito bons e disponíveis em quantidade no Brasil, suficientes para a expansão do etanol”, afirmou o presidente da EPE (nota do editor: veja matéria "
MT quer plantar cana ..."). Segundo ele, a plantação de cana não substituirá as pastagens, obrigando-as a ocupar as áreas de florestas. “Não é necessário se expulsar nenhuma pastagem, basta criar gado de uma maneira mais intensiva”, disse (outra nota do editor: será que ele combinou isso com os criadores ou vai propor uma lei ou decreto?).

Atualmente o Brasil tem um rebanho de 207,1 milhões de cabeças para uma área de pastagem ao redor de 200 milhões de hectares, o que dá apenas uma cabeça para cada hectare, de acordo com os números apresentados por Tolmasquim, citando dados do IBGE.

Segundo os números da EPE, o consumo de álcool veicular no país saltará de 20,3 bilhões de litros, este ano, para 53,2 bilhões, em 2017. O aumento na demanda é puxado pelo crescimento da frota de carros de passeio no país, que hoje é pouco superior a 23 milhões e chegará 37 milhões em uma década, com a incorporação de três milhões de veículos leves por ano, sendo 93,5% com motores flex, que aceitam gasolina e álcool.

Essa característica dá ao consumidor brasileiro, segundo Tolmasquim, um controle sobre o preço do álcool, que será trocado pela gasolina, se os usineiros impuserem um valor muito alto. “Hoje, o Brasil tem algo que é fundamental, que é o carro flex fuel. Ele dá um poder ao consumidor, que muda de combustível se o preço do etanol não for competitivo”, disse.
Veja estudo completo da EPE na seção Documentos,
"EPE-Perspectivas do Etanol no Brasil".
Fonte: Vladimir Platonow, repórter da Agência Brasil, com o Observatório

Tecnologias para preservar meio ambiente podem gerar milhões de empregos 25.09.08

25.09.08

Na agricultura, 12 milhões de novos postos de trabalho podem surgir da produção de biomassa


As tentativas mundiais de frear o aquecimento global estão surtindo efeito na geração de empregos. A constatação foi apresentada ontem (24) no relatório Empregos Verdes: Trabalho Decente em um Mundo Sustentável e com Baixas Emissões de Carbono, da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

De acordo com o estudo, os chamados “empregos verdes” - aqueles relacionados às novas tecnologias ambientais - estão em praticamente todas as áreas que têm se adaptado às reduções da emissão de CO2, como a construção civil, de energias renováveis, na agricultura, na indústria e nos serviços.

Além dos empregos que já vêm sendo gerados, o relatório ressalta que dezenas de milhões de outros postos de trabalho podem surgir com o investimento em tecnologia ambiental.

Na área de energias renováveis, por exemplo, atualmente existem 2,3 milhões de empregos, mas a OIT espera que sejam 20 milhões até 2030. Na agricultura, 12 milhões de novos postos de trabalho podem surgir da produção de biomassa, e espera-se que o mercado global de serviços e produtos ecologicamente corretos suba dos atuais US$ 1,37 bilhão para US$ 2,74 bilhões até 2020.

No Brasil, a área mais promissora é a de reciclagem. Cerca de 500 mil trabalhadores já estão empregados no país reciclando ou reaproveitando materiais.

O relatório demonstra, no entanto, que não há garantias de que esses empregos surjam em “transações justas” e faz um apelo para que aja “diálogo social entre governos e empresários para se criar trabalho decente, que diminua a pobreza e promova o desenvolvimento econômico e social”.

OIT e Pnud fazem recomendações para que governos estimulem "emprego verde"

Diante de um cenário em que a contaminação do meio ambiente e a emissão de carbono são insustentáveis do ponto de vista econômico e social, os governos devem estimular e investir em "empregos verdes".

Essa é a principal recomendação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), apresentada ontem (24) no relatório acima citado
O relatório diz que os "empregos verdes" devem ser trabalho decente e que os trabalhadores precisam ser capacitados para o novo formato de emprego, que deve se tornar cada vez mais comum nas sociedades que pretendem ser sustentáveis.

Além disso, o relatório recomenda que os empresários sejam preparados para avaliar o potencial para esse tipo de emprego em um empreendimento. Eles também devem receber subsídios, ecotaxas e participar da venda pública de créditos de carbono para obter recursos que serão usados na geração dos "empregos verdes".

Ainda segundo o documento, os governos devem incentivar as pesquisas de novas formas de tecnologia ambiental, promover leis que incentivem essas ações e obter um novo acordo sobre clima na próxima Cúpula das Nações Unidas, que se realizará em 2009.
Fonte: Mariana Jungmann, repórter da Agência Brasil

Inseticida biológico põe fim ao ataque de lagartas na agricultura 25.09.08

25.09.08

Para quê precisamos engolir milho de sementes transgênicas com Bt?


A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançou ontem (23) o bioinseticida Ponto.Final., na abertura da VI Ciência para a Vida, exposição que mostra as tecnologias produzidas pelas unidades da empresa em todo o país.

O produto chegará ao mercado com o objetivo de combater a lagarta, um dos grandes predadores de várias culturas agrícolas brasileiras. Seu maior diferencial é não causar mal à saúde de qualquer outro ser vivo, como explicou a pesquisadora da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Rose Monnerat.

“Esse produto foi desenvolvido a partir de uma bactéria que vem do solo do Brasil e que causa uma infecção nas lagartas. A grande vantagem dessa bactéria é que ela só é tóxica para as lagartas”, disse.

Outros inseticidas, além de causar danos à saúde humana, tanto dos agricultores que aplicam o produto na lavoura, quanto daqueles que consomem o alimento, também acabam eliminando os predadores naturais da lagarta. O Ponto.Final. preserva esses outros animais, aumentando a eficiência do combate.

A previsão é que o produto comece a ser disponibilizado aos agricultores em um prazo de até 15 dias. Segundo Rose, a Embrapa já pôde comprovar o elevado grau de custo-benefício do bioinseticida desenvolvido em parceria com a empresa Bthek Biotecnologia, que só aguarda o selo de produto orgânico para comercializá-lo.

O presidente da Embrapa lembrou o caráter de prestação de contas que a exposição Ciência para a Vida tem, na medida em que mostra as tecnologias produzidas pela empresa. “Quem investe em ciência é o cidadão, é aquele que paga imposto. Portanto, é muito importante prestar contas à sociedade, mostrando o que a ciência tem produzido e quais as conseqüências para a saúde humana, na alimentação, no custo dos produtos, na melhoria da qualidade da vida e até do desenvolvimento do interior do Brasil, gerando emprego, renda, aumentando a inclusão social”.

A exposição se realiza até o dia 28 na sede da Embrapa, em Brasília. O público pode visitar o espaço de segunda a quinta-feira, das 9h às 20h. De sexta à domingo, o mostra fica aberta das 10h às 22h. A entrada é gratuita.
Fonte: Danilo Macedo, repórter da Agência Brasil

MT quer plantar cana em áreas já abertas na Amazônia 25.09.08

25.09.08

Às vésperas da definição das regras para plantio de cana-de-açúcar no País, o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), atendendo a um pedido dos agricultores locais, está pressionando o governo federal para que seja autorizada para presença de canaviais em áreas de pastagens degradadas ou cultivadas com grãos no bioma amazônico, ou seja, em áreas sem a cobertura natural. A informação é do diretor-executivo do Sindicato da Indústria Sucroalcooleira do Estado de Mato Grosso (Sindalcool-MT), Jorge dos Santos.

Nas discussões entre os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, ficou decidido pela permanência dos canaviais já instalados na Amazônia e pela proibição de novas usinas na região. Há três usinas de cana instaladas na região: no Acre, no Amazonas e no Pará. A Casa Civil baterá o martelo sobre as regras para plantio no Bioma Amazônico e no Pantanal, outro ponto de polêmica entre ruralistas e ambientalistas.

O representante da indústria sucroalcooleira do Estado defende a idéia de troca de áreas ocupadas com grãos e com pastagens degradadas por cana-de-açúcar. "Não queremos novos desmatamentos, mas se a área já foi desmatada e está ocupada com grãos ou pecuária é possível autorizar a troca", disse. A expectativa é que o zoneamento seja anunciado no mês que vem, mas fontes dos dois ministérios lembraram que o cronograma de divulgação tem sido constantemente alterado. A meta do governo era anunciar o zoneamento em julho.
Fonte: Fabíola Salvador, Agência Estado, com o Observatório
Nota do editor: se isso for aprovado, o gado e o plantio de grãos será "expulso", cedendo essas áreas para os canaviais, e abrirá novas áreas no bioma Amazônico e no Cerrado, para dar continuidade ao que vinham fazendo até agora.

Mapa anuncia aprovação de fungicida menos tóxico para pequenas culturas 25.09.08

25.08.09

A aprovação do registro de fungicida para o controle de doenças como requeima e míldio, que comprometem cultivos como tomate, batata e alface, foi anunciada, ontem (24), em Brasília, durante reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Hortaliças. O novo fungicida, com baixo teor de toxicidade, atenderá demandas de controle de pragas para pequenas culturas e tem como ingrediente ativo o mandipropamide. Além disso, é adequado para as culturas de cebola, melão, abóbora, melancia e pepino.

De acordo com o coordenador de Agrotóxicos da Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SDA/Mapa), Luís Rangel, cada vez mais, as indústrias desenvolvem produtos voltados especialmente para esses tipos de cultivos, beneficiando produtores e consumidores. “Os agricultores não precisarão mais recorrer a fungicidas de outras culturas, sem registros específicos, já que os esforços para a implementação de políticas públicas para pequenas culturas estão surtindo efeito”, explicou.

Durante a reunião, também foram definidos os desafios do setor para 2009. “Podemos destacar a criação de grupo temático para a elaboração de banco de dados nacional para estabelecer quanto o setor hortifruti movimenta, a revisão da Instrução Normativa que trata da classificação de produtos como pepino, batata, chuchu, jiló e berinjela e a padronização de embalagens“, ressaltou o presidente da Câmara Setorial de Hortaliças, José Robson Coringa Bezerra.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Mapa

BM&F realiza hoje seu 2º leilão de créditos de carbono 25.09.08

25.09.08

A BM&FBovespa realizará hoje, às 8h30, o segundo leilão de certificados de crédito de carbono, que serão vendidos a um preço mínimo de 14,20 euros por tonelada (R$ 38,45, à cotação de R$ 2,708 por euro), conforme informado ontem (24) pela Bolsa. Será ofertado um único lote de 713 mil certificados pertencentes à Prefeitura de São Paulo, que poderá receber no mínimo 10,124 milhões de euros.

Do total de certificados, ou reduções certificadas de emissão (RCEs), 454.657 pertencem ao Projeto Aterro Sanitário Bandeirantes, na zona norte da capital paulista, e outros 258.657 são originários do Aterro Sanitário São João, na zona leste.

Os aterros possuem projetos de mecanismos de desenvolvimento limpo (MDLs), que nesses dois casos consistem na geração de energia elétrica por meio da captação de gases produzidos pela decomposição de lixo. No aterro Bandeirantes, a usina termoelétrica tem capacidade de gerar 170 mil megawatts-hora (MWh) por ano. Na São João, a geração é de 200 mil MWh por ano. É por meio dos MDLs que os dois aterros geram certificados de créditos de carbono que serão leiloados amanhã.

Os créditos de carbono são comprados por países que têm a necessidade de reduzir a emissão de gás carbônico, conforme estabelecido no Protocolo de Kyoto.

A BM&FBovespa ainda não tem o número de instituições que irá participar do leilão, que será realizado pela internet (www.bmf.com.br/leilaocarbono). A garantia inicial será de 400 mil euros. O Banco do Brasil irá atuar como confirmador das cartas de crédito.

O primeiro leilão de crédito de carbono foi realizado há um ano. Foram negociadas 808.450 toneladas de dióxido de carbono pertencentes ao aterro Bandeirantes a um preço mínimo de 12,70 euros. O banco europeu Fortis Bank NV/SA arrematou o lote por 16,20 euros por tonelada de carbono, no total de 13,09 milhões de euros (aproximadamente R$ 34 milhões). Ao todo nove instituições apresentaram propostas.
Fonte: Agência Estado

BNDES financia 80% do custo de terminal retroportuário de grãos em Paranaguá/PR 25.09.08

25.09.08

O BNDES aprovou financiamento de R$ 27,1 milhões à MRC Serviços Ferroviários DPRS-AL Ltda. implantar um terminal retroportuário de grãos, de uso exclusivo da América Latina Logística do Brasil S.A. (ALL), no km 5 da rodovia BR-277, no município de Paranaguá/PR. Os recursos do Banco correspondem a 80% do valor total do projeto, orçado em R$ 33,9 milhões. Estima-se que serão criados entre 35 e 60 novos empregos na região.

O apoio financeiro do BNDES à MRC destina-se a obras civis, aquisição de máquinas e instalação do terminal de armazenagem. Concluída essa etapa, a ALL locará as instalações da MRC, passando a ser responsável pela manutenção do terminal e pelos serviços de estocagem e movimentação das cargas para seus clientes.

A implantação do terminal retroportuário pela MRC tem o objetivo de dinamizar as atividades operacionais da ALL S.A. no Porto de Paranaguá. Nos períodos de safra, entre os meses de março e outubro, o fluxo de vagões graneleiros para o porto é de 480 vagões/dia e, nas projeções de crescimento, estima-se um aumento de 9% a.a. para os próximos cinco anos. Localizada a 6,6 km do porto, a futura instalação de armazenagem promoverá a redução desse fluxo de vagões e caminhões em sua direção e, conseqüentemente, o tempo de espera para descarga dos navios.

O novo terminal poderá receber até três produtos diferentes ao mesmo tempo e sua capacidade de operação está dimensionada para 1.500 toneladas de grãos/hora. Os potenciais estimados de armazenagem e de expedição total (ferroviária e rodoviária) são, respectivamente, 100 mil toneladas e 20 mil toneladas/dia, com até dois produtos diferentes simultaneamente.
Fonte: Assessoria de Imprensa do BNDES

Fiscais resgatam 141 trabalhadores encontrados em situação degradante em canavial e usina de álcool no Ceará
Fiscais resgatam 141 trabalhadores em situação degradante em canavial e usina de álcool no Ceará 24.09.08

24.09.08

Uma equipe do Grupo de Fiscalização Móvel do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgatou 141 trabalhadores de uma usina de álcool no município de Paracuru (CE). Eles foram encontrados em situação degradante de trabalho, sem equipamento de proteção individual para o corte da cana-de-açúcar – como óculos e luvas – e descalços. Entre os trabalhadores havia cinco menores de idade. A operação começou no dia 10 de setembro e terminou segunda-feira passada (22).

Do total de resgatados, 55 atuavam no canavial e 86, no parque indutrial. Apenas três tinham registro em carteira. A empresa fazia semanalmente o pagamento pelo corte da cana, que ocorria das 5h às 13h. Segundo os fiscais do MTE, as condições de higiene na plantação também eram precárias. Não havia banheiros e a empresa não disponibilizava água e nem refeição para os trabalhadores. No parque industrial, os fiscais também identificaram condições de risco à saúde dos trabalhadores, como estruturas enferrujadas e máquinas sem proteção.

Os trabalhadores resgatados eram moradores do próprio município ou de vilarejos próximos a Paracuru. Os que precisavam de transporte para chegar ao local iam em cima da boléia de um caminhão, junto com as ferramentas utilizadas no corte. Segundo o grupo móvel, a legislação determina que o transporte seja feito de ônibus, e que haja um local reservado para as ferramentas.

De acordo com o Ministério do Trabalho, foram lavrados 111 autos de infração e três termos de interdição. A empresa que mantinha os trabalhadores também foi autuada pelo descumprimento de normas de segurança no parque industrial. Eles receberam seguro-desemprego e o valor das verbas recisórias chegou a R$ 245 mil. Segundo informações do ministério, a empresa se recusou a pagar as recisões e deve ser acionada na Justiça pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Procuradoria Regional.
Fonte: Amanda Cieglinski, repórter da Agência Brasil

ONU adverte que crise global ameaça combate à pobreza 24.09.08

24.09.08

Nações Unidas - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, advertiu ontem (23) sobre a ameaça representada pela crise financeira. Segundo Ban, o problema pode atrapalhar a campanha das Nações Unidas contra a pobreza. Ban pediu liderança global, para que seja restaurada a ordem nos mercados financeiros internacionais. O secretário-geral também disse que era preciso que os países ricos fizessem concessões no setor do comércio aos mais pobres, e também demandou ações para que se evite as mudanças climáticas.

As declarações de Ban foram realizadas durante seu discurso de abertura da Assembléia Geral da ONU. O executivo máximo da ONU pintou um cenário nebuloso do mundo, não apenas pela crise financeira, mas também pelos problemas com a falta de alimentos para boa parcela da população e pelas crises energéticas. Ban censurou, além disso, a "nova retórica da confrontação".

"Nós devemos fazer mais para ajudar nossos companheiros seres humanos a lidar com a tempestade que se forma", disse ele. "Eu vejo o perigo de nações olharem mais para dentro, ao invés de caminhar para um futuro comum. Vejo o perigo de recuo no avanço que fizemos, particularmente no setor do desenvolvimento e de uma divisão mais equilibrada dos frutos do crescimento global."
Fonte: Associated Press, com Agência Estado

Receita garante que mudanças na tributação do álcool não afetam consumidor 24.09.08

24.09.08

As mudanças na tributação do álcool combustível, que entrarão em vigor em 1º de outubro, não terão reflexo sobre o preço cobrado na bomba, assegurou ontem (23) o coordenador de Contribuições Sociais da Receita Federal, João Hamilton Rech, ao detalhar a nova legislação que altera a cobrança e o recolhimento do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre o produto.

Segundo Rech, foram publicados um decreto (segunda-feira, 22) e uma instrução normativa, ontem (23), no Diário Oficial da União, sobre a mudança na cobrança dos tributos que incidem sobre o álcool. Os dois dispositivos, explicou o coordenador, apenas regulamentam lei sancionada em junho, que acabou com a cobrança em cascata de impostos sobre o álcool.

Atualmente, tanto produtores como distribuidores pagam à Receita uma fatia sobre o que faturam com o combustível. Esse sistema, na prática, faz com que os tributos sejam cobrados diversas vezes ao longo da cadeia produtiva porque os insumos, como a cana-de-açúcar usada na usina, também paga imposto quando o álcool é distribuído.

Com o novo sistema, os distribuidores poderão deduzir o PIS/Cofins cobrados anteriormente sobre as matérias-primas. Os tributos incidirão apenas sobre o valor adicionado ao combustível na produção e na distribuição.

A cobrança cumulativa (em cascata) havia sido extinta em abril de 2004 para os outros combustíveis. Apenas o álcool ainda era tributado pelo sistema antigo. “A idéia da Receita é redistribuir a carga tributária [entre os setores envolvidos na produção e comercialização do álcool], mas preservando os preços na bomba”, explicou Rech.

De acordo com a lei que mudou o regime, 60% da carga tributária ficaria com os distribuidores e 40%, com os usineiros e importadores. “A regulamentação da Receita procurou garantir essa proporção”, afirmou o coordenador.

Para impedir que a nova tributação tenha impacto sobre o preço do álcool nas bombas, Rech explicou que o decreto reduziu em 63,33% as novas alíquotas do PIS/Cofins na comparação com o teto estabelecido na lei. Os usineiros e importadores pagarão R$ 18 por metro cúbico de álcool e os distribuidores, R$ 120.

A instrução normativa regulamentou o prazo para que produtores, importadores e distribuidores optem pela cobrança de PIS/Cofins por metro cúbico de combustível, que paga menos tributos. Esses contribuintes terão até o final de outubro para aderir à modalidade, se quiserem que as alíquotas especiais sejam aplicadas retroativamente ao início do próximo mês. Caso contrário, os tributos reduzidos só valerão a partir de 2009.
Fonte: Wellton Máximo, repórter da Agência Brasil

Comissária da UE defende redução de subsídios agrícolas diretos 24.09.08

24.09.08

Annecy, França - Os subsídios oferecidos aos produtores da União Européia deveriam ser reduzidos, segundo a comissária agrícola do bloco, Mariann Fischer Boel. "No geral, há grandes pressões no orçamento europeu e intensa competição por várias prioridades de gastos", afirmou ela em um encontro de ministros da Agricultura do bloco. Apesar de reformas, os subsídios agrícolas continuam sendo o maior item no orçamento combinado da UE, consumindo cerca de 40% do total.

Boel afirmou que não é necessário revisar completamente a Política Agrícola Comum (PAC), mas ressaltou que mudanças são necessárias. Para isso, os subsídios diretos aos produtores devem ser reduzidos para impulsionar a ajuda não direta relacionada à produção, como suporte ao desenvolvimento rural e projetos ambientais. O movimento diminuiria os pagamentos atuais feitos automaticamente com base no número de animais criados ou a quantidade de terra cultivada.
Fonte: informações da Dow Jones, com Deise Vieira, Agência Estado

Poucos proprietários rurais se dispõem a recuperar mata ciliar em São Paulo 24.09.08

24.09.08

Do objetivo de recuperar, nos próximos 25 anos, cerca de 1,7 milhão de hectares de mata ciliar no Estado de São Paulo, houve a adesão de somente responsáveis por 240 mil, ou 14%, após um ano de lançamento do projeto pela Secretaria do Meio Ambiente. A área foi cadastrada pelos proprietários rurais e equivale ao terreno urbanizado na Região Metropolitana de São Paulo, que tem 220.900 ha.

Do total registrado até o momento, a maior contribuição vem dos canavieiros: 140 mil ha, ou 36% da área de mata ciliar que precisa ser recuperada pelo setor. As propriedades rurais de grande porte, a partir de 2 mil ha, representam a segunda maior área: 57 mil ha registrados. Porém, como elas têm um passivo de 925 mil ha, o que foi declarado até agora é só 6% do que devem recompor.

Quem se cadastrou no projeto se compromete a buscar a recomposição dessa vegetação. A intenção será auditada por técnicos da secretaria. “A segunda visita é da Polícia Ambiental”, diz o secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano. Os dados do projeto foram divulgados ontem, na sede da secretaria, na capital.

Mata ciliar é aquela que ocorre nas margens de rios e nascentes, essencial para a saúde dos recursos hídricos. Por lei, ela é uma área de proteção permanente e deveria ser preservada. Contudo, virtualmente não há mais mata ciliar preservada no Estado, com poucas exceções. Se elas fossem recompostas, pelo menos 20% do Estado seria coberto de verde.
Fonte: jornal O Estado de S. Paulo

NovAmérica recebe certificado para vender açúcar a público muçulmano 24.09.08

24.09.08

Ribeirão Preto, SP - A NovAmérica, dona da marca União de açúcares, anunciou ontem (23) que recebeu a certificação Islâmica Cibal Halal, atestando que seus produtos são adequados para atender ao público muçulmano. Para obter o certificado, as fábricas foram inspecionadas e supervisionadas por muçulmanos praticantes, tornando seus produtos autorizados para consumo dentro das normas religiosas que seguem as leis islâmicas.

Com isso, os açúcares, o álcool e o adoçante produzidos pela NovAmérica das unidades paulistas de Tarumã e Maracaí receberam os certificados. Além do Cibal Halal, a NovAmérica já era certificada com o selo Kosher, que atesta que os processos de fabricação dos produtos obedecem às normas específicas que regem a dieta judaica ortodoxa.

"A NovAmérica acredita ser de grande importância ter certificados que declaram e atestam a qualidade de seus produtos e sua adequação às expectativas e necessidades dos diversos públicos consumidores", informou Marielza Cavallari, gerente de marketing da companhia. Segundo a gerente, "os certificados reforçam as oportunidades de vendas no mercado interno, uma vez que atestam sua adequação a um número maior de consumidores potenciais e criam oportunidades para o mercado internacional". A companhia já exporta para Israel 8 toneladas de açúcar com certificação Kosher.

O Grupo NovAmérica possui quatro unidades produtoras e uma nova usina em construção no Estado de Mato Grosso do Sul. Em 2007/2008 faturou R$ 1,1 bilhão e, além do setor sucroalcooleiro, produz suco de laranja, tem um terminal portuário e uma trading.
Fonte: Gustavo Porto, Agência Estado

Greve de cortadores reduz oferta de açúcar e álcool na Colômbia 24.09.08

24.09.08

Bogotá - O preço do combustível na Colômbia aumentou depois que uma greve de cortadores de cana-de-açúcar iniciada há nove dias provocou uma crise no abastecimento de etanol no país, disse o ministro de Energia, Hernan Martínez. Na Colômbia, cerca de 70% da gasolina vendida é na verdade uma mistura que inclui 10% de etanol, o que a deixa mais barata do que a gasolina pura, disse Martinez.

"O preço da gasolina em si não mudou", disse Martinez. "Mas nas regiões onde esse combustível é misturado com o etanol, as pessoas agora têm de comprar a gasolina pura", disse ele. O preço do galão da gasolina na Colômbia é cerca de 134 pesos colombianos (US$ 0,06) mais alto do que o do galão da mistura, que vale cerca de 7,2 mil pesos, disse Julio Cesar Vera, diretor de hidrocarbonetos do ministério.

De acordo com o porta-voz do sindicato que representa funcionários do setor, Edgar Paez, a oferta de açúcar também poderá sofrer com a greve, mas algumas companhias estariam planejando importar o produto do Brasil. Segundo ele, o movimento conta com a adesão de 12,5 mil cortadores de cana dos cerca de 19 mil trabalhadores da província Valle de Cauca.

A Colômbia perde apenas para o Brasil entre os maiores produtores de etanol da América Latina. A produção do combustível no país no acumulado até julho deste ano cresceu 11% na comparação com igual período do ano passado, para 173 milhões de litros.
Fonte: informações da Dow Jones., com Marcílio Souza, Agência Estado

Impactos da crise começam a surgir na União Européia e tenderão a espraiar-se aos seus fornecedores de commodities alimentares 23.09.08

23.09.08

O petróleo disparou e fechou a sessão regular na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês) a US$ 120,92 por barril, nos contratos com vencimento em outubro. A alta foi de US$ 16,37 ou 15,66% no dia. Hoje foi o último dia de negociações do vencimento de outubro e a partir de amanhã o contrato de novembro passa a ser o de referência.

Os contratos futuros de petróleo dispararam impulsionados pela fraqueza do dólar ante o euro e aumento da demanda para pronta entrega em virtude da retomada das atividades de refinarias na Costa do Golfo do México - que ficaram fechadas por causa da passagem de furacões na região. Além disso, o vencimento dos contratos de petróleo para outubro hoje na Nymex acrescentaram volatilidade às transações.

UE prevê aumento do desemprego na Europa

Genebra - A crise desembarca na Europa e já afeta os trabalhadores. A Comissão Européia, braço executivo da União Européia (UE), já prevê um maior desemprego na região, diante das projeções de queda do crescimento econômico no mundo em 2008. O fenômeno deve atingir principalmente a população mais vulnerável, como os imigrantes que desembarcam todos os dias na Europa em busca de trabalho.

"Os últimos acontecimentos, como as turbulências financeiras do mercado, alta nos preços de energia e de commodities (matérias-primas), além de queda na confiança dos consumidores, pode gerar uma deterioração nas projeções para os próximos meses", alertou a Comissão Européia. Para a entidade, as atividade econômicas devem se enfraquecer ainda mais no segundo semestre deste ano e as perspectivas para o emprego devem ser mais desfavoráveis.
"A crise começou a ter seu impacto na Europa", afirma o documento da UE.
Fontes: Agência Estado e Jamil Chade, Agência Estado, com o Observatório

Comentário do editor:
Enquanto bilhões de dólares são injetados pelo Tesouro Norte-americano (e alguns bancos centrais europeus) no sistema financeiro para evitar que desmorone o mundo de fantasia em que ele funcionava, gerando fabulosos lucros da noite para o dia, em benefício de seus gestores, o mundo real começa a mostrar sinais que a especulação o afetou de forma grave.

A fome, que com a alta dos preços dos alimentos de 2006 para 2007 acrescentou 75 milhões de pessoas às 850 milhões que sobreviviam nessa miséria, agora beirando 1 bilhão de seres humanos. O aumento do desemprego na Europa, afetando mais aqueles que para lá emigram em busca de uma oportunidade de trabalho e vida decente, e que acabará impactando as exportações de commodities dos países ditos emergentes para o bloco europeu, reduzindo-as em volume; o aumento dos preços dos insumos agrícolas, sem retorno aos patamares em que se encontravam antes da aguda especulação com o petróleo (que continua com alta volatilidade em seu preço) pressionando os produtores e os submetendo a riscos maiores que os naturais (que resultam de incertezas e variações inesperadas do clima); a queda do preço das commodities agrícolas, como resultado da saída dos especuladores da Bolsa de Chicago, mas ainda sujeita a novos ataques especulativos e conseqüente aumento, já que é uma área sem regulação por parte dos Estados nacionais (Veja a matéria "
Impactos diferentes...").

Poderia continuar listando mais fatores que transformaram a atividade agrícola produtiva em um jogo, e como no jogo, sempre ganha a Banca. E, no caso, a banca é composta especialmente pelos grandes fundos, que jogam na especulação financeira, efetivamente com pouca possibilidade de perdas já que o chamado "risco sistêmico" de quebra do sistema financeiro faz com que os governos, por mais que sejam formalmente contra a intervenção do Estado na economia, peguem recursos dos contribuintes para tapar os buracos das perdas, uma globalização do capitalismo sem risco, velho conhecido em nosso país.

Impactos diferentes da crise nos preços de commodities e nos insumos afetam renda do produtor 23.09.08

23.09.08

A debandada dos fundos de investimento dos mercados de commodities agrícolas para os títulos do Tesouro Norte-americano poderá impactar a renda do produtor brasileiro em 2009. Mesmo com o dólar em alta, o que ampliaria a renda em reais, é esperado um impacto negativo em virtude da possibilidade de novos recuos no preço das commodities. No caso da soja, principal produto das exportações agrícolas, o valor de US$ 425 pela tonelada no último pregão da Bolsa de Chicago (CBOT) é 14,8% menor que a média do primeiro semestre, quando o grão era cotado a US$ 499 a tonelada.

Desde 1º de agosto, o dólar comercial teve uma valorização de 17,3% em relação ao real, saltando de R$ 1,56 para R$ 1,83 na sexta-feira, segundo dados do Centro de Informações da Gazeta Mercantil. No entanto, deve ser levado em consideração o fato de o Banco Central brasileiro ter vendido dólares no mercado, freando uma maior disparada. Especialistas dizem que a valorização ocorre porque investidores estão migrando para os títulos do Tesouro Norte-americano em busca de segurança.

"Ainda não é possível dizer para onde vai o capital dos investidores, mas uma coisa é certa: não volta para as commodities agrícolas, que ainda têm espaço para recuar mais", analisa Fábio Silveira, da RC Consultores. Ele acredita que a tendência é que migrem para países emergentes. Por causa disso, o consultor diz que, em 2009, os produtores deverão perder entre R$ 3,21 bilhões e R$ 4,81 bilhões na renda bruta, estimada em R$ 160 bilhões neste ano.

O produtor que conseguiu comprar insumos a preços mais acessíveis, deverá sofrer com os preços médios, menores que os desse ano. "Mesmo se o dólar chegar a R$ 2,10, os insumos devem acompanhar esse movimento. É pouco provável que a desvalorização do real compense o recuo dos preços agrícolas internacionais", avalia Silveira. Ele ainda acrescenta que "nada impede que o dólar sofra um novo ataque especulativo e volte a cair".

Com o agravamento da crise, a tendência é que as exportações sejam impactadas. Rumores do mercado indicam que a crise desencadeada pelo subprime já atinge fundos de investimentos na Rússia, grande importador de commodities agrícolas. A expectativa de Silveira é que o superávit do agronegócio brasileiro, estimado em US$ 50 bilhões, caia entre 5% e 10% no próximo ano por conta disso.

Fertilizantes tiram sono de produtores

As cotações dos fertilizantes já foram reajustadas em até 90% quando comparadas com a safra anterior. O principal motivo foi a alta do petróleo, que além de matéria-prima também é o grande responsável pelo encarecimento do transporte.

Até agora, o preço do petróleo caiu de US$146,00/barril (valor recorde de toda a sua história) para US$95,00/barril, enquanto os valores dos fertilizantes não sofreram alteração.

Vendedores dizem que aumentou consumo de fertilizantes e preços se estabilizaram

O comércio de fertilizantes entre janeiro e agosto de 2007 foi de 14,5 milhões de toneladas. Se comparado ao mesmo período de 2008, o aumento foi de 10%, ao alcançar 16 milhões de toneladas. Os maiores estados consumidores são Mato Grosso, com 2,9 milhões de toneladas, Paraná, com 2,6 milhões e São Paulo responsável por 2,2 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados ontem (22), em Brasília, durante reunião da Câmara Temática de Insumos Agropecuários.

De acordo com o diretor-executivo da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), Eduardo Daher, o consumo de fertilizantes no Brasil é maior se comparado a países como Índia e China.” Em 1998 consumíamos 7,4 milhões de toneladas desse produto e passamos para 16 milhões de toneladas em 2008. No que se refere aos estoques nas indústrias, o número alcança 6,8 milhões de toneladas, o que é suficiente para abastecer o mercado nos próximos 75 dias”, ressaltou.

Para o presidente da Câmara Temática de Insumos Agropecuários, Cristiano Walter Simon, houve aumento no volume de fertilizantes e os preços ficarão estabilizados. “Discutimos questões de logística e de abastecimento e os resultados são positivos. Além disso, contamos com investimentos em tecnologia, o que aumentou a produtividade”, explicou.

O Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag) apresentou dados sobre o mercado de agrotóxicos. Nos primeiros oito meses de 2007 o setor somou R$ 4,7 milhões e, no mesmo período de 2008, alcançou R$ 6,4 milhões. No segmento de herbicidas, o consumo cresceu nas culturas de soja, milho, trigo, arroz e feijão e, no de inseticidas, o aumento foi nas culturas de soja, hortifruti, milho e feijão.

Em relação à produção de sementes, a do trigo aumentou de 303 mil toneladas na safra 2006/2007, para 401,8 mil toneladas em 2007/2008 e a de soja passou de 959 mil para um milhão de toneladas nesta safra.
Fontes: Gazeta Mercantil, Assessoria de imprensa do Mapa e Scot Consultoria

ANP cancela compra da Brasil Ecodiesel, mas nada informa 23.09.08

23.09.08

A Brasil Ecodiesel tornou público, ontem (22), fato relevante ao mercado informando que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) cancelou a compra de 63.600 metros cúbicos de biodiesel vendidos pela empresa nos leilões 47 e 48. A empresa informou que foi surpreendida com a publicação, no Diário Oficial da União de ontem (22), do cancelamento dos lotes.

Os lotes em questão seriam produzidos nas fábricas de Iraquara (Bahia), Rosário do Sul (Rio Grande do Sul) e Itaqui (Maranhão) e seriam entregues em outubro e dezembro deste ano. Os 6.400 m³ vendidos pelas unidades de Porto Nacional (Tocantins) e Crateús (Ceará) não foram afetados pela decisão.

A Brasil Ecodiesel está estudando todas as medidas cabíveis e manterá seus investidores cientes de qualquer nova informação a respeito através da CVM e de seu site de Relações com Investidores.

No sítio da Agência Nacional do Petróleo -ANP, o Observatório não encontrou quaisquer referências à medida tomada, não sabendo-se, ainda, quais foram as razões que a levaram ao cancelamento da compra.
Fonte: Brasil Ecodiesel, com o Observatório

China protege os interesses dos seus produtores de leite 23.09.08

23.09.08

Pequim- O Ministério da Agricultura da China informou no fim de semana que está tomando medidas para proteger os interesses dos produtores de leite e produtos derivados, após a descoberta de que uma contaminação com substância química melamina não ocorreu apenas no leite em pó, mas também no leite líquido. Quase 53 mil crianças chinesas ficaram doentes após consumir leite em pó contaminado. Cerca de 13 mil crianças continuam hospitalizadas e quatro morreram.

O ministério afirmou que irá monitorar de perto as vendas e o processamento de produtos lácteos e designar especialistas para ajudar os produtores a produzirem rações seguras e evitar o desenvolvimento de doenças nos rebanhos.

O governo também irá exortar as empresas locais de produtos lácteos a comprarem mais leite e irá estudar políticas para oferecer vários subsídios aos produtores.

Vários países, incluindo Bangladesh, Brunei, Burundi, Japão, Gabão, Malásia, Mianmar, Cingapura e Tanzânia, proibiram as importações de produtos lácteos da China ou tomaram outras medidas para limitar o consumo de leite proveniente da China.
Fonte: informações da Dow Jones, com Agência Estado

Caso de Estomatite faz Tocantins paralisar exportação de carne bovina para Rússia 23.09.08

23.09.08

Estado vendeu US$ 31 milhões em carne bovina à Rússia até agosto

O Brasil suspendeu hoje a emissão de certificados de exportação de carne bovina de Tocantins para a Rússia por causa do registro de focos de estomatite vesicular numa propriedade rural do Estado.

As exportações de carne bovina in natura de Tocantins renderam US$ 40 milhões no acumulado do ano até agosto. As vendas do Estado para a Rússia somaram US$ 31 milhões, informou hoje o Ministério da Agricultura por meio de sua assessoria de imprensa.

Paranã (TO) registra estomatite

Técnicos da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura informaram que a Rússia é o único país que suspende as importações de carne bovina em caso de ocorrência de estomatite vesicular. Quatro casos da doença foram diagnosticados numa propriedade rural localizada no município de Paranã, em Tocantins. A suspensão está prevista em acordo sanitário firmado entre os dois países.

O caso de estomatite de Tocantins não é primeiro deste ano. Em agosto, foram diagnosticados casos de estomatite vesicular numa fazenda de Cavalcante, no norte de Goiás. Em fevereiro, outros casos foram descobertos em Cocalinho, no Mato Grosso.

Mapa divulga nota à imprensa

Em relação à ocorrência de casos de estomatite vesicular em quatro bovinos com idade superior a 36 meses numa pequena propriedade rural no município de Paranã/TO, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informa que:

Ø A propriedade onde foram detectados os casos da doença ficará interditada até 21 dias após a cura do último animal que manifestou a enfermidade;

Ø Não será necessário o sacrifício de animais;

Ø Os países para os quais o Brasil exporta carne bovina já foram comunicados da ocorrência da doença;

Ø Por se tratar de um tipo de vírus já notificado anteriormente no País, a comunicação à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) será feita mediante relatório semestral encaminhado rotineiramente à entidade;

Ø Por força do acordo sanitário vigente entre Brasil e Rússia, está suspensa a emissão de certificados de exportação de carne bovina oriunda de animais do estado de Tocantins;

Ø Os frigoríficos de Tocantins podem continuar a exportar para o mercado russo, desde que abatam animais de outras unidades federativas.
Fontes: Fonte: Fabíola Salvador, Agência Estado e Assessoria de imprensa do Mapa

Conab vai as compras para dar proteção aos produtores de trigo e milho 23.09.08

23.09.08

Contratos de opção de venda vão a leilão nesta semana

A Conab vai leiloar na próxima quinta-feira (25) 11.530 contratos de opção de venda, equivalentes a 311,31 mil toneladas de trigo e milho. A operação é destinada a agricultores que cultivam trigo em Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo e a produtores mato-grossenses de milho. Com o leilão, o Governo pretende apoiar o produtor contra riscos futuros de queda nos preços.

Para os triticultores, serão 4.130 contratos (cerca de 111 mil toneladas), com vencimento em 31 de março de 2009 e preço de exercício variando entre R$ 31,80 e R$ 35,40 a saca de 60 Kg, de acordo com a região. Já para os agricultores e cooperativas que cultivam milho, serão 7.400 contratos (cerca de 200 mil toneladas), com vencimento em 31 de outubro e preço de exercício de R$ 14,52 a saca de 60 Kg.

Segundo o diretor de Gestão de Estoques da estatal, Rogério Colombini, os leilões poderão ampliar a capacidade do governo para intervir no mercado em situações de emergência, visto que poderá propiciar a formação de estoques públicos quando do exercício da opção pelos arrematantes dos contratos. “Estamos investindo na formação de estoques estratégicos, ao mesmo tempo em que oferecemos ao produtor a garantia de um preço mínimo remunerador”, explica o diretor.

Será a quinta vez no ano que o governo leiloa contratos públicos de opção de venda de milho. Nas outras rodadas, foi garantida a comercialização de 402,92 mil toneladas do cereal, com 14.923 contratos leiloados. Já com o trigo, será a terceira operação do ano. Nos outros dois leilões, foram vendidos 5.896 contratos, equivalentes a 159,19 mil toneladas do produto.

Esses contratos dão ao produtor o direito de vender o produto ao governo, numa data futura, tendo como referência o preço mínimo fixado, acrescido de despesas de carregamento até à data do exercício da opção. Na prática, representa uma garantia contra eventuais quedas de preço no mercado abaixo do mínimo governamental, que possam representar prejuízo aos agricultores.

Prop

Também na quinta-feira, a Conab vai leiloar Prêmios de Risco (Prop) para 2.000 contratos privados de opção de venda de milho. Nesta modalidade, o governo oferece uma subvenção econômica para os arrematantes que se disponham a comprar diretamente dos agricultores e escoar para regiões predefinidas. Para o produto adquirido na região norte do Mato Grosso e removido para o Nordeste, o prêmio será de R$ 4,56 a saca de 60 Kg. Para o milho escoado para o norte de Minas e Espírito Santo, o Prop será de R$ 2,76/ a saca.
Fonte: Conab

Governo reduz alíquota do PIS/Pasep e da Cofins na venda de álcool 23.09.08

23.09.08

O governo publicou decreto que fixa alíquotas menores para o Programa de Integração Social (PIS/Pasep) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que incidem na venda de álcool.

De acordo com o Decreto 6.573, publicado ontem (22) no Diário Oficial da União, a alíquota do PIS/Pasep será de R$ 8,57 e a da Cofins, R$ 39,43 por metro cúbico de álcool vendido por produtor ou importador. Para a venda feita por distribuidor, os valores incidentes serão de R$ 21,43 e R$ 98,57, respectivamente.

No caso de álcool anidro para adicionar à gasolina, os créditos do PIS/Pasep e da Cofins serão de R$ 3,21 e R$ 14,79 por metro cúbico do combustível para venda feita por produtor ou importador. Para distribuidor, serão de R$ 16,07 e R$ 73,93.

Os valores começam a vigorar a partir do dia 1º de outubro.
Fonte: Carolina Pimentel, repórter da Agência Brasil

Forte interesse norte-americano nos mercados de alimentos dos países emergentes leva ao fracasso a última tentativa de salvar Rodada Doha22.09.08

22.09.08

Genebra - Fracassou a última tentativa dos negociadores de salvar a Rodada Doha. No sábado (20), os sete principais atores das negociações chegaram à conclusão de que não há como seguir debatendo. Nenhuma nova reunião está sendo pensada, ainda que o chanceler Celso Amorim tenha programado um encontro com a representante de Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, para os próximos dias, em Nova York.

Brasil, Índia, EUA, Europa, Austrália, China e Japão exploraram formas de solucionar o impasse na questão envolvendo a importação de alimentos por parte de países emergentes, como Índia, Indonésia ou China. Para os americanos, interessados nesses mercados, o possível estabelecimento de barreiras não era aceitável se significasse uma redução do mercado. Em julho, o processo fracassou exatamente por causa desse ponto.

"Não conseguimos avançar e não há nenhuma previsão de como podemos fazer isso", disse o embaixador do Brasil nas negociações, Roberto Azevedo. A idéia dos governos era a de tentar desbloquear o processo para que uma nova reunião ministerial possa ser convocada. Enquanto isso, Amorim debaterá com Schwab qual a real possibilidade de um acordo parcial ainda neste ano. Diante do novo fracasso, o cenário mais provável é o de que qualquer definição fique para 2009, quando um novo governo assume o poder nos Estados Unidos.
Fonte: Jamil Chade, Agência Estado

Ruralistas deixam para renegociar dívidas na última hora 22.09.08

22.09.08

MT tem mais de R$ 10,4 bilhões em 70 mil contratos rurais a serem renegociados até fim de mês

Mato Grosso possui 71,4 mil contratos rurais a serem renegociados com agentes financeiros até o dia 30 deste mês. O número faz parte de levantamento feito pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) e inclui dívidas contraídas nas modalidades Securitização I e II, Pesa, Custeio e Custeio/FAT Giro, Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), Investimentos e Dívida Ativa da União. A cifra devida pelos mato-grossenses soma R$10,460 bilhões. Deste total, 19,8% são de dívidas já vencidas, que totalizam R$ 2,079 bilhões e o restante, R$ 8,380 bilhões são referentes ao saldo a vencer.

Os produtores rurais têm 10 dias para procurar seus credores para formalizar a intenção de renegociar as dívidas. Em Mato Grosso, os agricultores inadimplentes conseguiram alguns fôlegos com a Medida Provisória 432/08, convertida na Lei 11.775, sancionada esta semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como por exemplo, prazos de quatro anos para pagamento das dívidas de custeio e cinco anos para liquidação das pendências oriundas de investimentos. O juro fixado foi o da taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano.

A carteira de crédito dos agentes financeiros também foi ampliada em 100%, passando de 30% para 60%, o que vai acarretar no atendimento de uma quantidade maior de produtores. O aumento, porém, não vai fazer com que alguns produtores fiquem de fora na repactuação dos débitos. Isso porque o acesso à renegociação está condicionado ao pagamento de no mínimo 40% do valor da parcela de 2008, que deve ser efetuada até o dia 1º de outubro. A situação do produtor também será analisada individualmente.

Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado, o endividamento não resolveu totalmente os problemas dos produtores estaduais, porém o mais importante é procurar os bancos para afirmarem a intenção de renegociar. "O produtor está passando por um momento complicado pois o preço das commodities como soja e milho estão caindo, o algodão sequer reagiu, o dólar está aumentando e outros fatos afetam a produção como um todo", diz ao lembrar das questões ambientais, que também vão refletir no acesso ao crédito para a safra 2008/2009.

Prado analisa ainda que o montante devido pelos contratos mato-grossenses em aberto nos agentes financeiros é equivalente à uma safra. Representa ainda 13,94% do bolo total colocado à disposição para renegociar no país, calculado em R$ 75 bilhões.
Fonte: A Gazeta

Para comissão da FAO, Brasil é modelo de recuperação de áreas degradadas 22.09.08

22.09.08

Algumas práticas adotadas na agropecuária brasileira foram consideradas um exemplo de estratégia de pecuária associada ao desenvolvimento sustentável e recomendadas pela Comissão de Desenvolvimento da Pecuária para a América Latina e o Caribe (Codegalac), da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), capítulo Cone Sul, durante a sua 10ª reunião.

No encontro, que terminou na sexta-feira (19) e foi realizado em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o principal alerta foi o crescimento de mais de 3,7% por ano da pecuária na região, relacionado à redução da área de florestas. De acordo com a Codegalac, 70% dos pastos hoje estão em processo de degradação.

Esse processo aumenta a vulnerabilidade às mudanças climáticas e à produção de gases de efeito estufa. Além disso, a Amazônia está entre os ecossistemas mais afetados com a expansão da agropecuária.

No entanto, os países do Cone Sul, maiores exportadores de carne no mundo, devem ter mais oportunidades no mercado mundial, já que a expectativa é que o consumo de carne seja duplicado nos próximos 20 anos.

Como os principais importadores de carne exigem cada vez mais que a produção ocorra em áreas ambientalmente sustentáveis, os governos devem desenvolver urgentemente mecanismos e políticas para conter o avanço para área vulneráveis, o que aumenta os níveis de desmatamento, degradação do solo, perda de biodiversidade e de recursos hídricos.

Os países devem contar com apoio da FAO para formular uma marco orientador para desenvolver políticas e programas de gestão agro-ambiental e inovação tecnológica, além da recuperação de áreas já degradadas pela agropecuária.

Vai ser criado um grupo de trabalho de centros de pesquisa da região, liderado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para elaborar uma proposta de ação e avaliação técnica, econômica e ambiental das tecnologias disponíveis para recuperação das áreas degradadas e intensificação sustentável da produção pecuária.
Fonte: Ana Luiza Zenker, repórter da Agência Brasil

OCDE prevê que economia mundial crescerá menos em 2008 e 2009 22.09.08

22.09.08

Genebra - Qualquer ilusão de que os países emergentes, entre eles o Brasil, seriam poupados de uma crise internacional deve agora ser abandonada. A conclusão é da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A entidade está revendo para baixo a projeção de crescimento mundial para 2008 e 2009 e acredita que o real deve ser uma das moedas mais pressionadas nos próximos meses.

"O contágio da crise sobre os emergentes já está ocorrendo. Não há mais dúvida", disse Luis de Mello, economista da OCDE. Há três meses, a entidade com sede em Paris estimou que o crescimento da economia brasileira para 2008 ficaria em 4,8%, bem acima do 1,8% de crescimento da média mundial. Para 2009, a taxa seria reduzida para 4,5%, mas bem acima do 1,7% de crescimento no mundo.

Para a revisão dos dados de crescimento, dificilmente os países emergentes vão manter as mesmas taxas de alta de seus PIBs. A OCDE estima que a queda da demanda global afetará as exportações dos países emergentes, entre eles as do Brasil. Além disso, o valor das commodities exportadas pelo país, como minérios e produtos agrícolas, também deve cair diante da redução do consumo.
Fonte: Agência Estado, com informações do jornal O Estado de S. Paulo

Conab faz leilão extra de arroz para conter preço 22.09.08

22.09.08

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realiza amanhã (23) e quarta-feira (24) três leilões para venda de alimentos. Serão ofertadas 60 mil toneladas de arroz, 37,5 t de soja e 12,5 t de feijão. As operações são destinadas ao abastecimento de indústrias e regulação de preços no mercado interno.

A Conab alterou sua programação e anunciou um leilão adicional de estoques públicos de arroz para amanhã (23). Inicialmente, em negociação com a cadeia produtiva, ficou decidido que seriam realizados três leilões quinzenais. No primeiro leilão, realizado na terça-feira desta semana, o governo ofertou 50,1 mil toneladas. O volume a ser ofertado no que seria o segundo pregão, previsto para o dia 30, dependeria do comportamento do mercado, mas o governo mudou sua estratégia e optou por um quarto leilão.

Pressão de Alta

No pregão realizado na terça, o preço médio ponderado ficou acima de R$ 35,00 nos dois primeiros avisos de venda, superando a cotação praticada no mercado gaúcho. Mesmo com a oferta de 50,1 mil toneladas nesta semana, que foram integralmente negociadas, o preço do arroz atingiu o maior valor do ano ontem no Rio Grande do Sul, de R$ 35,51, conforme acompanhamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Antes disso, o maior preço diário tinha sido de R$ 35,49, em maio.

O superintendente da Conab no Estado, Carlos Farias, explicou que a decisão de realizar mais um leilão foi tomada em conjunto pelo órgão e Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura. Ele lembrou que o preço médio praticado no leilão do dia 16 ficou R$ 3,00 acima do anterior. "O governo não tinha outro caminho que aumentar os volumes", observou.

O primeiro leilão, amanhã (23), terá 50 mil t de arroz do Rio Grande do Sul e 10 mil t de Santa Catarina. O cereal é destinado exclusivamente ao mercado interno e poderá ser adquirido por indústrias de beneficiamento que estejam regularizadas no Sistema de Registro e Controle de Inadimplentes da estatal. Também amanhã (23) o governo vai negociar 37,5 toneladas de soja armazenada no Rio Grande do Sul. Já na quarta-feira (24) acontece um leilão de 12,5 toneladas de feijão estocados no Mato Grosso do Sul.

Desde janeiro, a estatal vendeu 626,16 mil toneladas de arroz. A oferta dos estoques públicos do cereal foi intensificada, a partir de maio, para impedir que oscilações no mercado internacional fizessem o preço disparar no Brasil. Também já foram negociadas 1,6 mil t de feijão e 35,5 t de soja.
Fontes: Conab e Sandra Hahn, Agência Estado

‘Alta tecnologia’ indígena ajuda a manter diversidade agrícola 22.09.08

22.09.08

Tradição do Xingu conserva variabilidade de amendoim e mandioca.
Para cientista, variedades nativas podem ajudar agricultura comercial.

É claro que as tribos indígenas do Xingu nunca ouviram falar em engenharia genética, mas os métodos tradicionais de plantio empregados por eles equivalem a um experimento evolutivo dos mais interessantes, que pode acabar preservando características e variedades valiosas de lavouras como o amendoim e a mandioca. A conclusão vem de um estudo feito por um agrônomo da Embrapa, que há anos visita as tribos da região.

“Há uma correlação direta entre a diversidade cultural dessas comunidades e a diversidade genética dos cultivares delas”, diz Fábio de Oliveira Freitas, que apresentou os resultados de seu trabalho durante o 54. Congresso Brasileiro de Genética, que acontece até esta sexta (19) em Salvador. “Por isso, se a gente perder essa diversidade cultural, os recursos genéticos desses plantios também podem se perder.”

Um exemplo direto desse elo estreito entre a cultura indígena e a variabilidade de sua lavoura foi flagrado por Freitas numa aldeia da tribo yawalapiti, uma das 17 etnias que habitam o Parque Indígena do Xingu. Intrigado ao notar estranhas estruturas circulares na lavoura de mandioca de um dos moradores da aldeia, o agrônomo da Embrapa foi informado pelo índio de que aquela era a “Casa do Kukurro”, uma oferenda feita às lagartas normalmente encontradas na plantação, as quais são vistas como espíritos protetores da mandioca.

Mistureba

“Normalmente, os índios separam as variedades de mandioca nos canteiros, mas na Casa do Kukurro todas são plantados juntas, chegando a haver até 15 variedades misturadas”, conta o pesquisador. E aí é que vem o pulo do gato: ao crescer, as plantas oriundas desse plantio conjunto florescem e podem fecundar umas às outras. “Você tem um ambiente de recombinação genética intensa”, diz Freitas.

Embora a maioria dos outros pés de mandioca seja replantado por meio das ramas, sem cruzamento, o agricultor indígena tem paciência suficiente para esperar que as plantas da Casa do Kukurro cheguem até os dois ou três anos de idade, quando finalmente começam a produzir tubérculos. Com isso, a lavoura torna-se uma usina de novas variedades de mandioca, que são avaliadas pelos índios e, se tiverem características interessantes, ganham um novo nome e são incorporadas ao plantio generalizado na aldeia.

O manejo do amendoim, desta vez realizado pela tribo dos kayabi, povo que fala um idioma do tronco lingüístico tupi, é outro exemplo da diversidade genética estimulada pelo manejo indígena. A etnia possui lavouras de amendoim de todos os tamanhos e cores, e usa técnicas simples, porém eficazes, para garantir que as variedades mantenham suas características ao longo das gerações. Uma delas consiste em separar os canteiros de cada tipo de amendoim com fileiras de mandioca, diminuindo a chance de que haja troca de material genético entre eles.

Além disso, na época da colheita, os lavradores da tribo só usam para o replantio o amendoim que continua grudado aos caules e “vagens”; os frutos que caem ao chão podem ser recolhidos e usados para a alimentação, mas nunca replantados. “Com isso, para a geração seguinte, acabam sendo selecionadas as plantas de frutos mais ‘firmes’, ao contrário da situação natural, onde seria interessante para a planta liberar as sementes no solo”, diz o pesquisador.

Potencial inexplorado

O resultado de milhares de anos dessa prática é a presença de uma variedade muito grande dos cultivares tradicionais indígenas – uma diversidade muito superior à dos plantios comerciais envolvendo as mesmas espécies. “Eu não tenho dúvidas de que essas variedades guardam um potencial muito grande para o melhoramento genético comercial. No caso do amendoim, por exemplo, há algumas formas aparentemente muito resistentes à seca. Também há variedades de banana resistentes à sigatoka-negra [principal doença a ameaçar os bananais atualmente]”, diz Freitas.

Dadas essas características, seria um bocado interessante trazer a diversidade genética das variedades indígenas para os cultivos comerciais por meio de cruzamentos ou até da criação de transgênicos. Uma das grandes dificuldades, lembra o pesquisador, é a fluidez do conhecimento e da transmissão de variedades entre os próprios índios: embora a legislação preveja que os donos do conhecimento tradicional devam ser recompensados financeiramente pelo uso comercial dele, é muito difícil saber que etnia é “dona” original de determinada variedade.
Fonte: Reinaldo José Lopes, do G1 (O Globo), em Salvador

Programa de aquisição de alimentos é garantia de renda e segurança alimentar 22.09.08

22.09.08

Unir garantia de renda, conservação da floresta e segurança alimentar é uma meta de qualquer projeto que vise a sustentabilidade. Essa realidade já é alcançada por muitas comunidades no Brasil por meio do Programa de Aquisição de Alimentos – PAA, da Companhia Nacional de Abastecimento – CONAB, do governo federal. Em Mato Grosso, várias regiões têm acessado recursos do PAA. Do Vale do Araguaia ao Pantanal. No noroeste do Estado a experiência vem se consolidando cada vez com mais força.

Os índios Rikbaktsa e Zoró, bem como os seringueiros da Reserva Extrativista Guariba-Roosevelt e os agricultores do assentamento Vale do Amanhecer já tiveram experiências com o programa do Conab e com o apoio do Projeto de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade das Florestas do Noroeste, desenvolvido pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SEMA, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD Brasil, os novos projetos estão sendo estruturados de forma a garantir a formação de estoque da extração de castanha por esses grupos. De acordo com Paulo dos Santos, assistente técnico da Conab, essa modalidade permite que os extrativistas possam comercializar as castanhas aos poucos ou quando o preço estiver bem competitivo.

“Os grupos estão se organizando melhor a agricultura familiar e o extrativismo com o apoio do PNUD e isso garante mais segurança no acesso a essa modalidade do PAA, que neste caso é um empréstimo com juros de 3% em um ano”, explicou dos Santos. “Nas quatro modalidades do PAA é possível obter recursos para produtos extrativistas, como a castanha e a copaíba, mas também de produtos oriundos da agricultura familiar”, complementou.

Alface, pepino, polpa de fruta, melancia, banana, arroz, couve, rapadura. Estes são alguns dos produtos que 49 agricultores da Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena – Adejur comercializam no município do Juruena, por meio da modalidade Doação Simultânea do PAA. Nessa modalidade, cada família pode vender produtos da agricultura até o limite de 3.500 reais por ano à Conab. Estes produtos são destinados a escolas, creches, asilos de forma a complementar e enriquecer a alimentação destes públicos. “Já percebemos um incremento na qualidade da alimentação das crianças e dos idosos no município de Juruena”, comentou Luíza Voltolini, presidente da Adejur. “Com este programa, os agricultores já não querem mais vender seus lotes, pois encontraram uma forma de obter uma renda garantida a partir do próprio trabalho”, complementou.

PAA

O Programa de Aquisição de Alimentos – PAA da Conab foi criado pelo governo federal em 2003 com a finalidade de incentivar a agricultura familiar por meio de ações vinculadas à distribuição de produtos agropecuários para pessoas em situação de insegurança alimentar e à formação de estoques estratégicos. A estratégia é garantir renda para agricultura familiar, contribuindo com a inclusão social e cidadania deste segmento por meio do fortalecimento do associativismo e do cooperativismo. Também é objetivo do PAA incentivar o manejo agroecológico e a conservação da biodiversidade.
Fonte: André Alves, Assessoria de imprensa Programa Pacto das Àguas

Dentro em breve estaremos comendo a Zeína, produto da Embrapa/nanotecnologia 19.09.08

19.09.08

Comentário do editor:

E você sabe o que é isso? virá envolvendo frutas e não sai com água. Talvez nem tenha aviso ao consumidor. Dizem que não faz mal à saúde, mas só o tempo irá confirmar isso.
Veja a notícia que saiu hoje no Globo Rural:


"A nanotecnologia é uma ciência que busca criar novos materiais e produtos a partir da reorganização de átomos e moléculas. São coisas tão pequenas que é até difícil acreditar que estejam ali. Nos laboratórios da Embrapa, em São Carlos, São Paulo, esta tecnologia está sendo aplicada em produtos da nossa agricultura.

O prédio que centraliza uma rede com 15 universidades públicas e 17 unidades da Embrapa custou R$ 10 milhões. No lugar, tudo é voltado para a nanotecnologia, ou seja, a tecnologia que usa cada vez mais partículas menores.

Para entender o que é nanotecnologia deve-se olhar para a informática. Os equipamentos eletrônicos e que armazenam informações estão cada vez menores. Um chip, por exemplo, guarda informações e um telefone celular. Com o agronegócio acontece a mesma coisa, mas, no lugar de materiais, a nanotecnologia reduz o tamanho das substâncias da natureza. São células e partículas que alterem o tamanho reduzido adquirem também outras funções e podem também ajudar o homem.

Junto com a fruta, vamos comer Zeína

Um exemplo é o concentrado feito a partir de uma proteína do milho chamada de zeína. É extraída dos grãos secos. Eles são triturados e depois vão para o agitador. O composto é misturado a reagentes químicos que conseguem reduzir as partículas da proteína. Mas a Embrapa não revela como isto é possível.

“Esse é o segredo da nossa metodologia. Ela ainda não é utilizada pelos demais pesquisadores, que também trabalham com esse material. Então, nós não podemos divulgar ainda o segredo da eficácia da metodologia”, justificou a química Lucimara Forato.

O resultado da pesquisa é uma espécie de embalagem natural. A fruta, imersa no líquido, ganha uma proteção e, com isso, mais tempo de vida. “Ela forma uma barreira natural à umidade e ao oxigênio. Por isso, ela prolonga o tempo de vida do fruto”, esclareceu Lucimara.

A experiência em laboratório comprovou. As peras que receberam a membrana mesmo depois de 20 dias permanecem maduras. Enquanto as outras começam a apodrecer. A intenção é fazer com que o produto chegue em bom estado ao consumidor. Ela não apresenta nenhuma alteração no sabor. É uma pêra comum, como qualquer outra.

A resina pode substituir os sacos plásticos e dispensa refrigeração para manter os produtos conservados. Mesmo assim, a fruta, como qualquer outra, precisa ser lavada para garantir a higiene.
A membrana não sai na água [negrito do editor] e não faz mal à saúde, segundo a pesquisadora da Embrapa. “Ela é totalmente não-tóxica. Inclusive ela foi considerada segura pelo FTA, que é um órgão norte-americano que regulamenta o uso de medicamentos e alimentos”, falou Lucimara.

Outras pesquisas também utilizam a nanotecnologia para tornar o agronegócio menos nocivo à natureza e mais eficiente.

“É uma dessas técnicas, dessas ciências que vêm trazer para o agronegócio novas soluções, novos materiais, novos sensores e outros desenvolvimentos que podem tornar o nosso produto mais competitivo no mercado internacional”, concluiu Álvaro Macedo, engenheiro da Embrapa.

Ainda não há prazo para que essa tecnologia esteja disponível. O processo está em fase de patenteamento e só depois disso a Embrapa vai decidir de que forma o produto será fabricado."
Fonte: Globo Rural, com grifo e subtítulo do Observatório

Frente Ruralista quer derrubar veto à TJLP na lei da dívida agrícola 19.09.08

19.09.08

Com a derrubada, dívida dos ruralistas pagaria a metade dos juros que todos devedores da União são obrigados a pagar, e o Tesouro Nacional teria suas despesas aumentadas para benefício principalmente dos grandes devedores

O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), informou que os parlamentares se mobilizarão para derrubar veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a dispositivo da Lei 11.775/08. A norma foi publicada nesta quinta-feira (17) no Diário Oficial da União e prevê a renegociação da dívida agrícola de cerca de 85% dos produtores rurais do país.

O veto presidencial trata de uma das principais mudanças feitas pela Câmara à MP 432/08, que originou a lei. Em agosto, ao aprovar a medida, os deputados substituíram a Taxa Selic (hoje fixada em 13,75%) pela Taxa de Juros de Longo Prazo (6,25%) como indexador da dívida ativa rural renegociada no âmbito da MP.

Segundo Colatto, a Taxa Selic é extorsiva
[nota do editor: mas é aplicada a todos os cidadãos que têm dívida com a União]. "Ela prejudica o agricultor e inviabiliza o pagamento de seus débitos", analisou. A Lei 11.775 renegocia R$ 75 bilhões da dívida total de R$ 87,5 bilhões do setor rural.

A mudança foi incluída no projeto de lei de conversão do deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) por meio de uma emenda do deputado Valdir Colatto (PMDB-SC). Colatto disse que o veto à emenda é um desrespeito a uma "decisão legítima"
[nota do editor: Constitucionalmente, o Congresso não pode elevar despesas do Poder Executivo sem indicar suas fontes de compensação] do Congresso e fere a autonomia do Poder Legislativo.

"O Congresso Nacional representou os interesses da nossa agricultura e sua vontade precisa ser respeitada. Se o presidente não leva em consideração uma decisão legítima, para que serve o Parlamento?", contestou.

Quando da aprovação da matéria pela Câmara, o líder do governo havia anunciado a disposição do Executivo de vetar a troca das taxas de juros que renegociam as dívidas rurais. Hoje, em plenário, o deputado Zonta (PP-SC) considerou o veto presidencial preocupante, pois entende que isso aumentará o custo da renegociação.

O parlamentar levou sua preocupação ao Ministério da Fazenda e foi informado de que o governo fará algumas concessões. "Por exemplo, no mês de liquidação, em vez de considerar a Selic mais 1%, será considerado apenas o 1%", explicou.

Essa compensação, entende o deputado, diminui a elevação de custo. "O importante é que existe a lei, que esse capítulo se encerre, para que mais de 2,6 milhões de famílias de agricultores - das quais 1,8 milhão de pequenos agricultores - consigam sanear seus problemas financeiros", disse Zonta.

Foi mantida na lei, porém, outras importantes mudanças feitas pelos deputados. A Câmara aumentou de cinco para dez anos o prazo de pagamento e de R$ 1 mil para R$ 1,2 mil o desconto fixo a ser aplicado nas dívidas de saldo renegociado entre R$ 10 milhões e R$ 50 milhões.

No caso dos débitos de R$ 50 milhões a R$ 100 milhões, esse desconto passou de R$ 6 mil para R$ 6,2 mil. Em todas as faixas foi diminuído o percentual de desconto variável, aplicado antes do fixo, que passará de 40% a 75% para 38% a 70%.

Na avaliação de Zonta, mesmo com a atual crise financeira internacional, a renegociação "é uma boa notícia para garantir, mais uma vez, que o Brasil está seguro se apostar e continuar apostando na produção, especialmente na produção de comida".
Fonte: Agência Câmara

Estratégia para evitar subnutrição deve ser aumentar oferta de alimentos 19.09.08

19.09.08

Veja também:
A solução para a fome está nas mãos das vítimas, diz a Fian

Além de conter a alta dos preços de alimentos e estabilizar a atual situação da fome no mundo, a meta de governos e organizações internacionais deve ser incentivar o aumento da produção na agricultura familiar, para evitar um aumento maior no número de pessoas com subnutrição crônica. Foi o que afirmou ontem (18), em entrevista à Agência Brasil, o representante da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no Brasil, José Carlos Tubino.

De acordo com um informe da FAO divulgado ontem (veja Capa do Observatório de
ontem), em todo o mundo mais de 75 milhões de pessoas entraram no grupo daqueles que estão abaixo da linha da fome no mundo, fazendo com que o número de famintos chegasse a 923 milhões, cerca de 17% da população mundial. “Eu diria que as perspectivas não são positivas, estamos muito preocupados”, afirmou.

“A política brasileira de aumentar a produção de alimentos é uma política que está no sentido correto”, disse Tubino, que também destacou a Iniciativa relativa ao Aumento dos Preços dos Alimentos, lançada pela FAO em dezembro de 2007, para ajudar os países mais vulneráveis à escalada de preços a aumentar a oferta de alimentos e facilitar o acesso a eles.

O representante da organização explicou que a FAO está tentando apoiar as ações emergenciais em pelo menos 78 países, mas também “fornecer os insumos importantes para assegurar a produção da agricultura familiar”. Entre os insumos distribuídos, estão sementes, fertilizantes, rações animais e mesmo ferramentas

No entanto, José Carlos Tubino destaca que o aumento da oferta não pode ficar concentrada apenas nos grandes produtores agrícolas. “Isso também é importante, mas a preocupação é que as próprias comunidades e os grupos vulneráveis tenham capacidade também de produzir seus próprios alimentos, já que eles muitas vezes não estão vinculados com o mercado”, disse.

Para a FAO, os problemas causados pelo aumento dos preços de alimentos em todo o mundo tornam quase inatingível a meta de reduzir à metade o percentual de pessoas que passam fome, em relação aos 842 milhões estimados em 1990-1992.

“Existe uma tendência para baixa [nos preços], mas ainda não está definida; nós achamos que se estabilizariam os preços num patamar menor, mas esse patamar estaria acima dos preços de 2006”, ponderou Tubino.

De acordo com ele, o mais importante agora é estabilizar a situação, assegurar que os preços não continuem disparando “e sobretudo que os benefícios da disparada dos preços sejam para os próprios produtores de alimentos e não fiquem nas mãos de especuladores ou intermediários”.
Fonte: Ana Luiza Zenker, repórter da Agência Brasil

A solução para a fome está nas mãos das vítimas 19.09.08

19.09.08

É o que afirma Flávio Valente, secretário-geral da Fian Internacional

Mudança climática, petróleo caro, produção de biocombustível, desmatamento, expulsão de povos tradicionais de suas terras, aumento do preço dos alimentos. Todos esses fatores estão relacionados à atual crise mundial de fome. Essa é a opinião do brasileiro Flávio Valente, secretário-geral da Fian Internacional, uma organização de direitos humanos que luta pelo direito à alimentação. Valente esteve em Amsterdã para participar de um debate sobre o futuro da segurança alimentar e deu uma entrevista à Radio Nederland.

Sem dúvida nenhuma, diz Flávio Valente, a crise mais recente tem muito a ver com a proposta dos Estados Unidos de aumentar a quantidade de álcool na gasolina, na tentativa de reduzir a utilização de petróleo, e da decisão da União Européia de pensar em aumentar a cota. Só a decisão de pensar em aumentar a cota do uso de biocombustíveis, prossegue ele, provocou um enorme avanço da compra de terras, especialmente das multinacionais em todos os países do mundo, principalmente nos países do sul, que é onde existem terras que estão aparentemente livres. Na verdade essas terras não estão livres. São terras de indígenas, de afrodescendentes, ocupadas por populações tradicionais há centenas de anos.

Biocombustíveis na Europa

Na semana passada, a Comissão de Indústria e Energia do parlamento europeu aprovou um projeto de lei que aumenta para cinco por cento o uso dos biocombustíveis pelo setor de transportes no bloco em 2015, aumentando para 10% em 2020.

O projeto de lei, que deve ser votado no início de outubro pelo parlamento europeu, reduziu a meta estipulada no início desse ano, de 10%, por causa da crescente polêmica na Europa sobre os possíveis impactos negativos dos chamados biocombustíveis por contribuírem para o desmatamento, a alta do preço dos alimentos e a disputa por terras.

Do ponto de vista do direito humano à alimentação e da segurança alimentar, afirma Valente, foi uma vitória ter conseguido reduzir a meta de dez para cinco por cento. Mas ficamos preocupados com o possível impacto, para a questão da segurança alimentar e das condições de trabalho no campo e da demanda por terra em vários países.

Com o aumento dos preços de alimentos, cem milhões de pessoas passaram a viver abaixo da linha da pobreza no planeta, segundo estimativas do Banco Mundial
[nota do editor: 75 milhões, de acordo com a FAO]. A comunidade internacional descreve a alta dos preços de petróleo e dos alimentos como causadores da primeira crise econômica real da globalização.

Quem ganha e quem perde com essa situação?

As grandes produtoras de alimentos, como a Bunge e a Cargill aumentaram seus lucros, lembra o secretário geral da Fian. Certamente os especuladores da bolsa de futuro tiveram um lucro bem grande com os alimentos. Os mais afetados são os pequenos produtores que não produzem todos os seus alimentos e precisam comprar mais caro, e não conseguem comprar tudo o que precisam. Os sem terra também são afetados. E ainda a população das cidades, onde se registrou o maior aumento da fome nesse um ano e meio."

Fome nas cidades

Na opinião de Flávio Valente, a crise de fome só preocupou a comunidade internacional por ter afetado os moradores dos grandes centros urbanos. A prova, segue Valente, que ela não se preocupou é que faz 20, 30 anos que 850 milhões de pessoa passam fome no mundo e a comunidade internacional não conseguiu sequer diminuir esse número. A hora que a fome começou a aparecer nas áreas urbanas, a ameaçar os governos e fazer com que a população passasse a exigir mudanças para garantir sua alimentação e inclusive começaram a questionar o modelo de liberalização do comércio internacional e especialmente agrícola, é que a comunidade internacional ficou preocupada.

Na opinião de Valente, a solução está nas mãos dos mais prejudicados. Os pequenos agricultores podem produzir alimentos para a população mundial e de uma maneira sustentável: Existe um estudo que diz que se houver um apoio institucional sobre a forma de extensão agrícola, crédito e acesso ao mercado, os pequenos serão mais eficientes do ponto de vista de mudança climática do que a grande produção agrícola. Infelizmente a ONU não leva em consideração esse relatório porque aparentemente não satisfaz o desejo do atual parceiro das Nações Unidas que é o agronegócio."

Enquanto a correlação de forças não muda, a participação popular e a pressão para a elaboração de leis que garantam os direitos de alimentação são fundamentais para que todos no mundo possam comer, conforme explica Flávio Valente:

"A minha experiência como relator nacional (no Brasil) de Direitos Humanos mostra que nenhum governo gosta de ser denunciado por estar matando crianças de fome. Eles tentam esconder isso ao máximo, mas não gostam de ser denunciados. Quanto mais a sociedade civil participa e se organiza, dá visibilidade aos casos de violações dos direitos humanos e, se tais casos chegarem aos organismos internacionais, começarão a existir mecanismos para que as pessoas possam recorrer."
Fonte: Daniela Stefano e Eric Beauchemin, Radio Nederland, com o Observatório

Safra de grãos da UE deve crescer 19% em 2008/09 19.09.08

19.09.08

Londres - A safra 2008/09 de grãos da União Européia (UE) deve alcançar 304,4 milhões de toneladas, uma alta de 19,3% no ano, segundo estimativa da trading alemã Toepfer International. O número divulgado hoje ultrapassa a estimativa anterior, de 297 milhões de toneladas.

A produção de trigo soft foi projetada em 139,4 milhões de toneladas, aumento de 25% no ano. Em agosto a previsão foi de 135,2 milhões de toneladas. Enquanto a qualidade da proteína da safra está abaixo da média, a demanda por exportação está boa, segundo a Toepfer. "No entanto, será necessário um negócio estável de exportação para além do fim do ano para que seja possível comercializar os estoques de passagem da UE", afirmou a trading. "A partir de dezembro, haverá cada vez mais competição nos mercados mundiais por trigo colhido no Brasil e na Argentina."

A safra de milho do bloco, agora projetada entre 58 milhões e 62 milhões de toneladas, garantirá uma grande disponibilidade de grãos para ração. Em 2007 a produção do cereal alcançou 47,4 milhões de toneladas.

"Os preços caíram fortemente nas últimas semanas, tornando o milho europeu competitivo com outras origens", afirmou a Toepfer.
Fonte: Informações da Dow Jones, com a Agência Estado

Índios, agricultores e extrativistas planejam atividades extrativistas no noroeste de MT 19.09.08

19.09.08

Uma parceria, até pouco tempo atrás, considerada improvável. Índios das etnias Rikbaktsa e Zoró, extrativistas da Reserva Guariba-Roosevelt e agricultores do assentamento Vale do Amanhecer, todos da região noroeste de Mato Grosso, se uniram para planejar atividades extrativistas, consolidando a idéia de que a conservar a floresta em pé, além do ganho ambiental, tem proveitos econômicos. A castanha-do-Brasil é o carro chefe desta experiência, mas que envolve também outros produtos não-madeireiros como o látex e a copaíba.

Durante mais de uma semana, um grupo de 50 pessoas dessas localidades esteve reunido em Juína, Juruena e Cotriguaçu juntamente com técnicos e consultores do Projeto de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade das Florestas do Noroeste de Mato Grosso, realizado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SEMA, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD Brasil para avaliar o andamento do projeto e planejarem novas ações.

A principal demanda, de acordo com o coordenador técnico do PNUD, Plácido Costa, é a melhoria da coleta, armazenamento e beneficiamento da castanha-do-Brasil. “Desde 2003, quando implantamos o Programa Integrado da Castanha – PIC na região, os participantes conseguiram ter um salto no preço do quilo da castanha, chegando a vender até a R$ 2,10”, explica. “Com boas práticas de manejo, melhoria de infra-estrutura e definição de foco é possível conseguir bons preços e principalmente bons compradores. Na prática significa que quanto melhor a castanha, menor será o interesse em vendê-las a atravessadores”.

Para a melhoria de infra-estrutura o projeto irá apoiar a construção de barracões e a instalação de secadores rotativos, que permitem uma maior agilidade na secagem da castanha, garantindo uma melhor qualidade de produto. “Com a chegada dos secadores estaremos num novo patamar. Estimo um aumento de 40% no preço do quilo da castanha”, acredita Everaldo Dutra, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Aripuanã. “Isso significa que teremos melhores compradores, diminui-se a possibilidade de calote por parte de atravessadores, o que, no final das contas, reflete na auto-estima dos extrativistas”, declara.

O Projeto de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade das Florestas do Noroeste tem como foco a compatibilização do desenvolvimento sócio-econômico com a conservação da biodiversidade e foi implantado nos municípios de Juína, Castanheira, Juruena, Cotriguaçu, Aripuanã, Colniza e Rondolândia, localizados na margem esquerda do rio Juruena. Inicialmente, através do projeto, Programa Integrado da Castanha (PIC), visava o incentivo aos processos de gestão ambiental em terras indígenas com ênfase na conservação e manejo da Castanha-do-Brasil nas terras indígenas Rikbaktsa, Japuíra e Escondido.
Fonte: André Alves, assessor de imprensa, Projeto Pacto das Aguas

CTNBio aprova milho transgênico da Monsanto e Syngenta 19.09.08

19.09.08

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou ontem (18) duas variedades de milho tolerantes ao herbicida glifosato desenvolvidas pela Monsanto e pela Syngenta. Também foi aprovada uma variedade de algodão tolerante ao mesmo herbicida, desenvolvida pela Monsanto, de acordo com a assessoria de imprensa do Ministério da Ciência e Tecnologia, do qual a comissão faz parte.

Dos 20 integrantes da CTNBio presentes à reunião de ontem (18), 16 votaram a favor da liberação dos três produtos. No caso do milho da Monsanto houve 3 votos contra e uma abstenção. Quanto ao milho da Syngenta, foram quatro votos contra. No algodão, o placar teve um voto contra e três abstenções.

Para que os produtores tenham acesso ao algodão transgênico da Bayer, a empresa ainda precisa da autorização do Ministério da Agricultura.

Esta é a terceira aprovação de variedades de algodão transgênicas feita pela CTNBio. A primeira, em março de 2005, liberou o plantio e a produção de uma variedade de algodão transgênico resistente a inseticidas, conhecido como 'Bollgard', da Monsanto. A segunda ocorreu no último dia 21 de agosto, quando foi liberada uma variedade da Bayer.
Fonte: Ana Conceição, Agência Estado

Fome atinge mais 75 mi em 2006 e chega a 925 mi em 2007 com a alta dos alimentos 18.09.08

18.09.08

Genebra, Suíça - O número de famintos do mundo dispara e os avanços em cortar a má nutrição nos anos 90 foram para o lixo. Ontem (17), o diretor-geral da FAO (a agência da ONU para Alimentação e Agricultura), Jacques Diouf, afirmou que o número de pessoas passando fome subiu de 850 milhões em 2006 para mais de 925 milhões em 2007. Se a atual tendência foi mantida, Diouf alerta que a meta de reduzir a fome pela metade apenas será alcançada em 150 anos.

O motivo seria a alta nos preços dos alimentos que atingiu populações em várias partes do mundo. Um total de 33 países na África, Ásia e América Latina foram incluídos na lista de locais onde a fome se transformou em uma crise. Nos últimos cinco anos, o preço médio dos alimentos no mercado internacional mais que dobrou. Apenas neste ano, a alta foi de mais de 50%. De 2005 para 2006, os preços subiram em 12%. No ano seguinte, a alta foi de 24%.

"O número de pessoas desnutridas antes da alta nos preços dos alimentos era de 850 milhões. Esse número aumentou durante o ano de 2007 em 75 milhões, atingindo 925 milhões", alertou Diouf. O diretor da FAO fez o anúncio em um discurso diante do Parlamento Italiano.

Olivier de Schutter, relator da ONU para o Direito à Alimentação, admite que os preços sofreram uma redução nos últimos dois meses. Mas destaca que os patamares vão permanecer elevados nos próximos anos. "A idéia de que os alimentos voltarão a ficar baratos não está em nosso radar", afirmou. Para os mais de 1 bilhão de pessoas no mundo que ganham menos de US$ 2,00 por dia, esse incremento significou problemas reais na compra de alimentos.

Para Diouf, US$ 30 bilhões terão de ser investidos por ano para dobrar a produção de alimentos e eliminar a fome. Para ele, esse volume de investimentos é "modesto", em comparação aos mais de US$ 100 bilhões em subsídios gastos no mundo por ano ou os US$ 1,3 trilhão de gastos em armas anualmente.

Em junho, líderes de todo o mundo se reuniram em Roma e voltaram a garantir que vão lutar para reduzir a fome pela metade até 2015, em comparação aos números de 2000. Os países ainda prometeram medidas urgentes e o Banco Mundial alertou que 100 milhões de novos pobres foram criados nos últimos meses diante da inflação. Segundo Diouf, porém, a meta de reduzir a fome pela metade teria de ser adiada para o ano 2150 se o atual cenário fosse mantido.
Fonte: Jamil Chade, Agência Estado

Ministério Público propõe tributação para proteção ambiental nos Estados da Amazônia 18.09.08

18.09.08

O 1º vice-presidente do Senado, Tião Viana, recebeu de integrantes do Ministério Público Federal e dos Ministérios Públicos dos estados que integram a chamada Amazônia Legal manifesto que propõe alterações à Proposta de Emenda à Constituição da reforma tributária (PEC 233/08), apresentada pelo Executivo e em tramitação na Câmara dos Deputados. O documento, entregue nesta terça-feira, apresenta propostas para direcionar a tributação à proteção ambiental. Tião Viana afirmou que deverá coletar assinaturas de apoio da bancada amazônica ao manifesto.

Estão contidas no manifesto propostas como a concessão de imunidade tributária para alguns produtos não-poluentes ou antipoluentes; a adoção de tributação diferenciada na Amazônia legal para incentivar atividades socioambientais de caráter positivo; a dedução de áreas verdes da base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) e do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU); o tratamento fiscal diferenciado para veículos com combustíveis que não gerem poluição; e a repartição do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do Fundo de Participação dos Estados (FPE) com base em critérios ambientais.

Para o senador, as propostas são relevantes e merecem ser discutidas em audiência pública de comissão no Senado, o deverá proporcionar um maior detalhamento e a adesão pelos integrantes do Parlamento. Ele informou também que deverá conversar com o deputado Antônio Palocci (PT-SP), que preside a comissão especial que estuda a PEC da reforma tributária na Câmara dos Deputados, para que ele receba essas sugestões.

- Acho muito especial a visita dos procuradores da Amazônia porque temos, em regra, um romantismo que não é comprometido com resultados. Todo mundo quer preservar, mas não diz os caminhos, e aqui nós temos os caminhos. Os procuradores apresentaram isso, ou seja, quem estiver habilitado e comprometido com o meio ambiente vai pagar menos tributo, e quem não estiver vai pagar mais. Não se aumenta a carga tributária, mas se cobra responsabilidade com a vida ambiental na Amazônia - afirmou Tião Viana.

Integram a Amazônia legal os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, além de parte dos estados de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão.
Fonte: Agência Senado

CNA afirma que prejuízo faz produtores de leite abaterem rebanhos 18.09.08

18.09.08

Sem recursos para custear a produção de leite, centenas de pecuaristas do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba não tiveram alternativa para reduzir os prejuízos acumulados nos últimos seis meses e negociaram parte do rebanho leiteiro, que foi destinado ao mercado interno de carne. Mais de 200 vacas de leite foram abatidas em um frigorífico de Uberlândia, ontem. A medida, que também tem caráter de protesto, é justificada pelo baixo preço do litro de leite pago ao produtor. O movimento organizado pelo núcleo dos sindicatos rurais do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba reivindica dos governos – estadual e federal – medidas que acabem com a crise.

No ano passado, o Brasil produziu 26,7 bilhões de litros de leite, deste total 7,4 bilhões foram produzidos nas propriedades rurais mineiras, sendo o Triângulo Mineiro e o Alto Paranaíba responsáveis por 1,7 bilhão de litros de leite – 24% de todo o volume registrado na captação em Minas. Mas o montante não foi suficiente para suprir a demanda interna e as exportações naquele ano. De acordo com o presidente do núcleo, Amauri Rezende Junqueira, incentivados pelas indústrias e o Governo, os produtores investiram em matrizes e em tecnologia acreditando nas perspectivas de crescimento da economia doméstica e nas oportunidades do mercado internacional.

Assim, a produção de janeiro a julho deste ano, comparada com o mesmo período do ano passado, cresceu aproximadamente 20%. “A expressiva ampliação da oferta sem o correspondente crescimento da demanda interna gerou excedente de produção. O incremento da taxa de juros e a elevação geral dos preços ao consumidor aumentaram a inadimplência e estagnaram o consumo”, ressalta Amauri Rezende. Para piorar a situação, o preço do litro de leite ao produtor caiu vertiginosamente. “Em agosto de 2007 o preço por litro pago ao produtor era de R$ 0,78. Hoje este valor é de aproximadamente R$ 0,66, uma queda de cerca de 15%”, ressalta o presidente da Comissão Técnica de Leite da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Eduardo Dessimoni.

O produtor Cenyldes Moura Vieira, de Monte Alegre de Minas, que também participou do movimento, afirma que é preciso sensibilizar os governos federal e estadual para as dificuldades enfrentadas pelo setor. O produtor rural, conforme enfatiza, enfrenta sérios problemas para honrar compromissos devido ao aviltamento dos preços ocasionados por três fatores. “Primeiro, pelo período da estiagem que, por si só, aumenta os custos da produção. Segundo, houve um acréscimo no preço dos insumos usados na atividade; o sal mineral e o caroço de algodão dobraram de preço, a ração subiu 30% e a polpa cítrica, 70%. E terceiro e principal fator, houve uma redução de preço pago ao produtor”, analisa. Para agravar a situação, continua Cenyldes, o consumidor teve seu poder de compra reduzido. “E o que nos entristece como produtor é chegar em frente às gôndolas do supermercado e ver que os derivados do leite tiveram pouca variação de preço, não acompanharam a queda enfrentada pelo setor, o que mais uma vez deixa todo o prejuízo na mão do produtor”, observa.
Fonte: CNA

Rótulos nos EUA informarão consumidores o país de origem dos alimentos 18.09.08

18.09.08

A partir do dia 30 de setembro, todos os fabricantes de alimentos e supermercados deverão colocar em seus rótulos o país de origem dos produtos oferecidos.

Os EUA colocará em prática, no dia 30 de setembro, uma nova lei federal que exigirá dos fabricantes de alimentos e supermercados o "Country of Origin Labelling - COOL", ou seja, os rótulos dos produtos deverão informar o consumidor qual o país de origem. A medida atinge principalmente os produtos de carne bovina, suína e de frango.

Os novos rótulos irão informar aos consumidores se o alimento foi produzido com animais criados nos EUA em outro país. Os consumidores poderão escolher os produtos daqueles países que julgam ser seguros e confiáveis. Por causa da complexidade da indústria, alguns rótulos poderão ter mais de um país listado.

Algumas empresas do setor são contra a nova lei pois não gostariam que os consumidores soubesse que estão comprando um produto importado. O USDA também se manisfestou contra a medida, pois trará um custo adicional estimado em 2,5 bilhões de dólares para a industria alimentar.

Fonte: Redação Avicultura Industrial e Suinocultura Industrial, com dados World Poultry

BB libera R$ 190 mi para EGF para apoiar comercialização de trigo 18.09.08

18.09.08

O Banco do Brasil anunciou ontem (17) a liberação de R$ 190 milhões para as operações de Empréstimo do Governo Federal (EGF). Uma outra parcela de R$ 20 milhões já havia sido liberada anteriormente. Com o valor total de R$ 210 milhões, o banco acredita que será possível apoiar a comercialização de 450 mil toneladas de trigo. Os interessados no financiamento por meio do EGF terão prazo de 180 dias para pagamento e juros de 6,75% ao ano.

O limite de contratação é de R$ 400 mil por produtor, ou R$ 10 milhões por cooperativa ou agroindústria. O vice-presidente de Agronegócios da instituição, Luis Carlos Guedes Pinto, disse que a liberação de recursos para EGF, o lançamento de contratos de opção e os leilões de Aquisição do Governo Federal (AGF) permitirão o apoio à comercialização de 900 mil toneladas de trigo, o que representa 25% da safra nacional.

Os leilões de opção para o trigo e o AGF já tinham sido anunciados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). "A intenção do governo é dar sustentação aos preços. Se for preciso, o banco vai liberar mais recursos para EGF em outubro", disse Guedes. A liberação anunciada hoje vale para todos os Estados produtores e a origem dos recursos serão as exigibilidades bancárias, que prevêem a aplicação de 25% dos depósitos à vista no setor agrícola.

Guedes disse que o governo quer evitar que os preços de mercado do trigo fiquem abaixo dos mínimos de garantia, que oscilam entre R$ 400 e R$ 450 por tonelada. No Rio Grande do Sul, o trigo, segundo Guedes, tem sido vendido por cerca de R$ 470 por tonelada e no Paraná, por R$ 490 a R$ 500 por tonelada. Por conta da elevação dos preços no mercado externos e a decisão da Argentina de limitar as exportações para garantir o abastecimento no mercado local, a tonelada de trigo no Brasil chegou a ser vendida por R$ 600.
Fonte: Fabíola Salvador, Agência Estado

Área plantada com arroz no RS deve aumentar 2%, prevê Irga 18.09.08

18.09.08

A área plantada com arroz na safra 2008/09 deve crescer 2% no Rio Grande do Sul, atingindo 1,087 milhão de hectares. O primeiro levantamento da intenção de plantio no Estado foi divulgado ontem (17) pelo Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga). Em alguns municípios, os produtores já começaram a semear, com previsão de encerrar o plantio em 10 de novembro. Segundo avaliação do Irga, grande parte das barragens está com a capacidade plena e a falta de água não deverá ser um problema para esta safra.

De acordo com dados do Irga, a Zona Sul gaúcha é a que deve apresentar maior incremento na área plantada, de 4,7%. As lavouras, que na safra passada ocuparam 163,7 mil hectares, devem somar 171,45 mil hectares. Na Fronteira Oeste, as lavouras de arroz devem crescer 2,2%, na Depressão Central, 1,6% e na Planície Costeira, Interna, 0,5%. A área plantada deve cair na Planície Costeira Externa, onde o Irga espera redução de 2,5%.

Na última safra, o Rio Grande do Sul registrou produção recorde de arroz. A produção total chegou a 7,5 milhões de toneladas, um aumento de 15% em relação à 2006/07. A produtividade também atingiu índices históricos e os produtores colheram, em média, 7,05 toneladas por hectare. O Estado é o maior produtor nacional de arroz e sua safra representa 61% do total produzido no Brasil.
Fonte: Agência Estado

Petrobras quer entrar no mercado norte-americano de etanol 18.09.08

18.09.08

O presidente da Petrobras Biocombustíveis, Alan Kardec, afirmou ontem (17) que a estatal brasileira poderá se associar a uma empresa norte-americana para produzir álcool e, desta forma, ter facilidade de acesso ao mercado daquele país, hoje altamente subsidiado.

Segundo Kardec, o contrato seria feito nos moldes do firmado com a japonesa Mitsui e que envolve a construção de complexos bioenergéticos (C-bios) que produzirão álcool voltado para o mercado externo.

Kardec, no entanto, não quis adiantar o nome da companhia petrolífera com a qual a estatal vem negociando. “Existem acordos de confidencialidade que nós temos que cumprir. Há empresas interessadas, mas não queremos um número excessivo de empresas porque isto atrapalha. Nós queremos vinte complexos C-bio nos moldes do que faremos com a Mitsui, mas não com 20 atores diferentes. Isto cria complicações nas negociações e nosso tempo é curto. Por isto, estamos buscando reduzir o número de parceiros. Gostaríamos de fechar outros, por exemplo, com a própria Mitsui”, disse Kardec.

A parceria entre a Petrobras e a Mitsui visa também à exportacão de álcool para o mercado japonês e, posteriormente, para toda a Ásia. A intenção da estatal brasileira é exportar, até 2012, 4,7 bilhões de litros do produto.

A parceria com a Mitsui prevê a construção de um C-Bio, em Goiás, com capacidade para produzir cerca de 200 milhões de litros de álcool. Para atingir a meta de exportação de 4,7 bilhões de litros por ano, será preciso a construção de mais 19 centros de produção.

Alan Kardec disse que a Petrobras exportou, até agora, cerca de 400 milhões de litros de etanol para o mercado externo e que deverá fechar 2008 com as exportações do produto totalizando os 500 milhões de litros.

O presidente da Petrobras Biocombustível também confirmou que a empresa já definiu pela construção de uma quarta usina de producão de biocombustíveis, com capacidade de produção de cerca de 300 milhões de litros do produto. Os próximos investimentos e projetos da nova subsidiária, acrrescentou, serão divulgados junto com Plano Estratégico da Petrobras para o período 2009/2020, o que deve ocorrer em outubro.

A Petrobras Biocombustível inaugurou, recentemente, duas usinas nos municípios de Candeias (BA) e Quixadá (CE) e deverá inaugurar uma terceira, localizada em Montes Claros (MG), no próximo mês. A capacidade total de produção de biodiesel das três unidades será de 170 milhões de litros por ano, com investimento de R$ 295 milhões. Para garantir o suprimento de matéria-prima, a empresa conta com uma rede de 55 mil agricultores familiares.

Kardec informou que a Petrobras Biocombustível atingirá, em 2012, a produção de 938 milhões de litros de biodiesel. Segundo ele, para atingir esse objetivo será necessário implantar mais cinco unidades de produção, com capacidade para cerca de 100 milhões de litros de biocombustíveis cada uma.
Fonte: Nielmar de Oliveira, repórter da Agência Brasil, com o Observatório

ITAL detecta compostos cancerígenos em óleos de soja 17.09.08

17.09.08

Uso de lenha na secagem contamina soja com agentes cancerígenos
Veja o texto divulgado pelo Ital:

Pesquisa do Instituto de Tecnologia de Alimentos, ligado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (Ital/Apta/SAA), verificou a presença de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) - compostos orgânicos cancerígenos e que podem provocar mudanças no material genético das células - em óleos de soja encontrados no mercado. As análises apontaram a contaminação de todas as amostras coletadas, que pertenciam a diferentes marcas. O Ital é a única instituição no Brasil a realizar testes de detecção dos HPAs em alimentos.

No caso do óleo de soja, os resultados obtidos pela pesquisa - que avaliou 42 amostras coletadas ao longo de um ano - eram esperados. “Os HPAs são formados, nesse caso, durante a secagem da soja, pois, no Brasil, ainda se utiliza a secagem pela queima da madeira. Eles se depositam no grão e passam para o óleo bruto. Durante o processamento, ocorre certa diminuição, mas não perde 100%”, diz a coordenadora do trabalho, Mônica Rojo de Camargo. A conscientização e a mudança de postura devem partir da indústria, já que o consumidor não tem como se proteger. Uma das alternativas é substituir o processo de secagem.

Os HPAs são gerados na queima incompleta de material orgânico. Essa importante classe de carcinogênicos (compostos cancerígenos) faz parte do dia-a-dia do homem, já que está presente na poluição ambiental e em muitos alimentos e bebidas, tais como hortaliças, carnes, café, chá, óleos e gorduras e grãos. Como conseqüência, sua presença em produtos alimentícios tem sido objeto de preocupação nos últimos anos. Eles oferecem risco à saúde caso sejam inalados, ingeridos ou se houver contato com a pele.

Mais de cem compostos diferentes foram identificados. Treze deles foram, contudo, classificados como carcinogênicos e genotóxicos (podem provocar mudanças no material genético das células) pelo Comitê Conjunto FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação)/OMS (Organização Mundial da Saúde) de Peritos em Aditivos Alimentares (Jecfa), em 2005.

Nesse contexto, o Ital iniciou, com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), um programa de monitoramento, estudos e pesquisas em HPAs, intitulado “Contaminação de Alimentos por Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos”.

A ATUAÇÃO DO ITAL

“Quando mandamos o projeto para a Fapesp, a confirmação dos 13 compostos carcinogênicos tinha acabado de sair, então, não havia quase nenhum dado no mundo a respeito disso. O Jecfa fez uma recomendação para que os países pesquisassem o assunto para avaliarmos o risco a que o homem está exposto”, disse a coordenadora do projeto. Ainda não há, todavia, limite mínimo de ingestão determinado, já que os organismos respondem de maneiras diferentes. Além disso, como o câncer está associado a múltiplas causas, é difícil estabelecer a relação precisa entre a exposição aos HPAs e o aparecimento da doença.

Para uma primeira etapa do projeto, foram selecionados o complexo soja (soja, farelo e óleo), alimentos infantis e o café. “Esses alimentos foram escolhidos porque, na Europa, existe legislação para óleos e alimentos infantis e por serem produtos, no caso do óleo e do café, exportados. Poderá haver uma barreira de exportação relacionada à presença de HPAs”, explica Mônica.

Outro destaque entre as atividades do Instituto em pesquisas acerca do tema é a metodologia empregada. Mônica trabalhou um ano no desenvolvimento de um método analítico - sobre o qual não constam, até o momento, registros na literatura científica mundial - para a detecção dos 13 compostos classificados como cancerígenos. Esse trabalho será apresentado pela pesquisadora no 45th Congress of the European Societies of Toxicology, na Grécia, entre 5 e 6 de outubro.

OS CAMINHOS POSSÍVEIS

Se o consumidor fica impotente diante da contaminação do óleo de soja, o mesmo não ocorre com outros alimentos. Determinadas condutas podem diminuir a ingestão dos HPAs. São exemplos: não ferver a água do café junto com o pó, utilizar carnes com menos gordura para churrasco ou cozimento em grelhas, lavar bem a superfície de frutas e hortaliças e evitar alimentos defumados por processos caseiros.

Do mesmo modo, o progresso das pesquisas envolvendo esses compostos é essencial tanto para avançar o conhecimento sobre seus efeitos na saúde humana quanto para viabilizar ações que diminuam a exposição. “Efetivamente, conseguir eliminar os HPAs é muito difícil. É um trabalho preventivo: temos que saber onde há e quanto há para sabermos onde atuar. Se não fizermos nada, como vamos informar o consumidor, estabelecer ações? Mas, se o consumidor e a indústria souberem como eles se formam, de onde vêm e como prevenir, já podem evitar ou ingerir menos”, defende Mônica."
Fonte: Assessoria de Comunicação do Ital (para ir à página do Ital contendo essa notícia, clique a
qui)

Sob pressão, Funai suspende demarcação de terras indígenas em MS 17.09.08

17.09.08

É grande a pressão do governo do estado e de produtores rurais contra devolução das terras aos povos indígenas

Campo Grande (MS) - O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, atendeu aos protestos dos produtores rurais de Mato Grosso do Sul (MS) e suspendeu temporariamente na segunda-feira passada (15) os estudos antropológicos para a demarcação de terras indígenas no sul do estado. Segundo ele, as pesquisas para identificação de territórios tradicionalmente ocupados pela etnia Guarani-Kaiowá serão retomadas “o mais breve possível”, mas somente depois que a Funai publicar uma instrução normativa com novas diretrizes para a realização do trabalho.

Meira comunicou a suspensão dos estudos em entrevista coletiva concedida na sede do governo sul-matogrossense, após reunir-se por mais de quatro horas com o governador André Puccinelli (PMDB). Também participaram do encontro representantes de associação de produtores rurais, de lojistas e de empresários, além do presidente da Assembléia Legislativa do estado, Jerson Domingos (PMDB), do secretário de Assuntos Federativos da Presidência da República , Alexandre Padilha, e do representante da Casa Civil, Ricardo de Almeida Collar.

O presidente da Funai esteve em Campo Grande para tratar das demarcações. Desembarcou na capital no fim da tarde e foi recebido pelo governador, em meio a uma manifestação de pelo menos 200 produtores rurais.

Reuniões tensas

Depois de negociações classificadas como “tensas” por alguns dos participantes da reunião, Meira firmou acordo com o governador Puccinelli que prevê, além da paralisação temporária dos estudos, a incorporação de integrantes da administração estadual no grupo de trabalho responsável pela identificação dos territórios indígenas.

No documento, também ficou definido que as eventuais demarcações levarão em conta a necessidade de reduzir eventuais prejuízos à economia estadual, e que a Funai encontrará uma solução legal para garantir o pagamento “justo e adequado” das áreas eventualmente expropriadas. Esse fato gerou polêmica, pois a Constituição prevê que as terras indígenas são da União e, por isso, os títulos sobre elas são nulos.

“Estamos trabalhando para dar um solução que não prejudique os indígenas e as pessoas que adquiriram as terras de boa fé”, disse Meira, ressaltando que não será necessária nenhuma mudança legislativa para que as indenizações aos proprietários sejam pagas. “Vamos resolver tudo de forma pacífica e juridicamente segura, para que o estado possa crescer e se desenvolver.”

O senador Delcídio do Amaral (PT-MS), relator do orçamento e que também participou da reunião, disse que outros estados, como o Rio Grande do Sul, já realizaram operações como essa. Segundo ele, no próximo Orçamento Geral da União, já devem estar previstos recursos para os pagamentos das indenizações aos proprietários de terras de Mato Grosso do Sul.

Entretanto, mesmo com o acordo, a reunião não satisfez o governador Puccinelli. “Eu preferia que dissessem [a Funai] que não vão demarcar novas terras enquanto não resolverem as pendências”, disse ele, lembrando que a criação de pelo menos 26 terras indígenas no estado está sendo questionada judicialmente. “Também ficou faltando o quantitativo de terras que serão demarcadas.”

Puccinelli afirmou, contudo, esperar que as tensões entre produtores e indígenas se dissipem após o evento.

Desde agosto, grupos da Funai trabalham em 26 municípios para identificar terras indígenas. O estudo faz parte de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre o órgão e a Procuradoria da República em Dourados para que seja resolvida a questão fundiária dos Guarani-Kaiowá até 2010.

Ontem, após a reunião, Meira e Puccinelli afirmaram que os prazos do TAC estão mantidos.
Fonte: Vinicius Konchinski, enviado especial, Agência Brasil

Petrobrás informa que biocombustível de segunda geração entra em produção até 2015 17.09.08

17.09.08

O diretor Industrial da Petrobras Biocombustíveis, Ricardo Castello Branco, informou em palestra no Rio Oil & Gás, que os biocombustíveis de segunda geração devem entrar em produção comercial até 2015.

Ele disse que para que esse prazo seja cumprido, a Petrobras Biocombustível vai dar prioridade às pesquisas, em parceria com o centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), principalmente no desenvolvimento do etanol de lignocelulose, que utiliza resíduos como o bagaço de cana-de-açúcar.

“Esse processo permitirá aumentar em 60% a produção na mesma área plantada. Esses biocombustíveis exigem alta complexidade tecnológica, com a vantagem de utilizar rejeitos como matéria-prima”, disse o diretor.

Castello Branco salientou que além dos desafios tecnológicos, a empresa tem como meta reduzir a dependência da soja para a produção de biodiesel, desenvolvendo novas fontes de matérias-primas e construindo parcerias empresariais na produção de etanol.
Fonte: Nielmar de OLiveira, repórter da Agência Brasil

Brasil habilita 46 novas fazendas para exportar para UE 17.09.08

17.09.08

A lista de fazendas brasileiras habilitadas a exportar carne bovina para a União Européia foi atualizada pela Comunidade Européia. De acordo com a nova atualização, mais 46 fazendas foram inseridas na lista, que agora conta com 296 propriedades auditadas e certificadas pelo governo brasileiro, dentro dos critérios estabelecidos pelo bloco europeu. O aumento no número de fazendas representa um incremento de 18,4% em comparação com o último dado, divulgado na semana passada.

O Estado que obteve o maior incremento foi Goiás, que habilitou 19 novas fazendas e conta agora com 52 propriedades certificadas. Em segundo lugar em número de habilitação está com Minas Gerais, que obteve o reconhecimento de 13 fazendas tem 161 propriedades aptas a exportar para o bloco Europeu. O Estado de Mato Grosso habilitou na última semana 10 novas fazendas, elevando para 46 propriedades.

Em ritmo mais lento, o Estado de São Paulo incluiu na lista duas novas propriedades e agora conta com 3 fazendas certificadas, mas ainda está muito atrás do Espírito Santo, que habilitou uma propriedade nesta semana e possui atualmente 16 fazendas certificadas. O Rio Grande do Sul foi o único Estado a não ampliar o número de fazendas e conta com as mesmas 18 fazendas da semana passada.

Com a atualização dessa semana, Minas Gerais possui 54,4% das propriedades certificadas a exportar para a União Européia, mas vem perdendo espaço. Na semana passada, o Estado representava 59,2% das propriedades certificadas. Entre os Estados que ampliaram são participação estão Goiás, que elevou de 13,2% para 17,6% sua fatia no número de propriedades, Mato Grosso, que passou de 14,4% para 15,5% e São Paulo, que ampliou de 0,4% na semana passada para 1% nesta semana.
Fonte: Alexandre Inacio, Agência Estado

Produtores de MG podem ter até 75% de subvenção ao seguro rural 17.09.08

17.09.08

Governo do estado banca até 25% e o federal até 50% do total

Os produtores rurais de Minas Gerais poderão contratar apólices de seguro rural com a subvenção de 25% do prêmio concedida pelo governo do Estado ou até o valor de R$ 16 mil. As seguradoras credenciadas até o momento para a celebração dos contratos são a Companhia de Seguros Aliança do Brasil e a Mapfre Vera Cruz Seguradora. O programa federal de Seguro Rural já subsidia até 50% do valor do prêmio. Dessa forma os produtores mineiros podem pleitear ambos os benefícios, cabendo a cada um desembolsar apenas 25% do total.

De acordo com informações da secretaria de Estado da Agricultura, outras duas empresas seguradoras estão em processo de credenciamento para atender os agricultores interessados em participar do programa. A cobertura com o benefício da subvenção estadual será destinada às culturas do feijão, milho, trigo, algodão, arroz, soja, sorgo e café. Esses produtos contam com o subsídio de até 25% do prêmio ou até o valor de R$ 16 mil. A exceção é para o café, que tem o benefício de até de 20% do valor, mas com o mesmo limite financeiro.

Para participar do programa, o produtor deve estar em dia com o tesouro estadual e obedecer às regras do zoneamento agroclimático de risco do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, seguindo os mesmos moldes do Programa Federal de Subvenção. Ao contratar o seguro, o produtor assina uma declaração se comprometendo a seguir as regras do programa estadual, que incluem vistorias e fiscalização no campo.
Fonte: Raquel Massote, Agência Estado

Estados Unidos voltam a comprar carne brasileira processada 17.09.08

17.09.08

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento comunicou ontem (16) que os Estados Unidos suspenderam o embargo à carne bovina processada brasileira, decretado no dia 1º de agosto.

O ministro Reinhold Stephanes recebeu ontem (16/8) telefonema do chefe do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Ed Chafer, comunicando a decisão do país de retomar os negócios com a carne brasileira processada, depois de análises feitas por inspetores do órgão. De acordo com Chafer, a inspeção está completa e os embarques já estão acontecendo.

Nota da assessoria de imprensa do ministério relata que o ministro destacou a satisfação do Brasil estar "em condições de atender a um mercado tão exigente, como o americano, o que mostra o preparo que temos para qualquer outro mercado".

A intenção do governo "é manter sempre rigor em relação à qualidade da carne brasileira a fim de corresponder às exigências dos importadores", disse Stephanes.

Ainda está pendente uma questão sanitária para que as exportações brasileiras de carnes in natura para aquele país voltem a se normalizar. Entendimentos nesse sentido estão sendo mantidos com as autoridades sanitárias norte-americanas.

A pendência em relação à exportação, para os Estados Unidos , de carnes in natura de gado, aves e suínos está sendo discutida entre técnicos dos ministérios brasileiro e norte-americano. A questão começou a ser tratada, em maio, quando técnicos do Comitê Consultivo Agrícola (CCA) dos Estados Unidos estiveram em Brasília.
Fonte: Lourenço Canuto, repórter da Agência Brasil

Projeto de lei na Câmara dos Deputados torna crime o uso excessivo de agrotóxicos 16.09.08

16.09.08
A Câmarados Deputados iniciou a análise do Projeto de Lei 3649/08, apresentado pelo deputado Edson Duarte (PV-BA), que tipifica como crime o uso excessivo de agrotóxicos em produtos agrícolas ou a aplicação do agrotóxico fora das recomendações do fabricante. A pena prevista é detenção de seis meses a um ano, além de multa, no caso de não haver danos para o consumidor.

Já no caso de morte do consumidor do produto agrícola com excesso de agrotóxicos, o responsável será enquadrado no Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40) como autor de homicídio simples, cuja pena de reclusão vai de 6 a 20 anos.

Uso indevido

O autor da proposta lembra que a Lei dos Agrotóxicos (Lei 7.802/89), a Lei dos Crimes Ambientais (Lei 9.605/98) e o Código Penal disciplinam o uso indevido de substâncias que causam algum dano à saúde humana, mas não têm penalidades específicas para o uso indevido e excessivo de agrotóxico. O deputado destaca que, em alguns casos, o agrotóxico incorpora-se de modo invisível ao produto agrícola, como o tomate, tornando-o impróprio ao consumo. "É necessário, portanto, colocar um basta à situação na origem do problema, na plantação", defende o parlamentar.

Tramitação

O projeto será analisado pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois, será votado em Plenário.

Para ler a íntegra da proposta: clique
aqui
Fonte: Agência Câmara

Governo Paulista estuda melhor desenho da malha de alcooldutos no estado 16.09.08

16.09.08

O vice-governador do Estado de São Paulo, Alberto Goldman, disse que o governo paulista está desenvolvendo os seus próprios estudos para desenhar a malha de alcooldutos no Estado, por conta da quantidade de projetos concorrentes que estão sendo elaborados atualmente no setor sucroalcooleiro. "Essa é uma forma de evitarmos que cada grupo privado resolva fazer o seu projeto isoladamente", explicou o executivo durante evento de eficiência energética promovido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, em São Paulo.

Segundo Goldman, o governo de São Paulo tentou durante um ano conciliar os interesses dos diversos grupos privados em torno dos projetos de alcooldutos no Estado. "O nosso interesse sempre foi tentar estabelecer um acordo entre as partes, incluindo a Petrobras e os usineiros. Durante um ano, tentei buscar essa aproximação, mas isso não foi possível", comentou o vice-governador, acusando a Petrobras de ter dificultado as conversas.

"A Petrobras tem os seus interesses específicos, que não são nem os interesses do setor privado e nem o interesse do setor público. A Petrobras é uma grande empresa, com grande poder e não leva em conta nada muito além dos seus próprios interesses", criticou Goldman. Por conta dessa situação, o vice-governador disse que o Estado de São Paulo percebeu que os empreendedores começaram a procurar suas próprias alternativas para o transporte do etanol para o atendimento da demanda do mercado interno para a exportação do produto.

Após traçar a malha de alcooldutos para o Estado, a idéia do governo paulista é transferir as obras para grupos privados. "Isso pode ocorrer por meio de autorização ou concessão. O modelo ainda não está definido", explicou Goldman. Segundo o vice-governador, o projeto será totalmente privado, mas com regras, semelhante ao modelo de concessão de rodovias. "Se uma fábrica quiser colocar seu caminhão na estrada, pode fazer isso mediante o pagamento de pedágio. No alcoolduto, queremos o mesmo. Qualquer produtor pode transportar o etanol por duto, desde que pague por isso. Pagando, terá o transporte garantido", explicou.

Dificuldade

Goldman apontou que uma das dificuldades desse processo é a caracterização desse tipo de empreendimento que, do ponto de vista legal, não é um serviço público, como saneamento ou energia elétrica. "O governo de São Paulo será o articulador do projeto e, eventualmente, o poder concedente e regulador", disse o vice-governador. A expectativa do governo paulista é concluir o desenho da malha de dutos e a contratação dos projetos até o final de 2009. "Estamos correndo o máximo possível com esses estudos", afirmou o executivo.

O vice-governador explicou que o transporte do etanol via alcooldutos terá como vantagens garantir a competitividade para todos os produtores no Estado de São Paulo e reduzir o escoamento da produção via caminhões. Atualmente, várias empresas estudam projetos de alcooldutos, como a Petrobras, que tem planos de construir um duto ligando Senador Canedo (GO) ao Estado de São Paulo, e a Uniduto, empresa constituída por empresas como Cosan, São Martinho, Crystalsev, entre outras, para desenvolver uma malha de dutos em território paulista. Por serem empreendimentos paralelos, há o temor no setor de açúcar e álcool que os diversos projetos acabem inviabilizando economicamente uns aos outros.
Fonte: Wellington Bahnemann, Agência Estado

Produção norte-americana de soja deve ser de 79,8 milhões de toneladas 16.09.08

16.09.08

Os Estados Unidos devem produzir 79,8 milhões de toneladas na safra 2008/09. É o que aponta o relatório de setembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). São 1,1 milhão de toneladas a menos do que indicado pelo relatório de agosto. As projeções levaram em conta a baixa produtividade obtida, especificamente, no leste do Corn Belt. O estoque final foi alterado para 3,67 milhões de toneladas. A relação estoque final/consumo é de 6,9%, mantendo a indicação de estoques ajustados. Já as exportações norte-americanas permaneceram em 27,2 milhões de toneladas.

Quanto à produção mundial do grão, a estimativa foi alterada de 237,7 milhões para 237,9 milhões de toneladas. O consumo mundial foi projetado em 236,8 milhões de toneladas. Os estoques finais subiram de 49,3 milhões para 51,2 milhões de toneladas. A relação estoque final/consumo mundial é de 21%.

Quanto à safra brasileira, o USDA manteve os números anteriores. O Brasil deve produzir 62,5 milhões de toneladas, esmagar 32,5 milhões de toneladas e exportar 27,5 milhões de toneladas. Apenas os estoques finais foram reajustados. Eles passaram de 17,9 milhões para 18,3 milhões de toneladas.

O relatório de setembro traz novos números para a safra argentina. A produção do país vizinho foi reavaliada para 50,5 milhões de toneladas. Já as exportações estão projetadas em 39 milhões de toneladas e o estoque final, em 22,6 milhões de toneladas.

Para a temporada 2008/09, o USDA prevê uma base referencial de preços entre US$ 25,57/saca a US$ 28,88/saca de 60 quilos. O relatório de setembro já repercutiu na Bolsa de Chicago. O mercado operou em limite de alta com ganhos de US$ 4,06 dólares/saca. Os contratos de setembro dispararam e atingiram US$ 30,86/saca.

No relatório de setembro do USDA, a produção mundial de milho foi reavaliada. Ela passou de 789,6 milhões para 782,9 milhões de toneladas. Já o consumo previsto caiu de 799,7 milhões para 796,5 milhões de toneladas. Os estoques finais também foram reajustados para baixo. Baixaram de 112,4 milhões para 109,9 milhões de toneladas. Com isso, a relação estoque final/consumo mundial é de 14 %.

Para os Estados Unidos, dentro do aguardado pelo mercado, o USDA retificou as previsões. A produção foi revista para 306,6 milhões de toneladas contra 312,1 milhões de toneladas constantes do relatório de agosto. Ou seja, 5,5 milhões de toneladas a menos. Assim, a produtividade caiu para 9.380 kg/hectare. Isso é resultado dos problemas climáticos enfrentados nas regiões produtoras. O plantio, após o prazo técnico, e a temporada de chuvas, durante o desenvolvimento da cultura, prejudicaram a produtividade.

Em relação ao Brasil, o USDA manteve a produção e as exportações em 57 milhões de toneladas e 9 milhões de toneladas, respectivamente. As exportações permaneceram inalteradas. Haja vista que, diante dos preços vigentes, é mais vantajoso para o produtor comercializar seu produto internamente. Os preços internos estão acima da paridade de exportação. Os estoques finais foram retificados para 14,9 milhões de toneladas.

Quanto à Argentina, o relatório reajustou a produção, que passou de 22 milhões para 19 milhões de toneladas. As exportações também foram reavaliadas e caíram de 15 milhões para 13 milhões de toneladas.
As projeções de preço sinalizam números atrativos. O USDA prevê preços no intervalo de US$ 11,81 a US$ 14,17/saca de 60 quilos. Com isso, há expectativa de reflexos imediatos na Bolsa de Chicago.

O relatório de oferta e demanda de setembro do USDA traz novos números para o trigo. A produção mundial está prevista em 676,3 de toneladas. Em agosto, tinha sido estimada em 670,5 milhões de toneladas.

O consumo mundial foi retificado para 654,9 milhões de toneladas. Já os estoques finais subiram de 136 milhões para 139,9 milhões de toneladas. A relação estoque final/consumo é de 21,4%.

Quanto ao Brasil, a produção passou de 5 milhões para 5,4 milhões de toneladas. As importações brasileiras do cereal foram revisadas para 10,55 milhões de toneladas.

A produção argentina foi reavaliada. Isso devido aos problemas climáticos, como a estiagem, enfrentados, pelo país vizinho. Com isso, a estimativa passou de 13,5 milhões para 12,5 milhões de toneladas. Isso representa um milhão de toneladas a menos em relação ao relatório de agosto. Igualmente, as exportações apresentaram redução de um milhão de toneladas. Agora, estão estimadas em 7,5 milhões de toneladas.

O relatório mostra que as perdas estimadas nas produções de países, como a Argentina e a Austrália, devem ser compensadas pelo aumento previsto nas safras da União Européia (UE), Rússia e Ucrânia.
Fonte: Faep

Conab compra trigo a preço acima do mercado e beneficia produtores no MS 16.09.08

16.09.08

A Conab está realizando leilões para a compra de trigo dos agricultores sul-mato-grossenses. O preço de mercado para o grão no estado está abaixo do preço mínimo fixado pelo Ministério da Agricultura. Além do MS, a Conab realiza a mesma compra no Paraná e Rio Grande do Sul, regiões com a maior produção do cereal no país.

Os recursos para as Aquisições do Governo Federal (AGF) já estão disponíveis e a estatal orienta aos agricultores a estocarem o produto em armazéns credenciados, conforme os normativos da Conab. A quantidade adquirida será de 1.752 sacas de 60kg por produtor, o que equivale a 105.120kg, podendo aumentar conforme o comportamento do mercado.

Os agricultores devem providenciar a documentação necessária para a aquisição, relativa à classificação do trigo, por meio de instituição de classificação credenciada junto ao Ministério da Agricultura. Segundo o superintendente da Conab/MS, Alfredo Sérgio Rios, a intervenção do governo é oportuna. “Os produtores responderam com o aumento da produção à política implantada de incentivo de produção do trigo. É sensato que o governo federal dê agora este apoio”, explica.
Fonte: Conab

Mandelson vê certa flexibilidade em discussões para Doha 16.09.08

16.09.08

O chefe do comércio da União Européia afirmou ontem (15) que vê uma certa flexibilidade nas discussões sobre uma disputa que arruinou os esforços para conseguir um acordo para o comércio global em julho, mas ressaltou que ainda é muito cedo para dizer se um pacto é possível.

Enviados de potências comerciais discutiram na semana passada um impasse sobre um mecanismo de proteção a países em desenvolvimento contra aumentos de importação de alimentos, e houve "alguns sinais encorajadores, ainda que cautelosos, de flexibilidade", disse Peter Mandelson, comissário de comércio da União Européia.

"Ainda é cedo e precisaremos ver se os representantes terão o espaço de manobra de que certamente necessitarão para extrair uma solução técnica que satisfaça todas as partes", disse Mandelson a membros do Parlamento europeu.

O chamado "mecanismo de salvaguarda especial" para proteger produtores pobres quando o volume de importações sobe ou os preços caem se mostrou um obstáculo incontornável em julho, quando ministros do comércio tentaram estabelecer os elementos centrais da Rodada de Doha na Organização Mundial de Comércio (OMC), que já dura sete anos.

Os EUA disseram na ocasião que as exigências de proteção dos países em desenvolvimento, Índia em particular, negariam a seus produtores a chance de exportar para novos mercados.

Mandelson disse que outros temas opuseram obstáculos ao acordo na OMC, incluindo cortes de subsídios ao algodão, sobretudo nos EUA, além da disposição da China de abrir seus mercados ainda mais e o comércio global em bens manufaturados em geral.

Ele ainda disse que um novo encontro entre ministros, similar às fracassadas negociações de julho, será necessário nas próximas semanas, antes que as eleições em países importantes tornem qualquer acordo impossível.

Além da eleição norte-americana em novembro, a Índia deve realizar eleições em breve.

Mandelson reiterou que um colapso definitivo da Rodada de Doha feriria seriamente a confiança no sistema de comércio global e prejudicaria outras negociações internacionais, especialmente sobre mudanças climáticas.

"Um colapso definitivo da Rodada de Doha, se tivermos que encará-lo, feriria seriamente a confiança no sistema de regras comerciais da OMC e a futura abertura de mercados, e teria um efeito de cascata significativo no sistema multilateral como um todo", disse ele.
Fonte: Reuters

Exportações de couros somam US$ 1,38 bilhão 16.09.08

16.09.08

As exportações brasileiras de couros movimentaram US$ 1,38 bilhão de janeiro a agosto deste ano, redução de 6%, em relação ao acumulado em igual período do ano passado. Os dados foram elaborados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Segundo do CICB, mantendo-se a média mensal até agora contabilizada, as vendas externas de couros em 2008 poderão atingir receita ao redor de US$ 2 bilhões, próximo aos US$ 2,19 bilhões registrados no ano passado.

Luiz Bittencourt, presidente do CICB,, diz que a redução nas exportações é fruto da apreciação do real que vem castigando o setor desde o início deste ano, comprometendo a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional.

No mês de agosto, os principais destinos do couro brasileiro foram a China e Hong Kong, ambos com US$ 442,8 milhões - participação de 20,46% e 11,57%, com redução de 19% e 5%, respectivamente; Itália, com US$ 359 milhões (26% de participação e decréscimo de 9% ante 2007); e Estados Unidos (9,28% e diminuição de 16%). Os demais países que adquiriram o produto nacional foram o Vietnã, que aumentou suas compras em 119%, atingindo US$ 72 milhões, Indonésia (incremento de 15%, somando US$ 49,81 milhões), México, Alemanha, Japão e Países Baixos.

No acumulado dos oito meses deste ano também houve crescimento para novos mercados: Costa Rica (de US$ 9,1 mil para US$ 1,1 milhão), Paquistão (de US$ 52,26 mil para US$ 437 mil), Nova Zelândia (de US$ 52,86 mil para US$ 322,75 mil), Nigéria (de US$ 9 mil para US$ 158,69 mil) e Emirados Árabes Unidos (de US$ 70 para US$ 51,15 mil).
Fonte: Agência Estado

Vietnã utiliza etanol do Brasil em mistura de combustíveis 16.09.08

16.09.08

Hanói - O Vietnã informou ontem (15) que irá iniciar a utilização local de uma mistura de gasolina com etanol em sua frota local de veículos. Para isto irá utilizar etanol importado do Brasil e também produto fabricado localmente a partir de cana e de mandioca. A medida foi tomada para "garantir a segurança energética nacional e diminuir a dependência econômica de produtos derivados de petróleo", segundo a empresa estatal PetroVietnam.

O gasohol E5, composto por 5% de etanol e 95% de gasolina, foi produzido na província de Phu Tho, no norte do país. Após vendas-piloto em Hanói, a PetroVietnam planeja enviar o novo produto para outras cidades grandes, como Ho Chi Minh City e Can Tho.

Segundo a empresa, que planeja construir outra fábrica com uma capacidade de 100 mil metros cúbicos na província central de Binh Dinh, o gasohol E5 também contribuirá na "proteção do meio ambiente global".

A cada ano, o Vietnã importa entre 12 milhões e 14 milhões de toneladas de vários tipos de combustível, e a demanda pode crescer entre 10% e 15% por ano, segundo a PetroVietnam.
Fonte: informações da Dow Jones, com Agência Estado

Exportações de mel alcançaram US$ 18 milhões no primeiro semestre de 2008 15.09.08

15.09.08


O Brasil é o 11º produtor mundial de mel, sendo responsável por 36,1 mil toneladas do produto. O Rio Grande do Sul alcança o primeiro lugar, com 7,82 mil toneladas e o Paraná o segundo, com 7,8 mil toneladas. No primeiro semestre de 2007, o Brasil exportou US$ 10,7 milhões de mel e, no mesmo período desse ano, o número chegou a US$ 18,2 milhões, o que contribuiu para o país alcançar a 5ª posição como exportador no mercado mundial. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (12), durante reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Mel e Produtos Apícolas.

De acordo com o presidente da Câmara, José Gomercindo da Cunha, o crescimento das exportações ocorreu devido à retomada do mercado com a União Européia. “Entre 2006 e o início de 2008, exportamos especificamente para os Estados Unidos. A nossa meta é manter as exportações para a União Européia e conseguir novos mercados com o Japão e a comunidade árabe”, ressaltou.

Para 2009, que a expectativa é aumentar o consumo de mel no Brasil. “Para isso, estamos trabalhando com o Sebrae e 25 estados já estão dispostos a contribuir com a divulgação nacional. A proposta é aumentarmos o consumo per capta de 100 para 120 gramas”, destacou o presidente.

A reformulação do Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa) também foi discutida na reunião. “O objetivo é diminuir as não conformidades para termos mais mercado mundial. Vale destacar que a atividade apícola, não só o mel, mas seus derivados, como própolis, pólen, cera e geléia, são excelentes fontes de renda familiar e podem ser praticadas até em regiões semi-áridas, o que não acontece com outras cadeias produtivas”, disse o representante do Sindicato das Indústrias de Produtos Farmacêuticos e Químicos para fins Industriais de Minas (Sindusfarq), José Alexandre Silva de Abreu.

Mercado – Hoje, 350 mil apicultores contribuem com 16 mil empregos diretos no setor industrial, sendo 450 mil ocupações diretas no campo.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Mapa

Brasil amplia área habilitada para exportar carne bovina in natura à União Européia 15.09.08

15.09.08

Mato Grosso do Sul voltará a ser área habilitada à exportação de carne bovina in natura para os países europeus, assim como todo o território de Mato Grosso e Minas Gerais. A informação foi repassada, sexta-feira passada (12), ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, pela Secretaria de Defesa Agropecuária, que há meses acerta os detalhes técnicos com a União Européia.

A decisão vai ser ratificada pela Diretoria Geral para Saúde e Consumidores da União Européia (DG-Sanco), em reunião do Comitê Permanente da Cadeia de Alimentos e Saúde Animal, amanhã (16), em Bruxelas (Bélgica).

Com a medida, áreas importantes da produção pecuária brasileira serão incluídas no comércio com a União Européia. “Além de atender a uma reivindicação antiga do setor, a decisão tornará a área aprovada no Brasil como território contínuo, sem fragmentos de trechos não habilitados em seu interior”, explica o secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz.

Após a ratificação, a decisão será publicada no jornal oficial da União Européia. Até o momento, 287 municípios de Minas Gerais e as regiões Norte e Sul de Mato Grosso estão impedidos de comercializar a carne bovina in natura para União Européia.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Mapa

Tecnologia eleva em até 40% a rentabilidade do maracujá 15.09.08

15.09.08

Pesquisadores de um projeto coordenado pela Embrapa Agroindústria de Alimentos descobriram que o bom uso de solos e a adoção de tecnologias adequadas podem aumentar em até 40% a rentabilidade dos cultivos de maracujá no estado do Rio de Janeiro.

Segundo o engenheiro agrônomo Sergio Cenci, que coordena a pesquisa, os resultados poderão ser aplicados em outras regiões do país.

Com um ano e meio de estudos e testes de campo, os pesquisadores constataram que os resultados são promissores. Eles encontraram variedades de maracujá resistentes às principais doenças, a partir de material oriundo da Embrapa Cerrados, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), localizada em Brasília.

“Os testes demonstram que são variedades de alto potencial para uso na indústria, em sucos principalmente, e para consumo in natura”, disse o pesquisador, que tem especialização em ciência dos alimentos.

O projeto é um resgate do programa Frutificar, desenvolvido há alguns anos no Norte e Noroeste fluminenses, que se destacava no apoio ao crédito agrícola.

Segundo Cenci, o Frutificar acabou não gerando os resultados previstos porque o produtor não absorvia as informações requeridas para o manejo da cultura.

O objetivo do novo projeto é “preparar o produtor, os técnicos e as indústrias para que eles tenham a capacidade de fazer a inovação tecnológica no processo produtivo”. O importante, de acordo com o pesquisador, é que o produtor dê continuidade ao que lhe é repassado.

“Eu diria que hoje o mais importante é revitalizar [a produção com a tecnologia] com bases sustentáveis. Uma produção sustentável, que venha a crescer com o tempo”.

Atualmente, o Frutificar continua com o trabalho de financiamento ao pequeno produtor, mas com uma nova visão integrada de campo e indústria. O programa é parceiro da Embrapa Agroindústria de Alimentos no sentido de recuperar a cultura do maracujá no Norte fluminense.

Em 2004, a área cultivada naquela região alcançava 1.500 hectares. No ano passado, esse número caiu para 450 hectares. A queda foi atribuída por Cenci a problemas tecnológicos. O pesquisador revelou que a demanda das agroindústrias é de 50 mil toneladas de maracujá por ano. A produção nas regiões Norte e Noroeste do Rio de Janeiro, entretanto, não supera nove mil toneladas.

O déficit é suprido com importação de outros estados. Cenci disse que a baixa produtividade e a necessidade de importação afetam a eficiência da indústria e contribuem para onerar o processo, além de ter efeitos na qualidade da matéria-prima.

Nos próximos 18 meses, os técnicos irão verificar a adaptabilidade dos materiais às condições regionais de clima e solo. Cenci afirmou que, em outubro, os pesquisadores pretendem promover evento com a participação dos produtores, para motivá-los a aderir ao plantio do maracujá.

É o Dia de Campo, evento que também servirá para capacitar a agroindústria. O mês de outubro foi escolhido para o encontro porque coincide com o período de colheita do fruto.

A pesquisa reúne técnicos da Embrapa Agroindústria de Alimentos, Universidade Federal do Norte Fluminense (Uenf), programa Frutificar da Secretaria Estadual de Agricultura, Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio de Janeiro (Pesagro).
Fonte: Alana Gandra, repórter da Agência Brasil

Colheita de algodão termina no MT: próxima safra deve ser menor 15.09.08

15.09.08

A colheita da safra de algodão 2007/08 terminou no Mato Grosso, maior produtor nacional da fibra, com rendimento e qualidade acima do esperado pelos cotonicultores. De acordo com o presidente da Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Gilson Pinesso, a produtividade média alcançou entre 260 e 265 arrobas de algodão em caroço por hectare, ante estimativa inicial de 250 a 240 arrobas por hectare. O Estado colheu 2,58 milhões de toneladas na temporada, aumento de 4,7%.

Pinesso ressalvou que a qualidade da fibra não se traduziu nos preços pagos aos produtores. "Os preços internacionais não reagiram como os das outras commodities e não tivemos retorno para um algodão melhor", afirmou. Nos últimos 12 meses, a cotação da fibra acumula queda de quase 10% na ICE Futures, em Nova York. Segundo ele, cerca de 70% da produção já foi vendida.

Quanto à próxima safra, o prognóstico continua o mesmo. A expectativa é uma redução de 12% a 15% na área plantada, que neste ano alcançou 542 mil hectares. O espaço deve ser ocupado principalmente por soja. "O custo do fertilizante, que aumentou até 40%, impede a manutenção da mesma área", afirma Pinesso. Ele avalia que nem mesmo uma eventual recuperação de preços possa mudar este cenário uma vez que o planejamento da próxima safra já foi feito.
Fonte: Ana Conceição, Agência Estado

Valor da subvenção do seguro rural já supera todo o ano de 2007 15.09.08

15.09.08

Até a primeira semana deste mês, foram aplicados R$ 61,5 milhões do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural Privado. O montante já supera todo o valor comprometido no ano passado. “A expectativa é que todo orçamento do programa (R$ 160 milhões) para 2008 seja utilizado já que o pico das contratações de seguro rural está apenas começando”, avalia o diretor do Departamento de Gestão de Risco Rural do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Welington Soares de Almeida.

Almeida explica que, no primeiro semestre, a maior demanda de seguro rural é para atender às culturas de trigo e de milho safrinha. No segundo semestre, quando se planta a grande safra agrícola do País, que é a de verão, intensifica-se a procura por essa modalidade de garantia, principalmente no período de 15 de setembro a 15 de novembro.

Subvenção

O programa garante o pagamento de parte do custo do seguro rural contratado pelo produtor, sendo que o benefício varia de 30% a 60% do prêmio. Com subvenção, o seguro rural tem se tornado mais acessível ao agricultor brasileiro. Em 2007, dos 99,5 milhões reservados para o programa, R$ 61 milhões foram utilizados, o dobro do registrado no ano anterior.

Em 2008, estão incluídas 45 culturas, dentre elas soja, milho e trigo, além da pecuária, floresta e aqüicultura. Se aplicado todo o orçamento deste ano, serão beneficiados 72 mil produtores na contratação de 82 mil apólices, o que garantirá capital segurado de R$ 7 bilhões com a cobertura para 5,9 milhões de hectares.

Ampliação

Para 2009 está prevista a expansão do programa. O Comitê Gestor do Seguro Rural aprovou, em agosto, a ampliação de 45 para 76 as culturas beneficiadas. Serão ainda maiores os percentuais de subvenção de alguns produtos, como trigo, milho (segunda safra) e feijão que passaram de 60% para 70%, maçã e uva de 50% para 60%, culturas de grãos de inverno de 50% para 60% e culturas de clima temperado de 40% para 60%.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Mapa

Cadastramento de armazéns chega a Goiás 15.09.08

15.09.08

A Conab inicia hoje (15) o cadastramento e o recadastramento de armazéns públicos e privados do Estado de Goiás. A pesquisa vai atualizar o Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras e segue até o primeiro semestre de 2009, nos principais estados produtores. A capacidade estática do país é de 125,3 milhões de toneladas atualmente, sendo 55% a granel e 45% de ensacados.

A pesquisa em Goiás vai até o dia 13 de outubro. Ainda no próximo mês terá início a segunda etapa do cadastramento no Rio Grande do Sul, onde a primeira fase do processo já foi realizada, juntamente com estados de outras regiões. O cronograma da operação de cadastramento prevê que o levantamento será concluído em todos os estados até julho de 2009. “Essas informações irão subsidiar o governo na gestão da política agrícola, notadamente na formação de estoques de segurança”, diz o diretor de Gestão de Estoques da estatal, Rogério Colombini.

Nesse trabalho, os técnicos avaliam localização, características técnico-operacionais, capacidade e importância das unidades para o desenvolvimento da produção agrícola.. A previsão da Conab é de que o cadastramento registre o aumento da capacidade de armazenagem.

Obrigatório

O Cadastramento é previsto na lei 9.973/2000 e Decreto 3.855/2001, e é obrigatório para os que operam com o governo federal. No último cadastramento, realizado em 2004, havia no estado de Goiás 962 unidades armazenadoras, com capacidade estática de 12.927.684 toneladas, representando 10% da capacidade total no País.

Serão cadastradas pessoas físicas e jurídicas, públicas e privadas, na qualidade de proprietários, locatários, arrendatários ou cessionários e que possuam armazéns em ambiente natural ou frigorificado. Após a vistoria, essas unidades serão declaradas aptas ou inaptas para as atividades de armazenagem. “Para isso, esperamos contar com o apoio dos proprietários, gerentes e administradores dos armazéns, no sentido de prestarem informações precisas, para que os números finais sejam os mais próximos da realidade”, espera o diretor.
Fonte: Conab

Cosan investirá R$ 2 bilhões em projetos de co-geração de energia 15.09.08

15.09.08

80% do investimento será financiado pelo BNDES


O grupo Cosan investirá nos próximos anos o montante de R$ 2 bilhões em projetos de co-geração de energia elétrica em suas usinas de açúcar e álcool, revelou o Diretor Financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Paulo Diniz. "Desse valor total, pretendemos captar no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) algo próximo de 80%, ou R$ 1,6 bilhão", revelou o executivo em teleconferência para jornalistas realizada hoje.

Segundo Diniz, a Cosan tem contratado junto ao banco de fomento uma linha de financiamento de R$ 370 milhões para investimentos de co-geração nas usinas Costa Pinto, Rafard e Bonfim, cuja primeira parcela de recursos deverá ser liberada este mês. Além disso, a companhia entrará com pedido de financiamento no BNDES para o investimento da unidade de co-geração da usina Gasa e para a construção da nova usina Jataí, em Goiás. Todas essas ações compreendem a primeira fase dos aportes em energia elétrica.

Nas últimas semanas, a companhia firmou uma série de contratos de venda de energia elétrica, seja por meio do leilão de biomassa, promovido pelo governo federal, seja em contratos bilaterais para o mercado livre com empresas como CPFL Energia e Grupo Rede. "Decidimos que não vamos nos concentrar em um único mercado e sim diversificar os riscos", disse o vice-presidente geral da Cosan, Pedro Mizutani. Para o mercado livre, a companhia consegue vender a sua oferta como energia incentivada, obtendo um preço mais alto do que a comercialização para o mercado cativo.

Diniz revelou que a estratégia inclui uma segunda fase, que é a construção das unidades de co-geração nas usinas Ipaussu, Junqueira, Diamante e Univalem, que receberão R$ 700 milhões em aportes. "Estamos em negociação para a venda da energia dessas usinas em contratos bilaterais", explicou Diniz, revelando que a capacidade de geração de eletricidade dos quatro projetos soma 210 MW. Totalizando os empreendimentos da fase 1 e 2, a potência instalada da Cosan é 757 MW.
Fonte: Wellington Bahnemann, Agência Estado

Ministros da Agricultura e Desenvolvimento Agrário admitem que decreto sobre crimes ambientais é legal 12.09.08

12.09.08

Em reunião realizada ontem, os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, da Agricultura, Reinhold Stephanes, e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, concordaram que o Decreto 6.514, que estabelece exigências e punições para os crimes ambientais, tem legalidade. "Uma das alegações era que ele estava extrapolando a regulamentação e criando novas figuras. Na reunião, eles foram unânimes em admitir que o decreto tem legalidade, embora contenha imperfeições que precisam ser corrigidas", disse Minc.

Uma dessas imperfeições diz respeito ao embargo de áreas. "O decreto dá margem para que seja embargada uma propriedade inteira e não apenas a área objeto de crime ambiental. Isso pode ser alterado sem prejuízo e está em estudo", acrescentou o ministro. As informações constam em nota distribuída pela assessoria de imprensa do Meio Ambiente.

Na nota, o ministério informa que os ministérios avançaram na revisão do texto do decreto que tornou mais rígida a Lei de Crimes Ambientais. Estão sendo analisados cerca de 10 dos 162 artigos do documento. Além dos ministros, representantes de ONGs ambientalistas, do agronegócio e parlamentares participaram do encontro.

O prazo para averbação de reserva legal também será revisto. Outros pontos em discussão são a definição sobre biodiversidade, embargo de áreas, coleta de material de pesquisa em reserva, ampliação do conceito de fauna, espécies nativas plantadas e prazos. "Estamos buscando harmonizar conceitos", disse Stephanes. Ainda não há definição sobre as alterações no decreto.

Um grupo de trabalho, formado por assessores jurídicos e técnicos das partes envolvidas, irá avaliar as possíveis alterações que serão sugeridas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Foi a primeira vez que se chamou parlamento, ONGs, estados e municípios e quatro ministérios para discutir algo dessa natureza. Isso será uma prática permanente do nosso ministério", acrescentou Minc.
Fonte: Fabíola Salvador, Agência Estado

Parlamento da UE tende a reduzir meta de biocombustíveis 12.09.08

12.09.08

Proposta ameaça reduzir ganhos do álcool brasileiro ao destinar parte da cota de energias renováveis para outras modalidades

Revisão da meta é resultado da pressão de grupos que consideram os biocombustíveis ameaça à segurança alimentar


A disputa interna que vem sendo travada em torno da nova política energética da União Européia teve um desdobramento negativo ontem para a ambição do Brasil de transformar o álcool em produto global. Comissão do Parlamento Europeu propôs rever a meta de expansão do uso de biocombustíveis estabelecida no ano passado, ameaçando reduzir os ganhos que o álcool brasileiro teria no enorme mercado automotivo da Europa.

A proposta aprovada pelo Comitê de Indústria do Parlamento aceita a meta original, de ter 10% do transporte do bloco movido a energias renováveis até 2020. Mas quer cortar para apenas 6% a cota dos biocombustíveis tradicionais, como o álcool. Os 4% restantes seriam de eletricidade, hidrogênio e biocombustíveis de segunda geração, como os feitos de celulose e resíduos.

A revisão da meta é resultado da pressão que têm sido feita sobre os parlamentares europeus por grupos ambientalistas e humanitários, que consideram os biocombustíveis uma ameaça à segurança alimentar, além de não garantir a redução da emissão de gases poluentes. De outro lado, os produtores de biocombustíveis europeus fazem seu lobby para que a meta seja mantida.

O comitê pede ainda uma meta intermediária, na qual, até 2015, 5% do transporte europeu passe para o biocombustível, sendo que um quinto desse percentual seria de eletricidade ou hidrogênio.
Encerrado o debate no Parlamento, a lei européia de energias renováveis precisa agora ser discutida pelo Conselho Europeu -a instância dos chefes de Estado do bloco- antes de ser voltar para uma votação final. O processo prevê um longo processo de negociação e inclusão de emendas, mas a Comissão Européia (órgão executivo da UE) tem pressa.
Fontes diplomáticas em Bruxelas disseram à Folha que o mais provável é que haja um acordo para que o pacote retorne ao Parlamento em dezembro, para ser aprovado em uma única sessão. Diante dessa perspectiva, espera-se que a proposta aprovada ontem no Parlamento seja modificada, aumentando a expansão dos biocombustíveis de primeira geração, como o álcool.

O Brasil acompanha esse processo com grande interesse, pois a ampliação do mercado europeu para os biocombustíveis é considerada um passo decisivo para transformar o álcool em commodity mundial.
Isso sem contar o aumento potencial na exportação do produto. Segundo dados do Ministério da Agricultura, a UE é hoje o destino de 20% das exportações de álcool do Brasil, algo como 2,1 bilhões de litros em três anos. Por esse e outros motivos, uma fonte do Itamaraty lamentou a decisão de ontem como "ato de sabotagem contra os biocombustíveis".
Enquanto isso, os ambientalistas comemoravam. "A votação no Parlamento Europeu reconhece os enormes problemas associados ao uso em grande escala dos biocombustíveis", disse Adrian Bebb, da Amigos da Terra.
Fonte: Marcelo Ninio, Folha de São Paulo

Presidente cria exceção nas regras ambientais de financiamento 12.09.08

12.09.08

Justificativa é beneficiar pequeno produtor rural

O presidente Luiz Inácio da Silva decidiu ontem, ao se reunir com nove governadores da Amazônia Legal e ministros de Estado, que os micros e pequenos produtores rurais da região não serão mais penalizados pela portaria do Banco Central (Bacen), que restringe a liberação de crédito agrícola para quem não estiver em dia com a regularização fundiária.

Para ter acesso novamente ao crédito, a categoria poderá entrar para a lista dos "regularizados" junto ao governo federal, apresentando apenas o cadastro do Incra, uma auto declaração de que é um produtor rural e informar como trabalha na terra. "Cerca de 30 mil proprietários rurais, que têm agricultura familiar no bioma amazônico serão beneficiados com essa mudança na portaria emitida pelo governo algum tempo atrás", destacou o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi. Ele lembrou que a portaria do Bacen dificultava a maioria de micros e pequenos produtores tivessem acesso aos financiamentos realizados pelo Banco do Brasil. Blairo Maggi observou que a decisão foi política do presidente Lula e que agora o governo federal dará os encaminhamentos para que a mudança seja efetivada.

Ele lembrou que as restrições ao crédito agrícola continuam valendo para os médios e grandes produtores rurais e explicou que se entende por micros e pequenos agricultores, aqueles que trabalham em uma extensão de terra com no máximo 100 hectares. A proposta do ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, de se criar, através de Medida Provisória, uma nova autarquia para cuidar da regularização fundiária da Amazônia.
Fonte: A Gazeta

Pronaf vai financiar R$ 7,2 bilhões na safra 2008/2009 12.09.08

12.09.08

Os empréstimos do Banco do Brasil para os agricultores familiares devem crescer 30%, neste ano, em comparação à safra 2007/2008 (R$ 6 bilhões). Segundo o vice-presidente de Agronegócio do BB, Luís Carlos Guedes, o montante financiado passará de R$ 6 bilhões para R$ 7,2 bilhões na safra (2008/2009).

“Nós estamos alcançando este ano mais de 1,2 milhão de famílias de agricultores familiares”, disse. O financiamento da agricultura familiar é feito apenas por bancos oficiais e o Banco do Brasil é responsável por cerca de 70% dos empréstimos. O restante é diluído entre o Banco do Nordeste (BNB), o Banco da Amazônia (Basa) e cooperativas de crédito.

O crédito é concedido por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). De 2003 até hoje, o crédito rural concedido pelo Banco do Brasil, via Pronaf, cresceu 290%, passando de R$ 2 bilhões na safra 2002/2003 para os atuais R$ 7,2 bilhões previstos.

Isso mostra que “o compromisso assumido pelo presidente Lula, de apoiar mais fortemente a agricultura familiar, se concretizou, com o aumento dos números: 290% ao longo das últimas seis safras”.

O Pronaf foi criado em 1995, numa época em que o crédito rural no Brasil era voltado quase que, exclusivamente, aos agricultores de médio e grande porte. “Os pequenos agricultores não tinham acesso à política de crédito. E o Pronaf veio preencher essa lacuna, alcançando os agricultores familiares”, afirmou.

De acordo com dados do BB, o Nordeste foi uma da regiões que mais tiveram alta no financiamento da agricultura familiar. Ali, os desembolsos evoluíram de R$ 187,5 milhões, na safra 2002/2003, para R$ 584 milhões, na safra 2007/2008.

No mesmo período, os recursos do Pronaf, só no estado do Ceará, subiram de R$ 5,9 milhões para R$ 62,2 milhões. “Nós temos uma vinculação muito forte da nossa atuação na agricultura familiar com os Planos de Negócio de Desenvolvimento Regional Sustentável [DRS]. Então, nós estamos atuando, hoje, em mais de dois mil projetos integrando DRS com agricultura familiar”, relatou Guedes.

Guedes destacou que os financiamentos do Pronaf são cobertos por seguro, para cobrir perdas devido a fenômenos climáticos. “Agricultura é uma atividade de alta volatilidade porque depende de condições climáticas. É um produto de caráter biológico.”

Ele lembrou que, hoje, o banco oferece outro mecanismo, instituído no ano passado, que é o Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF). Segundo Gudes, 73% do financiamento à agricultura familiar tem PGPAF e 93%, dos créditos concedidos pelo Pronaf, têm seguro agrícola. Esses mecanismos, enfatizou, contribuem para reduzir o risco da agricultura familiar.
Fonte: Alana Gandra, repórter da Agência Brasil

Pacote final de Doha deve ficar para 2009, afirma OMC 12.09.08

12.09.08

Principais economias do mundo agendam para a semana que vem o reinício do processo de negociação.

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, anuncia que as principais economia do mundo estão dispostas a tentar dar mais uma chance para salvar a Rodada Doha e acredita que um acordo parcial ainda pode ser fechado neste ano. O pacote final ficaria para 2009. Depois do fracasso da negociação em julho, os principais países retomaram o debate nesta semana em Genebra e agendaram para a próxima quarta-feira o reinício do processo.

Em Genebra, os diplomatas de Brasil, Estados Unidos, China, Índia, Europa, Austrália e Japão se reuniram pela primeira vez depois do fracasso da Rodada em julho. "Novas idéias de como solucionar o impasse envolvendo os mecanismos de salvaguardas (para países em desenvolvimento) foram colocadas sobre a mesa. Ninguém as rejeitou completamente e algumas podem de fato levar a um entendimento se forem trabalhadas", afirmou o embaixador Roberto Azevedo, que representou o Brasil no encontro.

Em julho, o principal problema acabou sendo a insistência dos países emergentes importadores de alimentos de poder impor barreiras todas as vezes que julgarem que a entrada de produtos agrícolas está sendo excessiva e com o potencial de afetar diretamente os produtores locais. Na época, os americanos rejeitaram a posição adotada pela Índia, considerada como intransigente. Para Nova Délhi, sem as salvaguardas seria impossível aceitar um acordo.

O Brasil tem interesses exportadores no setor agrícola e não gostaria de ver novas barreiras nos mercados emergentes como Índia e China. Mas aceita que algum mecanismo seja criado. Já os americanos alegam que as salvaguardas seriam apenas um último recurso e que os critérios para sua aplicação devam ser altos. O que Washington quer é garantir acesso a mercados.

"Meu sentimento é de que há espaço para um novo compromisso nas próximas semanas, como foi confirmado nas reuniões técnicas nos últimos dias", afirmou Lamy. "Alguns dos principais atores me disseram que estão dispostos a fazer mais uma tentativa", disse. "Espero que possamos fechar um entendimento sobre as modalidades de um acordo ainda em 2008", afirmou.

Já os mais céticos acusam os Estados Unidos de estarem apenas evitando passar para o próximo tema da agenda nas negociações, que seria a eliminação dos subsídios para o setor do algodão. Em plenas eleições presidenciais, os americanos não querem fazer qualquer concessão nesse sentido, perdendo o apoio do setor rural.

Agora, Azevedo conta que tanto os americanos como os indianos aceitaram debater novas propostas. A idéia é de que os indianos sejam autorizados a impor salvaguardas. Mas que critérios e condições específicas sejam criadas. "Novas idéias estão na mesa e isso é positivo. Algumas que foram trazidas acabaram sendo descartadas. Mas outras sobreviveram", afirmou Azevedo.

Segundo ele, cada governo agora irá levar para casa as propostas e estudá-las. "Vamos testar os números e fazer consultas. Os demais países farão o mesmo", disse. O plano dos negociadores é de retornar a Genebra na próxima quarta-feira. "O que decidimos é voltar com as análises feitas e ficar negociando até solucionar o impasse", afirmou Azevedo. Segundo ele, uma das idéias seria de manter as negociações pelo menos até o domingo.

Mas com as eleições nos Estados Unidos, mudanças na Comissão Européia e uma posição intransigente da Índia, poucos acreditam que a reunião gere um avanço real.
Fonte: O Estado de São Paulo

Decisão do CMN libera mais R$ 2,8 bi em crédito rural

12.09.08

Em tempos de forte demanda por crédito rural, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou ontem (11), em reunião extraordinária, resolução que permitirá às instituições financeiras aplicar recursos adicionais de até R$ 2,76 bilhões em suas carteiras agropecuárias na safra 2008/09.

Os recursos, originários da exigibilidade bancária, que deveriam permanecer depositados compulsoriamente no Banco Central por não terem sido emprestados ao setor, poderão ser reaplicados no campo, como mandam a lei e o manual de crédito rural.

As exigibilidades são compostas pelas parcelas de 25% sobre os depósitos à vista e de 65% dos depósitos em poupança que os bancos são obrigados a emprestar ao setor rural.

A nova norma do CMN abre a possibilidade de reaplicação desses recursos ("deficiência") não emprestados até o dia 1º de outubro de 2008 - até agora, foram recolhidos R$ 50 milhões. Uma resolução do Banco Central ainda esclarecerá as exigências aos bancos.

"Esse adicional já estava previsto no volume total de recursos do Plano de Safra. O que fizemos agora foi apenas permitir a operação dos bancos", explica o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt.

O plano do governo, anunciado em junho passado, prevê a aplicação de R$ 65 bilhões na agricultura empresarial e R$ 13 bilhões no segmento familiar.

De qualquer forma, as instituições financeiras serão obrigadas a recolher os R$ 2,76 bilhões no BC. Depois, terão que pedir formalmente o direito de reaplicar os recursos e informar o volume de dinheiro que pretendem "resgatar" do depósito compulsório para financiar o setor.

O BC estima haver uma disponibilidade total de R$ 30 bilhões na poupança rural e de R$ 29 bilhões nos depósitos à vista.

Se o banco não aplicar todo o recurso solicitado ao BC, será automaticamente obrigado a pagar uma multa de 20% sobre o total da poupança e de 40% sobre os recursos dos depósitos à vista.

O total de crédito rural que cada instituição terá direito de reaplicar será limitado ao volume do depósito compulsório correspondente. A nova "exigibilidade adicional", determinada pelo BC de maio, será apartada dos cálculos da parcela obrigatória normal.

A contabilidade da exigibilidade normal continuará a ser apurada até julho de cada ano. Além disso, os bancos serão obrigados a cumprir as duas contas da exigibilidade em 2009.

A nova regra para as exigibilidades difere das prorrogações de "deficiências" de aplicação de crédito rural que o CMN costuma autorizar aos bancos.

Nesse caso, o CMN apenas permite transferir a aplicação dos recursos de uma ano-safra para outro. Desta vez, as regras são mais rígidas e há punições para descumprimento das propostas.
Fonte: Valor Econômico

USDA vê safra global recorde de trigo com liderança da Europa 12.09.08

12.09.08

A produção mundial de trigo deve atingir um recorde de 676,3 milhões de toneladas neste ano, com a maior parte dos aumentos provenientes da Europa, Rússia e Ucrânia, disse o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em um relatório.

Ao elevar sua previsão em 5,5 milhões de toneladas em relação ao mês passado, o USDA informa que a Europa tem uma produtividade melhor do que a esperada, especialmente na Alemanha. No ano passado o mundo produziu 610,87 milhões de toneladas de trigo.

Houve preocupações neste ano de que uma safra pobre de trigo aceleraria uma inflação já alta entre os alimentos, mas até agora a maior parte dos principais países produtores de trigo está esperando boas colheitas.

A Austrália, entretanto, luta de novo com a seca e o USDA reduziu sua estimativa em 3 milhões de toneladas em 2008/09, para 22 milhões de toneladas. Mas a safra ainda ficaria bem acima das 13,04 milhões de toneladas do ano passado, número baixo devido à forte seca.

A estimativa de produção da Argentina foi reduzida em 1 milhão de toneladas, já que "a seca excessiva reduziu a área plantada e continua a prejudicar o desenvolvimento da safra, particularmente nas regiões centrais do norte".

A produção do Canadá foi elevada em 400 mil toneladas em relação à estimativa do mês passado, para 25,4 milhões de toneladas. Para os EUA, a previsão foi mantida em 67 milhões de toneladas de trigo.
Fonte: Russell Blinch, Reuters

ONU também vê urgência na criação de regras para a produção de etanol 11.09.08

11.09.08


Para tentar dar um ponto final à polêmica do etanol e seu impacto nos preços de alimentos, a ONU propõe a criação de uma série de critérios para que os biocombustíveis sejam produzidos, uma entidade para monitorar a questão e a revisão dos subsídios que existem para o setor nos países ricos. Hoje, o relator das Nações Unidas para a Alimentação, Olivier de Schutter, apresentará sua proposta aos países da entidade. Ele poupa o etanol do Brasil de críticas e garante que a alta de preços dos alimentos no mundo não foi gerada pelo País. Mas confirma que o biocombustível em outros mercados teve um impacto direto nos preços dos alimentos.

"A produção atual de etanol não é sustentável", afirmou. A proposta de Schutter é que a comunidade internacional chegue a um consenso sobre as regras para a produção do etanol e para o estabelecimento de políticas públicas. Os critérios propostos devem incluir não apenas questões de preços de alimentos, mas aspectos relacionados ao meio ambiente e condições de trabalho. Para ele, a exploração é "freqüente" nas grandes plantações da indústria de biocombustíveis.

"Se o modelo de produção do etanol continuar, violações aos direitos à alimentação se proliferarão." Sua proposta é que cada novo investimento passe por uma avaliação sobre o impacto ambiental que terá, sobre o efeito na concentração de terras, as condições de trabalho e o preço dos alimentos na região.

Os critérios de produção e investimento devem incluir garantias de acesso a alimentos, de que pequenos agricultores não serão expulsos de suas terras e casas, de remuneração justa aos trabalhadores e de proteção dos direitos de indígenas e mulheres. Segundo a proposta, "países devem ser encorajados a não permitir investimentos se esses critérios não forem seguidos".

O acesso aos mercados internacionais só poderia ocorrer se o etanol fosse produzido nessas bases. A ONU sugere até mesmo uma reforma nas leis da Organização Mundial do Comércio (OMC) para permitir que a discriminação seja feita. Para monitorar o cumprimento dos critérios, a ONU sugere a criação de um fórum permanente.

Outra proposta é dar fim a todos os esquemas de subsídios e incentivos fiscais nos países ricos para a produção de etanol, o que estaria gerando uma distorção nos mercados e um comércio artificial.

A ONU não nega que o avanço do etanol contribuiu para o aumento dos preços das commodities, "ameaçando o direito à alimentação". Um aumento de 1 ponto percentual no preço de alimentos provoca um aumento de 16 milhões de pessoas que sofrem de subnutrição.

De acordo com Schutter, o Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu que o etanol foi responsável por 70% da alta no preço do milho e 40% no da soja. Outro estudo aponta que o etanol americano teria sido o principal responsável pela alta dessas commodities em 2007 e 2008, que foi superior até ao aumento do preço do petróleo. Diante dessa constatação, o relator da ONU pede que metas de expansão do etanol nos Estados Unidos e Europa sejam abandonadas.

Para Schutter, porém, seria "irresponsável condenar" todas as políticas de etanol no mundo. A produção para o consume local reduzir a dependência de petróleo não é a mesma da produção em grande escala para a exportação. Para ele, não se pode avaliar da mesma forma o etanol produzido de milho e o de cana. Cada um teria feito diferente para o meio ambiente e para a criação de empregos. No Brasil, 1 milhão de pessoas estariam empregada no setor. Mas a ONU alerta que a mesma situação pode não ocorrer em outros países.

"A produção de etanol do Brasil a partir da cana não contribuiu para a recente alta nos preços das commodities", afirmou. O motivo é que a produção de cana no País aumentou de forma significativa e as exportações de açúcar triplicaram desde 2000. O Brasil ainda passou a dominar 40% do mercado mundial de açúcar, ante o peso de 20% em 2000. Segundo os estudos, as exportações nacionais de açúcar foram suficientes para manter a alta na commodity relativamente modesta, salvo em 2005 e 2006, quando uma seca afetou a produção.

Um temor da ONU é que haja uma corrida por terras para a produção do etanol, deixando um espaço menor para a produção de alimentos e encarecendo o preço das commodities. O etanol não seria o único problema. A compra de terras por estrangeiros para garantir seu abastecimento seria outro problema crítico.

O etanol, segundo a ONU, provoca uma concentração de terras e ameaça o acesso de indígenas e pequenos produtores às áreas agricultáveis. No total, 60 milhões de indígenas e povos autóctones seriam afetados diretamente pela produção do etanol no mundo.

O relatório ainda alerta que a produção de etanol em um país em desenvolvimento para abastecer um mercado rico não vai ajudar na geração de desenvolvimento e combate à pobreza. O Brasil, ao lado dos Estados Unidos, está promovendo projetos nesse estilo na América Central.
Fonte: O Estado de São Paulo

Veja, também:

Há Urgência na Regulação Internacional de Critérios de Produção e Compra do Agronegócio
África transforma-se em um cenário de disputa pelos biocombustíveis 08.09.08

Ministro propõe pacto nacional pelo combate ao trabalho escravo 11.09.08

11.09.08

O ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vannuchi, aproveitou o lançamento do 2º Plano Nacional para Erradicação do Trabalho Escravo, ontem (10), para propor um pacto nacional contra essa prática. Perguntado sobre a demora do Congresso em votar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 438, o ministro convocou a sociedade civil e representantes dos ministérios que integram a Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae) a cobrar maior rapidez da Câmara dos Deputados.

“O corpo-a-corpo tem que ser feito, mas não só por mim. Tem que ser feito por um conjunto de entidades e autoridades. Hoje, mais de dez ministérios que compõem a Conatrae estavam representados aqui, além de vários órgãos do Poder Judiciário, juízes e procuradores do trabalho. A sociedade civil também deve visitar deputado por deputado para criar um ambiente de convencimento”, afirmou Vannuchi.

Empresas precisam entrar firme
Embora tenha afirmado que a erradicação do trabalho escravo é uma prioridade do governo, Vannuchi afirmou que “também é necessário trazer o comprometimento pessoal do presidente da República” para estimular o maior envolvimento de governadores e empresários.

“Se os governadores entram, se os grandes grupos privados entram – todos os supermercados e montadoras já estão no pacto – se conseguirmos trazer associações de sojicultura, do setor sucroalcooleiro, da pecuária, para este enfrentamento, haverá uma virada definitiva no sentimento de que o Brasil não tolera mais o trabalho escravo”, afirmou o ministro.
Vannuchi também propõem a criação de uma frente parlamentar contra o trabalho escravo. “Porque elas se constituem num poder de convencimento fortíssimo, capaz de superar as barreiras partidárias”, justificou.

Histórico
Apresentada em 1999, a PEC propõe uma nova redação ao Artigo 243 da Constituição Federal, estabelecendo que todas as terras onde forem flagrados trabalhadores submetidos a condições semelhantes à escravidão serão confiscadas sem direito à indenização. Além disso, essas propriedades seriam destinadas ao assentamento de famílias como parte do programa de reforma agrária.

No Senado, a PEC foi aprovada em 2001. Já na Câmara dos Deputados, a proposta se encontra parada desde 2004, quando foi aprovada em primeiro turno no plenário da Casa. Desde então, permanece à espera da votação em segundo turno.

Segundo o ministro, a PEC é um instrumento decisivo para erradicar de vez o trabalho escravo no país e garantir o cumprimento das metas de enfrentamento e repressão do problema previstas no novo plano. Mesmo assim, ele demonstrou pouca esperança de que os deputados ainda votem a proposta este ano.

“Por causa das eleições municipais, esse é um período de relativo recesso parlamentar. Passadas as eleições, teremos a votação do Orçamento, a renovação das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado. Se surgir ambiente no Legislativo para votar, se vota. Se não, 2009 já começa com essa pauta”, declarou Vannuchi.
Fonte: Alex Rodrigues, repórter da Agência Brasil, com o Observatório

PIB agropecuário terá números modestos nos próximos meses, diz OCB 11.09.08

11.09.08

As variações negativas nos preços dos principais produtos agrícolas no mercado mundial e no Brasil resultarão em "números mais modestos" para o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária nos próximos meses, cenário que vai impactar no resultado do ano. "O resultado do PIB no ano ficará abaixo do registrado no segundo trimestre", avaliou ontem (10) o técnico da gerência de mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Marcos Matos.

Dados da OCB mostram que o valor nominal da soja subiu 62,8% no período acumulado de junho de 2007 a junho de 2008. O preço do milho subiu 29,8% no período, variações que valem para o mercado interno. Nos 10 primeiros dias de setembro, os preços da soja recuaram 2,79% no mercado interno. Em dólar, a variação negativa é de 10,43%. No caso do milho, o recuo é de 1,49% no mercado interno e de 9,21% em dólares, variação para o acumulado de setembro.

Em agosto, o preço da soja caiu 1% e do milho, 3,91%. Além da questão preço, ele lembrou que a elevação dos custos de produção vai impactar no resultado do PIB da agropecuária. Influenciados pelo preço dos fertilizantes, os custos de produção cresceram de forma expressiva. Em Mato Grosso, o custo de produção oscila de R$ 1.600 a R$ 1.750 por hectare de soja. No ano passado, o produtor gastava, no máximo, R$ 1.450 para cultivar as lavouras.
Fonte: Fabíola Salvador, Agência Estado

Agropecuária, construção civil e gastos de governos puxam crescimento do PIB 11.09.08

11.09.08

A atividade agropecuária, a construção civil e os gastos governamentais puxaram o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a soma das riquezas do país. O PIB teve alta de 6,1% no segundo trimestre de 2008, em relação ao mesmo período no ano passado.

Segundo informações divulgadas ontem (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a agropecuária foi destaque com alta de 7,1%, influenciada pelas safras de café, milho e arroz, principalmente.

Em seguida, ainda pelo lado da oferta, está o crescimento do setor de serviços (5,5%) e da indústria (5,7%). Este último, influenciado pelo avanço da construção civil (9,9%), que foi puxado pelos gastos do governo com obras, como as do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Também contaram para o resultado os investimentos correspondentes à formação bruta de capital fixo, que crescem há 12 anos. Em relação ao primeiro trimestre, avançaram 5,4% e na comparação com o mesmo período de 2007, 16,2%.

De acordo com a economista do IBGE, Rebeca Palis, a alta dos investimentos foi influenciada pela importação de máquinas e equipamentos que aumentou, principalmente, com o fim da greve da Receita Federal, ocorrida no início do ano.

Pela ótica da demanda, teve destaque o crescimento dos gastos públicos no segundo trimestre (5,3%), em relação ao mesmo período de 2007. A economista do IBGE explicou que os governos (federal, estaduais e municipais) gastaram mais ao antecipar contratações, restritas em ano eleitoral.

“Como tem essa regra de não poder gastar e contratar nos três meses anteriores à eleição, acaba que [os governos] antecipam gastos, contratações. As obras públicas, o PAC e outras, também geram aumento da construção civil e ajudam a alavancar a taxa de crescimento do PIB.”

Palis informa ainda que, apesar de não ter tido “uma taxa de crescimento muito alta” no segundo trimestre, a administração pública tem peso grande, em torno de 15% do PIB.

O consumo das famílias também cresceu de um ano para o outro. Na comparação entre os segundos trimestres, o consumo familiar avançou 6,7%, sendo a 19° alta consecutiva. Em relação ao primeiro trimestre de 2008, permaneceu praticamente estável, com 1% de variação.
Fonte: Isabela Vieira, repórter da Agência Brasil

FAO organiza seminário em Brasília para definir recuperação de áreas degradadas 11.09.08

11.09.08

A recuperação de áreas degradadas e o incentivo à produção sustentável do agronegócio serão abordados na 10ª reunião da Comissão de Desenvolvimento Pecuário para América Latina e Caribe (Codegalac). O evento acontecerá, de 17 a 19 de setembro, na unidade de Recursos Humanos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no Setor de Indústria e Abastecimento, em Brasília. Participarão especialistas de nove países membros da comissão, entre eles o Brasil.

Segundo o Escritório de Representação das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no Brasil, um dos objetivos da reunião é promover a troca de experiências em pesquisas relacionadas à recuperação de áreas degradadas pela pecuária. Isso permitirá aos técnicos do setor aplicar, em solo brasileiro, os projetos de maior sucesso. O evento é promovido pela FAO em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

A preocupação dos especialistas é evitar que as culturas e pastagens avancem em áreas de floresta. Dados do Mapa estimam que existem, no Brasil, cerca de 70 milhões de hectares de pastagens degradadas.

Para reverter esse quadro, os especialistas traçarão, durante o encontro, estratégias de incentivo regional para recuperação das áreas degradadas e definirão critérios de avaliação da sustentabilidade dos recursos naturais em pecuária e sistemas integrados lavoura-pecuária-silvicultura. Também estabelecerão indicadores de avaliação dos impactos das tecnologias disponíveis.

Codegalac - Criada pela FAO, em 1987, a comissão tem o objetivo de estabelecer diálogos com governos de diversos países sobre seus programas para o desenvolvimento da pecuária da região, com a participação do setor privado.
Fonte: Escritório da FAO no Brasil

Feira quer mostrar riqueza e diversidade da agricultura familiar 11.09.08

11.09.08

Rio de Janeiro - A 5ª Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária, lançada ontem (10) no Rio de Janeiro, pretende mostrar a riqueza e a diversidade produtiva da agricultura familiar e dos assentamentos da reforma agrária, segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. O evento está programado para acontecer entre os dias 26 a 30 de novembro, na Marina da Glória.

Em entrevista à Agência Brasil, Cassel frisou que tanto a agricultura familiar quanto os assentamentos foram vistos, tradicionalmente, como espaços de conflito e de violência.

“Isso não é verdade. A agricultura familiar e os assentados da reforma agrária respondem hoje por 10% de todo o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Eles produzem 70% de todos os alimentos que a gente consome no dia-a-dia. E têm uma riqueza e uma diversidade produtiva muito grandes. É isso que a gente quer mostrar para o Brasil”, reforçou o ministro. O PIB é a soma dos bens e serviços produzidos no país.

Guilherme Cassel disse que a expectativa é que a 5ª Feira Nacional da Agricultura Familiar totalize negócios de, no mínimo, R$ 40 milhões, soma obtida em todas as quatro edições anteriores, realizadas em Brasília. “Isso só em venda direta dos produtores, mais as rodadas de negócios”, afirmou.

A escolha do Rio de Janeiro para sediar a 5ª edição do evento, segundo o ministro, foi feita a partir da importância do mercado fluminense. “O Rio de Janeiro é uma das principais cidades do país. É um lugar formador de opinião e que tem um mercado muito poderoso.”

O ministro destacou que, além disso, o Rio de Janeiro possui um agricultura familiar forte, representada por 12 mil famílias. “É uma oportunidade de aproximar o rural do urbano”, garantiu.

Os recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para a safra 2008/2009, iniciada em julho passado, alcançam R$ 13 bilhões. A expectativa é realizar dois milhões de contratos.

Guilherme Cassel disse que, para a próxima safra (2009/2010), a expectativa é elevar os recursos do Pronaf entre 10% a 15% ao ano. “Possivelmente, a gente pode chegar a R$ 15 bilhões.”
Fonte: Alana Gandra, repórter da Agência Brasil

Parque Nacional do Juruena (MT) tem invasão e atividades privadas de garimpo, desmatamento, extração de palmito e criação de gado 10.09.08

10.09.08

Alta Floresta (MT) - A Operação Ponta de Lança iniciada ontem (09) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Parque Nacional do Juruena (MT), na Floresta Amazônica, flagrou em um dia pelo menos cinco crimes ambientais dentro da área de reserva federal: criação de gado, desmatamento, garimpo ilegal, extração de madeira e de palmito sem autorização.

Cerca de 700 cabeças de gado – conhecidas como bois piratas, por ocuparem ilegalmente área de reserva – foram encontradas dentro do parque. Cerca de 600 delas pertenciam a uma mesma fazenda. Para garantir a pastagens dos bois, a proprietária do terreno, Helena Salomão, desmatou uma área total de 185 hectares. A multa pode chegar a R$ 1 milhão.

Os donos da fazenda terão 20 dias para tirar o gado do local, caso contrário o boi será confiscado pelo Ibama e pode ser doado ou leiloado. Algumas fazendas contam com grande infra-estrutura para as atividades dentro do parque, incluindo pistas de pouso.

Na fazenda Santo Antônio do Descoberto, a equipe de fiscalização do Ibama detectou o desmate recente de 30 hectares, também para pastagem bovina. O gerente das terras, Sidney Leal, foi encaminhado para a delegacia do município de Nova Bandeirante, a 190 quilômetros da propriedade, para abertura de inquérito. Ele alegou que a área havia sido desmatada há mais de dois anos, mas era possível sentir o cheiro da queimada recente.

“Tem gente que diz que é ilegal, outros dizem que não é, agora que a gente tá sabendo mesmo. Mas quando eu cheguei, há um ano e meio, isso tudo já estava desmatado, não fui eu quem fiz nada”, defendeu-se Leal.

O dono da fazenda possui uma licença ambiental concedida pelo Estado do Mato Grosso anterior à criação do parque. Mas, segundo o ministro do Meio Ambiente, desde a criação da reserva, em 2005, esses documentos perderam o valor e os proprietários precisam deixar as terras.

A coordenação da operação também identificou cinco garimpos ilegais, um deles ainda em atividade, o Clareira. De acordo com o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Flávio Montiel, a atividade já causou o assoreamento do rio, além da contaminação da água por mercúrio.

Na fazenda Jorge Salomão, o Ibama encontrou 11 metros cúbicos de madeira itaúba extraída ilegalmente. A carga estava sendo levada para Nova Bandeirante.

Outra apreensão feita ontem (09) foi a de 190 caixas de palmito extraído ilegalmente de dentro da reserva. Para produzir aquela quantidade de “palmito pirata” é necessário derrubar cerca de 1 mil pés de palmeira. Nas embalagens, os fiscais encontraram ainda um número fictício de licença ambiental do Ibama.

A Operação Ponta de Lança continua por sete dias com o apoio da Polícia Rodoviária Federal. O Parque Nacional do Juruena foi criado em 2005. Com uma área de 180 mil hectares, a reserva fica localizada no extremo Norte do Mato Grosso, entre o Sul do Pará e do Amazonas.
Fonte: Amanda Cieglinski, enviada especial, Agência Brasil, com o Observatório

Contra crise, ONU afirma que produção de alimentos precisa dobrar 10.09.08

10.09.08

Genebra - O mundo terá de aumentar a produção de alimentos em 50% até 2030 e dobrar até 2050 se não quiser sofrer uma falta de comida nas próximas décadas. O alerta é do relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o direito à alimentação, Olivier de Schutter. Ontem (09), ele apresentou o resultado de seu vasto estudo sobre o assunto e alertou para os riscos da especulação no setor de matérias-primas (commodities) e para a alta nos preços de alimentos.

Schutter lembra que o atual aumento nos preços de alimentos já afetou 100 milhões de pessoas e, segundo ele, uma alta de 20% até 2025 colocaria outros 440 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza. "Um obstáculo para o já lento progresso em lidar com a má nutrição parece inevitável", afirmou. Ele fez um apelo aos países para que uma nova estratégia mundial seja criada para evitar uma crise de abastecimento. Mesmo antes da crise, 852 milhões de pessoas sofriam com a falta de alimentos.

O relator aponta ainda que apenas incrementar a produção não resolverá a crise. Hoje, 2 bilhões de pessoas vivem com deficiências de micronutrientes e uma nova estrutura de distribuição e acesso aos alimentos precisará ser criada. "Produzir alimentos não vai aliviar a fome dos mais pobres. Precisamos produzir alimentos mas também aumentar a renda daqueles que a produzem", afirma o documento.

Soluções

A especulação no setor de commodities, segundo a ONU, seria um dos pontos que precisaria ser atacado com urgência. Entre as soluções, a entidade sugere a criação de uma reserva internacional para ajudar países que sejam afetados pela especulação nos alimentos.

Outra opção poderia ser a criação de um seguro que compense a alta nos preços de alimentos. Um acordo na Rodada Doha de comércio multilateral também seria uma solução.

Porém, a ONU alerta que não será qualquer acordo que ajudará a combater a fome. "Ainda é incerto se as negociações lançadas em Doha vão dar uma resposta satisfatória", afirmou. Um dos temores é de que uma liberalização apenas abra mercado aos grandes produtores, afetando os pequenos agricultores em países emergentes.

Etanol

Para tentar dar um ponto final à polêmica do etanol e seu impacto nos preços de alimentos, a ONU propõe a criação de uma série de critérios para que os biocombustíveis sejam produzidos, uma entidade para monitorar a questão e a revisão dos subsídios que existem para o setor nos países ricos.

A ONU não nega que o avanço do etanol contribuiu para o aumento dos preços das commodities, "ameaçando o direito à alimentação". Segundo o relator, um aumento de um ponto percentual no preço de alimentos gera um aumento de 16 milhões de pessoas que sofrem de má nutrição. "A produção atual de etanol não é sustentável", alertou.

Schutter, porém, poupou o etanol brasileiro de críticas e garantiu que a alta de preços dos alimentos no mundo não foi gerada pelo País. Mas, ele confirma que o biocombustível em outros mercados teve um impacto direto nos preços dos alimentos

Para ele, não se pode avaliar da mesma maneira o etanol produzido a partir do milho ou da cana de açúcar, pois cada um teria um efeito diferente para o meio ambiente e para a criação de empregos. No caso do Brasil, um milhão de pessoas estariam empregadas no setor. Mas a ONU alerta que a mesma situação pode não ocorrer em outros países. "A produção de etanol do Brasil a partir da cana não contribuiu para a recente alta nos preços das commodities", afirmou. O motivo é que a produção de cana no País aumentou de forma significativa e as exportações de açúcar triplicaram desde 2000. O Brasil ainda passou a dominar 40% do mercado mundial de açúcar, contra um peso de apenas 20% no ano 2000.

A proposta do relator da ONU é a de que a comunidade internacional chegue a um consenso sobre quais devem ser as regras para a produção do etanol e estabelecimento de políticas públicas. Os critérios proposto por ele devem incluir não apenas questões de preços de alimentos, mas aspectos relacionados ao meio ambiente e condições de trabalho. "Se o modelo de produção do etanol continuar, violações aos direitos à alimentação se proliferarão", disse.

Sua proposta é de que cada novo investimento passe por uma avaliação sobre o impacto ambiental que terá, sobre o efeito na concentração de terras, as condições de trabalho e o preço dos alimentos na região.

Outra proposta é a de dar um fim a todos os esquemas de subsídios e incentivos fiscais nos países ricos para a produção de etanol, o que estaria gerando uma distorção nos mercados e um comércio artificial.
Fonte: Jamil Chade, Agência Estado

Frente Parlamentar Agropecuária quer incluir governadores para tratorar legislação ambiental 10.09.08

10.09.08

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) vai buscar o apoio dos governadores para discutir com o governo federal alterações na legislação ambiental. O vice-presidente da FPA, senador Gilberto Goellner (DEM), defendeu nesta terça-feira, em Brasília, durante encontro com assessores jurídicos de diversas entidades, uma maior participação dos governadores como forma de mobilizar suas bancadas no Congresso e nos Estados.

"Para adaptar a legislação ambiental à realidade do setor produtivo, precisamos que os Estados participem ativamente e demonstrem as dificuldades que os produtores estão enfrentando para cumprir o decreto nº 6514. Sem a representação do Estado, não há como avançar neste debate", argumenta Goellner. O senador espera ouvir as secretarias estaduais do Meio Ambiente e colher dos técnicos subsídios para mudar a legislação.

Segundo Goellner, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, já manifestou publicamente que estaria disposto a mudar o decreto em relação às áreas consolidadas. Ele adiantou que o ministro vai apresentar à Casa Civil e ao Ministério da Agricultura, quarta-feira, uma análise interna sobre as sugestões apresentadas pela FPA e entidades para alterar o decreto 6514.

Participaram do encontro representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (ABRAF), da Associação Brasileira de Agribusiness (ABAG), da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (ABRAPA), da União da Indústria de Cana de Açúcar (ÚNICA), da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) e da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP).

Fonte: Agronotícias

Brasil lidera a produção certificada de grãos não-transgênicos 10.09.08

10.09.08

Os maiores produtores e fornecedores de grãos não-geneticamente modificados decidiram somar forças para fomentar o plantio, o desenvolvimento e o aprimoramento da produção no Brasil e reforçar sua posição no mercado internacional.

Para tanto, este grupo constituído por cinco processadores, produtores e pesquisadores, decidiu investir na criação da Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não-Geneticamente Modificados (ABRANGE).

"Com a constituição da entidade, o Brasil firma-se como o maior produtor certificado de grãos e derivados não geneticamente modificados", diz o presidente da nova associação, César Borges de Sousa.

Como estratégia de ação, a entidade pretende promover iniciativas focadas no aumento do consumo e na melhoria da qualidade dos produtos não-transgênicos; destacar seus atributos sustentáveis do ponto de vista produtivo, ambiental e social e informar o mercado consumidor da regularidade e consistência da oferta de soja e derivados não-geneticamente modificados no Brasil.

"Além destas ações, a Abrange está articulando a criação de um banco de dados de referência para atender demandas de clientes nacionais e internacionais, além de investir na certificação dos diversos elos da cadeia produtiva", informa o secretário-executivo da entidade, Ricardo Tatesuzi de Sousa.

O espaço para os produtos não-geneticamente modificados brasileiros nos mercado interno e externo é enorme. Somente a produção brasileira de soja não-transgênica de associados da Abrange já soma mais de seis milhões de toneladas. Só como medida de comparação, o volume das exportações brasileiras do grão previstas para este ano é calculado em torno de 25,7 milhões de toneladas.

Os principais estados produtores de soja não transgênica são Mato Grosso, Goiás, Paraná, Tocantins e Bahia. Os fundadores da Abrange são as seguintes empresas: Grupo André Maggi, Brejeiro, Caramuru Alimentos, Imcopa e Vanguarda.
Fonte: Assessoria de imprensa da Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não-Geneticamente Modificados (ABRANGE).

Estados Unidos voltam a importar carne bovina processada do Brasil 10.09.08

10.09.08

O Brasil restabeleceu as exportações de carne bovina industrializada para os Estados Unidos. A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SDA/Mapa) recebeu, ontem (09), comunicado oficial do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar (FSIS), do Departamento de Agricultura Norte-Americano (USDA), que autoriza a retomada imediata da emissão do Certificado Sanitário Internacional para a carne bovina processada. A partir de hoje, os EUA voltam a comprar carne de 21 frigoríficos habilitados para aquele mercado e que constam na lista do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa/SDA).

O secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz, enfatiza que liberação do comércio com os Estados Unidos aconteceu dentro da agenda acordada com o serviço veterinário norte-americano. "A retomada da certificação das exportações de carne processada para os EUA está dentro do cronograma previsto na reunião com autoridades norte-americanas, realizada em Washington, no mês passado. Havíamos estimado a volta das exportações para o início de setembro, o que acabou de se confirmar”, destaca.

Nas duas últimas semanas, o Mapa realizou auditoria do sistema de inspeção nos frigoríficos autorizados a exportar carne processada aos EUA, em conjunto com os técnicos do USDA. Durante reunião de avaliação com os auditores, na última sexta-feira (5), os norte-americanos concluíram que houve mudança significativa nos procedimentos de inspeção, que garantem mais eficiência ao sistema de inspeção brasileiro.
Fonte: Assessoria de Imprensa do Mapa

Produtores querem cortar as TI do Xingú e do Araguaia para escoar safras 10.09.08

10.09.08

O Departamento de Engenharia e Construção do Exército Brasileiro (DEC) contratou a Fundação Ricardo Franco para elaboração de Estudos de Ensino e Pesquisa, para a confecção de projetos para a BR-242, entre a cidade de Sorriso e a BR-158. O contrato é de R$ 8.7 milhões. Só Notícias apurou junto ao gabinete do general Ítalo Fortes Avena, chefe do DEC, em Brasília, que os estudos visam a elaboração do projeto executivo da BR, o estudo de viabilidade técnica e econômica de possíveis alternativas de traçado, que serão levantadas. O atual Plano Nacional de Viação (PNV) indica que pelo traçado atual a distância entre os dois pontos é de 465 quilômetros. De acordo com o DEC, o projeto poderá propor alteração de traçado, porém, somente após a conclusão dos estudos técnicos.

Se houver viabilidade técnica e econômica, o DEC apresenta ao Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT), que decide por mudança de traçado, ou se permanece o atual. O cronograma do plano de trabalho apresentado ao DNIT estende-se até novembro de 2009, com previsão de apresentação do projeto, em lotes, durante este período. Se aprovado, o DNIT definirá quem executará a obra, podendo, inclusive, alguns dos lotes serem executados pelo 9° BEC, sediado em Mato Grosso. O prazo de execução da obra será definido no cronograma do projeto, de acordo com o volume de serviços necessários e após avaliação das soluções técnicas propostas.

A rodovia é considerada um importante corredor multimodal e estrutural, que cortará Mato Grosso de Leste a Oeste e está inclusa na lista de obras do Plano de Aceleração do Crecimento (PAC), possibilitando, após ligar os dois extremos do Estado, outras vias de escoamento da produção matogrossense, barateando o frete.

Cortando a TI do Xingú e a TI do Araguaia

Um dos problemas que deverá ser resolvido pelos estudos, será a construção dentro da Parque Indígena do Xingú, área de difícil acesso, com muitos rios e floresta nativa.

No sentido Centro-Leste, pelo traçado atual, a BR sai de Sorriso, passa dentro do município de Nova Ubiratã e segue rumo à MT-130, passando pelas localidades denominadas Vale do Xingú, Agrovensa, Iberé e Jatobá, próximo ao rio Ronuro. Desse ponto em diante não há mais rodovia, e no atual mapa do DNIT, a 242 está planejada cortando o Xingú, chegando à BR-158 (ponto final do estudo) no município de Cascalheira, passando pelas MT’s-110 e 109.

Para se tornar uma opção para escoar grãos rumo à ferrovia Norte-Sul (que está em construção), de Cascalheira em diante segue sentido Norte em um percurso de 155 km (na BR 158) até o entrocamento com a MT-424, virando à direita percorrendo mais 119 km na BR-242 até São Féliz do Araguaia, na divisa com o Estado do Tocantins.

Dentro de Tocantins, está projetada cortando o Parque Indígena do Araguaia até o município de Formoso do Araguaia, a partir de onde a BR-242 está pavimentada. De Formoso segue a Gurupi, chegando até a Vila Quixaba em um percurso de aproximadamente 140 quilômetros, onde está sendo construída a Norte-Sul, que oportunará acesso aos portos de Belém (PA) e de Itaqui, em São Luis (MA)

Outro caminho de exportação idealizado pelos agricultores matogrossenses será com a abertura da BR-242 rumo ao Estado de Rondônia, em projeto a longo prazo. Nesse projeto, sairia de Sorriso até Brasnorte, seguindo mais 350 km até chegar Vilhena e depois em Porto Velho (RO), passando por Rio Branco e Tarauaca (AC), cruzar o país vizinho Perú e chegar ao porto de Lima, no Oceano Pacífico. Estudos preliminares apontam economia de 1,2 mil quilômetros e que, para os produtores de Mato Grosso o frete ficará 50% mais barato do que usar os portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).
Fonte: Só Notícias

Dia 30 termina prazo para renegociar dívida rural 10.09.08

10.09.08

Agricultores familiares que quiserem renegociar suas dívidas com base nas regras estabelecidas na Medida Provisória (MP) 432, já aprovada no Congresso Nacional, devem formalizar o pedido até o dia 30 de setembro. O agricultor deve solicitar ao banco um documento que comprove adesão dentro do prazo previsto, informou hoje o Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Em nota, o ministério informa que os agricultores familiares que aderirem à renegociação de dívidas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) poderão contratar novo financiamento de investimento sem ter que liquidar integralmente a operação. A medida publicada em resolução do Banco Central vale para financiamentos de atividades de obras de irrigação, drenagem, proteção e recuperação de solo ou de áreas degradadas, fruticultura, florestamento e reflorestamento.

O coordenador de crédito da Secretaria de Agricultura Familiar do ministério, Mauri Andrade, ressalta que, com a resolução do Banco Central, caberá aos bancos avaliar a concessão de novo crédito de investimento. Isso será feito de acordo com a viabilidade do projeto técnico apresentado e a capacidade de pagamento da família.

A Medida Provisória 432, que trata da renegociação de dívidas rurais, foi aprovada pelo Senado Federal no dia 27 de agosto e, agora, vai à sanção da Presidência da República. A Secretaria de Agricultura Familiar colocou à disposição dos agricultores familiares uma cartilha com orientações sobre os procedimentos para a renegociação de dívidas.

As informações valem para os seguintes tipos de dívidas rurais: Procera, Pronaf, Dívida Ativa da União, Crédito Fundiário, Programa de Aquisição de Alimentos e programas dos Fundos Constitucionais voltados para mini, pequenos e médios produtores, inclusive alguns grupos já tratados na Lei 11.322, de 2006.
Fonte: Fabíola Salvador, Agência Estado

Missão da ONU vem avaliar situação do trabalho escravo no Brasil 09.09.08

09.09.08

"Não há país imune a essa proliferação, especialmente no caso de crianças", afirma a Relatora da ONU

Genebra - A Organização das Nações Unidas (ONU) enviará uma missão ao Brasil para avaliar a situação do trabalho escravo no País. A relatora especial das Nações Unidas que lida com as formas contemporâneas de escravidão, Gulnara Shahanian, já indicou ao Itamaraty que pretende realizar a missão até o início do próximo ano. Em seu relatório, que será apresentado amanhã em Genebra, Gulnara alerta que 27 milhões de pessoas no mundo são vítimas de trabalho escravo. "Não há país imune a essa proliferação, especialmente no caso de crianças", afirmou.

Segundo ela, muitas são impedidas de ter seu direito básico de nascer livre e ser protegida da escravidão. "Tempos e realidades podem ter mudado, mas a essência da escravidão persiste ", disse a relatora em seu documento. A tentativa do Brasil de lidar com a situação vem sendo indicada pela ONU como um exemplo, principalmente diante das iniciativas tomadas por governos estadual e federal. Mas a ONU alerta que o problema da escravidão no Brasil ainda existe e é grave.

A relatora da ONU ainda aponta que 80% dos escravos trabalham hoje para agentes privados. Mas alerta que 20% deles estão trabalhando para governos e militares e 11% ainda atuaria no setor da prostituição. Entre as crianças, 69% das que trabalham de forma forçada estão na agricultura.

Há dois meses, o governo americano também enviou um representante da Casa Branca exatamente para debater a situação do uso de trabalho escravo no Brasil. Já na Europa, a campanha contra o etanol usa as condições de trabalho na colheita da cana-de-açúcar como forma de atacar o biocombustível.
Fonte: Jamil Chade, Agência Estado

Veja também
Há urgência na Regulação Internacional de Critérios de Produção e Compra do Agronegócio

Alta dos fertilizantes não deve comprometer plantio, avalia Conab 09.09.08

09.09.08

A elevação dos preços dos fertilizantes não deve comprometer o plantio da safra 2008/09, que começa a ser cultivada em meados deste mês.

A avaliação é do diretor de Logística e Gestão Empresarial, Silvio Porto, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Segundo ele, mesmo a elevação dos preços dos fertilizantes não impediu o aquecimento das vendas do produto. "Não houve retração do consumo", disse ele, ao participar de entrevista coletiva para divulgação da última previsão da Conab para a safra 2007/08 de grãos.

A primeira previsão da Conab para a safra que será plantada em meados deste mês (2008/09) será divulgada no mês que vem. O cenário da próxima safra só poderá ser conhecido, contudo, em novembro, disse Porto. Até agora as condições climáticas indicam cenário normal para o plantio. Segundo ele, a umidade do solo é excelente e as chuvas devem ser regularizadas.

Na avaliação do diretor, a produção de soja na safra 2008/09 pode crescer 4% em relação à colheita de 60,05 milhões de t na safra 2007/08. Conforme Porto, o preço da soja no mercado internacional e a liquidez do mercado do complexo soja vão determinar esse crescimento. "O Brasil está se afirmando como grande produtor e exportador de soja", disse. De acordo com avaliação do diretor da Conab, a expansão da produção deve ocorrer principalmente no Centro-Oeste do País e no Paraná.

Em relação ao feijão, a expectativa do diretor é de colheita de até 1,50 milhão de toneladas na primeira safra, o que representa crescimento em relação à produção de 1,15 milhão de toneladas na primeira safra de 2007/08. Os números divulgados hoje pela Conab confirmam a colheita de 828 mil toneladas de feijão na terceira safra do ano, o que representa o maior volume da história do País.

A produção total de feijão em 2008 é de 3,51 milhões de toneladas, oferta que atende a necessidade do País, que é de 3,4 milhões de toneladas. Porto voltou a afirmar que a relação entre oferta e demanda mostra que não há "justificativa" para a manutenção dos preços do feijão em níveis elevados. A saca de 60 quilos de feijão está sendo negociada a R$ 150 ao nível do produtor e a R$ 180 no atacado.

Arroz

A expectativa do governo é de manutenção na produção de arroz, que na safra 2007/08 foi de 12,108 milhões de toneladas. Segundo Porto, apesar do reajuste no preço mínimo de garantia, o arroz é menos atrativo quando comparado à soja, que tem rentabilidade maior. Ele disse que esse quadro impede a concretização das apostas do governo de incrementar a produção do cereal nas chamadas terras altas do Centro-Oeste do País.

Porto lembrou que 70% da produção brasileira está concentrada no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, o que é ruim. "Se houver um problema climático, o Brasil fica numa situação de fragilidade muito grande", observou ele.

Milho

Em relação ao milho, Porto comentou que a Conab não tem sinalização de produção para a primeira safra de 2008/09. Informou, no entanto, que o abastecimento interno e a exportação são dependentes da colheita da safrinha. A produção de milho na segunda safra será de 18,66 milhões de toneladas em 2007/08.

Ao divulgar os números, o presidente da Conab, Wagner Rossi, disse que o governo está atento às oscilações de preço do cereal no mercado interno e que adotará medidas para impedir prejuízos pra os produtores. Segundo ele, os preços do cereal estão caindo porque há uma "importação" do movimento de queda no mercado externo.
Fonte: Agência Estado

Vale vai retornar ao setor de fertilizantes 09.09.08

09.09.08

A Companhia Vale do Rio Doce (Vale), que foi associada à Fosfertil, vai voltar ao setor de fertilizantes.

No Brasil, a empresa planeja produzir o insumo agrícola a partir do ácido sulfúrico proveniente do processamento do cobre e da importação de fosfato do Peru, onde inaugurou sexta-feira um dos maiores projetos na América Latina. As áreas de exploração de gás natural em parceria com a Shell também vão ajudar no projeto, se tudo der certo. Com os novos investimento em fosfato, planeja abastecer toda América do Sul.

A forte demanda por fertilizantes com a crise dos alimentos fez disparar os preços dos produtos, dos insumos e do apetite da Vale pela produção. "A gente abriu uma série de frentes para produzir minerais que dão bom retorno. Produtos minerais ligados à produção de fertilizantes passaram a ser foco da Vale", disse o diretor-executivo da companhia, Tito Martins. A empresa também busca componentes de fertilizantes no Chile, em Angola, Moçambique e Egito. E já possui três projetos de potássio: Taquari-Vassouras e Carnalita, no Sergipe, e Neuquén, na Argentina.

Mesmo sem querer, a Vale esteve no setor de fertilizantes por alguns anos, na Fosfertil. Mas, segundo Martins, não foi uma estratégia mas sim um acidente provocado por negociações em participações societárias. "Isso não conta; agora sim estamos numa nova era", acrescentou.

A verticalização das atividades da Vale começará no Peru. A mineradora prometeu construir entre 2012 e 2013 uma usina de fertilizantes na província de Sechura, localizada no departamento de Piura. A planta aproveitará as reservas da ordem de 232 milhões de metros cúbicos de rochas fosfóricas. A região abriga ainda a produção de outros dois insumos necessários à produção de fertilizantes: gás natural e acido sulfúrico, este último componente fabricado pela também brasileira Votorantim.

"Em pouco anos nos tornaremos auto-suficientes em fertilizantes", afirmou o presidente do Peru, Alan Garcia, presente na solenidade de inauguração.

As obras para a exploração de rochas fosfáticas de Bayóvar, em pleno deserto de Sechura, começam nesta semana com investimentos de US$ 479 milhões. Serão construídos um porto e uma usina. O porto terá capacidade de embarque de 7,9 milhões de toneladas de rochas fosfáticas.
Fonte: Gazeta Mercantil

Retomada da Rodada Doha volta a ser discutida hoje 09.09.08

09.09.08

Genebra - Os sete principais atores das negociações comerciais vão voltar a se reunir a partir de hoje (09), em Genebra, para tentar retomar a Rodada Doha de comércio multilateral, da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O Brasil, juntamente com a Austrália, poderá apresentar uma nova proposta para tentar solucionar pelo menos um dos impasses envolvendo as barreiras dos países emergentes aos produtos agrícolas. Na sexta-feira passada (dia 5), o ministro das Relações Exteriores, o chanceler Celso Amorim, falou pelo telefone com o ministro indiano de Comércio, Kamal Nath, e pediu que Nova Délhi desse demonstrações de flexibilidade. Mas, com as eleições nos Estados Unidos em novembro, mudanças na Comissão Européia, braço executivo da União Européia (UE), e uma posição intransigente da Índia, poucos acreditam que a reunião gere um avanço real.

O encontro do G7 - grupo composto por Europa, Japão, Austrália, China, Brasil, Índia e Estados Unidos - é o primeiro desde que a mais recente etapa do processo fracassou, em julho. Hoje, apenas reuniões bilaterais devem ocorrer e , na quarta-feira (dia 10), todos os membros do G7 se encontrarão pela primeira vez.

Desta vez, porém, a reunião não ocorrerá na sede da OMC, mas longe das câmeras e envolverá apenas os principais negociadores de cada país, sem a presença de ministros. O Brasil será representado pelo embaixador Roberto Azevedo. O governo americano é que hospedará os demais países em sua missão em Genebra e a imprensa será mantida à distância.

O objetivo será o de tratar do impasse que acabou gerando o fracasso em julho. O principal problema acabou sendo a insistência dos países emergentes importadores de alimentos de poder impor barreiras todas as vezes que julgarem que a entrada de produtos agrícolas está sendo excessiva e com o potencial de afetar diretamente os produtores locais. Os americanos rejeitaram a posição adotada pela Índia e se recusaram a rever o acordo que já tinha sido acatado por praticamente todos os demais países.

O encontro de hoje foi costurado pelo diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, que aponta que apenas ao tratar do comércio de produtos agrícolas para os países emergentes é que o processo será destravado. Diplomatas alertam que a lista de problemas a serem resolvidos ainda é grande, mesmo que esse tema seja solucionado. Um dos principais obstáculos será a resistência dos Estados Unidos em aceitar reduzir os subsídios ao algodão, uma exigência dos países africanos e do Brasil.

Para diplomatas, os problemas na OMC também revelam que os países ricos ainda não se habituaram a compartilhar o cenário internacional com as economias emergentes. Para a comissária de Agricultura da UE, Marian Ficher Boel, o Brasil será um "fator decisivo" na agricultura nas próximas décadas. "O mapa econômico do mundo evolui e precisamos também atualizar nosso mapa de regras comerciais", afirmou a européia.
Fonte: Jamil Chade, Agência Estado

Brasil conclui maior colheita de grãos da história 09.09.08

09.09.08

O Brasil nunca produziu tantos alimentos como na safra atual de grãos (2007/08), que acaba de ser concluída pela Conab. Os números do 12º levantamento, apresentados ontem (8) pelo presidente da estatal, Wagner Rossi, confirmam uma colheita de 143,87 milhões de toneladas, ou 9,2% maior que a do ciclo anterior. Este resultado, inclusive, poderá ainda ser alterado, com a colheita do milho safrinha do Nordeste, que será finalizada neste mês.

Esta cultura é o grande destaque do período. Com duas colheitas no ano, o milho cultura participou com 58,59 milhões de t, ou 14% (7,21 milhões t) a mais que na safra passada. Já a soja cresceu 2,8%, o equivalente a 1,66 milhões de t. Outro grão em evidência foi o trigo, com 2,23 milhões t (safra 2006/07) para 3,82 milhões de t (safra 2007/08), diferença de 71,2% para cima. Apesar do aumento, esta quantidade ainda não é suficiente para abastecer o mercado interno, o que leva o Brasil a importar parte do produto da Argentina.

Por outro lado, as exportações dos outros grãos cresceram. Até o final do ano serão embarcadas 52,17 milhões t de milho, soja, feijão e algodão. De janeiro a julho, a saída desses produtos e seus derivados já renderam ao país US$ 13,29 bilhões. A balança comercial do agronegócio, nesse mesmo período, contabilizou US$ 40,11 bilhões em exportações. De acordo com Rossi, este panorama consolida o agronegócio como um dos principais protagonistas da economia brasileira. “Esses avanços são fruto da capacidade empreendedora do produtor brasileiro e da política de apoio consistente do governo à agricultura”, explica.

A lista dos maiores estados produtores de grãos é encabeçada pelo Paraná (21,1%), seguida pelo Mato Grosso (19,7%), Rio Grande do Sul (15,6%) e Goiás (9,1%).

No que se refere à área semeada, o país saiu de 46,21 milhões para 47,36 milhões de hectares. A região Centro-Sul responde por 79% do total. O milho e a soja são também as culturas que mais se beneficiaram com a ampliação das terras cultivadas, com 14,71 e 21,33 milhões de hectares, respectivamente.

Estoques

A Conab divulgou, ainda, a quantidade de alimentos que o governo e o setor privado mantêm armazenada para a entressafra. Os estoques de passagem são de 10,63 milhões de t de milho, 1,03 milhão de t de arroz, 3,03 milhões de t de soja, 535,5 mil t de feijão e 2,28 milhões de toneladas de farelo de soja.

A pesquisa foi realizada por cerca de 80 técnicos, entre os dias 18 e 22 de agosto. Eles consultaram agricultores, cooperativas, sindicatos, órgãos públicos e privados dos principais estados produtores.
Fonte: Conab

Milho e trigo são os mais produtivos da safra de grãos 2007/2008 09.09.08

09.09.08

Milho e trigo foram os destaques de produtividade da safra de grãos 2007/2008, conforme levantamento divulgado ontem (08) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Com uma produção de 58,58 milhões de toneladas, o milho quase atingiu os valores da soja – que é o grão mais produtivo e fechou o ano com 60,05 milhões de toneladas. Os números referentes ao milho ainda podem subir ainda mais com a colheita da safrinha no Nordeste, que será finalizada este mês.

Já o trigo, apesar de ainda estar longe de ter produtividade suficiente para atender à demanda interna – que seria em torno de 10,5 milhões de toneladas – apresentou crescimento 71,2% em relação à safra passada, com 3,82 milhões de toneladas.

“Há alguns anos, o Brasil estimulou a colheita de trigo, o produtor compareceu, produziu, e depois não teve como concorrer com os preços aviltados da Argentina e do Canadá”, disse o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Wagner Rossi, para explicar o porquê da oferta não ser suficiente.

“Esse resultado apresentado agora, mostra que o governo brasileiro voltou a estimular esse cultivo, garantindo que o produtor não vai perder dinheiro com o trigo”, completou Rossi.

Outro dado que mereceu destaque no balanço da safra de grãos - que foi a maior da história com 143,87 milhões de toneladas - está relacionado à produção de arroz. O ministério havia estimado crescimento na área plantada no Centro-Oeste, para balancear geograficamente a produção, que, atualmente, está concentrada 70% na Região Sul.

Mas, apesar de a safra 2007/2008 de arroz ter aumentado 7%, com 12,11 milhões de toneladas, a queda no preço fez com que a concorrência com a soja fosse desvantajosa para os produtores.

“Essa dependência de todo o país com o Rio Grande do Sul [que respondeu sozinho por 7,36 milhões de toneladas], para um cenário futuro, pode ser preocupante, principalmente pelo fato de o arroz ser um componente tão relevante na mesa do brasileiro”, alertou o diretor de Logística e Gestão da Conab, Sílvio Porto.

Segundo ele, o problema está na localização geográfica do principal estado produtor de arroz, que faz com que ele esteja distante do resto do país e o transporte seja feito, principalmente, por via rodoviária.

Mesmo com o aumento na produção, Porto anunciou que o governo deve por à venda, até o fim do ano, 100 mil toneladas do estoque público de arroz por mês. O objetivo é baixar o preço ao consumidor.
Fonte: Mariana Jungmann, repórter da Agência Brasil

África transforma-se em um cenário de disputa pelos biocombustíveis 08.09.08

08.09.08

Por Horand Knaup

As companhias ocidentais estão procurando adquirir grandes áreas de terras africanas para o atendimento da necessidade mundial de biocombustíveis. Chovem promessas sobre os agricultores e os governos locais . Mas será que este fenômeno é simplesmente uma outra forma de colonialismo econômico?

Tudo acabará bem. Correção: tudo ficará melhor. Haverá novas estradas, uma nova escola, uma farmácia e até mesmo um fornecimento apropriado de água. E, acima de tudo, haverá empregos - no mínimo 5.000. "Se tivermos empregos, o projeto é bom", afirma Juma Njagu, 26, que espera ser capaz de em breve deixar para trás a sua vida difícil de agricultor e carvoeiro.

Njagu mora em Mtamba, uma vila de cerca de 1.100 habitantes no distrito de Kisarawe, em Tanzânia, cerca de 70 quilômetros a sudoeste de Dar es Salaam (ou Dodoma), a capital e a maior cidade do país. Em Mtamba, ligada ao mundo exterior por uma estrada de terra, as pessoas sobrevivem dividindo o trabalho entre a agricultura, a pesca e a produção de carvão vegetal. Não há muitas outras opções em Mtamba.

Isso poderá mudar caso a firma britânica Sun Biofuels implemente os planos para a produção de biodiesel a partir da Jatropha curcas, uma planta energética com alto teor de óleo, que a empresa espera plantar nas terras de Kisarawe.

O governo tanzaniano concedeu à firma britânica o direito ao uso de 9.000 hectares de terras pouco habitadas, uma área equivalente a 12 mil campos de futebol, por um período de 99 anos - sem custos. Em troca, a companhia investirá cerca de US$ 20 milhões na construção de estradas e escolas, trazendo um pouco de prosperidade para a região.

A Sun Biofuels não está sozinha. Na verdade, meia dúzia de companhias da Holanda, Estados Unidos, Suécia, Japão, Canadá e Alemanha já enviaram à Tanzânia técnicos encarregados de avaliar o potencial de produção. A Prokon, uma companhia alemã conhecida principalmente pelas suas turbinas eólicas, já deu início ao plantio em grande escala da Jatropha curcas. Ela espera contar em breve com uma área cultivada de 200 mil hectares na Tanzânia - o que equivale aproximadamente à área de Luxemburgo.

Uma mentalidade de corrida ao ouro instalou-se não só no leste da África, mas por todo o continente. Em Gana, a companhia norueguesa Biofuel Africa assegurou direitos de cultivo em 38 mil hectares, e a Sun Biofuels também está fazendo negócios na Etiópia e em Moçambique.

A companhia britânica Kavango BioEnergy pretende investir milhões de euros no norte da Namíbia. Empresas ocidentais estão voltando-se para Maláui e Zâmbia, onde pretendem produzir biodiesel e etanol a partir da Jatropha curcas, do óleo de palmeira e da cana-de-açúcar. Os investidores estrangeiros estão de olho em 11 milhões de hectares em Moçambique - o que representa mais de um sétimo do território total do país - para o cultivo de plantas que são matérias-primas para a produção de combustíveis. E o governo da Etiópia chegou a disponibilizar 24 milhões de hectares para os estrangeiros interessados em produzir biocombustíveis.

As conseqüências desse boom são drásticas. Os especialistas dizem que a pressão mundial para o cultivo de plantas usadas para a produção de combustíveis é um dos principais fatores responsáveis pela alta explosiva dos preços dos alimentos. Segundo um estudo do Banco Mundial, até 75% do aumento dos preços dos alimentos pode ser atribuído à esta mudança do tipo de lavouras cultivadas. Muitos produtores agrícolas nos países industrializados estão mais do que felizes em aceitar subsídios para o milho ou a canola, mas isto implica na redução do cultivo de trigo, batata e legumes.

Na África as plantas oleaginosas não estão competindo com terras cultivadas de forma intensiva. Pelo menos até agora. Os investidores argumentam que as terras que estão usando são subutilizadas e pouco cultivadas. Mas a alta dos preços dos alimentos e o crescimento populacional também intensificarão a pressão no hemisfério sul para a conversão de terras não utilizadas em áreas agrícolas.

Para os investidores, o cultivo na África de plantas usadas para a produção de combustíveis é altamente rentável. O petróleo ficará escasso em um futuro já visível, de forma que os biocombustíveis de fácil produção surgiram no momento exato. Com uma produção anual estimada em 2.500 litros por hectare, a Sun Biofuels chegou na Tanzânia para ficar. A produção de biocombustíveis torna-se lucrativa assim que o preço do barril de petróleo supere os US$ 100 no mercado internacional. Atualmente um barril está cotado em pouco mais de US$ 100.

A África proporciona aos produtores de óleos vegetais combustíveis condições praticamente ideais para os objetivos deles: áreas subutilizadas em vários locais, terrenos baratos, posse muitas vezes indefinida das terras e, o mais importante, regimes que podem ser influenciados.

Segundo o ministro etíope das Minas e Energias, em Addis Ababa, a capital da Etiópia, as terras do país não são utilizáveis. "São terras marginais", dizem funcionários do Ministério da Energia e dos Recursos Minerais em Dar es Salaam. "O projeto inteiro é positivo", afirma o administrador distrital de Kisarawe, que é o responsável pelo projeto da Sun Biofuels. "Nós convencemos as pessoas". No seu escritório rudimentar, que não conta nem com um computador nem com uma fotocopiadora, ele folheia os documentos relativos ao projeto.

Em nenhum desses locais há a necessidade de levar em conta as necessidades dos moradores . Em Gana, a BioFuel Africa obteve os direitos de desmatamento e uso da terra de um chefe de aldeia que não sabe ler nem escrever. O homem deu o seu consentimento colocando a sua impressão digital em um documento. O jornal semanal "Public Agenda" lembrou os "dias negros do colonialismo". A agência de proteção ambiental de Gana acabou contendo as derrubadas, mas isso só depois que 2.600 hectares de florestas foram cortados.

Na Tanzânia, embora haja esperanças, há também muitos motivos para ceticismo quanto às promessas de que tudo melhorará. Em abril de 2006, a Sun Biofuel alegou ter recebido das autoridades aprovação formal para cultivo de dez das 11 vilas afetadas. No entanto, até aquele momento várias comunidades sequer tinham conhecimento do projeto, e outras apresentaram condições para a aprovação. O chefe de uma vila reclamou, por escrito, ao governo distrital de que a Sun Biofuels havia desmatado e demarcado terras sem sequer avisar os velhos chefes locais.

Em Dar es Salaam, Peter Auge, gerente-geral da Sun Biofuels na Tanzânia, está sentado no seu escritório. Ele é um sul-africano informal e sincero. "É verdade que somos um pouco reservados em relação à nossa política de informação", diz ele. "Ainda há muitos fatores desconhecidos. Eu não quero ler em um jornal que o projeto está atrasado dois anos".

Auge promete investimentos sociais, embora estes não façam parte, neste momento, dos acordos. Mesmo quando se trata das indenizações ao povo que vive nas terras - que o governo insiste que sejam pagas -, os investidores estão fazendo um negócio excelente. Eles ofereceram o equivalente a cerca de 450 mil euros, um preço ridículo, pelos 9.000 hectares que poderão usar por quase um século.

Cerca de 70 quilômetros ao sul, no Rio Rufiji, milhares de moradores estão sendo obrigados a se mudar a fim de abrir espaço para o projeto da companhia sueca Sekab de plantio de cana-de-açúcar, uma cultura que exige muita água, em pelo menos 9.000 hectares, e de transformação da cana em etanol. Cinco mil hectares já foram aprovados.

O rio e as terras pantanosas nos seus bancos são a única fonte de água para milhares de pessoas, especialmente durante a estação seca. A Sekab pretende também explorar esta reserva para irrigar as suas plantações. Transparência? Não existe. Indenização? Nenhuma. Informação? Uma mercadoria escassa. Quando os moradores que participaram de um evento informativo vinculado ao projeto perguntaram pelas indenizações, receberam uma resposta curta: "Vocês receberão aquilo a que têm direito".

A máquina de relações públicas está bastante ativa, até mesmo em países pobres como a Tanzânia. Naturalmente, a sul-africana Josephine Brennan, diretora de relações públicas da Sekab em Dar es Salaam, só vê coisas boas no futuro da Tanzânia. O cultivo das lavouras para a produção de biocombustíveis possibilitará ao país construir novas escolas e estradas, o que traduzir-se-á em melhores oportunidades para os tanzanianos, diz Brennan. Segundo Brennan, os pequenos agricultores conseguirão ganhar mais dinheiro no futuro cultivando plantas usadas na produção de biocombustíveis, e até três milhões de pessoas, apenas na Tanzânia, sairão do estado de pobreza. Segundo Brennan com os seus dois milhões de hectares de terras potencialmente cultiváveis, a Tanzânia "tem tanto potencial de crescimento quanto a Irlanda, o Tigre Celta".

Mas as previsões róseas de Brennan não refletem as opiniões no leste da África. Um estudo sobre as usinas de combustíveis na Tanzânia, conduzido pela Agência Alemã para Cooperação Técnica, lista uma série de efeitos colaterais negativos. Além do mais, esta não é a primeira vez que um investidor branco promete prosperidade à Tanzânia.

Com promessa tentadoras semelhantes, os pequenos agricultores foram convencidos a deixar suas terras há várias décadas para abrir espaço às plantações de café. Na década de 1990, companhias mineradoras estrangeiras chegaram à Tanzânia para procurar ouro. "Elas nos prometeram empregos, novas estradas, novos poços e escolas", conta o jornalista Joseph Shayo. "E o que aconteceu? Nenhuma escola, nenhum poço e pouquíssimos empregos, que aliás, eram muito mal pagos". Para piorar as coisas, as grandes zonas de mineração foram cercadas, impossibilitando o acesso por parte dos moradores originais.

Em um estudo recém-publicado sobre a "Indústria de Biocombustíveis na Tanzânia", o jornalista Khoti Kamanga, da Universidade de Dar es Salaam, faz uma advertência a respeito dos efeitos colaterais das lavouras para a produção de energia. Segundo Kamanga, a população é geralmente desinformada, e esses projetos de cultivo geralmente são acompanhados da mudança forçada das pessoas. Kamanga diz que é bem provável que a produção de etanol afete também os preços dos alimentos na Tanzânia, fazendo aumentar ainda mais a dependência das importações de comida no país.

Em Dar es Salaam, o governo reconheceu agora que o boom é acompanhado também de alguns problemas. "As usinas de energia não podem ser uma alternativa à produção de alimentos", afirma o presidente Jakaya Kikwete, respondendo ao ressentimento generalizado no país devido aos preços elevados dos alimentos.

Mas as empresas produtoras de biocombustíveis não se deixam impressionar. A Sun Biofuels e a Sekab pretendem, cada uma, expandir o mais rapidamente possível a produção para 50 mil hectares.
Fonte: Der Spiegel, http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/derspiegel/2008/09/06/ult2682u928.jhtm
Tradução: UOL

Feira Nacional da Agricultura Familiar deve movimentar R$ 40 milhões neste ano 08.09.08

08.09.08

Rio de Janeiro - A 5ª Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária será realizada no Rio de Janeiro pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), com a expectativa de movimentar um total de R$ 40 milhões, entre vendas diretas e rodadas de negócios. Esse foi o montante negociado nas quatro edições anteriores da feira, efetuadas em Brasília, das quais participaram 1.800 empreendimentos agroindustriais e artesanais, informou a assessoria de imprensa do MDA. O tema principal da feira é “Prioridade para Alimento Saudável”, visando atender a prioridade do governo para a produção de mais alimentos no país.

O fato de a capital fluminense estar mais próxima dos grandes centros consumidores do país faz com que a previsão de público também se equipare às das quatro edições anteriores juntas, devendo atrair entre 300 mil a 350 mil visitantes.

A 5ª Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária será lançada no próximo dia 10, na Marina da Glória, no Rio, pelo ministro Guilherme Cassel. O evento ocorrerá entre os dias 26 e 30 de novembro, reunindo 480 estandes que representam a produção de dez mil agricultores, assentados da reforma agrária e artesãos de todo o país, divididos por regiões.

Haverá espaços coletivos para exposição de produtos orgânicos e ecológicos e um palco multicultural, para apresentação da diversidade artística do país. A assessoria revelou que os sócios do Brasil no Mercosul também estarão representados na feira em dois estandes, nos quais divulgarão produtos locais.

Simultaneamente à feira, será realizada a 10ª Reunião Especializada sobre Agricultura Familiar no Mercosul (Reaf). O encontro reunirá federações de trabalhadores da agricultura familiar do Brasil, Paraguai, Argentina, Uruguai, além de Bolívia, Chile e Venezuela.

Dentro da linha educativa, estão programadas outras atividades paralelas, entre as quais reuniões de educadores na reforma agrária, oficinas de reciclagem, palestras de empreendedores e debates sobre alimentação saudável. Segundo a assessoria, mais de 500 pessoas que lidam com a agricultura familiar virão para o Rio de Janeiro participar das atividades.

Na parte do artesanato, haverá desfiles do projeto Talentos do Brasil, apoiado pelo MDA em parceria com o Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae). O projeto já está presente em 12 estados e envolve 15 grupos de mulheres artesãs de assentamentos agrícolas. O diferencial dessas cooperativas é promover o desenvolvimento sustentável dos projetos, que usam a criatividade e recursos naturais para fazer moda.
Fonte: Alana Gandra, repórter da Agência Brasil

Ministério Público denuncia líder arrozeiro por seqüestro de padres em Roraima 08.09.08

08.09.08

O prefeito de Pacaraima (RR) e produtor de arroz Paulo César Quartiero foi denunciado esta semana pelos crimes de seqüestro, cárcere privado, roubo e dano qualificados. Ele é acusado de ter ordenado a invasão a uma missão religiosa nas proximidades da Vila Surumu, dentro da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, no dia 06 de janeiro de 2004. Segundo a Procuradoria Regional da República da 1ª Região (PRR-1), Quartiero coordenou a ação que resultou na destruição de bens e no seqüestro de três padres que estavam no local.

Em nota, a Procuradoria relata que os sacerdotes Ronildo Pinto de França, João Carlos Martines e César Alvallaneda permaneceram presos por dois dias sob a vigilância de pessoas ligadas a Quartiero.

De acordo com o Ministério Público (MP), a ação criminosa foi planejada para forçar autoridades a implementar a demarcação em ilhas da Raposa Serra do Sol. Posteriormente, em abril de 2005, o governo homologou a reserva com 1,7 milhão de hectares em área contínua e determinou a saída de todos os não-índios, condicionada ao pagamento de indenizações.

Entretanto, os grandes produtores de arroz se recusaram a deixar suas posses e o caso foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF). Em julgamento iniciado no último dia 27 de agosto, o relator, ministro Carlos Ayres Britto, votou pela manutenção da demarcação em área contínua, mas um pedido de vista do ministro Menezes Direito adiou a decisão.

A denúncia do MP contra Quartiero, relativa ao fatos de 2004, será analisada no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Em caso de recebimento pela Corte e futura condenação, o prefeito de Pacaraima e outros quatro acusados estão sujeitos a pena de até 21 anos de prisão.

Procurado pela Agência Brasil, Quartiero negou a autoria das ações e se disse perseguido pelos procuradores federais.

“Tem duas páginas e meia de processos contra mim no Ministério Público. Eu tento me defender na medida em que posso, mas eles me processam com dinheiro público e eu tenho que gastar do meu bolso para contestar”, afirmou o prefeito. “Se aparece uma mulher gorda em Boa Vista, falam que a culpa é minha”, ironizou.
Fonte: Marco Antônio Soalheiro, repórter da Agência Brasil

Cana atinge 70% da lavoura paulista e governo do Estado barra sua expansão 08.09.08

08.09.08

No dia 18 entram em vigor regras mais rigorosas para a liberação de novas usinas e ampliação das já existentes

Preocupado com o forte avanço da cana-de-açúcar, o governo de São Paulo promete endurecer as regras para instalação de novas usinas ou ampliação das já existentes. Levantamento das Secretarias do Meio Ambiente e da Agricultura, que vai mapear as regiões com restrições à expansão da atividade, deverá ser concluído até o dia 18, quando entram em vigor as novas regras.

De acordo com o secretário do Meio Ambiente, Xico Graziano, os canaviais, que no início da década respondiam por menos de 50% do espaço ocupado por lavouras no território paulista, hoje já se espalham por quase 70% da área plantada - excluindo as pastagens.

Considerando o total de 1,2 milhão de hectares previstos nos 31 empreendimentos aprovados ou em fase de aprovação no governo, a área com cana deve passar dos atuais 4,9 milhões de hectares para 6 milhões de hectares em 2010. O Estado tem 19 milhões de hectares de terras agricultáveis, dos quais 9 milhões são ocupados por pastagens. Também responde por mais de 60% de toda a cana produzida no País e algumas regiões já se encontram "saturadas" por canaviais.

Conforme a unidade de território usada no levantamento do governo paulista, a região onde há maior concentração de cana é a Bacia Hidrográfica do Baixo Pardo/Grande, que inclui os municípios de Barretos, Bebedouro, Orlândia e Terra Roxa, entre outros. Nessa região, os canaviais dominam 59% da área total, que soma 641,7 mil hectares.

Outra faixa onde a predominância da cana preocupa é a da Bacia Hidrográfica do Tietê/Jacaré, que está com 42% da área (1,4 milhão de hectares) ocupada por canaviais. Entre os municípios da região estão Dois Córregos, São Carlos, Jaú, Bocaina, Barra Bonita e Brotas.

A União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) informou, por meio de sua Assessoria de Imprensa, que só vai se manifestar sobre o assunto depois que as novas diretrizes forem publicadas pelo governo estadual.
Fonte: Marcelo Rehder, de O Estado de S. Paulo

Grito dos Excluídos discute falta de alimento e emprego 08.09.08

08.09.08

Aparecida - Mais empregos para os jovens de periferia, reforma das políticas públicas, demarcações de terras indígenas, o risco do desabastecimento de alimentos no País, além de muitas críticas à violência nos grandes centros marcaram as discussões do 14º Grito dos Excluídos, realizado hoje no Santuário Nacional de Aparecida, em Aparecida. O ato aconteceu em conjunto com a 21ª Romaria Nacional dos Trabalhadores e reuniu cerca de 40 mil pessoas na basílica.

Em Santarém, Pará, o Grito reuniu cerca de duas mil pessoas, que foram para a avenida principal da cidade protestar contra o descalabro dessa nação que expolia a Amazônia. Uma grande tora de madeira (de papelão com cascas de madeira real) foi levada em um carro de som, que reproduzia o barulho de motosserra, com uma faixa dizendo: Madeireiras, mineradoras, sojeiros e demais matam e desmatam na Amazônia.

Grito amanhece em Aparecida

O movimento começou às 6 horas com uma caminhada de cerca de dez quilômetros do Porto de Itaguaçu ao pátio do santuário - onde aconteceu o grito. Segundo a organização dos dois movimentos, o evento foi pacífico. "Nosso objetivo é chamar a atenção das autoridades para as nossas denúncias. Clamamos por mais moradias, mais empregos, uma distribuição de renda mais justa", ressalta uma das coordenadoras do Grito dos Excluídos, Karina da Silva Pereira.

No ato, que este ano trata "A vida em primeiro lugar - Direitos e Participação Popular", começou por volta das 8h45 e durou quase uma hora. Os participantes levantaram várias questões, entre elas o risco do desabastecimento de alimentos no País. "Estamos correndo um sério risco. A política de hoje está priorizando a exportação de alimentos. E como ficamos? Além de sermos privados de vários produtos, vamos ter que pagar muito mais caro por eles, por causa do desabastecimento", comenta Karina. A falta de moradia e de emprego e a violência nos grandes centros do País também foram alvos de discussão. O movimento cobrou uma reforma urbana e o aproveitamento de prédios públicos desocupados nas grandes cidades.
Fonte: Agência Estado, com o Observatório

Mangabeira quer controle da compra de terras na Amazônia 08.09.08

08.09.08

Se o governo federal endossar a proposta de medida provisória apresentada pelo ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, e aprovar a criação do Instituto de Regularização Fundiária da Amazônia (Irfam), a nova autarquia deverá, entre outras coisas, coordenar, normatizar e supervisionar o controle do arrendamento e da aquisição de terras por estrangeiros na Amazônia Legal.

Na cópia do projeto obtida pela Agência Brasil consta que o Irfam não só vai coordenar os processos de titulação de imóveis em áreas de regularização fundiária, mas também será responsável por validar a titulação de imóveis em faixa de fronteira na Amazônia Legal – área que compreende os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, além de partes do Mato Grosso, Tocantins e Maranhão.

De acordo com o texto, a nova autarquia terá autonomia administrativa e financeira, respondendo pela aquisição, desapropriação, alienação e concessão de imóveis na região. Além disso, deverá normatizar, coordenar e supervisionar a elaboração e a manutenção da base de dados cartográficos, em integração com as informações do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Administrado por um gestor indicado pelo presidente da República, o Irfam poderá celebrar convênios com os estados ou entidades estaduais responsáveis pela gestão fundiária, visando à implementação de medidas de cooperação federativa. Suas responsabilidades técnica, administrativa e judicial seriam regulamentadas futuramente.

Embora o 1º `Parágrafo do Artigo 2º estabeleça que o Incra seguirá responsável por cuidar dos assentamentos e da reforma agrária na Amazônia Legal, a proposta de Mangabeira prevê que as atribuições pelos estudos e medidas para realizar o zoneamento da Amazônia Legal em regiões homogêneas do ponto de vista sócio-econômico e da estrutura agrária caberá ao Irfam. Assim, a nova autarquia definiria as áreas onde o Incra poderia executar ações de reforma agrária.

A proposta também transfere ao Irfam as atribuições pelos estudos e medidas para o zoneamento da Amazônia Legal em regiões homogêneas do ponto de vista sócio-econômico e da estrutura agrária, definindo assim as áreas para reforma agrária e colonização. Dessa forma, embora.

O texto trata da criação de 423 cargos em comissão (DAS) e da autorização para que a autarquia contrate em caráter temporário 1.800 técnicos de níveis médio e superior. Além disso, o Irfam poderá requisitar servidores de órgãos e entidades integrantes da administração pública federal direta, autárquica e fundacional.

O projeto também propõem alterações na Lei nº 4.504, o chamado Estatuto da Terra, de 30 de novembro de 1964. Uma dessas mudanças transfere do Incra para o Irfam os poderes de representação da União para promover a discriminação das terras devolutas na Amazônia Legal.

O projeto de Mangabeira também adapta o texto da lei aprovada durante o regime militar, estabelecendo a seguinte redação para o artigo 2º do Estatuto da Terra: “Tanto quanto possível, o Irfam e o Incra imprimirão ao instituto [mecanismo] das terras devolutas orientação tendente a harmonizar as peculiaridades regionais com os altos interesses do desbravamento através da colonização racional e do desenvolvimento sustentável, visando erradicar os males do minifúndio e do latifúndio”.

O texto obtido pela Agência Brasil pode ter sofrido alterações antes de ser entregue ao Palácio do Planalto. A Presidência da República determinou à Casa Civil que façar estudos sobre o proposta de Mangabeira para orientar, em um prazo de 60 dias, o posicionamento do governo sobre o assunto.
Fonte: Alex Rodrigues, repórter da Agência Brasil

Para Embrapa Monitoramento por Satélites, as leis ambientais tornam cidades e produtos ilegais 05.09.08

05.09.08

Só 33% do País e 7% do bioma Amazônia podem, legalmente, ser usados para abrigar atividades humanas relacionadas com moradia, produções agrícola e industrial. Esse é o resultado de um estudo da Embrapa Monitoramento por Satélite que avaliou, pela primeira vez, o alcance territorial da legislação brasileira. A incongruência das leis e das ações do Poder Executivo ao longo dos anos levou a um passivo que, se aplicada a lei, grande parte da produção de maçã, em Santa Catarina, de café em Minas, Espírito Santo e São Paulo e da vitinicultura, no Rio Grande do Sul, não poderia continuar existindo.

A primeira fase do estudo, coordenado pelo ecólogo e chefe-geral da Embrapa Monitoramento de Satélite, Evaristo Eduardo de Miranda, foi apresentado a Lula recentemente. O presidente pediu alguns desdobrabamentos que poderão ser focados na segunda fase. "A atitude do presidente foi de muita grandeza", disse Evaristo de Miranda, que contou com a ajuda dos pesquisadores Daniel de Castro Victória, Fábio Henrique Torresan, Osvaldo Tadatomo Oshiro e Marcos Hott.

Ao mapear o alcance territorial da legislação brasileira, os cientistas dizem ter "a impressão de que o Brasil acabou", pois não há como imaginar, por exemplo, em apenas 7% da Amazônia cidades, vilarejos, áreas para agricultura, indústrias, as obras de infra-estrutura, inclusive as do PAC, e os quase 25 milhões de habitantes. "A culpa é todos, faltou planejamento nestes anos todos, conversa entre ministérios e maior clareza de quem vota as leis", diz Evaristo de Miranda. "Quem acaba sendo penalizado é o setor privado, que passa a viver um clima de insegurança."

Evaristo de Miranda entende que não adianta criar parques apenas. "Eles estão sendo invadidos. O desmatamento dessas áreas no Pará cresceu dez vezes nos últimso anos", diz. O pesquisador elogia a iniciativa do ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, de negociar com o Ministério da Agricultura com vistas a buscar o desenvolviemtno sustentável do País. "Está sendo restabelecida a confiança, o que não exclue a existência de discordâncias. Sem confiança, fica difícil trabalhar", diz.

O pesquisador lamenta o fato de os legisladores não levarem em conta os usos e costumes do País no momento de elaborar a legislação. "Se você for aplicar a lei, tem de retirar todos os ribeirinhos do São Francisco, os moradores da Ilha de Marajó, os arrozeiros de várzea do Rio Grande do Sul. Há um conflito entre legalidade e legitimidade no uso e ocupação da terra e isso deve se agravar", diz Evaristo de Miranda. O dirigente da Embrapa entende que os Estados deveriam legislar sobre APPs, sobre o que pode ou não pode plantar. "Quem entende mesmo de maçã, por exemplo, é o pessoal de Santa Catarina", argumenta.

O trabalho envolveu áreas protegidas, de preservação permanente e de reserva legal. Com base em dados do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Fundação Nacional do Índio (Funai), foi mapeado e quantificado o alcance das legislações ambiental e indigenista. Consideradas as Unidades de Conservação (UCs) federais e estaduais criadas até junho de 2008, os pesquisadores concluíram que as UCs e as Terras Indígenas (TIs) somam 1.967.000 quilômetros quadrados ¿ 46% do bioma Amazônia. No País, o total chega a 2.294.000 quilômetros quadrados, ou 27% do território brasileiro. Como ficaram de fora UCs muncipais, Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs), áreas militares, Áreas de Proteção Ambiental (APAs) estaduais e municipais, o volume de terras rservadas é ainda maior.

De acordo com os pesquisadores, há ainda diversas restrições de uso e exigências de preservação sobre remanescentes de terras. No bioma a Amazônia, a reserva legal abrange 80% da área florestal da propriedade e deve ser mantida intocada - em outros biomas, o porcentual varia de 20% a 50%. Na Amazônia, a norma abrangeria 1.800.000 km2, "restando 10,7% da área realmente passíveis de ocupação agrícola intensiva". No País, somadas as áreas de reserva legal, se chega a 2.800.000 km2, número superior aos 2.294.000 km2 das UCs e TIs. Juntas, o total vai a 5.000.000 km2, mais de 60% das terras do País.

No caso das Áreas de Preservação Permanente (APPs), foram consideradas apenas as associadas à hidrografia e ao relevo. Segundo os pesquisadores, o trabalho foi dificultado pela inexistência de mapeamento homogêneo e detalhado da rede hidrográfica no Brasil. Foram usados dados da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Outra dificuldade se deveu à inexistência de dado cartográfico para avaliar o impacto da Resolução 302 (303/2002) do Conama. A instituição define APP como aquela ocupada pelo rio, não somente o leito, mas a faixa inundável na cheia máxima, acrescida de uma faixa marginal de até 500 metros de cada lado. As APPs associadas à hidrografia somam 1.388.000 km2 no bioma Amazônia (33%) e 1.845.000 km2 no País (22%). Segundo os pesquisadores, pela lei, cidades, ribeirinhos, portos, agricultura de várzea e pastagens estão ilegais.

Quanto às APPs relacionadas com o relevo, foram calculadas as situadas acima 1.800 metros de altitude. O total mapeado foi de cerca de 104.500 km2 no bioma Amazônia (2,5%) e de 418.500 km2 no Brasil (5%). Como resultado, grande parte das plantações de café em Minas, Espírito Santo e em São Paulo está produzindo de forma ilegal.

Há ainda superposições entre UCs e TIs e entre elas e as APPs, que foram calculadas em 687.000 km2. No bioma Amazônia, descontado esse número, restaria como área disponível para ocupação legal 1.468.000 km2 (35%). No Brasil, o volume seria de 4.725.000 km2.

A situação tende a se agravar se se considerar que o Ibama mapeou áreas para conservação prioritárias da biodiversidade que somam mais de 3.000.000 km2. Há propostas de criação e ampliação de terras indígenas, de áreas para quilombolas e para reforma agrária, dizem os pesquisadores.

Segundo Evaristo de Miranda, especialistas, dirigentes, políticos e ambientalistas devem buscar soluções que possam ser oferecidas aos legisladores. Os pesquisadores constataram que a destinação de áreas para proteção ambiental e uso territorial de populações minoritárias avançou significativamente nos últimos 15 anos. Ele vê quatro possibildiade de encaminhamento do problema pelo governo. O primerio cenário, diz ele, é a adequação da realiade à lei. "Nesse caso, por exemplo, o governo teria de determinar o fim de boa parte da produção de maçã e café do País e a retirada de ribeirinhos, por exemplo." A outra possiblidade, segundo ele, é a adequação da lei à realidade. Outro, é deixar como está para ver como fica.

O quarto cenário passa pelo repactuamento do ordenamento territorial. "Neste caso a discussão muda para um patamar qualitativo superior. Minha experiência de 30 anos de gestão territorial indica que, para ter sucesso, tem de ser um processo em que todos perdem, mas perdem pouco." Ele vê no ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, a pessoa capaz de promover o processo de repactuação.
Fonte: Terra

Tendência é Brasil superar EUA no consumo de agroquímicos 05.09.08

05.09.08

O Brasil deve se tornar nos próximos dois anos o líder mundial em consumo de produtos agroquímicos, superando os Estados Unidos, que são o hoje o maior consumidor, de um ranking dos 10 maiores. A projeção é do presidente mundial da Bayer CropScience, Friedrich Berschauer. Ele fez essa afirmativa durante a coletiva mundial da empresa, quarta-feira (03), em Monheim, na Alemanha. Isso pode acontecer ainda até o final deste ano ou nos próximos dois anos, segundo o membro do Conselho Administrativo mundial e head global de gerenciamento de portifólio da Bayer CropScience, Rüdiger Scheitza. Mas, ainda conforme ele, é difícil prever exatamente quando isso deve se concretizar porque tudo depende do preço das commodities.

Scheitza observou que, ao contrário do americano, o produtor brasileiro se baseia no preço das commodities para definir sua produção. Ou seja, quando o preço cai, os investimentos na lavoura também diminuem, o que pode prejudicar a produção. O alto preço dos fertilizantes, que também impacta o ganho do produtor negativamente é outro fator que pode atrapalhar o aumento da produção brasileira.

O que o Scheitza disse pode ser exemplificado pela atual situação de Mato Grosso. Os produtores do Estado já anteciparam que por conta do alto custo dos fertilizantes e dificuldade dos produtores de acessar crédito, principalmente os que estão na área da Amazônia Legal, pode haver redução no uso desses produtos. Essa situação pode levar sim a uma queda produção.

O executivo também ressaltou que Mato Grosso tem intensificado sua produção nos últimos dez anos, apesar de ainda sofrer com problema de falta de infra-estrutura e poucos recursos para financiamento da safra. Esses dois problemas atingem de forma geral o país inteiro. Para ele, o governo precisa investir mais nessa área.

Mas ainda assim a Bayer está otimista em relação ao mercado brasileiro. Scheitza lembrou que o país tem muita área disponível ainda para aumentar o cultivo, o que lhe torna uma forte potência para produzir mais do que qualquer outro lugar do mundo. Citando Mato Grosso, o executivo fez questão de citar que essas áreas disponíveis não se tratam de floresta. Ele frisou que toda vez que se fala que o Brasil ainda tem terra disponível para plantação, logo dizem que floresta. Scheitza citou disponibilidade de aproximadamente 18 milhões de acres (aproximadamente 7,7 milhões de hectares).

Outro dado divulgado sobre o país foi que o mercado brasileiro de produtos agroquímicos cresceu 50% nos primeiros seis meses deste ano. Nesse mesmo período, as vendas da Bayer, a segunda maior do ramo no país, apresentou crescimento de 80% nas suas vendas. A expectativa é que esse aumento se repita para o próximo ano.
Fonte: A Gazeta, com o Observatório

Suspensão da queima da cana é ampliada para 21 regiões paulistas 05.09.08

05.09.08

Ribeirão Preto, SP - A suspensão da queima da palha da cana-de-açúcar, necessária para a colheita manual da cultura, foi ampliada para cidades de 21 regiões paulistas durante todo o dia por determinação da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. A medida foi divulgada ontem (04). A determinação ocorre quando a umidade do ar cai abaixo de 20% durante o período das 12 horas às 17 horas.

A proibição da queima, que já vigorava entre 6 horas e 20 horas até 30 de novembro, foi ampliada para qualquer horário nos municípios das regiões de Ariranha, Campinas, Casa Branca, Franca, Itapira, Piracicaba, Pirassununga, Presidente Prudente, Rancharia, Ribeirão Preto e São Carlos. Além dessas áreas, foi mantida a proibição para municípios de outras dez regiões que já tinham a queima suspensa desde ontem: Votuporanga, Valparaíso, Jales, São José do Rio Preto, Presidente Prudente, Lins, José Bonifácio, Araraquara, Colina e Ibitinga.

Nas cidades de São José do Rio Preto, Limeira e Americana, a queima da palha da cana já estava proibida em qualquer período do dia por determinação de leis municipais.

Ontem (04), em Ribeirão Preto, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) registrou, em sua estação móvel, umidade relativa do ar abaixo de 10% durante toda a tarde, semelhante à verificada nos desertos, o que caracteriza estado de emergência. Uma frente fria que se desloca rumo à região Sudeste deve trazer aumento da nebulosidade e da umidade relativa do ar, com previsão de chuvas, no final de semana.
Fonte: Gustavo Porto, Agência Estado

Maquiagem faz Nestlé perder ação na Justiça 05.09.08

05.09.08

A Nestlé Brasil perdeu ação na Justiça em que questionava a cobrança de uma multa, aplicada pela Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, em março de 2008. De acordo com a assessoria do Ministério da Justiça, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região negou o pedido da Nestlé, contrariando decisão da 4ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, que havia considerado que o pagamento da sanção, no valor de R$ 591.163,00, "poderia causar sérios danos à imagem e ao patrimônio da empresa". Com a decisão do TRF, a multa poderá ser cobrada.

A multa foi determinada pela SDE em razão de alterações na quantidade da embalagem de Farinha Láctea que não foram informadas aos consumidores de maneira clara e objetiva. "O Código de Defesa do Consumidor determina ao fornecedor, no artigo 31, que informe os dados essenciais do produto, de forma correta, precisa e ostensiva", diz a nota do Ministério da Justiça.

Cabe ainda ao fornecedor explicar, quando houver mudanças quantitativas, quais foram e a quantidade anterior do produto na embalagem. A empresa tem ainda que dizer se a quantidade do produto aumentou ou diminuiu em termos absolutos e porcentuais.
Fonte: Sandra Manfrini, Agência Estado

Cadeia produtiva do leite pede medidas de apoio ao governo 05.09.08

05.09.08

Produtores de leite se reuniram ontem (04), em São Paulo, para discutir melhorias para o setor de lacticínios. Segundo Jorge Rubez, presidente da associação Leite Brasil, a situação dos produtores é crítica, e o governo precisa criar um novo mecanismo para estimular as exportações. "A primeira coisa é ter um programa de Empréstimo do Governo Federal (EGF) para fazer o capital girar", explica.

Rubez afirma que os produtores esperam vender cerca de US$ 500 milhões para o mercado internacional este ano, mas que o montante é pouco se comparado com a produção nacional. "Esse número representa apenas 3% do que produzimos", diz. A Leite Brasil redigirá um documento pedindo a desburocratização e a liberação do EGF o quanto antes. "Estamos parados com a burocracia. Precisamos fazer algo rápido, pois essa queda das vendas destimula o fazendeiro a produzir leite", ressalta. O texto a ser elaborado será enviado para a Casa Civil e o Minstério do Desenvolvimento. "Iremos até onde for necessário."

Para o presidente da associação, duas alternativas são possíveis para 2009, caso nenhuma medida seja tomada: um aumento substancial no preço do produto ou a falta de leite nas prateleiras, já que os produtores migrariam para outra atividade mais rentável.

Ainda de acordo com Rubez, o EGF é "emergencial, para um primeiro momento", mas o governo federal precisaria ainda adotar novas medidas para aumentar o consumo de leite, como campanhas publicitárias e compra em larga escala do produto para creches e escolas. .
Fonte: Ivy Farias, repórter da Agência Brasil

Consumo interno de etanol deve crescer mais de 50% até 2011 05.09.08

05.09.08

Um estudo divulgado ontem (4) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que o consumo nacional de etanol aumente 50,46% até 2011, em relação ao ano passado. De acordo com o levantamento intitulado "O etanol como um novo combustível universal", a demanda interna de álcool deve saltar dos 16,47 bilhões de litros consumidos em 2007 para 24,7 bilhões de litros em 2011.

Grande parte do etanol deve ser utilizada como combustível da frota brasileira de veículos flex. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), divulgados também ontem (04), apontam que os automóveis bicombustíveis já representam 88% do total de automóveis vendidos em agosto. Segundo a Anfavea, desde março já foram comercializados 6,2 milhões de carros flex no país.

O estudo da Conab estima também que as exportações de etanol cresçam ainda mais nos próximos quatro anos: 72,85%. No ano passado, foram exportados 3,53 bilhões de litros. Em 2011, o volume de etanol enviado ao exterior deve chegar a 6,10 bilhões de litros.

Projeções para a safra 2008 feitas pela Conab registram que a produção de etanol deve consumir a maior parcela da do total da cana-de-açúcar colhida no país. Segundo a companhia, dos 710,28 milhões de toneladas de cana que serão colhidas neste ano, 317,82 milhões de toneladas serão destinadas à produção de álcool, ou seja, 44,74%.

Essa quantidade é 17,29% maior do que a utilizada no ano passado. Desse total, 63,76% servirá para a produção de álcool hidratado, que é vendido nos postos como combustível, e o restante, para a produção de álcool anidro, que pode ser misturado à gasolina.
Conab estima safra recorde de cana-de-açúcar em 2008

A safra brasileira de cana-de-açúcar deve crescer 11,4% neste ano, na comparação com a safra do ano passado, e atingir um novo recorde de produção. Segundo levantamento divulgado ontem (04) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em 2008 devem ser esmagadas 558,72 milhões de toneladas de cana, 57,18 milhões de toneladas a mais do que no ano passado.

De acordo com o estudo, somadas as 151,6 milhões de toneladas que serão colhidas para a produção de rapadura, cachaça, ração e mudas da planta, a safra nacional será de 710,28 milhões de toneladas, a maior da história do país.

O levantamento aponta que o aumento da produtividade das áreas cultivadas e as 35 usinas que iniciaram a produção em 2008 foram os principais fatores para o crescimento na produção. O aumento de 1,90 milhão de hectares do território das lavouras também colaborou, conforme o levantamento.

Segundo a Conab, a área de lavouras de cana aumentou de 7,08 milhões de hectares para 8,98 milhões de hectares. Esse território corresponde a 3,2% dos 276 milhões de hectares cultiváveis do país, os quais 72% são ocupados por pastagens.
Fonte: Vinicius Konchinski, repórter da Agência Brasil

Tocantins não tem vazio sanitário e aproveita entressafra para aumentar em 33% a produção de sementes de soja 04.09.08

04.09.08

Embora todo o país esteja no período do vazio sanitário da soja, no Tocantins a área plantada para a produção de sementes da cultura, nesta entressafra, aumentou 33% se comparada ao mesmo período do ano passado.

O percentual representa um crescimento de 18 mil para 24 mil hectares de área nas várzeas tropicais. Ao todo, serão produzidas cerca de 72 mil toneladas de sementes, que irão abastecer na próxima safra 2008/2009, o mercado interno e possivelmente estados vizinhos.

Segundo o diretor de Defesa Vegetal da Adapec – Agência de Defesa Agropecuária, Luís Henrique Michelin, o trabalho da Agência tem sido primordial para o crescimento da área de produção de sementes no Estado. "Realizamos várias reuniões com os produtores, distribuímos lupas gratuitamente e fizemos um monitoramento constante das lavouras, num trabalho de prevenção de doenças, que garante esse desenvolvimento", explica.

"A excepcionalidade do Tocantins em plantar nas várzeas tropicais, com baixa incidência de ferrugem asiática, tem garantido ao Estado posição de destaque no ranking brasileiro de produção de sementes de excelente qualidade", comenta o presidente da Agência, Humberto Camêlo, acrescentando que a semente de soja produzida este ano poderá ser cultivada em uma área de 1.440.000 hectares.

Atualmente, o Tocantins planta soja, na safra (outubro a abril), em cerca de 300 mil hectares. O excedente da produção de semente deverá ser comercializado para estados como a Bahia, Maranhão, Piauí, Goiás e Mato Grosso.

Vazio Sanitário

Determinado em todo o Brasil pelo Mapa - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Vazio Sanitário da Soja visa quebrar o ciclo de infestação da ferrugem, principal praga da cultura. Neste período, fica proibido o plantio do grão, entre maio e setembro, com exceção dos casos específicos como nas várzeas tropicais do Tocantins.

Desde 2006, o Tocantins pratica a excepcionalidade de cultivar soja no Vazio Sanitário e a produção é destinada a pesquisa ou semente. Esta liberação pelo Mapa se deve às condições climáticas e territoriais encontradas nos municípios de Lagoa da Confusão, Dueré e Formoso do Araguaia.

Soja

Ela encabeça a lista de produção agrícola do Tocantins. Em 2007, a produção,em toneladas, foi de 713 mil de soja, enquanto a de arroz foi de 413 mil e a de milho 231 mil. A área plantada, incluindo soja de sequeiro e subirrigada na safra 2007/2008, teve um aumento de 7,8% em relação a safra anterior. (Dados Conab – Companhia Nacional de Abastecimento).
Fonte: Assessoria de Imprensa da Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins, com Agrolink

Amorim ainda sonha com Doha e Serra diz que Mercosul engessa país 04.09.08

04.09.08

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou ontem (3) que a Rodada Doha ainda pode ser concluída, já que, para ele, não haveria substituto para o sistema multilateral para os itens negociados na rodada.

“Nós não obteremos correção para os problemas que mais nos afetam, como os subsídios agrícolas, através de negociações bilaterais. Podemos fazer as negociações bilaterais. Elas são importantes, mas não atendem aos nossos principais interesses de longo prazo”, disse em palestra no Fórum Especial sobre o papel do Brasil no grupo chamado Bric - que inclui ainda Rússia, China e Índia .

Já o governador de São Paulo, José Serra, aproveitou o Fórum Especial para criticar a política externa do país. Ele defendeu o estabelecimento de acordos internacionais bilaterais no lugar de parcerias em que o país se alia a um bloco, como ocorre no Mercosul. Segundo ele, o Mercosul “não funciona na prática”.

Para Amorim, "Doha não acabou"

O ministro reiterou que “Doha não acabou”. A questão, segundo ele, é saber “quando ela será concluída”. O ministro considerou muito improvável que todos os países resolvam "jogar fora" tudo que foi acordado até agora. Ele classificou a rodada como importante para todos os países e até para a própria sobrevivência da Organização Mundial do Comércio (OMC). “Mal com a OMC, pior sem ela, porque essas são as regras em que o comércio internacional se baseia. Eu não creio que se vá jogar fora”, disse.

Segundo Amorim, graças à OMC, há hoje disciplina e previsibilidade no comércio entre os países, o que não existia anteriormente. Ele acredita que seria melhor concluir a Rodada Doha agora, embora admita que as negociações se estendam por mais dois ou três anos, no mínimo, por causa dos processos eleitorais que ocorreram nos Estados Unidos, na Índia e no Brasil.

Ele acredita que é possível chegar a um acordo porque os elementos centrais de barganha que estavam em jogo em Genebra, na Suíça - quando foi realizada a reunião mais recente da OMC para discutir a rodada - foram “plenamente aceitos”. Entre eles, Amorim destacou a eliminação de subsídios à exportação, redução substancial dos subsídios internos e o acesso a mercados europeus.

Serra diz negociações multilaterais engessam o Brasil

De acordo com Serra, o atual modelo do Mercosul submete as decisões do Brasil ao interesse do bloco. “Isso precisa mudar”, disse. Segundo ele, com a união alfandegária em vigor, o Brasil perde “flexibilidade” nas negociações, o que pode prejudicar também os demais países membros.

“A importação de um medicamento da Índia e exportação de avião e de ônibus para lá poderia ser feita em um acordo bilateral. Mas, no modelo atual, tem que incluir Argentina, Uruguai e Paraguai, que, não necessariamente, se sentirão contemplados”, criticou.

“Com a união alfandegária, que não funciona na prática, o que temos que fazer é, em cada negociação bilateral, carregar parceiros”, afirmou. O governador também criticou a possível entrada da Venezuela no Mercosul, ainda não aprovada pelo Congresso brasileiro: “Pelo amor de Deus, se entrar a Venezuela teremos mais parceiros para carregar”.

Para Serra, seria mais vantajoso manter com os países do Mercosul apenas uma relação de livre comércio, na qual o Brasil fosse autônomo para negociar com o resto do mundo. “Hoje, não tem [autonomia].
Fonte: Alana Gandra e Isabela Vieira, repórteres da Agência Brasil

Polícia Federal prende dois acusados de devastar floresta amazônica 04.09.08

04.09.08

Belém - Agentes da Polícia Federal no Pará prenderam ontem, em Altamira, no sudoeste do Estado, um madeireiro e um contador acusados de abrir mais de 40 empresas fantasmas na região para derrubar a floresta e fazer extração ilegal de madeira. Oito mandados de busca e apreensão também foram cumpridos pela PF nos municípios de Altamira e Placas, na região da Transamazônica.

O delegado Jorge Eduardo explicou que o esquema consistia na utilização de "laranjas" para consolidar as fraudes. Os "laranjas" tinham seus nomes usados por contadores e madeireiros para a abertura das empresas fantasmas. Ainda de acordo com Aguiar, as madeireiras foram abertas entre os anos de 2003 e 2008 e fraudavam os sistemas de controle de exploração de produtos florestais, como créditos e guias florestais para o transporte ilegal de madeira.

Foram presos o madeireiro Adailton Bezerra Aguiar e o contador Pedro Castelo Branco, que seria um dos líderes do esquema. Em alguns casos, os "laranjas" não tinham conhecimento das fraudes da quadrilha. Os acusados serão indiciados por falsidade ideológica, formação de quadrilha, utilização de documento falso e falsificação de documento particular para derrubar a floresta amazônica.

A investigação da PF começou há um ano. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) produziu um relatório baseado em denúncia de uma das vítimas da quadrilha. O denunciante descobriu que era sócio de uma das madeireiras ao receber um comunicado de multa em sua residência.
Fonte: Carlos Mendes, Agência Estado

Mais 150 mil toneladas de arroz serão leiloadas pela Conab 04.09.08

04.09.08

Mais três leilões de arroz de 50 mil toneladas, cada um, serão realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a partir do próximo dia 16. A segunda rodada está marcada para 30 de setembro e a terceira para 15 de outubro.

As operações foram discutidas durante reunião de representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária Abastecimento (Mapa), Conab, Superintendência Federal de Agricultura/RS e a cadeia produtiva de arroz, na 31º Expointer, em Esteio/RS, ontem (3).

Segundo o diretor de Gestão de Estoques da Conab, Rogério Colombini, serão adotadas medidas com base no comportamento do mercado. ”Se o preço subir, aumentaremos a oferta com leilões”, informou. Após o segundo leilão, o processo será avaliado durante encontro do governo com representantes de produtores e da indústria, previsto para o início de outubro, em Brasília.
Fonte: Dilma Duarte, Assessoria de Imprensa do Mapa, com informações da Conab

Brasil habilita mais 43 fazendas para exportar carne de boi para Europa 04.09.08

04.09.08

Em uma semana, a lista de fazendas habilitadas para exportar carne bovina para o mercado europeu subiu de 180 para 223, segunda dados divulgados pela própria Comissão Européia. A lista, atualizada semanalmente pelo Ministério da Agricultura, conta com propriedades certificadas dos Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Goiás e ganhou 43 novas fazendas. O Estado de Minas Gerais ainda segue na liderança, com o maior número de propriedades habilitadas.

Com a atualização, os mineiros adequaram 21 novas fazendas e agora contam com 135 propriedades aptas a exportar para o mercado europeu. Subindo de terceiro para segundo lugar, o Mato Grosso, Estado com maior rebanho bovino do Brasil, teve um incremento de 10 novas fazendas, totalizando agora 29 propriedades. Dono do maior número de confinamentos, Goiás é o terceiro Estado com mais fazendas, somando 28 propriedades, aumento de 8 novas fazendas nesta semana.
Fonte: Alexandre Inacio, Agência Estado

MP pede a interdição de 73 matadouros em AL 04.09.08

04.09.08

Maceió - O Ministério Público de Alagoas recomendou hoje ao presidente da Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária do Estado de Alagoas (Adeal), Hibernon Cavalcante, a interdição imediata de 73 matadouros municipais, localizados no interior do Estado, por falta de condições sanitárias e ambientais de funcionamento. A decisão foi tomada após audiência pública, realizada ontem (3) pela manhã na sede da Procuradoria-Geral de Justiça, pelos promotores de Justiça Dalva Tenório e Alberto Fonseca, da Promotoria de Defesa do Meio Ambiente.

Segundo eles, a decisão tem como base o relatório elaborado por técnicos da Adeal, que visitaram 81 matadouros em 79 municípios alagoanos, em julho deste ano. De acordo com André Sandes, fiscal agropecuário da Adeal e que atua no Serviço de Inspeção Estadual (SIE), dos 81 matadouros visitados, apenas cinco apresentam boas condições sanitárias, três têm condições de adequação e os demais (73) não oferecem condições nenhuma de funcionamento.

"Esses que não oferecem condições de funcionamento, a única saída é o fechamento, para a construção de um novo matadouro. Enquanto isso, os que estão em condições sanitárias ou aqueles que estão em processo de adequação deverão substituir os matadouros que o Ministério Público Estadual está recomendando a interdição imediata", afirmou o técnico da Adeal, que participou da audiência.

Segundo Sandes, a situação é tão grave que ele não tem dúvida de afirmar que população do interior do Estado está consumindo carne de origem duvidosa, correndo o risco de pegar uma doença grave como a tuberculose e a brucelose. "É por isso que tem aumentado os casos de tuberculose no Estado", destacou. A audiência contou ainda com a participação do ambientalista Anivaldo Miranda, da Secretária Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, e Eduardo Purcell, representante do Sindicato dos Médicos Veterinários e Zootecnistas de Alagoas.

Situação dos Matadouros

Os matadouros com boas condições sanitárias estão localizados em Satuba (Mafrial), Rio Largo (Mafrips), Coruripe, Delmiro Gouveia e Igreja Nova. Os matadouros municipais que podem se adequar às exigências sanitárias estão localizados em Palmeira dos Índios, São Luiz do Quitunde e São Miguel dos Campos.

Os matadouros que tiveram sua interdição recomendada estão localizados nos seguintes municípios: Água Branca, Anadia, Arapiraca, Batalha, Belém, Boca da Mata, Cacimbinhas, Cajueiro, Campestre, Campo Alegre, Campo Grande, Canapi, Capela, Carneiros, Chã Preta, Coité do Nóia, Colônia Leopoldina, Coruripe (em Pindorama), Craíbas, Dois Riachos, Estrela de Alagoas, Feira Grande, Flexeiras, Girau do Ponciano, Ibateguara, Igaci, Inhapi, Jacaré dos Homens, Jacuípe, Jaramataia, Joaquim Gomes, Jundiá, Lagoa da Canoa, Limoeiro de Anadia, Major Isidoro.

Além desses, também tiveram interdição recomendada matadouros de Mar Vermelho, Maragogi, Maravilha, Maribondo, Mata Grande, Matriz de Camaragibe, Messias, Minador do Negrão, Murici, Novo Lino, Olho D'água das Flores, Olho D'água do Casado, Olivença, Ouro Branco, Palestina, Pão de Açúcar, Pariconha (Campinhos), Passo de Camaragibe, Paulo Jacinto, Penedo, Pilar, Piranhas, Piranhas (Piau), Porto Calvo, Quebrangulo, Santana do Ipanema, Santana do Mundaú, São Brás, São José da Laje, São José da Tapera, São Sebastião, Senador Rui Palmeira, Taquarana, Teotônio Vilela, Traipu, União dos Palmares e Viçosa.
Fonte: Ricardo Rodrigues, Agência Estado

Leilão de opção de venda de milho comercializa 100% dos contratos 04.09.08

04.09.08

O segundo leilão de contratos de opção de venda de milho do Mato Grosso, realizado ontem (3) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), resultou na comercialização de 100% dos 4.815 contratos de 27 toneladas ofertados, que totalizam 130 mil toneladas. O valor de abertura do prêmio era de R$ 29,70 por contrato, mas a operação foi fechada a R$ 29,71, ágio de R$ 0,01 por contrato. Na data do exercício da opção - final de setembro - o detentor do contrato opta por entregar o milho ao governo, pelo preço de R$ 12,85 a saca, ou negociar no mercado, a depender da cotação oferecida.

Paralelamente a esses leilões de contrato de opção pública, cujo objetivo é recompor os estoques de milho do governo, estão sendo realizados leilões de opção privada, pelo qual o governo paga um prêmio para que o setor privado compre milho do produtor pagando um preço determinado. Ontem, em leilão dessa modalidade, foram comercializados 90,5% dos 1.851 contratos privados de opção de venda, ou 1.675 contratos, equivalente a 45,225 mil toneladas.

Amanhã haverá leilão para compra do cereal, também para recomposição dos estoques públicos. A intenção do governo é adquirir 50 mil toneladas de milho, que devem ser entregues no Mato Grosso.
Fonte: Jane Miklasevicius, Agência Estado

CPT demontra impactos sociais negativos do avanço da soja em Santarém, Pará 03.09.08

03.09.08

Um acompanhamento realizado pela CPT (Comissão Pastoral da Terra) ao longo dos últimos três anos, focalizando a expansão do monocultivo da soja em parte do Estado do Pará, resultou em um relatório que reafirma o que o movimento socioambiental brasileiro vem denunciando há quase dez anos, que o acirramento de conflitos, a extinção de comunidades indígenas e a devastação do meio ambiente estão umbelicalmente ligados ao avanço da fronteira agrícola e da soja.

O relatório da CPT tem como base os problemas observados em três localidades do Pólo Santarém, onde se concentra maior parte da produção de soja do Estado: o município de Prainha, a área da Gleba Nova Olinda, que compreende três aldeias indígenas, e a área do Planalto, região onde a monocultura do grão teve o maior impacto social.

Uma das constatações do estudo é de que o baixo preço da terra e a garantia de comprador para o grão - pontencializada pela construção do porto graneleiro, da transnacional Cargill, em Santarém - foram suficientes para a chegada de centenas de pessoas vindas do Sul do País, geralmente com passagem por Mato Grosso, que se aventuraram com a soja na região.

Uma corrida por terras que causou muitos conflitos sociais e tornou comum relatos de casas queimadas, expulsões de famílias, ameaças de morte, intimidações às lideranças, grilagem de terras, supressão de florestas que também se tornaram manchetes dentro e fora do Brasil.

A Pastoral critica, também, que grandes ONGs instaladas na região vêm tratando o assunto com superficialidade. Segundo o relatório da CPT, até o momento, a maior parte da discussão foi conduzida por um viés puramente ambientalista deixando em segundo plano os conflitos sociais. Papel que coube somente aos movimentos sociais.
Fonte: www.mst.org.br, com o Observatório


Comentário do editor:
Trata-se de levantamento importante feito pela Comissão, com a descrição da casos e problemas, mostrando como pessoas, famílias e comunidades estão sofrendo com o avanço da fronteira agrícola da soja.

Reflete, porém, tanto uma visão de quem acordou tarde para o problema - e agora busca recuperar o tempo perdido - como a certeza de que a história só começa com sua ação, ignorando o debate e envolvimento de inúmeras organizações e pessoas que ao final da década passada já denunciavam a devastação e as mazelas sociais, culturais e ambientais do agronegócio da soja. Existem, sim, ONGs ambientalistas só preocupadas com a questão ambiental, como acusa a CPT em seu documento, mas inúmeras outras integraram as questões sociais, culturais e indígenas em suas ações, além de buscar coordenar seus trabalhos com os movimentos socioambientais locais. Não dá para fazer tábula rasa tratando todas como iguais. Assim como não dá para afirmar que a Moratória da Soja na Amazônia foi pura "propaganda" das empresas, pois houve algum sucesso na contenção da expansão do plantio da soja em novas áreas.

Nada, porém, é definitivo, e exige contínua pressão social sobre o agronegócio para limitar sua atuação a padrões desejados pela sociedade.

Pra saber mais, leia a íntegra o relatório
Impactos Sociais da Soja no Pará

Ministério Público constata trabalho escravo no Rio e liberta 11 homens 03.09.08

03.09.08

O Ministério Público do Trabalho em Nova Friburgo abriu investigação para apurar denúncias de coação e trabalho escravo na fazenda Santa Adriana, em Bom Jardim, região serrana do Rio de Janeiro.

Na última sexta-feira (29), 11 homens que trabalhavam na propriedade foram libertados em uma ação conjunta entre o órgão, o Ministério do Trabalho e a Polícia Federal.

Os empregados tinham que pagar pela alimentação, não utilizavam equipamentos de segurança, trabalhavam 12 horas por dia e dormiam no chão de um alojamento que se encontrava em péssimas condições. Além disso, eles eram ameaçados por homens armados a mando do dono da propriedade.

O procurador Fernando Pinaud diz que esse é o quinto caso de trabalho escravo recebido, em cerca de três anos, pelo Ministério Público do Trabalho de Nova Friburgo, que atende 13 municípios. O procurador lembra que é preciso denunciar esse tipo de abuso.

“A denúncia pode e deve ser feita, já que precisamos conhecer o caso para poder coibir o problema. A denúncia pode ser feita no Ministério do Trabalho ou no Ministério Público do Trabalho da região de forma sigilosa. Iremos resguardar a identidade do denunciante, para que ele não sofra represálias”, ressalta Pinaud.

Os empregados da fazenda são do estado da Paraíba. Eles receberam a promessa de ganhar um salário proporcional à produtividade da colheita de café, além de alojamento e alimentação. No entanto, ao chegar no local o fazendeiro teria retido as suas carteiras de trabalho e passou a pagar os salários atrasados.

O dono da propriedade alegou não saber que cometia um crime e concordou em pagar uma indenização por danos morais aos empregados, além de fornecer passagens de retorno às suas cidades de origem.

O Ministério Público do Trabalho vai propor um acordo ao fazendeiro para que ele se comprometa a não cometer o crime novamente. Caso ele volte a submeter trabalhadores a regime escravo, deverá ser multado. De acordo com Pinaud, o valor da multa pode ser até mesmo maior que o da própria fazenda.
Fonte:Agência Brasil

Caminhoneiros argentinos bloqueiam terminal da Bunge 03.09.08

03.09.08

Representantes do sindicato dos caminhoneiros da Argentina bloquearam ontem (02) mais um terminal da Bunge, segundo informações dos jornais argentinos. Desta vez, no porto de Inginiero White, em Bahía Blanca. O grupo deu início aos protestos por ajustes nos preços pagos pela indústria à categoria há uma semana, quando paralisaram a movimentação desta indústria no porto General, em San Martín.

Segundo o site argentino Infocampo, especializado em noticiário sobre o agronegócio, a greve já está prejudicando o funcionamento do comércio de grãos na Argentina, porque os terminais da Bunge estão situados em portos nos quais circulam centenas de caminhões com destino a outros cerealistas e exportadores.

Os caminhoneiros ameaçam agora realizar os protestos em outras companhias do setor. "Começamos hoje a paralisação em Bahía Blanca porque algumas empresas não querem reconhecer a infração cometida contra os trabalhadores", afirmou o líder do Sindicato de Caminhoneiros, Pablo Moyano.

Segundo Moyano, "muitos caminhoneiros estão trabalhando no vermelho e sem condições dignas de trabalho". Ontem, os representantes do sindicato deram início a negociações com as principais exportadoras da Argentina - entre elas, Nidera, Bunge Argentina, Cargill, Dreyfus, Molinos Río de la Planta e AGD - para solucionar a crise.

Os sindicalistas afirmam que a Bunge se recusa a cumprir um acordo firmado em 2006, no qual os caminhoneiros seriam incorporados como funcionários permanentes da empresa. Em nota, divulgada na última sexta-feira, a Bunge comunica que "jamais firmou acordos ou convênios de qualquer natureza com a esta entidade (sindicato), portanto não poderá cumprir o que não foi firmado".
Fonte: Fabíola Gomes, Agência Estado

Cepea: preço recebido pelo produtor de leite caiu 4,66% em agosto 03.09.08

03.09.08

Os preços do leite apresentaram uma queda no mês de agosto, referente à produção de julho, nos nove Estados pesquisados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). Entre os sete Estados tradicionalmente considerados para a média ponderada nacional (RS, SC, PR, SP, MG, GO e BA), o recuo foi próximo de 3,5 centavos de real por litro, que representou 4,66% de queda. Com isso, o preço médio nacional bruto foi de R$ 0,7117 o litro - sem descontar o frete e 2,3% de Contribuição Especial da Seguridade Social Rural (CESSR). De acordo com o Cepea, a média é 7% inferior em termos nominais à de agosto do ano passado, quando atingiu R$ 0,7654.

Segundo a pesquisa, as quedas mais acentuadas foram registradas nos Estados do Sul do País. Em Santa Catarina, a redução chegou a 7 centavos por litro e no Rio Grande do Sul e Paraná, a 5 centavos o litro. Com isso, o preço médio pago aos gaúchos foi de R$ 0,6485 o litro, para os catarinenses, R$ 0,6272 por litro e para os paranaenses, R$ 0,6655 o litro, sem descontar frete e impostos.

Minas Gerais, Goiás e São Paulo foram os Estados com menor variação dos preços. Mesmo assim, as quedas foram próximas a 3 centavos, levando as médias para R$ 0,7322, R$ 0,7218 e R$ 0,7637 por litro, respectivamente - também sem descontar frete e impostos.

No mês passado, a maioria dos compradores já projetava uma nova redução nas cotações para o mês de agosto e acreditava ainda no aumento dos preços dos insumos, que levaria o produtor a reduzir o ritmo de crescimento da produção.

Volume Captado

De acordo com o Índice de Captação de Leite (ICAP/Cepea), o volume de leite captado pelas empresas em julho foi somente 1,09% superior ao de junho. No entanto, no mesmo período do ano passado, o aumento no volume captado foi de 10,4%. Na comparação entre o índice registrado em julho deste ano e no mesmo mês de 2007, a produção é 10,2% superior. Esta é a menor diferença dos últimos 13 meses. Em abril de 2008, contra abril de 2007, chegou a ser de 27% maior e, em junho 2008 em relação a junho 2007, 20% superior.

Para o pagamento de setembro, 93,3% dos compradores (cooperativas e laticínios) consultados pela pesquisa apostam na continuidade das quedas, enquanto que os 6,7% restantes acreditam na manutenção dos preços.
Fonte: Raquel Massote, Agência Estado

Unica reduz em 10,6 mi t estimativa da safra de cana 2008/09 no Centro-Sul 03.09.08

03.09.08

Com mais de 50% da safra de cana-de-açúcar 2008/09 já realizada na Região Centro-Sul do País, a nova projeção de moagem da UNICA é de 487,5 milhões de toneladas. A redução de 10,6 milhões de toneladas em relação à primeira estimativa se deve principalmente às condições climáticas desfavoráveis à colheita no primeiro terço da safra, com o regime de chuvas afetando o aproveitamento de tempo de moagem.

Também contribuíram para essa redução a alta umidade relativa do ar, que tem dificultado a colheita mecanizada de cana no período noturno, e o atraso no início de moagem das novas unidades produtoras com início de atividades previsto para este ano, assim como o adiamento no início de atividades de algumas novas usinas. Das 32 novas unidades previstas na primeira estimativa divulgada pela ÚNICA para a safra 2008/09, três não iniciarão a moagem durante a atual safra e 11 ainda não entraram em operação, devendo iniciar a moagem a partir de setembro. As demais unidades (18) já estão em operação.

A safra 2008/09 deverá se prolongar até meados de dezembro e a moagem final dependerá do aproveitamento de tempo e do início de atividades das novas unidades produtoras dentro dos prazos estipulados. A revisão dos números finais aponta para uma redução de 2,1% na moagem em relação à primeira estimativa, porém deve ocorrer um incremento de 13,1% comparado com a moagem verificada na safra 2007/2008.

Em termos de açúcares totais recuperados (ATR), a redução esperada é de 4% em relação à estimativa inicial, indicando um crescimento de 10,1% em relação à safra 2007/08, sendo 1,1% a mais no caso do açúcar e 17,3% de acréscimo no caso da produção de etanol. A produção de açúcar deverá totalizar 26,5 milhões de toneladas, contra 26,2 milhões na safra anterior, enquanto a produção de etanol deve alcançar 23,86 bilhões de litros, contra 20,34 bilhões da safra passada.

A cana destinada à produção de açúcar deverá representar 40,5% da moagem total, contra 59,5% da produção de etanol. Os preços do etanol continuam mais remuneradores que os do açúcar, mas ainda não são preços de sustentabilidade da atividade, não trazendo um nível de remuneração adequada aos produtores de cana e à indústria.

As exportações de etanol da Região Centro-Sul deverão atingir 4,2 bilhões de litros, representando 17% da produção. Já a venda de etanol para o mercado interno pelos produtores da Região Centro-Sul do País deverá chegar a 20,0 bilhões de litros. O mercado interno de etanol continua aquecido, já que 88% do mercado operam com preços de etanol inferiores a 65% do preço da gasolina.

Para o diretor técnico da UNICA, Antonio de Pádua Rodrigues, o fundamental ao se fazer uma estimativa de safra é conhecer plenamente a capacidade de moagem e a previsão precisa de aproveitamento do tempo disponível, particularmente em momentos em que a oferta de cana é superior à capacidade de moagem, como ocorre neste momento. “Essas foram as premissas básicas da estimativa original e, também agora, da revisão feita pela UNICA em função das condições adversas que afetaram a safra até aqui”, completou.
Fonte: Unica

Cocamar vai investir R$ 60 mi para ampliar operação em 2008 03.09.08

03.09.08

A Cocamar vai investir mais de R$ 60 milhões em diversas obras ao longo de 2008 para ampliar as operações, de acordo com informações da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), da qual a cooperativa faz parte. Do total, R$ 35,5 milhões serão destinados à construção de uma unidade de co-geração de energia elétrica em seu parque industrial, em Maringá, cujos trabalhos já estão em andamento. Os recursos para esta unidade foram obtidos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A Cocamar finalizou neste ano a construção de um conjunto de silos com capacidade total de 48 mil toneladas junto ao seu parque de armazéns em Maringá, onde foram aplicados R$ 5,5 milhões. Recentemente, a cooperativa colocou em operação junto à fábrica de suco concentrado e congelado de laranja, em Paranavaí (PR), uma indústria de pellets de polpa cítrica com capacidade para processar 40 mil toneladas de bagaço de laranja por safra, que demandou investimento de R$ 3 milhões.

Em Paiçandu, município vizinho a Maringá, a cooperativa construirá uma unidade de transbordo. A obra, orçada em R$ 1,5 milhão, deve estar pronta até dezembro. O gerente operacional Wilson Roberto Matera informa que a unidade está sendo construída em um terreno de 30 mil metros quadrados, localizado na PR-323, na saída do município, sentido Cianorte.

A primeira fase contempla uma balança de 25 metros com capacidade para 100 toneladas, um escritório para a balança, classificação, duas moegas de 175 toneladas cada, dois elevadores para segregação, banheiros, vestiários, cerca e pavimentação com brita. Numa segunda fase está prevista ampliação da unidade de recebimento e construção de uma loja, ainda sem previsão de ser iniciada.

O investimento em Paiçandu faz parte de um programa de reestruturação de unidades que contempla melhorias e ampliações em várias delas, caso de São Jorge do Ivaí, que está ganhando uma nova estrutura para loja e escritório.
Fonte: Equipe Agência Estado

Pressão do agronegócio faz preço da terra disparar no semi-árido baiano 02.09.08

02.09.08

O preço da terra no semi-árido baiano subiu 2000% em dois anos.

Um hectare que era vendido por cerca de R$ 50 em 2006, já é encontrado por, pelo menos, R$ 1 mil. O mercado imobiliário rural da região atribui o aumento ao crescente interesse dos empresários do agronegócio sobre as áreas mais indicadas da Bahia para o cultivo de oleaginosas, utilizadas como matéria-prima para a produção de agrocombustível.

Segundo o corretor de imóveis, Guilherme Filho, a maior parte dos empresários não quer investir no plantio de mamona, planta típica do semi-árido baiano. Guilherme explica que, devido à divulgação do governo de que não é possível fabricar agrocombustível apenas com a mamona, os empresários apostam no pinhão manso.

Porém, muitos empresários estão comprando as terras apenas para vendê-la no futuro. Guilherme afirmou que todos acreditam que a valorização da área vai continuar e, por isso, “a demanda é tanta que está faltando terra para vender”, afirmou.

A Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária do Estado da Bahia (Seagri) afirmou estar preocupada com o crescimento do número de terras baianas de propriedade de empresários estrangeiros.

De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em 2007, menos de 1% das terras agrícolas da Bahia pertenciam a estrangeiros. Porém, a assessoria do órgão admite que os números estão defasados e que muitos empresários brasileiros compram imóveis em seus nomes para grupos internacionais, ou seja, são usado
s como “laranja”.
Fonte: Radioagência NP

Agronegócio brasileiro precisa de choque de qualidade 02.09.08

02.09.08

O fracasso das negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) deixou uma tarefa ingrata para o agronegócio brasileiro: encarar a necessidade de um choque de qualidade e produtividade. A preservação da condição do Brasil de grande fornecedor mundial de produtos agrícolas depende da solução de dilemas que dificultam as exportações brasileiras e são "mascarados" pela crescente demanda mundial por alimentos.

A adoção de procedimentos mais duros nas áreas de defesa sanitária e o fim dos problemas de logística de transporte são apontados por especialistas como medidas essenciais para um país que pretende ocupar o posto de celeiro do mundo.

"O agronegócio brasileiro é altamente competitivo e demonstra elevado grau de qualidade. Mas o preço do acesso aos mercados é a eterna vigilância", sustenta o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral. "É preciso acabar com os argumentos do outro lado", completa, referindo-se às barreiras técnicas aplicadas pelos países importadores aos produtos agropecuários brasileiros.

De acordo com dados do Ministério da Agricultura, as exportações do agronegócio cresceram 2,5 vezes nos últimos dez anos. Renderam US$ 58,4 bilhões no ano passado, ante US$ 23,4 bilhões em 1997. Mas o presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto, adverte que é preciso aproveitar o bom momento do setor para dar um novo salto de qualidade.

"Agora é a hora de começar um novo ciclo; não podemos achar que está tudo bem porque alcançamos uma posição de destaque", defende Camargo Neto. O representante da Abipecs bate forte na necessidade de erradicação da febre aftosa, que está no centro das restrições à importação das carnes bovina e suína brasileiras.

Os últimos casos da doença ocorreram no final de 2005 em Mato Grosso do Sul e no Paraná. "A situação melhorou muito nos últimos anos, mas não é aceitável que continuem sendo registrados focos da doença no País. Nos últimos 10 anos, houve cinco focos. É muito para quem quer ser referência nesse mercado", avalia.

Um levantamento inédito da Abipecs mostra que o Brasil poderia elevar em 1,171 milhão de toneladas as exportações de carne suína se a aftosa estivesse erradicada do território nacional. A venda adicional renderia US$ 3,5 bilhões somente neste ano. De janeiro a julho, os embarques de carne suína somaram 326,79 mil toneladas, o que correspondeu a US$ 876,72 milhões.

"Só a erradicação da aftosa abre novos mercados. Nós não vendemos para países importantes, como os Estados Unidos, o Japão, a Coréia do Sul e o México, porque não conseguimos ainda acabar com a doença", diz Camargo Neto.

A aftosa também emperra as negociações para exportação de carne bovina in natura do Brasil para os Estados Unidos e o Japão, mercados considerados exigentes em termos de qualidade. Além disso, há dificuldades pontuais nas vendas de carne bovina enlatada para os EUA. Esses embarques estão suspensos desde o início de julho por causa de diferenças nos critérios de avaliação do sistema de produção dos frigoríficos.

O diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Luiz Carlos de Oliveira, explica que essa suspensão de embarques foi um procedimento necessário para a "harmonização" de procedimentos entre o Ministério da Agricultura do Brasil e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Apesar de argumentar que não foram descobertas falhas graves nos 20 frigoríficos credenciadas para venda para os EUA, ele lamenta o ocorrido. "A suspensão acaba arranhando a imagem do sistema de inspeção do Brasil; é um desgaste", afirma Oliveira.

"Certa tolerânica"

Os problemas de transportes também causam "certo constrangimento" ao agronegócio brasileiro, alerta o consultor de Logística e Infra-Estrutura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Luiz Antônio Fayet. Ele diz que os custos de logística no Brasil são quase o dobro dos norte-americanos, outra potência agrícola mundial. Além disso, só para acompanhar o crescimento do agronegócio nacional os portos brasileiros precisarão ter capacidade operacional de 170 milhões de toneladas em 2017. "Se queremos competir, precisamos investir pesado nessa área", avalia Fayet.

Para o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Célio Porto, as falhas de qualidade costumam ser minimizadas neste momento incomum, no qual a demanda por produtos agrícolas supera a oferta. "Há uma certa tolerância", resume.

O presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef), Francisco Turra, concorda com essa afirmação e conta que o setor foi "surpreendido" pela decisão da Índia de abrir seu mercado para o frango brasileiro, neste mês, a despeito das negociações bilaterais que se arrastavam há anos.

"Foi logo depois do fracasso de Doha", lembra Turra, referindo-se ao impasse criado pela decisão da Índia de não aceitar a proposta de acordo agrícola. "A demanda acabou falando mais alto".

O fato é que o naufrágio das negociações da Rodada Doha deixou o agronegócio brasileiro sem alternativa para a expansão de mercados para seus produtos - a não ser a adoção de medidas rígidas de controle e de fiscalização de doenças e pragas e de rastreamento de rebanhos.

Segundo Barral, as negociações de acordos comerciais podem ser relevantes para a derrubada de barreiras tarifárias e por trazerem no seu bojo acertos que diminuem a burocracia dos procedimentos de controle e de fiscalização sanitária. Entretanto, além de se prolongarem no tempo, as negociações de acordos de livre comércio entre o Mercosul e outros parceiros têm resultados incertos. A União Européia (UE) travou as discussões com o Mercosul, em 2005, justamente por não aceitar um grau razoável de abertura de seu mercado agrícola.

O chanceler Celso Amorim disse, duas semanas atrás, que ainda não há garantias de que a retomada dessas conversas será para valer. "É preciso voltar à mesa de negociação para testar se há possibilidade de acordo", afirmou Amorim.
Fonte: Estado de São Paulo

ONGs e Governo de MT fazem seminário sobre Mudanças Climáticas em Cuiabá 02.09.08

02.09.08

Entre os dias 9 e 11 de setembro será realizado em Cuiabá, MT, o seminário "Mudanças Climáticas e a Agricultura de Mato Grosso: impactos e oportunidades", promovido pelo Instituto Socioambiental (ISA) e Instituto Centro de Vida (ICV), em parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema). O encontro reunirá pesquisadores, especialistas, setor produtivo, lideranças locais e indígenas com o objetivo de discutir as contribuições do Estado para as modificações no clima e o impacto dessas mudanças na agricultura.

Dirigido aos atores sociais envolvidos com o agronegócio, setor industrial, agricultura familiar e questões indígenas, a expectativa dos organizadores é que a partir dessas discussões seja definida uma agenda comum de trabalho, possibilitando, com isso, que sejam avaliados os efeitos das mudanças no clima, propostas atividades de mitigação e oportunidades de negócios.

“O diálogo é fundamental para que possamos ampliar a transparência na construção dos instrumentos de gestão ambiental compartilhada. Será uma oportunidade única para que os parceiros da sociedade civil organizada, governo do Estado e setor produtivo discutam suas responsabilidades, avanços e metas a serem alcançadas. Nosso objetivo é antecipar as medidas para este cenário em Mato Grosso, mobilizando a sociedade para trabalhar junto com o governo”, disse o secretário de Estado de Meio Ambiente, Luis Henrique Daldegan.

Já o coordenador do seminário, Márcio Santilli, do ISA, descatou a importância do diálogo entre os vários setores para que sejam identificadas as vulnerabilidades dentro das características brasileiras. “A agricultura tem forte peso na economia brasileira, somos uma potência biodiversa, mas com florestas, ecossistemas e regimes de chuvas vulneráveis ao aquecimento global. Se formos capazes de identificar as vulnerabilidades e trabalhá-las, não vamos ficar a mercê da mera contemplação do apocalipse”.

O coordenador do Instituto Centro de Vida, Sérgio Guimarães, disse que o seminário será importante porque vai permitir a definição de estratégias conjuntas de mitigação dos impactos das mudanças climáticas. “As mudanças no clima trazem riscos econômicos para o agronegócio em Mato Grosso, principalmente se o desmatamento continuar. Mas também existem oportunidades para termos desenvolvimento com a valorização da floresta. O objetivo deste seminário é reunir os atores sociais para definir estratégias conjuntas de mitigação dos impactos das mudanças climáticas e para aproveitar essas oportunidades”.

O encontro será realizado no Hotel Fazenda Mato Grosso, com a participação de profissionais de renome no país e no exterior como o pesquisador Antonio Manzi, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Giampaolo Pellegrino, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)/unidade de Informática Agropecuária; e Magda Lima, que pesquisa na Embrapa as emissões de metano causadas pela pecuária.

Além desse tema serão destaque no Seminário as discussões sobre as mudanças climáticas nos cenários nacional e mundial; os impactos das mudanças climáticas na agricultura; as emissões de metano pela pecuária e suas oportunidades; monitoramento de emissões de carbono; alternativas para a intensificação da produção agropecuária; desmatamento evitado; políticas públicas de incentivo à conservação pela agricultura familiar; e propostas de REDD - Redução das Emissões do Desmatamento e da Degradação, para Mato Grosso.

ESPECIAL - No dia 8, noite anterior a abertura do seminário, às 19 horas, no salão nobre do Palácio da Instrução, os organizadores estão programando um encontro especial entre a imprensa local e estudantes de comunicação com o jornalista Marcelo Leite, quando serão abordados temas relacionados às mudanças climáticas na mídia nacional e internacional.

Marcelo Leite é Doutor em Ciências Sociais pela Unicamp e colaborador do caderno Mais! do jornal Folha de São Paulo, além de responsável pelo blog Ciência em Dia e, autor de livros como "Os alimentos transgênicos" (2000), "A floresta amazônica" (2001) e "O DNA" (2003), todos pela série "Folha Explica".

Marcelo Leite considera a temática das mudanças climáticas como a pauta mais importante do jornalismo científico e ambiental. “Se os efeitos que se projetam hoje para os próximos 10 ou 20 anos acontecer será o maior assunto jornalístico de maneira geral, mas também um dos mais difíceis de cobrir”.

Segundo o jornalista, primeiro em função da questão cientifica, já que é dificil prever o que vai acontecer com as florestas, os gases e cada um dos seus efeitos no clima. O outro ponto destacado por ele relaciona-se ao aspecto internacional do tema.

“Há 20 anos o IPCC está elaborando tratados políticos internacionais e os jornalistas precisam conhecer esses documentos, ter essa noção histórica para fazer reportagens relevantes e não ficar reproduzindo conceitos e confundindo mais do que explicando o que pode acontecer. A discussão nacional é muito mal encaminhada, ainda há falsas dicotomias como meio ambiente versus desenvolvimento”, diz o jornalista.
Fonte: Agronotícias

Fartura para o agronegócio e migalhas para agricultura familiar 02.09.08

02.09.08

O Ministério da Agricultura anunciou os dados totais dos recursos aplicados na agricultura durante as safras de 2006/07 e na última safra 2007/08, cuja colheita terminou em maio 2008. Dados do Banco Central (Bancn) BNDES, BB, BNB, BASA, Sistema Sicredi, evidenciam que o montante destinado ao agronegócio é imensamente superior ao destinado à agricultura familiar.

Durante a safra de 2006/07 apenas 13,72% dos investimentos e custeios da produção agrícola foram destinados à agricultura familiar. Na safra de 2007/08, a porcentagem é ainda menor, apenas 10,95%.

Contabilidade preocupante. Isso porque a gricultura familiar é a principal responsável pela produção de alimentos. Daquilo que chega à mesa dos brasileiros, mais de 60% vêm da agricultura familiar. Ela produz quase 70% do feijão, 84% da mandioca, 58% dos suínos, 54% da bovinocultura do leite, 49% do milho, e 40% de aves e ovos. Na produção de carne bovina, a pequena propriedade rural contribui com 62,3%; a média, com 26,4%; a grande propriedade, com 11,2%. A produção leiteira depende da pecuária familiar em 71,5%. O latifúndio produz apenas 1,9%. As médias respondem por 26,6%.

Além disso, segundo o IBGE, das 4,9 milhões de propriedades rurais existentes no país, 4,1 milhões dependem da mão-de-obra familiar, responsável por 38% da produção agropecuária do país. O campo emprega 17,9 milhões de pessoas.

Propriedades de até 50 hectare absorvem 86% dos trabalhadores rurais. De cada 10 trabalhadores rurais, oito estão na produção familiar. A média propriedade absorve 10,2% e o latifúndio, 2,5%.
Fonte: www.mst.org.br

Embarque de soja cai 40% em agosto, mas cresce 8,5% no ano 02.09.08

02.09.08

Até o mês passado, as exportações brasileiras de soja somam 20,1 milhões de toneladas; faturamento cresce 77%

As exportações brasileiras de soja em grão caíram 40,8% para 2,358 milhões de toneladas em agosto, ante 3,984 milhões de t embarcadas em julho, informa a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando 2,674 milhões de t foram enviadas ao exterior, a queda foi de 11,8%.

Os embarques de agosto renderam US$ 1,22 bilhão, ante US$ 1,9 bilhão em julho e US$ 763,4 milhões em agosto do ano passado. O preço médio da tonelada de soja subiu 8,3% para US$ 517,2 ante US$ 477,5 em julho. Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o preço foi de US$ 285,5 o aumento foi de 81%.

No acumulado do ano, porém, as exportações brasileiras de soja em grão aumentaram 8,58% para 20,1 milhões de toneladas entre janeiro e agosto, ante 18,51 milhões de t no mesmo período de 2007. O faturamento disparou 77% para US$ 8,883 bilhões, ante US$ 5,017 bilhões entre janeiro e agosto de 2007.

Derivados

De acordo com a Secex, os embarques de farelo de soja recuaram em agosto para 953,8 mil toneladas, ante 1,386 milhão de t em julho e 1,38 milhão de t em agosto de 2007. O faturamento atingiu US$ 362,7 milhões, ante US$ 536,5 milhões em julho e US$ 321,7 milhões em agosto/2007. O preço médio da tonelada do produto ficou praticamente estável ante o mês anterior, US$ 380,2 ante US$ 387 em julho. No ano passado a tonelada de farelo valia US$ 233,2 nesta época do ano.

Quanto ao óleo de soja, 162,6 mil toneladas foram embarcadas em agosto, ante 266,2 mil em julho e 183,6 mil t em agosto/2007. O faturamento alcançou US$ 197 milhões no mês passado, ante US$ 319 milhões em julho e US$ 138,6 milhões em agosto de 2007.
Fonte: Ana Conceição, da Agência Estado

Imcopa redireciona produção de óleo de soja não-transgênica para mercado interno 02.09.08

02.09.08

A empresa paranaense Imcopa, maior indústria e exportadora de produtos derivados de soja não-transgênica do mundo, com sede em Araucária, vai aumentar a sua participação no mercado interno com um produto que, até agora, era quase todo destinado ao exterior. O óleo de soja não-transgênica da marca Leve, fabricado há 35 anos, terá refino e comercialização expandidos.

Para aproveitar um nicho de mercado ainda pouco explorado, a indústria pretende conquistar o público brasileiro preocupado em não consumir produtos transgênicos. Ao mercado interno, que antes ficava com 10% , será destinado agora 51% da sua produção. As 4,5 mil toneladas de óleo de soja ofertadas ao mercado brasileiro atualmente serão multiplicadas por cinco, chegando a 22,9 mil até abril de 2009. Com uma produção total de 45 mil toneladas de óleo de soja (bruto e refinado) ao mês, a Imcopa pretende refinar tudo o que é produzido.

A distribuição deste óleo, que acontece só em Curitiba e Região Metropolitana, será expandida para os estados das regiões Sul e Sudeste. O aumento da capacidade de refino e envase será feito na unidade da empresa em Cambé, no Norte do Paraná.

De acordo com o diretor de operações da Imcopa, Enrique Marti Traver, a expansão tem o intuito de explorar uma oportunidade no mercado nacional. “Nosso produto já tem uma grande penetração no mercado internacional, que exige as certificações de não-transgenia e sustentabilidade, mas queremos que o consumidor brasileiro possa também consumir um produto dessa natureza”, explica.

“A demanda por produtos garantidos quanto à sua rastreabilidade vem crescendo bastante em todo o mundo”, afirma o diretor. Há mais de oito anos a Imcopa rotula o óleo soja da marca Leve com a informação “alimento não-transgênico”. A empresa foi a primeira fabricante brasileira de óleo de soja não-transgênico certificado a informar ao consumidor a origem de sua matéria-prima. No rótulo, o Leve mostra dois certificados da Cert-ID, empresa norte-americana de certificação. O selo Non-GMO atesta o rastreamento do processo industrial, desde a produção da semente até o produto final.

A Cert-ID também emite o ProTerra para o produto, selo que assegura que a indústria adquire soja de áreas plantadas que não sofreram qualquer tipo de desmatamento desde 1994; são submetidas a um rigoroso controle no uso de agroquímicos e onde não se utiliza mão-de-obra infantil ou escrava.

Os maiores concorrentes da Imcopa no mercado nacional de óleo de soja apresentam nas embalagens a marca do “T”, que identifica produtos que podem conter ingredientes transgênicos. Esses produtos constam em uma lista no website da organização ambientalista Greenpeace, para alertar os consumidores.
Fonte: AEN/Centro de Inteligência da Soja

Abiove estima produção de 60,3 milhões de toneladas em 2007/08 02.09.08

02.09.08

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) projeta uma safra brasileira de soja de 60,3 milhões de toneladas em 2007/08.

A previsão faz parte do levantamento de agosto da entidade, que manteve a estimativa em relação ao relatório anterior.

A Abiove trabalha com exportação de 25,7 milhões de toneladas em 2008/09 e estima processamento de 32,4 milhões de toneladas. A projeção indica estoque inicial de 2,027 milhões de toneladas e final de 1,5 milhão. A produção de farelo de soja está estimada em 24,8 milhões de toneladas, com consumo interno de 11,5 milhões e exportações de 13,3 milhões de toneladas.

Em relação ao óleo de soja, a estimativa é de produção de 6,2 milhões de toneladas. O consumo interno está previsto em 4,1 milhões e a exportação em 2,15 milhões de toneladas.

Para a safra 2006/07, a Abiove manteve estimativa de produção de 58,726 milhões de toneladas. As exportações no ano comercial 2007/08 foram de 23,805 milhões de toneladas. A projeção de esmagamento é de 31,511 milhões de toneladas.

A produção de farelo está estimada em 24,111 milhões de toneladas, com consumo interno de 11,325 milhões e exportação de 12,899 milhões de toneladas.

Para o óleo, a previsão é de produção de 6,047 milhões, com consumo doméstico de 3,647 milhões e exportação de 2,521 milhões de toneladas
Fonte: Abiove

FAO recomenda mais apoio à agricultura familiar na América Latina e no Caribe 01.09.08

01.09.08
A conjuntura internacional em torno dos preços dos produtos agrícolas torna oportuna a expansão da agricultura nos países da América Latina e do Caribe, conforme estudo divulgado pelo Escritório Regional da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) para a região. Isso é viável, conforme o organismo, em vista da heterogeneidade de climas existentes, o que favorece o equilíbrio de preço dos produtos.

"Os países mais vulneráveis seriam os importadores de alimentos e energia e o principal risco associado ao aumento dos preços seria o agravamento da já muito desigual distribuição de renda", diz o estudo. A América Latina e o Caribe, por ser uma região exportadora de alimentos, segundo a FAO, já oferecem 40% da sua produção ao mercado consumidor internacional, depois de atendida a sua própria demanda. No entanto, a inflação dos alimentos na região entre janeiro e julho de 2008 supera em 50% a inflação geral, "com grande impacto sobre as famílias mais pobres, que gastam a maior parte de seu orçamento na compra de alimentos".

Os gastos com alimentos em países como Bolívia, Colômbia, Guatemala, Honduras, Jamaica, Nicarágua, Paraguai e Peru superam a economia doméstica em 60% nos setores mais pobres, segundo o estudo. A entidade vê também oportunidade para os países importadores de alimentos substituirem importações, utilizando a capacidade ociosa de suas terras para a agricultura familiar, que é a grande provedora de alimentos na América Latina e no Caribe, responsável por 80% da oferta de empregos no campo. O uso de tecnologias modernas, de acordo com a FAO, poderia duplicar o rendimento da agricultura familiar, mas para isso seria necessário estímulo a esses produtores.

Fonte: Lourenço Canuto, repórter da Agência Brasil

Goiás volta a exportar carne bovina para a Rússia 01.09.08

01.09.08

O Estado de Goiás volta hoje a exportar carne bovina para a Rússia, conforme indformações do Ministério da Agricultura. Só continua suspenso o comércio de carne do município de Cavalcante. A liberação foi comunicada na sexta-feira 929/08) pelo Serviço Federal de Supervisão Veterinária e Fitossanitária da Rússia à Secretaria de Defesa Agropecuária do ministério. A comercialização havia sido suspensa em 27 de junho, após registro de um foco de estomatite vesicular em Cavalcante, município localizado no norte de Goiás.

Acordo sanitário firmado entre Brasil e Rússia especifica que, quando houver casos da doença, o Estado brasileiro em questão fica impedido de exportar carne bovina por um período de 12 meses. Goiás foi responsável por cerca de 25% das exportações brasileiras de carne para a Rússia de janeiro a junho de 2008. No período, as vendas de carne do Estado renderam US$ 184,6 milhões. No período, os embarques de produto fornecido por todo o País renderam quase US$ 730 milhões.
Fonte: Fabíola Salvador, Agência Estado

Governo Federal aplicará de R$ 73 milhões na formação de estoques de trigo e milho

01.09.08

O governo Federal, por meio da Conab, vai aplicar no próximo mês de setembro R$ 99,8 milhões na formação de estoques públicos. Os recursos fazem parte da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) e foram aprovados na semana passada, durante reunião com representantes da estatal, dos ministérios da Agricultura e da Fazenda, e do Banco do Brasil.

Para as aquisições (AGF) serão destinados R$ 73 milhões, sendo R$ 48 milhões para a compra de trigo do Paraná e R$ 5 milhões do Mato Grosso do Sul. Outra parcela, de R$ 20 milhões, vão para a aquisição de milho em todo o país, visando recomposição dos estoques da Companhia. Para outras despesas, como armazenagem, transporte e impostos, serão aplicados R$ 26,8 milhões.

Dentro da programação do mês, estão previstos, ainda, recursos para equalização da garantia e sustentação de preços, no valor de R$ 40,2 milhões.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Conab

Conab atualiza tabelas de custos de produção agrícola e pecuária 01.09.08

01.09.08

A Conab divulgou na sexta-feira (29), as tabelas com os novos valores dos custos de produção para as culturas de verão, inverno, permanentes e seca, com base no último levantamento de preços dos insumos, máquinas, implementos e serviços, realizado no mês passado. Essa atualização é feita a cada dois meses.

Para o gerente da área, Asdrúbal Jacobina, a pesquisa confirma um cenário já conhecido. “Os produtores estão sofrendo as conseqüências dos preços dos insumos, principalmente dos fertilizantes”, analisa. “Esse levantamento é importante para subsidiar o agricultor e os órgãos governamentais sobre as necessidades a serem atendidas pelas políticas agrícolas”.

A publicação é uma das fontes usadas para calcular lucros ou prejuízos na produção agropecuária. Além dos indicativos de preços, o trabalho traça um panorama sobre os custos de mão-de-obra, uso de colheitadeiras e impostos.

Além das culturas agrícolas previstas, há também tabelas com informações dos custos de aves e suínos. Para conferir, acesse no site da Conab:
Central de Informações Agropecuárias/Indicadores Agropecuários/Custos de Produção.

Fundação Bill Gates vem conhecer plantio de mandioca no Brasil para aplicar na África 01.09.08

01.09.08

Conhecer as pesquisas e tecnologias brasileiras para o desenvolvimento da cultura da mandioca é o objetivo da missão de consultores da Fundação Bill e Melinda Gates (EUA), que chega hoje ao Brasil, aqui permanecento até o dia 4 de setembro. Durante a semana, serão visitados os municípios de Palmital/SP e Cruz das Almas/BA, além da Capital federal. A proposta da fundação é criar um fundo na África para aumentar a produtividade e elevar o valor nutricional da mandioca.

Em Palmital/SP, a missão visitará a empresa Halotek-Fadel, especializada no cultivo mecanizado e no processamento do amido de mandioca. Nos dias 3 e 4 de setembro, em Cruz das Almas/BA, os consultores se reunirão com representantes da Embrapa Mandioca e Fruticultura, para discutir estratégias para o desenvolvimento da cultura no Brasil e no exterior.

De acordo com a pesquisadora da Embrapa, Maria José Sampaio, que coordena a agenda dos consultores, o Brasil tem muito a contribuir na pesquisa e transferência de tecnologia para manejo, conservação e melhoramento genético do produto.

Dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) apontam que a mandioca está presente, de forma intensa, nos países da África Tropical, Ásia e América Latina. Além de ser considerada o quarto cultivo mais importante nos países em desenvolvimento, a mandioca é alimento básico para cerca de um bilhão de pessoas em 105 países.
Fonte: Mapa e Embrapa