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Minc anuncia R$ 1 bi para recompor reservas na Amazônia 30.05.08

30.05.08

Ministro diz que agricultores que estiverem na ilegalidade para desmatar sofrerão a ação da Polícia Federal

BELÉM - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, no seu discurso aos governadores da Amazônia nesta sexta-feira, 30, afirmou que a Medida Provisória publicada na quinta-feira garante R$ 1 bilhão para recompor reservas legais da Amazônia.

Minc chegou a Belém vindo da Alemanha, onde foi reivindicar ajuda financeira para a Amazônia. Ele confirmou que no próximo dia 5 será assinado o acordo que criará o Fundo de Proteção da Amazônia. Explicou que na viagem que fez à Alemanha, já foi conseguida a primeira doação, da Noruega, que garantiu US$ 100 milhões por ano durante cinco anos, para manter a floresta em pé para a sua recuperação.

O ministro garantiu que quem quiser regularizar sua situação terá todo apoio para as atividades extrativistas, e declarou que o governo vai oferecer "milhões de reais, preço mínimo, tudo de bom".

Ele disse que a Operação Arco Verde terá recursos para o bom desenvolvimento, mas que a Operação Arco de Fogo terá mão dura contra a impunidade ambiental e os criminosos ambientais. Apesar do governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PPS), ser a favor da revogação da resolução, Minc afirmou que principalmente agora que começa a estiagem na região amazônica - nos meses de junho, julho e agosto - "não se pode dar crédito para desmatar".

No Cerrado não precisa provar legalidade

O ministro explicou que alguns municípios não serão atingidos pela resolução por não pertencerem ao bioma Amazônia. Propriedades que ficam na fronteira em área de cerrado ou pantanal deverá ter acesso à financiamentos. Um pouco antes, Maggi afirmou que não se podia ser simplista impedindo quem está produzindo de produzir. "Uma proibição pode levar a um aumento da ilegalidade", alertou ele.

O ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, disse que pela primeira vez na história, a Amazônia ocupa o centro da atenção nacional . "A nação anseia por uma reconciliação profunda e duradoura e de desenvolvimento e preservação". Para ele, o maior problema é que "estamos muito aquém de onde devíamos estar, tanto em iniciativas de preservação como de desenvolvimento".

Ele disse que o Ministério tem propostas de iniciativas em sete áreas para promover a reconciliação entre desenvolvimento e preservação. As áreas se referem a incentivos para iniciativas economicamente viáveis, promoção de práticas cooperativas, transporte e capacitação de recursos humanos, entre outras.
Fonte: Angela Lacerda, de O Estado de S. Paulo, com o Observatório

Aumento dos alimentos pode agravar tráfico de mulheres 30.05.08

30.05.08

O aumento do preço dos alimentos em todo o mundo pode contribuir para o agravamento do tráfico internacional de mulheres. A opinião é de Márcia Campos, presidente da Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM), uma entidade criada em 1945 e que luta pela igualdade de direitos.

“Nos últimos nove meses, os cereais, o trigo, a soja aumentaram em quase 90% o seu valor. Se a fome e a pobreza já jogam as mulheres no tráfico, imagine com uma realidade dessas agravada. É um assunto gravíssimo e temos que jogar firme contra ela”, disse Campos, que é a primeira latina a ocupar a presidência da entidade.

Em entrevista à Agência Brasil, ela afirmou que o tráfico de mulheres é uma questão grave em todo o mundo e precisa ser combatido com programas e políticas sociais. “A primeira coisa que se deve fazer é criar uma condição de vida para as pessoas: alfabetizar os analfabetos, dar emprego para todo mundo, criar condição de auto-estima para a mulher, a fim de que ela não pense em saídas desse tipo para resolver o problema de subsistência”. Segundo Márcia Campos, a maior parte das mulheres que se tornam vítimas do tráfico é pobre.

A presidente da FDIM participou nessa quinta-feira (29), na Universidade Ibirapuera, em São Paulo, de um seminário sobre tráfico de mulheres. Durante o encontro, a universidade apresentou protocolo de intenções para implantar um observatório internacional no Brasil, que pretende coletar dados estatísticos sobre os direitos e o tráfico de mulheres em 160 países.
Fonte: Elaine Patricia Cruz, repórter da Agência Brasil, com o Observatório

Renegociação de dívidas agrícolas envolve 2,8 milhões de produtores 30.05.08

30.05.08

Desses, 1,8 milhões são agricultores familiares, que devem menos de 15% do total renegociado

As medidas tomadas ontem (29) pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para a renegociação da dívida agrícola envolvem 2,8 milhões de produtores rurais. Nem todos, entretanto, estão inadimplentes, ressalta Gilson Bittencourt, secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda e responsável pela área agrícola da pasta.

Informações do Ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, no dia (27) em que o presidente da República assinou a Medida Provisória da renegociação, indicam que a agricultura familiar representa menos de 15% dessa dívida e 1,8 milhões de contratos (veja
aqui)

O impacto das medidas, distribuído nos próximos anos, deverá ser de R$ 1,4 bilhão para o governo, mas o custo total será de 9 bilhões, caso todos os inadimplentes renegociem ou os adimplentes venham a liquidar as dívidas com os descontos previstos para cada cada programa, informou Bittencourt.

A amortização de dívidas recentes e antigas poderá o ocorrer ao longo de 17 anos, segundo Bittencourt. Segundo ele, o saldo devedor dos inadimplentes do crédito rural está estimado em R$ 15 bilhões. Desse total, R$ 7 bilhões já estão inscritos em dívida ativa. O montante de recursos envolvidos no crédito agrícola, incluindo todos os programa – novos e antigos - chega a R$ 75 bilhões.

As medidas tomadas pelo CMN complementam decisões constantes da Medida Provisória 432, publicada ontem (28). O secretário do Ministério da Fazenda disse, durante entrevista coletiva, que ainda vão ser tomadas medidas adicionais em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em relação à classificação de risco das operações de reestruturação.

No entanto, nada impede, segundo ele, que os bancos sejam procurados a partir de segunda feira para que seja iniciado o processo de renegociação das dívidas.

A Procuradoria Geral da Fazenda, por sua vez, deverá fazer convênio com os bancos públicos federais estabelecendo as bases para a renegociação dos contratos, dentro dos descontos concedidos pela Medida Provisória 432 ou definida em algumas das 20 resoluções constantes de sete votos aprovados pelo CMN na área agrícola.

Cada programa de financiamento do crédito rural que vai ser alvo de renegociação, assinalou o secretário, foi tratado de acordo com o seu público e o seu histórico. As dívidas antigas, como as do PESA (Programa Especial de Saneamento de Ativos), das lavouras de cacau e Recoop (crédito liberado para cooperativas) são as que tiveram algum desconto, já que estão prorrogadas por decisões anteriores entre cinco e 25 anos. A liquidação delas contará com desconto variável de acordo com o saldo devedor.

Ao verificar sua situação no banco, diz Gilson Bittencourt, o produtor vai se inteirar sobre o desconto a que terá direito e optar em renegociar ou liquidar. O processo de negociação terá prazo até 30 de setembro e os bancos estarão fazendo cálculos até 30 de dezembro. Aqueles que têm dívidas vencendo ao longo do ano devem procurar o agente financeiro o mais rápido possível para quitá-las, pois não serão contemplados com a renegociação se estiver com financiamento vencendo este ano com prestações atrasadas.
Fonte: Lourenço Canuto, repórter da Agência Brasil, com o Observatório

Estudo diz que safra mundial recorde de trigo pode atenuar crise de alimentos 30.05.08

30.05.08

A produção global de trigo deve atingir um recorde neste ano, o que pode contribuir para uma diminuição dos níveis dos preços de alimentos, segundo estudo do IGC (Conselho Internacional de Grãos, na sigla em inglês).

Para a safra 2008/2009, a expectativa do IGC para a produção mundial de trigo foi elevada em 5 milhões de toneladas, atingindo o total recorde de 650 milhões de toneladas.

O órgão informou que os preços do trigo já caíram entre 25% e 50% em relação aos picos atingidos em março, acrescentando que o cenário positivo para a produção e a safra bem sucedida na Índia ajudaram a diminuir algumas das preocupações sobre o fornecimento de grãos no mundo.

O conselho elevou sua estimativa de safra de trigo para este ano na Índia (segundo maior produtor após a China) para 76,8 milhões de toneladas --contra uma previsão de 75,5 milhões. Para a safra do ano passado, a estimativa de produção do país ficou em 75,8 milhões de toneladas.

A revisão do grupo também incluiu perspectivas melhoradas para outros países, incluindo Rússia, Ucrânia, Polônia e Romênia. "As chuvas melhoraram as perspectivas na União Européia, Rússia, Ucrânia e nas regiões dos EUA onde de produz trigo durante o inverno", diz o órgão.

A estimativa para a safra global de trigo referente ao período 2007/08 ficou em 604 milhões de toneladas. A estimativa permaneceu abaixo da projeção divulgada na semana passada pela FAO ( Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), de que a safra mundial de trigo chegaria a 658 milhões de toneladas. O Departamento de Agricultura dos EUA, por sua vez, informou neste mês que a safra mundial ficaria em 656 milhões.

A estimativa de consumo feita pelo IGC no período 2008/2009 também cresceu, em 2 milhões de toneladas, ficando em 632 milhões, seguindo-se a um forte recuo nos preços.

"Preços menores do trigo devem estimular uma recuperação no consumo de alimentos nos países em desenvolvimento na Ásia e na África", diz o conselho.
Fonte: Agência Reuters, com o Observatório

Receita cambial do frango aumenta 50% e supera US$2 bi 30.05.08

30.05.08

No primeiro quadrimestre de 2008 a receita cambial da carne de frango exportada pelo Brasil aumentou 51,46% em relação ao mesmo período de 2007, passando de US$1,348 bilhão para US$2,042 bilhões. O valor alcançado projeta para o ano receita superior a US$6 bilhões.

À primeira vista, o produto que mais contribuiu para esse desempenho foi a carne de frango salgada, cuja receita passou de US$1,676 milhão nos quatro primeiros meses de 2007 para US$227,416 milhões no mesmo período de 2008 – um incremento superior a 13 mil por cento. Porém, como parte desse aumento decorre da reclassificação de parte dos industrializados (que, também aparentemente, perderam receita), o mais adequado é considerar a evolução conjunta dos dois produtos, caso em que o índice de incremento de receita foi de 143%. O frango inteiro obteve aumento de 46,80% e os cortes de frango de 35,93%.

Essas mudanças no desempenho implicaram em alterações, também, nos índices de participação dos quatro itens exportados na receita cambial total. A participação dos cortes recuou de 57% para 52% (queda de participação de 10,25%) e a do frango inteiro de 31% para 30% (queda de 3,07%). Já a participação (combinada) de industrializados e de carne de frango salgada, que foi de 11% nos quatro primeiros meses de 2007, subiu para 18% neste ano – um aumento de participação superior a 60%.
Fonte:: Avisite

Governo já estuda "amenizar" a vigência das leis ambientais 29.05.08

29.05.08

Diante da ameaça feita pelo governador do Mato Grossoda de que haverá uma redução de 20 milhões de toneladas de grãos na safra do ano que vem por causa das restrições ambientais à concessão de crédito agrícola na Amazônia, após o registro do aumento de desmatamento na região, o governo estuda mudanças na portaria 96/2008, do Ministério do Meio Ambiente. O “Bloqueio Amazônico”, como foi apelidada a decisão do governo por Maggi, impede concessões de crédito a propriedades rurais não licenciadas em municípios incluídos pelo governo na Amazônia.

A portaria foi assinada no dia 27 de março e torna quase impossível a concessão de crédito oficial para todos os municípios do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima e outros 106 do Maranhão, Mato Grosso e Tocantins.
Fábricas de alimentos da Bertin, Perdigão e Sadia, localizadas nessa região, que dependem da produção de grãos e da criação e abate de animais na região. Sem o crédito agrícola para os produtores, as indústrias podem fechar.

O presidente Luiz Inácio da Silva já foi informado da situação e determinou que seja encontrada uma solução urgente. A idéia, no governo, é que o presidente já anuncie para os governadores da Amazônia, na reunião de sexta-feira, em Belém, que a situação vai mudar. O Ministério da Fazenda estima que os créditos para os cerca de 500 municípios bloqueados envolvem R$ 2,6 bilhões. A quebra prevista pelo governador Maggi atingiria cerca de 20 milhões de toneladas, equivalente a 14,4% da safra passada.
Fonte: O Estado de S. Paulo/Agência Estado, com o Observatório

Adubo teve reajuste de quase 100% em 16 meses, mostra pesquisa 29.05.08

29.05.08

Governo federal, a classe política, produtores rurais e iniciativa privada vêm debatendo soluções para um problema que se configura, cada vez mais, como uma bomba de efeito retardado no plantio da próxima safra de verão: a alta dos insumos, sobretudo dos fertilizantes. Componentes de maior peso no custo de produção de grãos, os fertilizantes, cujos principais são nitrogênio, fósforo e potássio, tiveram seu preço médio reajustado em quase 100% de 16 meses para cá, segundo análise da Scot Consultoria.

Em Sorriso (MT), maior município produtor de grãos do País, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) apurou que o sojicultor deve gastar no próximo plantio, só com adubos, quase metade do custo de produção: R$ 520,92 para gastos de R$ 1.174,41, numa produtividade de 52 sacas/hectare, ante 38% da safra anterior.

E o cenário, segundo os analistas e a própria indústria, continuará sendo de alta. A indústria fabricante justifica os reajustes internos com a conjuntura externa. Segundo o presidente da Bunge Fertilizantes e da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), Mário Barbosa, o Brasil importou 22 milhões de toneladas de fertilizantes e produziu internamente 7 milhões de toneladas, ou seja, importou 70% do consumo. "A indústria nacional é considerada, por isso, tomadora de preços: pratica os preços do mercado externo, acrescidos de fretes oceânicos e despesas de importação", diz.

E os preços dos fertilizantes no exterior subiram muito. Entre os motivos, o grande crescimento nos preços de matérias-primas usadas na produção de adubos, como petróleo e gás natural, e dos fretes marítimos. "Além disso, EUA, Europa, China e Índia incrementaram muito a produção agrícola, e grandes países fornecedores de adubo tiveram problemas na produção, como fechamento de minas nos EUA e inundação na Rússia, causando um desequilíbrio entre oferta e demanda." Com tal cenário, Barbosa acredita que a alta persistirá.
Fonte: O Estado de S. Paulo/Agrícola, Agência Estado

Preços agropecuários sobem 3,91% em maio, divulga IEA 29.05.08

29.05.08

Os preços recebidos pelos produtores rurais paulistas subiram 3,91% na terceira quadrissemana de maio, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Segundo os técnicos do IEA, a alta configura a continuidade da pressão inflacionária dos preços agropecuários, principalmente os produtos de origem animal, que têm aumentado mais que os indicadores globais da inflação brasileira.

Os cálculos do IEA mostram que o indicador dos produtos de origem animal (IqPR-A) subiu 6,62% na terceira quadrissemana deste mês. Os produtos de origem vegetal (IqPR-V) subiram 2,82%. Sem a inclusão da cana-de-açúcar, produto de maior participação na ponderação dos cálculos do indicador do IEA, a alta geral de preços (IqPR) fica em 4,67%, em função do peso maior que passam a ter os produtos de animal. Sem a cana, o indicador de produtos vegetais mantém alta praticamente no mesmo valor (2,81%).

Segundo o IEA, os produtos que registraram maiores altas na terceira quadrissemana de maio foram batata (44,53%), carne de frango (21,35%), arroz (20,96%), tomate para mesa (17,47%), trigo (13,13%), milho (7,55%) e os leites tipo C (4,13%) e tipo B e (3,88%).

Os técnicos explicam que a alta da maioria dos produtos está relacionada a uma conjunção de fatores como o final do período de safra (que por si só já provoca o aumento das cotações); aumento do custo de produção, em especial os associados aos preços do petróleo, que vêm batendo sucessivos recordes de preços (notadamente fertilizantes e combustíveis); clima adverso à produção; e movimentos de mercado (commodities).

As discussões sobre o efeito da produção de biocombustíveis sobre a produção de alimentos é outro fator que tem atingido de imediato o preço final de venda dos produtos agrícolas, dizem os técnicos.

No período analisado, 15 produtos apresentaram alta de preços (9 de origem vegetal e 6 de origem animal) e apenas três apresentaram queda (todos de origem vegetal). Comparando o índice desta terceira quadrissemana (3,91%) com a segunda quadrissemana de maio (2,29%), tem-se acréscimo de 1,62 ponto percentual, reflexo das cotações de preços dos produtos que vinham apresentando alta, acentuaram esta tendência, além da recuperação da cotação da laranja para mesa, apesar de estar ainda com variação negativa.
Fonte: Venilson Ferreira, Agência Estado

AIE: biocombustível compensa petróleo escasso da Opep 29.05.08

29.05.08

Paris - Dados da Agência Internacional de Energia (AIE) mostram que os biocombustíveis estão cada vez mais compensando o crescimento lento da oferta de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), atendendo, desde 2000, a uma necessidade de quase 3 milhões de barris por dia.

Um adicional de 1,6 milhão a 2,9 milhões de barris por dia de petróleo bruto teria sido necessário para substituir o uso crescente de biocombustíveis nos últimos oito anos, segundo apresentação feita hoje pelo vice-diretor executivo da AIE, William Ramsay, em uma conferência sobre petróleo e gás, em Paris.

A capacidade de expansão da produção de petróleo de países que não fazem parte da Opep tem desapontado repetidamente nos últimos anos, por conta de insuficientes investimentos exacerbados pelo custo da inflação na indústria e outros fatores, resultando na entrega ao mercado de um volume de produção adicional menor do que o previsto inicialmente.

O economista chefe da AIE, Fatih Birol, afirmou nesta semana que a indústria de petróleo não está investindo o suficiente para compensar a diminuição na produção em campos petrolíferos. Segundo ele, o aumento dos investimentos para garantir que a capacidade já existente seja mantida é "mais importante" do que a quantidade de dinheiro sendo gasta em novos projetos de petróleo.

Preocupações crescentes sobre dificuldades na oferta no futuro, com o avanço da demanda por petróleo ultrapassando a oferta, têm ajudado a levar os preços da commodity para máximas acima de US$ 135 o barril nos últimos dias.

Alguns observadores acreditam que os biocombustíveis e as energias alternativas possam compensar uma escassez. Mas as dúvidas em relação aos biocombustíveis persistem.

A AIE afirmou em seu relatório mais recente sobre o mercado de petróleo que o aumento nos preços globais dos alimentos abalou as perspectivas para os biocombustíveis, destacando que um adicional de 1 milhão de barris de petróleo por dia pode ser necessário para substituir o consumo atual de combustíveis como biodiesel e etanol.

Fonte: informações da Dow Jones, Deise Vieira, Agência Estado

Presidente assina MP de renegociação de R$ 75 bilhões da dívida de produtores rurais 28.05.08

28.05.08

A renegociação da dívida rural, assinada ontem (27) pelo presidente Luiz Inácio, abrangerá R$ 75 bilhões do saldo devedor dos agropecuaristas brasileiros, o que representa 85,7% do total da dívida, avaliada em R$ 87,5 bilhões. O presidente assinou mensagem, encaminhando ao Congresso Nacional, Medida Provisória que trata da dívida dos produtores, em cerimônia realizada na noite de ontem, no Palácio do Planalto.

A MP poderá beneficiar 2,8 milhões de contratos, segundo informou o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O objetivo da renegociação é recuperar a renda dos produtores rurais e estimular o aumento da produção, numa época em que a demanda por alimentos vem crescendo rapidamente e o Brasil pode aumentar suas exportações.


Contraste com a Agricultura Familiar

Durante a solenidade, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, disse que a proposta de renegociação beneficiará 1,8 milhão de agricultores familiares com débitos estimados em R$ 10 bilhões. Os números foram revistos pelo ministério, pois informações divulgadas anteriormente não consideravam um grupo de agricultores. Cassel disse ainda que o nível de inadimplência dos familiares e dos assentados da reforma agrária é muito pequeno. "Em treze anos de Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), o nível de inadimplência é de apenas 3%. As medidas anunciadas hoje vão permitir que os agricultores tenham mais acesso ao crédito e ampliem a produção", afirmou.

Comentário do editor: fazendo as contas, então, a agricultura dita "empresarial" representaria cerca de 1 milhão de contratos e dívida renegociada de 65 bilhões (86,6% do total), não sendo divulgado qual é o índice de inadimplência, que entre os agricultores familiares é de apenas 3%.


Longas negociações e dívidas não pagas desde 1980

O Ministério da Agricultura (Mapa) informou que, com a medida provisória (MP) para renegociação e repactuação da dívida agrícola, o governo pretende "facilitar a liquidação das operações efetuadas nas décadas de 80 e 90, já tantas vezes renegociadas, de maneira a possibilitar aos mutuários inadimplentes a regularização de suas pendências". Além disso, para evitar um novo acúmulo de dívidas, a MP propõe a redução de encargos financeiros de alguns programas mais recentes de investimento rural e dos custeios prorrogados.

As negociações para o parcelamento da dívida se estenderam por mais de um ano e envolveram os ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário, da Integração Nacional e da Fazenda. O governo pretende, com a MP, facilitar a liquidação das dívidas contraídas pelos produtores rurais nas décadas de 1980 e 1990, que já foram renegociadas várias vezes, mas ainda têm vários mutuários inadimplentes.

As formas de negociação definidas na MP variam de acordo com a especificidade da dívida:

- Para as operações antigas, com risco da União, dos Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte (FNO), do Nordeste (FNE) ou do Centro-Oeste (FCO) e do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), serão concedidos descontos percentuais inversamente proporcionais ao valor das dívidas, ou seja, o produtor que deve mais terá um desconto menor que o que deve menos;

- Para as dívidas vencidas com encargos atrelados à Taxa Média Selic (TMS) mais 1%, passará a ser adotado o Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA) mais 6% ao ano;

- O Conselho Monetário Nacional (CMN) definirá prazos para que os produtores manifestem interesse em aderir ao novo plano de reestruturação do endividamento, para o pagamento do valor mínimo sobre as prestações vencidas, para renegociação do saldo devedor e para que os agentes financeiros atualizem seus sistemas e formalizem as renegociações;

- Nos casos em que os mutuários são representados por uma cooperativa ou associação, para efeito de enquadramento nas faixas de desconto, será considerada a média dos saldos devedores pelo número total de cooperados ou associados da entidade;

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Os custos dos descontos serão bancados pelo Tesouro Nacional, nas operações com risco à União, pelos Fundos Constitucionais de Financiamento e pelo Funcafé, nas operações lastreadas com seus recursos e risco.

Para renegociar dívida, produtor precisa quitar mínimo

Os produtores que quiserem ter acesso às medidas anunciadas ontem pelo governo terão até o dia 30 de setembro para pagar os valores mínimos previstos na medida provisória que será publicada amanhã no Diário Oficial. No caso das dívidas de investimento, o produtor poderá pagar apenas 40% da parcela deste ano e distribuir o resto nos próximos anos do contrato. Os bancos, por sua vez, terão até o dia 30 de dezembro para formalizar as medidas junto aos produtores rurais. As informações são do secretário adjunto de Microfinanças e Política Agrícola do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt.

Ele disse que a medida provisória tem 37 páginas e 52 artigos e que foi preciso alterar cerca de 20 leis para regulamentar as medidas. Além da MP, parte do pacote agrícola precisará ser referendado pelo Conselho Monetário Nacional, que se reúne na quinta-feira. O secretário disse que há três medidas para a área ambiental no pacote anunciado hoje. A primeira é uma linha de crédito com juros de 4% para atividades florestais. A segunda é uma medida que autoriza o uso de florestas como penhor para os financiamentos rurais. Hoje a lei autoriza o penhor pelo prazo de três anos, mas o governo resolveu retirar o prazo para facilitar os financiamentos. A terceira medida é a subvenção direta para produtores da agricultura familiar que trabalham com produtos do extrativismo.

Vários deputados e senadores participaram da cerimônia para a assinatura do texto da medida provisória. O deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) disse que o pacote é bom para o setor rural, mas defendeu um prazo de carência de um ano para adoção de medidas, ou seja, que o pagamento das dívidas do setor rural comece a ser feito daqui um ano. Ele também pregou a ampliação do prazo para pagamento das dívidas inscritas na Divida Ativa da União (DAU). A proposta do governo prevê o pagamento dessas dívidas em cinco anos.

Segundo o secretário do Ministério da Fazenda, a proposta foi negociada com os parlamentares e com a iniciativa privada e por isso a expectativa do governo não é de mudanças substanciais do texto. Bittencourt também acredita que a MP será aprovada em tempo recorde no Congresso já que os bancos vão esperar a conclusão das discussões no Legislativo para oferecer aos produtores os benefícios do pacote. Além disso, a oferta de novos financiamentos para a safra 2008/09 depende da aprovação do texto no Congresso.

Impacto adicional da renegociação da dívida agrícola é de R$ 1,2 bi

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou hoje que a renegociação das dívidas do setor agrícola terá agora um custo fiscal adicional para a União de R$ 1,2 bilhão. Essa estimativa é bem menor do que os R$ 9 bilhões previstos por Mantega porque, a diferença entre elas, explicou o ministro, já havia sido lançada em prejuízo ou provisionadas, o que gerou um custo fiscal no passado.
(nota do editor: ou seja, além dos bilhões anteriormente já contabilizados como perdas, mais um bilhão de perdas, agora...)

Programas

A MP permitirá a renegociação e a quitação de passivos relativos à securitização I e II, Pesa, Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), Programa de Recuperação da Lavoura Cacaueira, Recoop, operações transferidas para a Dívida Ativa da União (DAU), Fundos Constitucionais, custeios e investimentos, segundo informações do deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS). Já as medidas para a agricultura familiar abrangem o Pronaf, Procera, crédito fundiário e Banco da Terra, entre outros.

Fontes: Danilo Macedo, repórter da Agência Brasil, Fabíola Salvador e Fabio Graner, Agência Estado, e o Observatório

Brasileiros pagam mais de 490.000 toneladas de água a preço de frango 28.05.08

28.05.08

A R$1,80 o kg, representa um custo para o consumidor de R$ 882 milhões
Índice de frango com excesso de água ainda é alto, aponta diretor de inspeção animal


A incidência de casos de excesso de água em frangos congelados caiu de 45% para 26% dos lotes fiscalizados pelo Ministério da Agricultura (Mapa), entre 2004 e 2007.

A informação foi dada ontem (27) pelo diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) do ministério, Nelmon da Costa, em audiência pública da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados.

Por lei, a carne de frango congelada pode ter, no máximo, 6% de água. O excesso de hidratação aumenta o peso do produto lesando os consumidores e ampliando os ganhos de indústrias que descumprem a legislação.

Para o diretor, a queda no percentual de casos indica avanço no esforço do governo para coibir fraudes no produto, mas o número de fraudes registradas nos lotes fiscalizados ainda é muito alto. “26% é um percentual alto. O objetivo do ministério é chegar a zero”, afirmou.

75% das indústrias já fraudaram

Segundo ele, desde que o Programa de Combate à Fraude por Adição de Água em Carcaças de Aves foi criado, em 2000, pelo menos dois terços das 183 empresas que industrializam frango no país já foram autuadas pelo ministério. As irregularidades dizem respeito apenas à produção voltada ao mercado interno.

Uma nota técnica divulgada hoje pelo órgão relacionou as 76 indústrias flagradas, entre 2006 e maio deste ano, com produtos fora do padrão. Na maior parte delas, o excesso de água foi de até quatro pontos percentuais acima do previsto, mas em 11 indústrias o teor de hidratação da carne de frango passou do dobro permitido. Em quatro empresas - Rei Frango Abatedouro Ltda. (28,23%), Frigorífico Avícola de Tanabi ltda. (razão social até 25/08/04) (20,1%), Rigor Alimentos Ltda (20,95%) e Avícola Três Irmãos de Bariri Ltda. (22,28%), todos de São Paulo - a água representou mais de 20% do peso do produto fiscalizado.

Na avaliação de Costa, as situações em que se extrapola em grande medida o teor permitido indicam a intenção clara de fraude. “Os casos que extrapolam o valor em 0,5% a 1% estão fora de conformidade e as empresas são autuadas, mas não chegam a caracterizar dolo ou má fé. Agora, quando os valores começam a ser bastante superiores, fica caracterizado que a empresa teve a intenção de fraudar e querer passar a perna no consumidor", disse.

Reincidência é usual e multa é baixa

Na relação do ministério, há indústrias que foram autuadas até nove vezes por irregularidades na produção, nos últimos 53 meses. De acordo com o diretor, as empresas exploram as fragilidades do governo, como dificuldades de metodologia e limitação no número de análises.

Além disso, ele destacou que o valor baixo da multa aplicada, fixado em cerca de R$ 16 mil, contribui para a prática das fraudes. Para coibir as irregularidades e aumentar a pena para as empresas, o ministério fez uma parceria com o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), do Ministério da Justiça.

Depois da autuação do Mapa, as informações sobre as indústrias que descumprem a legislação são repassadas a entidades locais de defesa do consumidor e ao Ministério Público, que podem pedir na Justiça o pagamento de multas complementares. As multas podem chegar a R$ 3 milhões - valor máximo previsto no caso de violação do Código de Defesa do Consumidor.

Devido ao "histórico de violações e por constatações de não conformidades em auditorias referentes à fraude por adição de água em carcaças e produtos", o MAPA colocou as empresas Wiper Industrial de Alimentos Ltda., de Santa Catarina, e Atibaia Abatedouro de Aves Ltda., de São Paulo, em regime especial de fiscalização do DIPOA/SDA/MAPA, estando impedidas de comercializarem frango congelado in natura desde 05.12.07 e 03.03.08, respectivamente.

O outro lado

Na audiência, o secretário-executivo da União Brasileira da Avicultura (UBA), João Tomelin, contestou as colocações do diretor do Dipoa. Ele disse que a lei é adequada e vem sendo cumprida pela maioria das empresas. “A grande maioria das empresas vem cumprindo seu papel. São poucas que eventualmente possam estar burlando a legislação", afirmou Tomelin.

O dirigente da UBA garantiu que as indústrias do setor mantêm programas internos de controle do teor de água no frango e, como o processo é “sensível”, pode apresentar falhas. Segundo Tomelin, os desvios são pequenos em relação à produção nacional de frango que chegou, em 2007, a 7 milhões de toneladas para o mercado interno e 3,3 milhões de toneladas destinadas à exportação, fazendo do Brasil o terceiro maior produtor mundial de carne de frango.

A relação das empresas autuadas pelo Mapa, de 2006 a maio de 2008, está disponível em
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A Nota Técnica que colocou as duas empresas acima referidas em regime especial de fiscalização também está em
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Fonte: Adriana Brendler, repórter da Agência Brasil, com o Observatório

Comentário do editor: Se os 7 milhões de toneladas de carne de frango congeladas destinadas ao mercado interno tivermos apenas a margem "tolerável" de 1% de água, além dos 6% permitidos pela Portaria do Mapa, ou seja, o frango comprado contém 7% de água, os brasileiros pagam mais de 490.000 toneladas de água a preço de frango, o que não é pouca coisa. Ou é? Mas para o governo brasileiro isso é normal...

Presidente encaminha ao Congresso projeto criando Fundo de Catástrofe do Setor Rural 28.05.08

28.05.08

Uma mensagem encaminhada ao Congresso Nacional propondo a criação de um Fundo de Catástrofe do Seguro Rural foi assinada na noite de ontem (27) pelo presidente Luiz Inácio da Silva, no Palácio do Planalto.

Esse novo fundo, apresentado na forma de projeto de lei complementar, vai substituir o Fundo de Estabilidade do Seguro Rural, que não vem sendo eficaz quanto aos objetivos esperados, com indisponibilidade de recursos e baixa adesão das seguradoras.

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o novo fundo deve ser um instrumento de resseguro suplementar no casos em que ocorrerem catástrofes climáticas. Técnicos do Mapa afirmam que a criação do fundo incentiva o aumento da produção agrícola em regiões de climas instáveis.

O Fundo de Catástrofe seria constituído por um consórcio privado que contaria com a contribuição de seguradoras e com subvenção pública eventual, tanto do governo federal quanto dos governos estaduais que se interessem em estender a oferta do seguro rural.

O Mapa espera que a criação do fundo, combinada com incentivos do governo ao seguro rural, aumente significativamente a quantidade de coberturas para a produção agropecuária. Como forma de estimular o seguro rural, foi criado em 2003 o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural.

Desde então, o orçamento do programa, que teve seu início apenas em 2005, cresceu de R$ 2,3 milhões para R$ 61 milhões em 2007. Para este ano, foi aprovado no Congresso Nacional um orçamento de R$ 160 milhões, suficientes para cobrir uma área de 6 milhões de hectares, equivalentes a 10% da área plantada.
Fonte: Danilo Macedo, repórter da Agência Brasil

Minc quer criar fundo privado internacional para Amazônia 28.05.08

28.05.08

O novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, anunciou ontem que criará um fundo internacional, formado com recursos da iniciativa privada, para estimular o desenvolvimento sustentável da Amazônia. "Vamos trazer recursos para manter a floresta em pé. No dia 5 de junho, vamos apresentar um fundo, que será criado por decreto presidencial, para isso."

Segundo Minc, já estão garantidos para o fundo US$ 100 milhões de empresas norueguesas. Esses recursos, segundo o ministro, serão depositados em setembro próximo. O fundo será gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "A lógica é a seguinte: todo mundo diz que a Amazônia é importante, todos choram quando se corta uma árvore, mas tem 25 milhões de pessoas que vivem lá, e precisamos de recursos para que essa população sobreviva de maneira sustentável."

Minc informou que dirá a ministros do Meio Ambiente de outros países que o Brasil "é soberano, mas contribuições são bem-vindas para exercermos nossa soberania ambiental".

"Chapeuzinho Vermelho"

O novo ministro disse que proporá ao presidente Luiz Inácio da Silva a ampliação dos poderes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na fiscalização de crimes ambientais. A idéia, segundo Minc, é a de se dar ao Ibama poderes semelhantes aos da Receita Federal. "Uma das possibilidades é a de dar ao Ibama poder para leiloar imediatamente os bens apreendidos de criminosos ambientais", disse o ministro.

Em relação à declaração do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que disse esperar da gestão de Minc mais rapidez na concessão de licenças ambientais para obras, o novo ministro informou que terá uma longa conversa com o colega. "Primeiro, para dizer que não sou 'Chapeuzinho Vermelho', mas direi que teremos uma ótima relação, pois acho que as hidrelétricas fazem a diferença. A nossa matriz (energética) é uma das mais limpas, porque as hidrelétricas geram pouca emissão de CO2."

Minc acrescentou que pretende criar parques fluviais ao longo dos rios e usar os recursos das compensações ambientais pagas pelas usinas para preservar os recursos hídricos reflorestando as nascentes e os mananciais e criando dezenas de parques fluviais.

O ministro acrescentou que pedirá a Lobão apoio na tentativa de tornar nacional um decreto que já está em vigor no Rio de Janeiro que determina que produtores de combustíveis fósseis terão que produzir um certo porcentual de energia renovável.
Fonte: Leonardo Goy, Agência Estado

Paralisação das atividades que não cumprem legislação ambiental pode tirar R$10 bi de Mato Grosso 27.05.08

27.05.08

As restrições impostas pelo governo federal, impedindo o acesso ao crédito oficial em propriedades que não tenham a licença ambiental a partir do dia 1 de julho, poderão retirar de circulação R$10 bilhões de Mato Grosso, cifra que teoricamente seria injetada na economia caso nenhuma medida restritiva fosse adotada para inibir a atividade agrícola e pecuária nas regiões do bioma da Amazônia. A informação é do Diário de Cuiabá.

Para o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira, isso seria um desastre lembrando que a receita gerada nas áreas embargadas “cairia por terra” com a “eliminação” de 2,5 milhões de hectares de soja (nota do editor: de um total plantado de aproximadamente 6 milhões ha), 100 mil hectares de algodão, 200 mil hectares de arroz e 700 mil hectares de milho do processo produtivo. A medida atingiria também 8% do rebanho nacional, com fortes repercussões também à pecuária do Estado.

Em Mato Grosso, 19 municípios foram atingidos pela resolução do Banco Central, que proíbe a concessão de crédito para a atividade agropecuária sem a apresentação do licenciamento ambiental.

O Banco do Brasil considera “prematura” qualquer previsão sobre o efeito da medida. “Não podemos ainda mensurar o impacto desta medida para a agricultura”, admitiu uma fonte da instituição.

Esta semana o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, aproveitou a visita de dois ministros ao Estado - Reinhold Stephanes (Agricultura) e Roberto Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) - para fazer um apelo exigindo a prorrogação dos efeitos da medida. O governador apontou também as dificuldades do Estado para fazer o licenciamento em todas as propriedades de Mato Grosso inseridas no bioma da Amazônia, ressaltando que as atividades econômicas nestes municípios serão reduzidas se a atual resolução permanecer.

Segundo o presidente da Aprosoja, Glauber Silveira, todos os produtores dependem de crédito para plantar. “Sem dinheiro a produção pára e a agricultura pode ficar engessada nas regiões do bioma”, é preciso dar um prazo para que a medida seja regulamentada. Para o governador Maggi, este prazo terá que ser de no mínimo dez anos.

MEDIDA - A resolução do Banco Central não apenas cerceia o crédito ante o simples embargo, mas estende a vedação a qualquer instituição de crédito.

“Não se pretende menosprezar a importância da preservação ambiental e a necessidade do poder público adotar medidas concretas de combate ao desmatamento e às queimadas criminosas. Mas, as medidas adotadas inviabilizam a atividade econômica em muitas regiões do Estado”, alerta o economista Amado de Oliveira Filho, consultor da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato).

De acordo com ele, municípios com economia consolidada na agropecuária há mais de um século, como é o caso de Vila Bela da Santíssima Trindade, “jamais terão condições de cumprir a Medida Provisória 2.166/67 e adequar-se aos 80% de reserva legal”.

Ele diz que o crescimento da produção sempre aconteceu mediante fortes pressões sobre o setor produtivo rural pelas autoridades ambientais federais, “remetendo ao setor acusações de predadores ambientais e em função disso aplicando severas medidas de comando e controle, como por exemplo, a MP 2.166/67, que significa uma verdadeira expropriação patrimonial das milhares de famílias que por convocação do próprio governo federal fizeram de Mato Grosso seu lugar para viver e produzir”.

Fonte: Notícias Agrícolas


Veja a notícia "
Apenas 4 mil das 120 mil propriedades rurais em MT têm licenciamento para operar

Aumenta estimativa de analistas para crescimento da economia 27.05.08

27.05.08

Os analistas de mercado reduziram a projeção para a relação entre dívida líquida do setor público e Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, de 41,35% para 41,30%. A estimativa consta no boletim Focus, publicação semanal do Banco Central, com base em pesquisa feita com especialistas sobre os principais indicadores da economia.

Para o crescimento do PIB, a projeção passou de 4,69% para 4,70% enquanto a estimativa do crescimento da produção industrial passou de 5,35% para 5,37%.

Foi mantida a estimativa para o déficit em conta corrente neste ano, em US$ 20 bilhões, e aumentada a projeção para o superávit comercial de US$ 24,20 bilhões para US$ 24,90 bilhões. A estimativa a taxa de câmbio ao final de 2008 foi mantida em R$ 1,70 cada dólar.

Quanto ao investimento estrangeiro direto, a estimativa caiu de US$ 32 bilhões para US$ 31,30 bilhões.
Fonte: Kellu Oliveira, repórter da Agência Brasil

Comentário do editor: fico impressionado com a precisão das estimativas desse pessoal do tal "mercado", e me pergunto que ciência econômica é essa que eles praticam, de tão exata: o crescimento do PIB passou de 4,69% ao ano para 4,70%, ou seja, 0,01 ponto percentual a mais! isso enquanto os setores produtivos (veja notícia abaixo) mostram uma substancial queda na demanda por material de embalagem, que é um bom índicador antecedente de comportamento da produção de bens de consumo......

Estudo do WWF defende benefício ambiental do etanol 27.05.08

27.05.08

Relatório do WWF-Brasil alerta para riscos em escala regional

Ontem esse estudo foi debatido na USP

"O estudo conclui que existem benefícios ambientais confirmados e consolidados no que diz respeito à produção de etanol (a partir de cana-de-açúcar)", disse à BBC Brasil o coordenador do programa de Agricultura e Meio Ambiente da ONG, Luis Fernando Laranja, um dos autores do relatório.

"Do ponto de vista ambiental, é um bom negócio substituir gasolina por etanol", afirmou Laranja.

O governo brasileiro vem defendendo o etanol à base de cana-de-açúcar e rejeitando críticas de que essa produção traria riscos ambientais à Amazônia e contribuiria para a atual crise mundial dos alimentos. "(O estudo) referenda a posição defendida pelo governo brasileiro", disse Laranja, ao ser questionado sobre essa posição.

Conforme Laranja, os benefícios do etanol brasileiro são verificados particularmente na redução de gases causadores do efeito estufa.
Segudo ele, o etanol brasileiro tem um balanço energético mais positivo (ou seja, é mais eficiente) do que, por exemplo, o etanol à base de milho, produzido nos Estados Unidos.

"Mitos"

O estudo do WWF-Brasil analisou o que Laranja definiu como "alguns mitos que envolvem a produção de etanol".

O primeiro seria sobre a eventual expansão de plantações de cana-de-açúcar na Amazônia: "Não temos risco imediato e real de expansão da produção de cana-de-açúcar na Amazônia. O que existe é irrisório", disse Laranja.

Segundo ele, há em torno de 200 mil hectares de cana-de-açúcar na Amazônia. "Isso não significa nada no universo da Amazônia. Só de pastagens, há 50 milhões de hectares", afirmou.

Do ponto de vista ambiental, é um bom negócio substituir gasolina por etanol.

O segundo ponto analisado é o quanto a produção de cana-de-açúcar compete com outras culturas alimentares, considerando-se o atual cenário de crise mundial dos alimentos. De acordo com Laranja, esse risco é baixo. "Compete pouco com as culturas alimentares, especialmente porque ocupa pouca área. São 7 milhões de hectares de cana-de-açúcar, sendo que metade vai para a produção de açúcar, e a outra metade para o etanol", disse.

Riscos

O estudo, porém, alerta para alguns riscos ambientais da produção de etanol em escala regional.

"É uma cultura muito concentrada, quase toda no Estado de São Paulo e em regiões vizinhas. Muita cana-de-açúcar em uma área pequena", disse Laranja. De acordo com ele, isso representa um risco em potencial sobre a biodiversidade. "Pode ter efeitos sobre recursos hídricos, efeitos diretos sobre o solo."

"Precisamos fazer essa ocupação das novas áreas de forma mais estratégica, da maneira mais racional possível", disse. De acordo com Laranja, é necessário, por exemplo, "obediência irrestrita" às áreas de preservação permanente, além de observar o código florestal.

"Precisamos pensar, por exemplo, na construção de novas unidades de conservação no Cerrado", afirmou.

Posição oficial

O relatório divulgado nesta segunda-feira não representa ainda a posição oficial da ONG. Segundo Laranja, as conclusões do estudo servirão para "subsidiar uma decisão sobre o tema", que deverá ser divulgada "nas próximas semanas". "A rede WWF mundial tem uma posição genérica sobre biocombustíveis mais ou menos alinhada com o estudo", afirmou Laranja.

O estudo foi encomendado há três anos e é parte de um projeto maior, financiado pelo Ministério de Assuntos Internacionais da Holanda.
O objetivo inicial, de acordo com Laranja, era avaliar os efeitos da expansão do setor de cana-de-açúcar no Brasil em razão da suposta liberalização do comércio mundial dentro da Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).
A Rodada de Doha ainda não foi concluída mas, segundo Laranja, no decorrer desses três anos, uma série de transformações conjunturais em todo o mundo, especialmente no que diz respeito ao aquecimento global, colocaram o etanol em posição de destaque na agenda global.
"Direcionamos o projeto para analisar a expansão do setor sucroalcooleiro no Brasil e suas conseqüências socioambientais", disse Laranja.
Fonte: BBC Brasil

Exportação de carne bovina está liberada em todos os estados produtores, menos Mato Grosso do Sul 27.05.08

27.05.08

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, anunciou ontem que a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês) liberou dez estados e o Distrito Federal para o comércio internacional de carne bovina. Com essa decisão, todos os estados produtores, com exceção do Mato Grosso do Sul, estão liberados para o comércio exterior. Em 2005, eles perderam o reconhecimento de imune à febre aftosa devido a problemas sanitários no Mato do Grosso do Sul e Paraná.

"Com essa decisão da OIE, o país atinge novamente o status de livre da aftosa, embora o Mato Grosso do Sul ainda não tenha sido liberado, por falta de informações científicas adicionais", disse Stephanes, em entrevista coletiva, após participar de um almoço-debate, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (LIDE) , ontem (26), na capital paulista. Segundo o ministro, o Mato Grosso do Sul deverá ser liberado dentro de 60 dias.

Além do Distrito Federal foram reconhecidos pela OIE como livres de febre aftosa com vacinação os estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Tocantins. A informação foi passada ao ministro Stephanes pela delegação do Ministério, que está em Paris (França), participando da 76ª aessão geral plenária da entidade de controle da saúde animal internacional.

Reinhold Stephanes disse que a liberação da carne bovina brasileira traz uma posição muito boa para o país no mercado internacional. "No momento, essa liberação não significa ganho financeiro, porque a demanda está tão aquecida no mundo que daqui a pouco não vamos mais ter boi para exportar", disse o ministro. Apesar disso a liberação pode dar perspectiva ao país a médio e longo prazo, à medida em que a produção de carnes está aumentando.

O ministro da Agricultura disse que o Brasil está investindo muito na área de defesa sanitária animal e vegetal, não só com relação à febre aftosa. "Essa doença foi o ponto que se tornou emblemático, e que nós enfrentamos. Praticamente eliminamos todos os focos, adotamos todas as medidas, que são recomendadas pela OIE. Montamos uma estrutura de tal forma que, se vierem a acontecer eventuais focos de aftosa, o que é possível, demonstraremos que temos capacidade de eliminá-los rapidamente", disse o ministro.

Fonte: Flávia Albuquerque, repórter da Agência Brasil

Bunge vai investir R$ 3,2 bi em fertilizantes no Brasil 27.05.08

27.05.08

A multinacional Bunge anunciou ontem (26) que fará investimentos de cerca de R$ 3,2 bilhões em quatro novos projetos para aumentar a produção de fósforo, além de outros produtos utilizados na fabricação de fertilizantes no Brasil. Segundo a companhia, com esses novos projetos haverá um acréscimo de 1,2 milhão de toneladas de fósforo no mercado brasileiro, o que representa 30% da demanda atual. Parcela do montante também será aplicada na produção de itens para nutrição animal.

Os investimentos serão feitos em três unidades, em Minas Gerais, e em Anitápolis, em Santa Catarina, onde a Bunge formou joint venture (associação) com a Yara Fertilizantes. Os produtos resultantes desses projetos devem começar a entrar no mercado a partir de 2010. A maior parte dos recursos, no entanto, vai para uma mina de salitre em Patrocínio, no cerrado mineiro, que deve entrar em operação em 2011.

Segundo o presidente da Bunge Fertilizantes, Mário Barbosa, com os investimentos anunciados hoje para aumentar a produção de fosfato, a empresa alcança o terceiro lugar neste segmento, atrás apenas da marroquina OCP e da Mosaic, fruto da união entre a Cargill Fertilizantes e a IMC Global. A divulgação da Bunge foi feita hoje em São Paulo, durante evento de celebração dos 70 anos da companhia no Brasil.
Fonte: Fabíola Gomes, Agência Estado

Crescimento econômico dá sinais que perde fôlego 26.05.08

26.05.08

Informações da indústria de embalagens, que são indicadores antecedentes sobre o comportamento da indústria como um todo, mostram claros sinais de redução da demanda por alimentos, principalmente, como resultado da alta de preços que vem ocorrendo principalmente nessa área.

Dados da Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO) mostram que, pelo segundo mês seguido, as vendas do produto em volume estão menores que no mesmo período de 2007. A queda foi de 6,42% em março, de 0,42% em abril e de 0,66% no ano.

Quebra no ritmo

O ritmo de crescimento da atividade econômica atingiu o topo e começou a se acomodar neste mês. Não se trata de uma virada, mas de uma perda de fôlego que já é notada no comércio varejista e em vários setores da indústria. Fabricantes de alimentos, embalagens plásticas, caixas de papelão ondulado, eletrodomésticos e eletrônicos, por exemplo, detectaram uma redução na velocidade dos negócios que ainda não está consolidada nos indicadores.

O enfraquecimento da demanda externa, as altas sucessivas dos juros básicos e o aumento da inflação, que mina o poder de compra do consumidor, são apontados por empresários e economistas como fatores que provocam hoje um certo esfriamento no ritmo de atividade que deve ganhar contornos mais nítidos no segundo semestre.

"Trata-se de uma acomodação, mas estamos preocupados", diz o presidente da ABPO, Paulo Sérgio Peres. A preocupação é motivada pelo fato de 35% das vendas do setor serem para fabricantes de alimentos, que também mostram perda de fôlego nos negócios. Para a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação, Amilcar Lacerda de Almeida, o crescimento do volume (8,1%) e do faturamento (7,4%) do primeiro trimestre deste ano, ante o mesmo período de 2007, não se repetirá neste trimestre. "No primeiro trimestre, a produção estava mais acelerado que hoje", confirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Filmes Flexíveis, José Ricardo Roriz Coelho.
Fonte: O Estado de S. Paulo/Agência Estado, com o Observatório.

Consumidor reduz compra de feijão e massas, itens que subiram muito 26.05.08

26.05.08

Um levantamento preliminar feito pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) revela que os volumes vendidos de feijão e de massas caíram 10% e 5%, respectivamente, nos últimos seis meses.

Para a entidade, o brasileiro reagiu de forma racional à disparada dos preços dos alimentos nos últimos meses. Se no passado, na época da inflação galopante, fazia estoques para preservar o poder de compra do dinheiro, hoje está cauteloso. “O consumidor reduziu as compras dos alimentos que tiveram reajustes expressivos nos últimos meses. A primeira reação foi não comprar”, constata o vice-presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Martinho Paiva Moreira.

Pesquisa e consumo reduzido, ao invés de estocar

Na análise de Moreira, o brasileiro está reagindo a esse surto inflacionário de maneira mais inteligente do que no passado.“O consumidor não se dá por vencido: substitui marcas e percorre várias lojas para manter o nível de consumo.” Ele atribui esse movimento de freada nas compras de produtos majorados a um leque maior de opções tanto de marcas como de supermercados em relação ao que existia a 15 anos atrás.

Moreira considera que o repique atual dos preços dos alimentos tem potencial de risco maior do que no passado. Ele lembra que a estrutura de gastos do brasileiro mudou. Com a incorporação de novos gastos, como TV a cabo, conta de celular e crediário, que naquela época era incipiente, a alta dos alimentos pode causar aumento da inadimplência de outros compromissos.
Fonte: O Estado de S. Paulo/Agência Estado, com o Observatório